30 junho 2007

Barragem Camilo Mendonça


A chegada de uma máquina nova e a passagem do multicolorido da Primavera à predominância da cor de palha do Verão, tenho-me concentrado muito em pormenores: aves, flores, insectos, etc. Não posso negar os meus gostos e recordo que esta é a "minha" descoberta de Vila Flor.
Claro que a colocação de fotografias no fórum não consegue acompanhar o meu ritmo de "disparo". Em traços largos, coloco no fórum, uma em cada 150 fotografias que registo. Não é fácil para mim a selecção. Muitas da saídas que tenho feito ultimamente não têm sido sequer mostradas no fórum!
Na tarde do dia 06 de Junho de 2007, fui com o meu filho mais novo, dar uma passeio pela barragem. O céu estava divinal, irresistível. Ficaram na gaveta mais de 140 imagens parecidas com esta que hoje partilho. A tranquilidade de um fim de tarde, repousa entre o verde e o azul, num local único, num momento único. A fotografia é fantástica nestes aspecto. Numa só imagem ficam registadas centenas de emoções e consegue despertar outras tantas.

29 junho 2007

Tílias nas ruas de Vila Flor


Quando falamos de Tília dá a impressão que estamos a falar de uma das plantas mais vulgares, pois toda a gente já ouviu falar no chá de Tília. Na verdade, as coisas não são bem assim. Pelo nome de Tília são conhecidas algumas dezenas de espécies. Para simplificar, há duas espécies europeias, a Tília cordata e a T. platiphyllos. Nos nossos jardins podemos encontrar estas ou outras espécies (como a Tilia tomentosa), vindas da Ásia, da Sibéria ou da América. Estas plantas são muito utilizadas em jardins por várias razões: são rústicas não necessitando de muita água; crescem bem isolada; aguentam com facilidades os cortes que lhe são feitos (por vezes verdadeiros assassínios); podem ser orientadas, cruzando os ramos, que com o tempo se unem; deitam folhas abundantes fornecendo uma boa sombra; quando estão floridas espalham um cheiro agradável; formam bonitas alamedas; algumas podem viver quase mil anos; no Inverno perdem a folha permitindo que a pouca luz ilumine melhor os espaços.

As suas folhas alternadas captam com facilidade a luz do sol mas o mais curioso está nas suas flores. Elas agrupam-se em cachos, unidos numa longa bráctea verde clara, difundindo um odor muito agradável. A floração dá-se em Junho e são muito procuradas para secar e posteriormente fazer o famoso chá de Tília, com propriedades a nível do sistema nervoso. Melhora a qualidade do sono. É um calmante natural por excelência.
Em Vila Flor há muitas Tílias, nem todas da mesma espécie. Há-as no Jardim do 7.ºCentenário, na Avenida Marechal Carmona, em volta do Mercado Municipal, na Rua Dr. Oliveira Salazar, junto ao Centro de Saúde e na Praça da República, entre outras. É na Praça da República que se pode admirar o mais belo conjunto, uma vez que há dezenas de Tílias, verdes e floridas, que emprestam ao local uma frescura bem diferente daquela que vivemos durante o Inverno. Foi aí que me encontrei com elas, nesta época de Santos Populares, contrastando com o colorido dos enfeites.

