16 março 2007

À descoberta do Nabo



No dia 14 saí em direcção ao Arco. Como estive no dia 12 no Gavião, tracei planos para uma nova aventura, porque, lá do alto, vêem-se muitos caminhos, muitas alternativas, muitos quilómetros e horas de aventuras. Também tinha prometido a mim mesmo visitar o Ribeiro do Arco antes da chegada do Verão. Depois do Arco, o ribeiro tem um trajecto com um grande declive que gostava de conhecer e onde há ruínas de alguns moinhos.

Pedalei rapidamente até passar o Arco, queria aproveitar o tempo e a bonita tarde de sol. Pouco depois de deixar a aldeia em direcção ao Nabo, larguei a estrada e comecei a descer por um caminho à direita, em direcção ao ribeiro. O caminho desce rapidamente e cheguei ao ribeiro bastante abaixo do ponto que eu queria. Deixei a bicicleta, comecei a subir pela margem. A natureza explode de música e cor. Há flores por todo o lado, as aves cantam, o sol aquece, as árvores ganham folhas. É um verdadeiro hino à vida.
O local onde se situam os moinhos, Moinhos, tem umas centenas de metros de rocha granítica rija que o ribeiro desgasta há milhares de anos. Algumas pequenas cascatas alindam o cenário que se completa com flores em ambas as margens.
Não fora o desafio de ir ao Nabo e teria ficado por ali até o sol se esconder, sentado ou deitado no chão, fotografando as pequenas flores que despontam por todo o lado e que darei a conhecer brevemente.

Voltei a descer o ribeiro, apanhei a bicicleta e continuei em direcção ao Nabo. Encontrei uma grande quantidade de medronheiros, sem dúvida uma das maiores manchas de "árvores" desta espécies que já encontrei! Pouco antes de chegar ao Nabo, o caminho que seguia, levou-me de novo à estrada. Era isso que eu queria. No local onde está o depósito de água, pouco depois do campo de futebol, é um dos melhores miradouros da aldeia.
Cheguei ao centro pela Rua do Rebentão, esta era a minha segunda visita. Alguns idosos aproveitavam os últimos raios de sol, junto à igreja. Subi a Rua do Cimo do Povo até à Capela de Nossa Senhora do Carrasco. Admirei a paisagem em redor, com calma e voltei ao Largo admirando algumas bonitas casas tradicionais entre as quais a sede da Associação São Gens. Segui pela Rua do Cabo do Lugar. O Centro de Dia é uma obra que se destaca, quer pela sua imponência quer pela arquitectura ou cor das paredes.
Quando as sombras já cobriam metade da aldeia comecei a (penosa) subida até à estrada N215 que me conduziria a Vila Flor. A falta de luz não me permitiu mais devaneios fotográficos, mas, à chegada, pude admirar Vila Flor ao anoitecer. Quando se pensa que já mais não há mais nada para descobrir, o ambiente à nossa volta surpreende-nos e somos constantemente confrontados com novas visões daquilo que pensávamos já ter descoberto.

Quilómetros percorridos neste percurso: 19
Mapa do percurso
Total de quilómetros de bicicleta: 680
Total de fotografias: 14008

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Aníbal!
Peço só isto:
"... A natureza explode de música e cor... É um verdadeiro hino à vida..."
Professor Fonseca: onde quer que se encontre, sei que no céu, quero agradecer-lhe publicamente - por força deste texto, dedicado à sua terra - por me ter ensinado tanto em "Português" e me ter incentivado a escrever sempre nestes "moldes". Tenho tantas saudades suas! Prometo visitá-lo brevemente...
Obrigada, Aníbal. As belas frases e o Nabo, obrigatoriamente me levaram ao Prof. Fonseca, professor de "Português", no meu quinto e sexto anos.
Como provo, gosto dos textos...
Abraço
EL

Anónimo disse...

eu como natural do nabo e como geógrafo, adorei as fotos deste blog, bem como os artigos sobre o nabo. estou completamente deliciado com algumas fotos. ao autor deixo-lhe uma mensagem: muitos mas muitos parabéns, o blog está muito bom, devia ser bastante divulgado.

AG disse...

Obrigada, por tantas palavras simpáticas. Fico contente por terem descoberto este Blog e espero que o visitem mais vezes. Vou fazer os possíveis por continuar a descobrir grandes maravilhas neste concelho tão pequeno.