30 abril 2007

Samões


Samões fica a poucos quilómetros de Vila Flor. Talvez por isso, tem sido mais um local de passagem do que objectivo número um, no entanto, muitas das fotografias que coloquei no Blog, principalmente na altura das amendoeiras em flor, foram conseguidas em Samões.
O dia, 28 de Abril, estava muito instável. Depois das chuvas que caíram, o céu ainda se apresentava muito nublado, com ameaças de chuva. Para completar o quadro, nas últimas saídas que tenho feito de bicicleta, tenho tido muitos furos, até já tenho receio de sair.
Com este quadro meio cinzento, a meio da tarde, rumei a Samões. Estava decidido a percorrer todas as ruas da aldeia, com calma, descobrindo qualquer motivo de interesse. Logo na primeira oportunidade, deixei a estrada que liga Trindade a Foz Tua, onde tantas vezes passo. Entrei por uma rua à direita, a Rua do Fragarito. Procurei um local de onde pudesse ver grande parte da aldeia para tentar uma fotografia panorâmica, mas todos os caminhos que tentei não tinham saída.
Segui até ao Largo da Lameira. Aqui é sem dúvida um dos pontos importantes da aldeia e um daqueles que os locais mais se devem orgulhar. É bonito este largo. Espaçoso, arejado, bem pavimentado, com árvores, banquinhos e até divertimentos para as crianças. Aproveitei e bebi um café no café com o nome do padroeiro. Um idoso, a meu lado, ofereceu-me um “cheirinho”, que recusei contrafeito. Era, sem dúvida, um bom intróito para uma conversa.
Segui pela Rua da Lameira que termina noutro largo, o do Fundo do Povo com a Capela de Nossa Senhora do Rosário logo ali. Esta capela, românica, tem um cabido e púlpito exterior. Os habitantes de Samões garantem que foi a igreja primitiva. Não pude entrar na capela, mas pelo que se pode observar através dos vidros, vale bem uma visita. O altar é lindo e todo o interior parece bem conservado.


Encontrei depois uns tanques públicos e mudei de direcção, pela Rua da Salgueiral. Parece-me ser nesta rua onde se encontram as casas mais antigas da aldeia. A Casa Almendra, com estilo de palacete, tem uma capela brasonada. A capela com data no pórtico de 1872 é dedicada a S. Francisco e o palacete pertenceu ao 1.ºBarão de Samões. Ambas as estruturas estão a necessitar de obras urgentes. Também mais atrás, no Outão, encontra-se outra capela, a do Espírito Santo. Trata-se de uma capela Barroca, datada de 1797, completamente abandonada mas com a fachada ainda bem conservada devido à qualidade do granito e da construção.
Depois de passar o Lar da Terceira Idade, estrutura recente e completamente enquadrada nas construções vizinhas, segui pela rua que leva ao cemitério. O relógio de Sol lá estava, a olhar para mim. Também sobre o muro do adro estão os restos de uma bonita pia baptismal que merecia ter tido melhor destino.
Desta vez encontrei algumas senhoras que cuidavam da igreja. Prontamente me contaram tudo de que se recordavam sobre a sua aldeia.Estive ali durante bastante tempo, mas dela falarei numa outra oportunidade. Deixei a igreja pela Rua do Cruzeiro. Aqui se localiza outro ponto importante da aldeia, com a sede da Junta de Freguesia, o Cruzeiro, a paragem dos autocarros e um café ali ao lado.
Segui pela estrada em direcção à Capela de Nossa Senhora de Lurdes. Esta pequena capela encontra-se integrada num espaço agradável. Uma pequena área vedada, com bancos quase a toda a volta, ladeada por duas bonitas imagens, cada uma em seu pedestal com mais de dois metros de altura.

