29 novembro 2006

Decobrir o Mourão

O objectivo de hoje era Valtorno, só me apercebi do Mourão já no final do percurso. Tinha o tempo limitado com uma reunião marcada para as 17:30 mas apetecia-me partir numa direcção diferente dos percursos anteriores.
Como se pode ver pelas fotografias, o dia estava bonito. Sol, o céu limpo e um ar fresco (a TV até lançou um alerta para a vaga de frio). Saí depois das 14:00, de calções, não senti frio. Segui pela N214 até Carvalho de Egas. Não há dificuldades e apreciei a paisagem em direcção ao Rio Tua, aquela que também apreciei quando fui à Ribeirinha.
Chegado a Carvalho de Egas desci para Valtorno. O objectivo era ficar por aí mesmo, mas quando vi que a estrada continuava senti um impulso. Olhei para o relógio e continuei. Estava agora à aventura uma vez que não sabia para onde seguia. Cortei à esquerda e subi por uma estrada ladeada de castanheiros de folhas amarelas, com uma bela vista sobre Valtorno (Foto 1). O piso era bom e a subida não muito acentuada. Para dizer a verdade, não sabia onde ficava Mourão. Apenas recordo estar uma vez nesta aldeia mas era de noite e fiz o percurso desde Carrazeda. De repente, fascinou-me a visão que tinha para o Vale da Vilariça. O concelho de Vila Flor está a revelar-se extraordinário, com paisagens estonteantes, horizontes abertos e estradas panorâmicas.
Lá ao fundo comecei a ver a Barragem Valtorno-Mourão (Foto 2). Não sabia que era por aqui! Pensei que o acesso se fazia pelo Seixo! Em Valtorno corria um farto ribeiro que penso que se dirige para a barragem, mas esta está com um nível bastante baixo. É necessário ainda muita água para a encher.
De repente avistei a aldeia, fiquei mais sossegado. Esta aldeia já pertenceu ao concelho de Vilarinho da Castanheira, depois ao de Carrazeda de Ansiães e actualmente pertence ao concelho de Vila Flor. O sol só já iluminava meia dúzia de casas, mas, mesmo assim, não desisti. Cheguei à aldeia (Foto 3). A igreja estava fechada e aproveitei para subir ao campanário (Foto 4). Esta igreja é dedicada a S. João Baptista e foi instituída sede de Paróquia em 1640. O que se avista não é surpreendente. Comecei a subir a aldeia, não é fácil. Tomei um café, num ambiente agradável, com uma lareira acesa. Ainda por cima a preço de saldo, só me custou 40 cêntimos!
Fui mesmo até ao início da aldeia. Se não tivesse limitação de tempo, era capaz de seguir até ao Mogo.
Fotografei o nicho de S. João Baptista (Foto 5) o Santuário de S. Círico e comecei o caminho de regresso.
A descer todos os santos ajudam. Passei por Valtorno sem grandes demoras e subi pela N324 até Carvalho de Egas. Cortei à direita em direcção ao Santuário de Santa Cecília. Antes de chegar ao Santuário cortei à esquerda por uma caminho de terra por onde passei há mais de 20 anos com a minha Zundapp Famel XF 17. Não é a marca de um veículo todo terreno, trata-se da motorizada que me acompanhou nos anos mais loucos da minha vida.
Depois de alguns percalços, cheio de adrenalina do verdadeiro TT, cheguei à Barragem junto à Piscina. Continuei em direcção a Vila Flor mas antes de chegar à estrada que vem do Seixo, cortei à esquerda por um caminho que me levou até Vila Flor.
Mesmo a tempo!

Quilómetros percorridos: 27
Total de quilómetros: 132
Total de fotografias: 3081

7 comentários:

Anónimo disse...

São neste momento 3horas da matina
e foi uma agradável surpresa para mim Vilaflorense dos 4 costados toda a narrativa desta descoberta de Vila Flor.Obrigado pois eu que julguei conhecer bem a minha terra, afinal aprendi coisas novas neste blogg.Mais uma vez um grande obrigado, também pela critica construtiva e sincera s/ esta terra dos meus amores.R.Guerra

Anónimo disse...

Como Vilaflorense dos 4 costados que sou venho agradeçer-vos a leitura prazenteira que me proporcionou, resultado dos seus passeios, e proporcionar-me conhecer ainda um pouco mais e melhor o meu concelho.
Está aqui um excelente trabalho do meu concelho.
Já agora,o clube de ciclismo de Vila Flor, tem amigos que também gostam de pedalar "por montes e vales".Deixo aqui o tlmv para um futuro contacto:-965457213(Carlos Carvalho)--Grato Rui Guerra

AG disse...

Obrigado pelas palavras simpáticas e pelo contacto. Terei todo o prazer em acompanhar outras pessoas amantes da aventura, da natureza, da bicicleta e, porque não, da fotografia.
Tive conhecimento da iniciativa que o clube desenvolveu por terras de Carrazeda que me são muito caras (penso que ao Rui também), mas como a minha forma física não está voltada para a competição, não compareci.
Conheço as fotografias do passeio “à descoberta do trilho de Vila Flor”. Deve ter sido um belo passeio! Conto estar presente no próximo.

Márcia Trigo disse...

Como natural da aldeia de Mourão, onde nasci, pertinho da igreja, no mês das flores e de Nossa Senhora, como na aldeia se dizia (e também, dos burros, porque o sol os libertava e eles soltavam-se, zurrando e pinoteando!)não resisto a exprimir o meu reconhecimento a QUEM tem essa incrível capacidade de ver a beleza, a arte,o encanto destes lugares das nossas memórias, afectos,emoções e lembranças. Bem hajá, Amigo,
Márcia Trigo (Março 2010)

Unknown disse...

Sou natural de Mourão, Vila Flor e meu pai era de Vila Flor.
Seu nome era José Maria Moreira, conhecido no Mourão como "Zé Mau".
Minha mãe era do Mourão e se chamava Maria Austelina Trigo.
Creio que alguém de lá deve conhcer ou ser parente meu.
Enviem noticias dessa gente boa que nasceu em um pedaço do céu.

Beijos

Telmo

João Trigo disse...

O meu pai, Helder Trigo é dessa aldeia linda chamada Mourão. Os meus avós, já falecidos eram o João Marinheiro e a Alzira. Conheço muito bem Mourão há muitos anos. Sempre que posso volto lá para reviver o passado.

Anónimo disse...

Como é linda a nossa aldeia!
Alguém dizia, há muito tempo, que parece a M adeira.As suas gentes são de fino trato.Tudo nela tem o seu encanto.
Uma professora do Mourão
Março de 2012 10:50