28 junho 2007

Museu - O Berrão


Deu entrada no Museu em 13 de Junho de 1967, dia em que foi encontrado pelos senhores Eng. Nuno Aragão (Alexandre Nuno Alveres Pereira Palha de Aragão Lobo) e o Doutor Orlando de Carvalho (Orlando Elídio de Carvalho, natural do concelho de Carrazeda de Ansiães, Delegado Interino da Comarca, desde 14-03-1966 e efectivo desde 24-02-1967, exercendo desde 30-07-1969), no Santuário de Nossa Senhora da Assunção, quando procediam a pesquisas arqueológicas.
Ali, numa terra de cereal (distanciada do caminho de acesso ao santuário cerca de 50 metros), pertencente a Francisco Ramos de Vilas Boas, foi encontrada aquela escultura de granito de Grão Médio, que estava fragmentada.
Regressaram, encantado pelo achado, a Vila Flor a fim de arranjarem meio de transporte até ao Museu.
Tempos depois, o Sr. Eng. Nuno Aragão, deslocou-se de novo àquele local, no sentido de saber mais notícias. Encontrou aí o guardador de gado lanígero, José Augusto Trigo, também de Vilas Boas, que interrogado dissera:
a) Que se lembra de, há uns anos, ainda rapaz, ver numa terra de seu irmão, de nome Raul Trigo, (anexa à do citado Francisco Ramos), um “cavalo” em pedra (como lhe chamou, ainda inteiro, pois muitas vezes cavalgou nele);
b) Presume-se pois que pedreiros o tinham fragmentado para fazer cubos de calçada ou pedra para paredes, não o aproveitando, dado a sua configuração, dado que o teriam deitado a rebolar da terra de seu irmão Raul Trigo para a de Francisco Ramos.
Do achado se deu conhecimento ao Sr. Prof. Dr. Santos Júnior, eminente mestre de arqueologia que propositadamente a 28 de referido mês de Junho de 1967, se deslocou para apreciar (posteriormente o Sr. Prof. Visitou-a mais duas vezes), que ao vê-la teve a seguintes apreciações: - É uma maravilha. Peça estupenda, simplesmente estupenda. O Museu de Vila Flor fica com uma peça preciosa, tratem de cola-la.
Em face da avalizada opinião daquele Mestre em Arqueologia, em 10-07-1967, deu-se conta do achado ao Sr. Prof. Dr. Jorge de Alarcão, da Universidade de Coimbra e Instituto de Arqueologia, ao mesmo tempo que se solicitou a indicação de uma cola, destinada a ligar o “Berrão”.
Depois de colado com todo o cuidado, o “Berrão” , de épocas remotas, verdadeira peça de museu, foi colocado na galeria do rés do chão, em 3 de Maio de 1969, assente numa base de granito, serviço esse feito graciosamente, pelo canteiro Vítor Matos.

As medidas daquela bela escultura são:
Comprimento 1,49m
Altura (incluindo a peanha) 1,31m
Distância entre as patas 1,38m
Perímetro retaguarda 1,69m

A fotografia acima foi tirada 13-06-1967 pelo Sr. Dr. Orlando de Carvalho, quando se foi buscar o “Berrão” para o Museu. Dela constam (da esquerda para a direita): João Sobral, Filinto Duarte Félix, Raul de Sá Correia, Eng. Nuno Aragão, Francisco de Soveral Pastor, e Raul António Hortelão.

O texto e a 3.ª fotografia encontram-se no museu numa pasta que contém toda a informação referente ao Berrão. Por isso convido os leitores a uma visita ao museu para verem o Berrão ao vivo e a todas as antiguidades que o rodeiam.

27 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 13

Conjunto n.º13 de candidatos às 7 Maravilhas do Concelho de Vila Flor.

4 - Cabeço da Mina,
Assares. Trata-se de um santuário do calcolítico situado num pequeno cabeço próximo da Ribeira da Vilariça. Embora tenha percorrido o terreno durante várias horas não consegui identificar com exactidão a localização do referido cabeço.

5 - Cova da Moura, Assares. É uma superfície rochosa onde se encontram gravados numerosas insculturas. É possível identificar com clareza várias figuras representando um sol raiado, covas, círculos com covas no centro, linhas paralelas, etc. Situa-se junto à Ribeira da Vilariça.

26 - Azenha Nova, na Ribeirinha. Desloquei-me expressamente à Ribeirinha para fotografar esta azenha. Apesar de já ter estado várias vezes na aldeia, nunca me tinha chamado à atenção qualquer azenha. O local onde situa foi comprado e aí construíram uma casa de férias, não sendo possível o acesso. A fotografia é na Ribeirinha, mas um pouco mais a jusante, no Rio Tua.

45 - Fonte da Almoinha, Valbom. É uma fonte medieval muito antiga e arcada. O local é agradável, de fácil acesso, havendo bancos e um chorão que torna o local bastante fresco. A água não é potável.