No interior da capela encontra-se representada a aparição de Nossa Senhora de Lurdes. Apesar do vidro, fiz um pequeno ajuste na sensibilidade do “filme” e, trabalhando em manual, sem flash consegui uma fotografia com boa iluminação, graças a duas pequenas janelas laterais.
Dei um pequeno passeio em volta da Escola de 1.ºCiclo e do Jardim-de-infância, admirando as pinturas existentes nas paredes. Com certeza que não foi pedida autorização superior para a sua realização, mas que estão diferentes, para melhor, lá isso estão! Felizmente esta escola sofreu obras de adaptação e funciona como centro escolar recebendo crianças de outras aldeias. Vamos ver se consegue escapar à fúria de encerramentos do próximo ano escolar.
Segui em frente em direcção a Vila Flor. Ainda era cedo e cortei à direita em direcção a uma urbanização recente, onde já existem bonitas vivendas. O meu objectivo não era admirar as vivendas, mas sim subir ao alto de algumas fragas, procurando uma posição de onde tivesse uma bonita perspectiva da aldeia. O sol brincava comigo. Ora aparecia, ora desaparecia, baralhando o fotómetro e a minha paciência.

Embrenhei-me nos campos buscando pequenas flores e insectos, de joelhos, sentado, deitado, até que as baterias da máquina fotográfica me obrigaram a parar. Foram momentos de puro gozo, só em contacto com a natureza.
Regressei à bicicleta e desta vez segui mesmo em direcção a Vila Flor. Tinha percorrido poucos quilómetros! Continuei pela estrada da Trindade até encontrar o caminho que conduz à lixeira. Segui por Trás da Serra até ao cume da Serra da Lapa. Quando aí cheguei a vila estava com alguns raios de sol de fim de tarde. Ainda tirei a máquina fotográfica suplente e ensaiei alguns disparos. Esses ficarão para outras postagens.
(imagem muito pesada 1 Megabyte)
Quilómetros percorridos neste percurso: 14
Total de quilómetros de bicicleta: 938
Total de fotografias: 19 681

29 abril 2007

Feira Medieval em Vila Flor


Teve hoje lugar no Largo Pe. António José de Morais, uma Feira Medieval, organizada pelo Grupo de Escuteiros de Vila Flor (Agrupamento 1055 - S. Bartolomeu).
Com a maior parte dos “feirantes” trajando a rigor, o ambiente que se viveu logo a seguir à missa dominical, retratava quase na perfeição uma feira de há muitos anos atrás.
De um lado estavam os artesãos, alguns deles trabalhando ao vivo (cestaria e tanoaria) logo depois dos currais de animais (ovelha e vitela). Seguiam-se flores e plantas de jardim, recipientes em barro, latoaria e um pintor a óleo (Vítor Carneiro), ao vivo, que mostrava também um conjunto de aguarelas sobre Vila Flor.
Do outro lado, vendiam-se artigos em madeira (piões, maços, bancos e rolos da massa), os chás (com as indicações pormenorizadas da posologia!), doces, compotas e licores e queijos (frescos, curados ou apimentados). Seguia-se a barraquinha com pão e bolos diversos, cozidos de forma tradicional e muito bem apresentados. Na barraquinha seguinte podiam-se comprar alguns produtos hortícolas do concelho: alho francês, couve, alface, laranja, limão, tomate, feijão verde e algumas variedades de cogumelos.
Seguia-se uma das barracas mais importantes na feira, aquela onde se preparava o almoço. A água já fervia em grandes panelas de ferro numa fogueira que dava um ambiente especial. As grelhas aqueciam, enquanto esperavam por frescos pedaços de carne entremeada e barriga, que seria servida ao almoço, com a sopa de feijão.
Em frente à igreja montou praça o circo. Malabarismos, magia, balões e um sem número de ilusões, fizeram os mais novos abrir os olhos desmedidamente.
Completava o círculo mais uma barraquinha com produtos da terra: feijão (de muitos tamanhos e cores), trigo, grão-de-bico, milho, tremoços e também ovos.
Ao centro, no soco quadrangular do pelourinho, duas simpatias jovens vendiam colares feitos com artefactos em barro.
Num cantinho mais recolhido, perto da fogueira onde se preparava o almoço, uma tasquinha decorada com loureiro, com os tradicionais pipas e taças de barro, servia o melhor licor da terra, o vinho.

Na beira do caminho


Hoje o passeio foi a Samões. Um dia estranho, com nuvens escuras e períodos de um sol radioso. No regresso a casa, parei para fotografar um conjunto de papoilas que floriram num monte de entulho. O sol já estava baixo e o resultado foi este.

