02 janeiro 2007

Terminei o ano em Folgares

Mesmo estando ausente de Vila Flor por uns dias, a vontade de descobrir esta bonita Terra em que habitamos, esteve sempre presente.
Passei os últimos dias do ano em Zedes, a minha terra natal. No dia 31 tinha que fazer um pouco de exercício para desgastar todos os excessos da nossa gastronomia tradicional que é tão boa.
A meio da manhã, a temperatura estava muito agradável, apesar do céu estar muito nublado. Procurei o calçado adequado e parti em direcção a Folgares, à Descoberta de Vila Flor, a pé.
Folgares fica a curta distância de Zedes, principalmente se seguirmos por caminhos rurais, que foi o que eu fiz. As pessoas de Zedes e Folgares são bons vizinhos e há mesmo laços familiares.
Pelo caminho recordei com nostalgia e saudade alguns dias de Inverno, a limpar pinheiros ou a cortar lenha, num pinhal que tínhamos, a poucos metros do termo de Folgares. No Alto dos Fenancais está um marco geodésico, 807 metros, um pouco mais adiante começa o concelho de Vila Flor, Freguesia de Freixiel. Aí está o campo de futebol de Folgares, é agradável o lugar, já aí joguei futebol.
um marco que mostra a divisória dos dois concelhos, não sei se são frequentes mas este é curioso.
Cortei à esquerda, lá ao fundo do vale está Pereiros e mais abaixo, Codeçais.
 À minha frente estendia-se um vale com uma beleza agreste inacreditável. Durante horas perdi-me olhando as rochas que desafiam as leis da natureza parecendo esperar um pouco de vento para tombarem, vale abaixo, pela Ribeira da Gricha, até Pereiros.
Penso que este vale perdido se chama Vale Covo, mas não está completamente perdido! Quando depois de cansado, subi de novo o vale para recomeçar o percurso para Folgares, encontrei um grupo de 5 caminheiros. Pensei tratar-se do grupo Ansiães Aventura mas tratava-se do Grupo de Montanhismo de Vila Real que faziam a sua Marcha de Fim de Ano.
Partiram de Codeçais e já se dirigiam a Felgueira. Troca de cumprimentos, alguns dedos de conversa, duas fotografias e cada um seguiu o seu caminho, no meu ia pensando – Porque é que não há um grupo de grupo assim em Vila Flor? A minha família ficava muito mais tranquila se eu partisse “à descoberta” acompanhado.
Cheguei a Folgares. Subi ao primeiro morro, à direita da estrada. Tinha uma visão completa da pequena aldeia e ainda avistava Freixiel, lá ao fundo, adormecida no vale. Estava na hora de almoço, o movimento era pouco.
Continuei a descer a aldeia até à capela de S. Luís. Sofreu obras à pouco tempo, parece nova, mas estava fechada. Continuei a descer pela Rua do Fundo do Povo. Muitas casas velhas, algumas mesmo abandonadas, mas que dão lugar a bonitas vivendas mais para o fim da aldeia. Mais um desafio subir ao monte Gralheira, mesmo junto à rua com o mesmo nome que tem 737 metros de altitude.
Daqui a vista perde-se por muitos concelhos, tem uma bonita vista sobre Freixiel e sobre Folgares. Ficava ali sentado, a respirar ar puro, por muito tempo, mas já era tarde e já começava a ter fome. Desci e comecei a subir a Rua António Trigo de Morais em direcção à Escola Primária.
Encontrei um jovem de doze anos com quem meti conversa. Frequenta a escola em Carrazeda de Ansiães mas no ano anterior tinha frequentado, com mais dois colegas, a escola da aldeia. Fotografei a escola e a nova paragem do autocarro (o rapaz fez questão) e depois parti para Zedes.

9 comentários:

Carl2 disse...

Depois deste merecido descanço na descoberta de vila flor é sempre bom começar o ano com as suas visitas ao meu concelho.
Carlos Carvalho

AG disse...

Pode crer que também é um prazer para mim, fazer os passeios e saber que há pessoas que gostam de ver a fotografias que tiro e as "reportagens" (muito pessoais) que faço.
Cumprimentos e um bom 2007.

Anónimo disse...

Olá.
Bem Vindo ao trabalho. Magnifico trabalho que encetaste por essas terras que transpiram história, vida e o passar do tempo que faz o presente ser mais futuro. Voltaste a Folgares passando pela Cabreira onde as pedras, parecem marcas dos gigantes que modelaram a terra
outrora.
Bonito.
Um abraço
Li Malheiro

Anónimo disse...

será que me pode dizer quem colocou aquelas pedras umas cima das outras?
Quem quer que tenha sido fez um belo trabalho...
parabéns, também pelo seu trabalho.

AG disse...

ju?
Será quem´eu estou a pensar?
São fantásticas não são, aquelas pedras? Nem dá para acreditar, um conjunto segue-se a outro qual deles o mais bonito. Tenho que convidar o At ento para lá voltarmos os dois.

PEREYRA disse...

É aqui nesta aldeia que se perdem as minhas raízes mais longínquas, documentadas.
Se pudesse vinha cá mais vezes sentir estas fragas falarem comigo, contemplar aqui do alto as terras de Ledra e meter conversa com gente que aparentemente é de um mundo distante do meu mas que sinto fazer parte da minha essência.
...

Anónimo disse...

Caros irmaos Trasmontanos,
Vivo e trabalho em Sao Paulo, Brasil e acabei por parar neste site e fiquei muito feliz. Vi as fotos, que apesar desta distancia sao-me tao proximas. Sou neto de um ilustre de Samoes e que sempre levava essa terra no coracao, o Eng. Antonio Trigo de Moraes.
Quando era garoto, passei inumeras f~erias nos Folgares e Freixiel, fiz mais de mil passeios a pe por os caminhos que ligam essas aldeias... que saudades! Paisagens de cair para o lado e gente muito boa por essas paragens.
Abracos a todos!

almariada disse...

Olá!
Gostei muito de visitar o seu blog e gostei tanto deste post e das fotografias que não resisti a levar uma para o meu blog, com link para aqui, claro.
Está em:
http://almariada.blogspot.com/2009/07/cairam-do-ceu.html
Bem haja!

Emanuel disse...

Vivi em Folgares durante 7 anos mas estou na Suíça actualmente. Muito prazer de ver estas belas fotografias de uma aldeia cheia de "Charme".