29 janeiro 2007

Descobrir Candoso



Hoje parti à descoberta de Candoso. Já passei vezes sem conta na estrada N214 mas foram poucas a vezes que desci ao centro da aldeia (penso que só o fiz de noite).
Candoso é uma freguesia situada no extremo do concelho. A 760 metros de altitude, já devia existir na altura da formação de Portugal. Pertenceu ao concelho de Freixiel até que o mesmo foi extinto em 1836, passando depois a integrar o concelho de Vila Flor.
A igreja matriz é de 1801 e tem uma robusta torre sineira, quadrangular com quatro sinos. Foi retirado o reboco que a revestia mas a fachada foi revestida de novo. A torre continua com o granito à mostra.
O dia esteve muito frio. Em Carvalho de Egas não havia nenhum fontanário onde corresse água, deve ter gelado nos canos. Era o típico dia em que ninguém recomenda andar de bicicleta, até andar na rua! Percorri bastantes freguesias e podia contar pelos dedos de uma mão as pessoas que encontrei nas ruas.
À chegada a Candoso fotografei a Fraga do Ovo. É o cartão de visitas da aldeia! Bem que podia ter aquecido os músculos a tentar move-la, mas não foi necessário, já estavam quentes. Mais à frente reencontrei os dois cafés que existem na freguesia: o Zimbo e o Abrigo. Já comi alguns petiscos em ambos.
Ao longo da Estrada Nacional têm sido construídas bonitas vivendas, mas ao descer para o centro da aldeia pela Avenida do Barreiro, notei que a fixação das pessoas também se verifica noutros pontos.
Sem chegar ao centro, mudei de planos, e comecei a subida ao Santuário. A capela é dedicada à Nossa Senhora da Assunção. Não deixa de ser curioso o facto das duas capelas da aldeia serem dedicadas a Nossa Senhora da Assunção. Também a festa maior da aldeia lhe é dedicada e realiza-se no Domingo seguinte ao dia 15 de Agosto, desencontrando-se da grande festa que se realiza no Santuário em Vilas Boas.
A vista do Santuário correspondia às minhas expectativas. Fiquei com uma ideia bem aproximada da aldeia. Não fora o vento frio e tinha ficado por ali mais tempo. Desci à Escola Primária. Tem afixados na janela os manuais escolares para o ano lectivo de 2006-2007, o que me deu indicação que ainda funcionou no ano lectivo passado. Está bem conservada, à excepção dos vidros das casas de banho, nas traseiras. No átrio ainda descansa alguma mochila esquecida, mas já não se ouvem os gritos das crianças no recreio. A rua mantém o nome, Rua da Escola.
No Largo da Fonte pude ver gelo com alguns centímetros de espessura, como não via já há algum tempo. Desci até à igreja, estava aberta, entrei. Foi restaurada recentemente, é muito sóbria mas bonita. Por todo o lado há imagens de santos. Lá estava a Nossa Senhora da Assunção, bem como Santa Bárbara, S. José, S. António, etc. O S. Sebastião ainda se encontrava no andor em forma de torre de castelo, tendo o seu capacete de soldado romano aos pés. Embora apareça sempre representado com o corpo cravado de frechas, essa não terra sido a causa da sua morte.
Também se encontram na igreja matriz as imagens da capela existente perto da Rua da Ponte que se encontra em obras e para onde me dirigi de seguida.
Na segunda capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção pude admirar o painel de azulejos que A representa. Por algum motivo, o obreiro que o montou (que nunca deve ter resolvido nenhum puzzle) não o fez correctamente. Esta capela tem um alpendre virado a norte. Não pude admirar o seu interior porque estava fechada. Havia materiais de construção por todo o lado.
Desci mais um pouco a fotografar um nicho com data de 1955, representando as almas no purgatório. É semelhante ao que existe à frente do cemitério.
Comecei a subir a aldeia muito lentamente. Visitei a Rua da Nossa Senhora da Assunção, Rua do Navalho, Rua da Capelinha, Rua do Forno, cheguei de novo à igreja e depois ao Largo da Fonte.
Segui pela Avenida S. Sebastião, onde encontrei algumas casas bastante antigas e parei junto ao cemitério. Ainda pude admirar um bonito presépio e os vestígios da fogueira de Natal.
Subi ao que parece ser um Jardim-de-infância. Daqui tem-se outra perspectiva interessante da aldeia. Aproveitei para tirar algumas fotografias da escola de 1.ºciclo, numa elevação oposta, do cemitério recentemente ampliado, com a sua capela e de algumas rochas que por ali estavam que deviam ter vindo de um lagar.
Desci e apanhei de novo a Rua do Barreiro. Ainda pude ver algumas moradias bem bonitas e a Sede da Junta de Freguesia que mais parecia uma delas.
Estava quase a chagar à estrada nacional quando o telefone tocou. O almoço já me esperava… em Zedes.
Depois de almoço voltei à “estrada”. Apanhei a estrada N629 que liga Zedes a Folgares mas cedo a abandonei, ali pelos Carqueijais. A 750 metros de altitude comecei uma descida por uma trilha que me levaria a Freixiel através do Vale da Cabreira.
Fiz uma longa paragem na Quinta do Pobre. Há quase 15 anos que não passava por lá e, entretanto, o único habitante morreu.
Cheguei a Freixiel já era noite. As fotografias tinham terminado. Havia que regressar a casa.

Quilómetros percorridos de bicicleta: 46
Total de quilómetros de bicicleta: 393
Total de fotografias: 6242

4 comentários:

guedesnet disse...

"Mais à frente reencontrei os dois cafés que existem na freguesia: o Zimbo e o Abrigo. Já comi alguns petiscos em ambos"

Uma das vezes foi comigo.
Um abraço, Tozé Guedes.

Anónimo disse...

valencia, venezuela 05-02-07
parabems para o senhor, gostei muito do blog de candoso, sentì estar en casa, ya tenho 8 anos sem ir lá, a casa dos meus pais esta ao lado da fraga do ovo el chamase jaime, um abrazo até pronto.
wilson gonçalves.

Anónimo disse...

Bem só agora consegui descobrir o teu blog, e deixa que te diga uma coisa, tá optimo, a C.M de Vila Flor devia colocar aqui os olhos.
A minha terra tem coisas bonitas não tem?
Um grande abraço, aproveito para te desejar um Santo e feliz Natal.
Paulo Aguiar

Anónimo disse...

Grande e bela aldeia de Candoso....

abraço de um raposo...