26 abril 2007

A Fotografia +

Apesar de todos elogios que tenho recebido à cerca de algumas das fotografias que tenho colocado no Blog, a verdade é que a votação na Fotografia + não tem tido muita adesão. Ficaria muito contente se as coisas mudassem um pouco.
Para saber + (mais) sobre a votação na Fotografia + clicar >>>>aqui<<<< Até ao momento as 13 fotografias mais votadas são:
VilaFlor300 (7) 10%
VilaFlor270 (6) 8%

VilaFlor473 (5) 7% (Alterei-lhe o número)

VilaFlor304 (4) 5%

VilaFlor423 (3) 4%

VilaFlor380 (3) 4%

VilaFlor296 (3) 4%


VilaFlor312 (3) 4%


vale-vilari (2) 3%

marinha (2) 3%

sampaio (2) 3%

VilaFlor362 (2) 3%

VilaFlor330 (2)

25 abril 2007

Nossa Senhora da Assunção 2

No dia 23 dei um pequeno passeio ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção. A ideia era ver in locu os locais relatados nalgumas páginas que tenho andado a ler, nomeadamente o santuário (com as obras a decorrer em grande ritmo), um castro e a fonte dos milagres chamada Fonte de Nossa Senhora.
Como tive problemas com a bicicleta, acabei por ir a pé quase a totalidade do caminho. Gostos à parte, a pé é que se anda bem, mas a bicicleta também tem as suas vantagens.
Atravessei os grandes parques de estacionamento do santuário que se encontram atapetados por um manto verde e florido. Que bom seria se estivessem assim a 15 de Agosto! Também têm muitas árvores frondosas. No cruzamento da estrada que desce para Vilas Boas com a que segue para o santuário encontra-se uma olaia (Cercis siliquastrum L.) que é um espectáculo de modelo fotográfico. Retorcida, completamente vestida de flores, ergue-se para os céus marcando uma posição de destaque neste lugar onde os caminhos se cruzam. Infelizmente o chão estava cheio de lixo e ressequido porque tinham aplicado herbicida. Para mim é triste ver tantos campos com este aspecto queimado...

Segui até à Rotunda dos Evangelistas. Possivelmente estes mudarão de lugar após as obras. Em termos estéticos, as estátuas são muito pequenas para aquele local, só o poste eléctrico se destaca.
Logo depois da rotunda, em vez de subir ao santuário, cortei à esquerda e segui em direcção a uma mata de enormes eucaliptos.
Subi aos “púlpitos” de onde era lançado o fogo. Foi aqui que comecei a ensaiar as primeiras fotografias panorâmicas a 8 de Janeiro. Desta vez lavava na mochila um pequeno tripé que a família me ofereceu no meu recente aniversário. Era uma boa ocasião para o experimentar.
Mais à frente encontrei o cruzeiro que parece estar relacionado com as aparições embora na descrição que faz Pinho Leal, o cruzeiro não é focado.
A 4 de Setembro de 1673, estando uma menina de nome Maria, de 10 anos de idade, a lavar roupa no ribeiro, apareceu-lhe uma mulher de grande beleza. Abençoou-a e levou-a a uma ribanceira próxima de onde jorrou água. Depois de lhe lavar a cabeça com a água disse-lhe: - Estás sã do mal que padecias. Disse-lhe também que se chamava Virgem da Assunção e que já a tinha salvo anteriormente. Pediu-lhe para espalhar pelos vizinhos para jejuarem na primeira sexta-feira e para concertarem a sua casa (capela?), porque Ela intercederia por todos.
No dia 7 seguinte, depois do sol-posto, a mesma senhora apareceu de novo. Pediu-lhe para ir à sua capela. A meio da encosta (junto ao cruzeiro?), encontrou de novo a Senhora que lhe entregou uma cruz de madeira e lhe disse: - Vai de novo à vila recomendar de novo a todos que não se esqueçam do jejum – e dá-lhes a beijar esta cruz. A menina deu volta à aldeia seguindo o que a Senhora mandara.
Na manhã seguinte, 8 de Setembro, dia da Natividade da Senhora, quando a menina foi colocar a cruz de onde a tinha levado a Senhora apareceu de novo, pedindo-lhe que a fosse visitar, à capela, todos os Sábados.

A notícia destes acontecimentos espalhou-se rapidamente. De povos vizinhos e doutros mais distantes vinham crentes que pagavam promessas pelas graças concedidas fazendo crescer muito os rendimentos do santuário.
Diz também Pinho Leal no seu livro “Do Portugal Antigo e Moderno”, que havia em 1712, na sacristia, um livro onde estavam registados os milagres feitos por intersecção da Senhora da Assunção. Um dos registos dá conta que Domingos Sil, de Vila Flor, estando coberto de lepra, se lavou na Fonte da Senhora e ficou limpo.
Não subi o Escadório dos Apóstolos. Segui em frente contornando o Santuário por Norte. A paisagem que se avista é fantástica, como sempre.
Subi pelos rochedos até às traseiras da casa dos milagres. Pelo caminho procurei algumas marcas pré-históricas. É muito difícil encontrar algo sem a orientação de alguém que já conheça o local. Encontrei alguns alicerces de paredes, mas, pela perfeição do alinhamento, não devem ser muito antigas. Não pode haver maior evidência da ocupação deste cabeço do que o berrão encontrado, que se encontra agora no Museu de Vila Flor e que o professor Dr. Santos Júnior classificou de maravilha. Eu só consegui encontrar bastante lixo!

No píncaro do monte (como antigamente se dizia), o olhar perde-se de tanto onde pousar, em todas as direcções. Depois de uma volta (demorada) em redor da capela desci pelo escadório para deitar um olho às obras.
Agora sim, já é visível uma grande força de trabalho. Máquinas por todo o lado, terras removidas, novos muros por todo o lado. Não é possível ter uma ideia de como tudo isto vai ficar. Espero que fique com alguns espaços verdes!
Deixei o lugar onde deve vir a nascer uma grande rotunda e comecei a descer as escadas em direcção a Vila Boas, olhando os apóstolos. Todos parecem olhar para o além, só um, Judas Escariote, desvia o olhar para o chão. Mas se Jesus o escolheu com uma missão, o que poderia Judas fazer para contrariar a razão porque tinha sido escolhido?
Depois de uma alameda de gigantes eucaliptos em flor, cheguei à Fonte de Nossa Senhora, estava alagada. Apetecia-me beber, mas não sei se a água que corre na torneira é potável, com tantos herbicidas espalhados aqui à volta. Por cima da actual fonte há uma pequeno jardim e alguns vestígios que podem indicar que já havia ali uma fonte antes da actual. Este lugar é agradável. Fresco, com sombra e há mesmo alguns bancos de pedra espalhados.
Decidi que estava na hora de voltar a casa. Segui por um caminho em direcção a Sul, passando por um lameiro cheio de grilos e flores que fui fotografando pelo caminho. Acelerei o passo. Quando cheguei ao campo de futebol de Vilas Boas, resgatei a bicicleta que ali tinha deixado e regressei a casa a pé.


Quilómetros percorridos neste percurso: 14
Total de quilómetros de bicicleta: 924
Total de fotografias: 19 067

Espargos - Asparagus officinalis

Tenho encontrado espargos selvagens um pouco por todo o concelho. Este foi fotografado próximo da aldeia de Meireles.
São frequentes durante os meses de Março e Abril.
Esta planta, de nome científico Asparagus officinalis é bastante apreciada em Vila Flor, no nordeste trasmontano mas também na cozinha francesa e italiana. A designação officinalis sugere a sua utilização para fins medicinais. De facto os espargos são conhecidos por serem ricos em ácido fólico, responsável pela divisão das células do sistema imunitário. Também lhe é atribuindo um poder diurético e depurativo. O seu consumo pode conferir à urina um cheiro característico o que parece só acontecer com algumas pessoas.
Também devido à configuração dos seus rebentos é-lhes atribuído algum poder afrodisíaco.
Sinceramente nunca comi espargos selvagens, mas tenho visto muitas pessoas a apanhá-los. Fiquei com a ideia de que são consumidos principalmente em omeleta, mas uma busca na Internet abre os horizontes sobre as diferentes maneiras de cozinhar espargos.
Se alguém tiver uma receita típica, feita à base de espargos, agradeço.

23 abril 2007

em peregrinação...


Hoje, para relaxar os músculos decidi ir até a Senhora da Assunção. As coisas não correram lá muito bem com a bicicleta, parece que se ressentiu do esforço de ontem. Não sou pessoa de desistir à primeira. Deixei a bicicleta presa a um poste e fui a pé. Registei bons momentos que conto partilhar com todos.

II Rota da Liberdade em BTT


Realizou-se ontem, dia 22 de Abril, a II Rota da Liberdade em BTT por terras do concelho de Vila Flor. A adesão foi enorme, comparecendo mais de centena e meia de participantes vindos de toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Participaram várias equipas representativas do melhor que há, neste desporto, na região, como a equipa da Quinta da Redonda, de Vila Real. As inscrições online faziam já adivinhar uma elevada participação, foi triplicado o número de participantes em relação à primeira edição da prova!
Um terço dos participantes optou pela Maratona (60 km), fazendo os restantes os 40 quilómetros da meia maratona.
O traçado, cuidadosamente estudado, levou os participantes a visitarem locais privilegiados em termos de beleza paisagística de Vila Flor, ficando também com uma ideia da diversidade de rochas, culturas agrícolas e vegetação espontânea, que se mostra em esplendor nesta época do ano.
Subindo a 711 metros de altitude na Senhora da Lapa, descendo aos 160 metros perto dos limites do concelho, na Junqueira, em pleno coração do Vale da Vilariça, subindo de novo aos 500 metros de altitude, através da Quinta do Caniço, para terminar, calmamente, em Vila Flor. Depois das árvores frondosas que envolvem o complexo da Barragem do Peneireiro, seguiu-se a descida íngreme até à freguesia do Nabo, continuando por quintas, entre vinhas e olivais centenários, que são das principais riquezas de Vila Flor. O Vale da Vilariça, com características de microclima únicas na região, provocou uma enorme sede nos atletas. A organização ajustou-se, criando novos pontos de abastecimento de água, além dos inicialmente previstos, o que foi do agrado de todos. O calor foi mesmo a única queixa ouvida aos participantes, uma vez que a organização colocou no terreno uma equipa de 20 pessoas (contando com elementos da GNR, Bombeiros e mecânicos).
Depois da prova concluída (os melhores tempos foram de 2h 25m na meia maratona e 2h 49m17s na maratona), seguiu-se um bom banho e um farto almoço, servido nas instalações da sede do Agrupamento de Escolas local.
A organização mostrou-se muito satisfeita, com o elevado número de participantes e com a qualidade dos mesmos. Não houve acidentes dignos de registo e o apoio antes, durante e após a prova, esteve excelente.
Para a organização desta prova o Clube de Ciclismo de Vila Flor, teve o apoio do INATEL, da Câmara Municipal de Vila Flor, Juntas de freguesias de Vila Flor e do Nabo, Associação de Caçadores do Nabo, armazéns da Superbok e Vitalis, e Liberty Seguros.

22 abril 2007

À descoberta em BTT


Hoje foi dia de um grande passeio nA Descoberta de Vila Flor. Foi a II Rota da Liberdade organizada pelo Clube de Ciclismo de Vila Flor. Acompanhado por mais de 100 ciclistas, conheci novos caminhos nas Escarbas, no Concieiro, no Cabeço do Cavalo, no Nabo, várias quintas no Vale da Vilariça, etc. Encontrei finalmente a Sra. da Conceição, no Nabo.
Foram mais de 40 quilómetros, num dia quente e com muito pó. Enquanto a máquina fotografia não se cansou, ensaiei algumas fotografias, mas em pleno Vale da Vilariça "apagou-se"! Não foi um passeio calmo, de introspecção, como muitos que tenho feito. Desta vez as fotografias ficaram para segundo plano.
Tive também o prazer de conhecer um bom grupo de atletas do Clube de Ciclismo de Vila Flor, do Ansiães Aventura e amigos de outras paragens que desconhecia serem adeptos de BTT.

Quilómetros percorridos neste percurso: 50
Total de quilómetros de bicicleta: 910
Total de fotografias: 18 456

21 abril 2007

Quinta da Barquinha e outras quintas


Foi numa quarta, mais concretamente a 21 de Março de 2007, que subi ao topo da Fraga do Frade, e, de 654 metros de altitude, fiz estas fotografias. A meus pés estende-se um fértil vale onde se encaixam a Quinta de S. Gonçalo, Quinta de S. João, Quinta da Barquinha, Quinta da Paz, Quinta da Conceição e Quinta dos Lagares.
Nestes terrenos domina a oliveira que cede algum espaço a algumas vinhas. Também por aqui há algumas pereiras, floriram agora em Abril.
Passei uma tarde inteira admirando o quadro harmonioso, pintado em tons de azul e verde, muitas vezes verde azeitona, que se envolve amorosamente com os castanhos da terra. Desde o Marco, próximo de Samões, o olhar perde-se, ora mais próximo, com a Vila a meus pés, ora mais longe, pelo Peneireiro, descendo pelo Gavião, saltando para o Castedo e adormecendo na Foz. Sobe-se o Reboredo até Moncorvo que logo se larga para focar mais próximo a Adeganha e a Junqueira. Já cansados de tanto olhar, baixamos os olhos e do Alto da Caroça até à Sr.ª da Veiga, onde todos descansam. Depois de uns segundo de pausa, redirecciona-se a objectiva, respira-se o ar de urzes e torgas temperado de silêncios, porque o barulho aqui não se faz ouvir.
Quando o astro rei se preparou para dormir e incendiou a Vila, a Poente, impedindo-me de olhar, abandonei o local, andando de vagar, tentando não fazer barulho com os pés, não queria perturbar.
Este quadro de um reino maravinhoso que eu vi, e senti, outros viveram e sentem na saudade. Espero que esta mensagem chegue ao Brasil, à Laura e ao Fernando. Que ela alegre toda a nostalgia de mais de 40 anos de distância.

20 abril 2007

Viagem agitada até Meireles


No dia 18 de Abril parti para uma pequena visita a Meireles. Comecei por me questionar qual o percurso que iria seguir mas não descobri muitas alternativas. Confiei mais uma vez no meu espírito de improvisação.
Subi ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa, passei por Trás-da-Serra, Bairruivo e cheguei a estrada que segue para a Trindade. Apanhei o primeiro caminho, à esquerda, em direcção ao vale onde se encontra Meireles.

O caminho estava bom e conduziu-me a uma pequena quinta abandonada, a Quinta do Velhinho. Junto desta quinta há alguns terrenos cultivados e lameiros, mas, dali para baixo, em direcção ao do Ribeiro da Fragada, em direcção a Meireles, não consegui ver nenhum caminho possível.
Do outro lado da ribeira, onde terminam terrenos da Quinta da Veiguinha já era visível um caminho que parecia seguir em direcção à aldeia.

Decidi arriscar. Parecia um curto espaço de terreno ainda por cima a descer… Foi uma má opção. Havia muito mato, muitas fragas e muitas silvas. Foi o caminho mais difícil que já percorri desde que comecei os meus passeios À Descoberta de Vila Flor.
Antes de chegar à ribeira, já tinha um furo na roda dianteira. Foi um desespero. Não havia nada a fazer quanto à bicicleta. Tenho que comprar uma bomba de ar e levar uma câmara-de-ar comigo para estas eventualidades. Foi já o 4 ou 5 furo que tive!
Continuei “arrastando” a bicicleta e a tirar fotografias. Depois de passar a ribeira, foi mais fácil circular entre olivais e mato de estevas floridas.

Há por aqui muitas ravinas no fundo das quais passam várias ribeiras que se junta na Ribeira de Meireles. Na ribeira que desce da Feiteira estão a ruínas de dois moinhos. Ainda quis entrar nas ruínas mas não foi possível porque havia muito mato. Deixei a ribeira e comecei a subir para a aldeia. Numa pequena elevação encontrei um bom ponto para fazer uma bonita fotografia panorâmica da aldeia mas o Sol estava a ofuscar-me os olhos do alto da Serra do Faro.

Cheguei a Meireles sem muita vontade de tirar fotografias. As pessoas olhavam-me curiosas. Além da roda furada, as minhas pernas estavam num estado lastimável, capazes de causar pena a qualquer um.
Subi preguiçosamente a rua principal até à estrada do Cachão onde procurei um telefone. Esperei pelo “carro de apoio” e pelo “chá” que vinha junto.
Dois dias depois, olhando as fotografias, penso: - tenho que voltar a Meireles. As arranhadelas estão esquecidas mas as fotografias nem estão nada más!


Quilómetros percorridos neste percurso: 15
Total de quilómetros de bicicleta: 860
Total de fotografias: 18 282