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Com este painel completa-se o grupo das 65 candidatos. Desde o dia que decidi avançar com esta votação que me concentrei em conseguir visitar todos os locais indicados. Não foi fácil. Nalguns casos, não foi possível e teria desistido da indicação. Porém, os resultados das votações já feitas até ao momento, mostram que os gostos são o que são e cada um tem as suas Maravilhas.
Na elaboração da lista e como base na pequena descrição que fiz de cada uma delas, está o "Roteiro de Vila Flor" de Cristiano Morais, que o autor gentilmente me ofereceu. Tive a preocupação de incluir todas as aldeias, mesmo as mais pequenas, porque este espaço pretende-se aberto e sem complexos. A listagem está por ordem alfabética das aldeias à excepção de uma.
Votaram até ao momento 33 pessoas. Sem malabarismo informáticos, apenas é possível votar uma vez de cada computador. Do dia 1 ao dia 6 facultarei a todos a possibilidade de votarem de novo, uma vez que agora terão uma ideia mais completa sobre um ou outro candidato que não conheciam bem.

26 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 12


Conjunto n.º 12 de candidatos às 7 Maravilhas do Concelho de Vila Flor:

51 - Regadio do Pausadinho, Vieiro. Trata-se de um regato que fornece água para regar as hortas. O local é fresco e bonito embora não seja cuidado como devia. As rochas apresentam os sinais de séculos de erosão caindo de alguns metros de altura. Há um moinho junto do ribeiro.

52 - Capela Nova de S. Tomé, Vieiro. Trata-se de uma capela muito recente. O interior é muito colorido e bonito. Respira-se no seu interior muita paz, admirando um conjunto de belas imagens.

61 - Santuário de Nossa Senhora da Lapa, Vila Flor. Situado na Serra do Facho é constituído por um conjunto de capelas. Neste local terá existido a capela de Santa Marinha com um ermitão. A ermida da Senhora da Lapa encontra-se encaixada numa espécie de gruta formada por uma enorme rocha xistosa.

63 - Ponte sobre o Tua, Vilarinho das Azenhas. É uma ponte robusta com mais de 100 anos. Aqui se tocam o concelho de Vila Flor e o concelho de Mirandela. Tem-se uma bela visão do rio, quer para montante quer para jusante. É um local muito procurado pelos pescadores de pesca desportiva.

65 - Santuário de Nossa Senhora da Assunção, Vilas Boas. Ocupa um cabeço onde antigamente existiu um castro. O santuário é constituído por um conjunto da capelas e um longo escadório ladeado de apóstolos e outras imagens. A paisagem é magnífica. É pena o Restaurante que aí existe não colaborar para a divulgação e frequência do espaço.

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As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 11

Conjunto nº11 de candidatos às 7 Maravilhas do Concelho de Vila Flor.

53 - Arco de D. Dinis, Vila Flor. O Arco de D. Dinis é também conhecido por Portas de D. Dinis. Constam que seriam 5, as portas da vila, resta esta que dava acesso à fonte. Dos dois lados do arco há ainda vestígios da muralha.

54 - Centro Cultural de Vila Flor. O centro cultural de Vila Flor não é uma obra consensual. Gostos à parte proporciona a toda a população cinema, exposições, um bar, um quiosque Internet e muitas outras utilizações que a vila necessita. Os jardins mereciam melhor trato.

56 - Fonte Romana, Vila Flor. Curiosamente muita gente continua a teimar que se trata de uma fonte romana! Pelo facto de não ser romana não perde beleza, só antiguidade. Vale a pena perder um pouco de tempo e admirar as suas colunas ou as carantonas que se encontram por cima delas. É sem dúvida um dos mais belos "postais" da vila.

57 - Igreja Matriz de Vila Flor. Trata-se de uma igreja barroca do séc. XVIII. Alguns dos altares são mais antigos do que a própria igreja. Passou pela ruína sendo temporariamente substituída pela Igreja da Misericórdia. Merece uma demorada visita.

58 - Museu Berta Cabral, Vila Flor. No museu temos que admirar duas coisas: o edifício e a sua história e o seu recheio. Sobre o recheio já escrevi uma vez e conto voltar a escrever no futuro. Aconselho vivamente uma (ou mais uma) visita. Sobre o edifício, possivelmente do Sec. XV, acrescento apenas que não é pacífica entre os estudiosos a designação de Solar dos Aguillares.

60 - Pelourinho de Vila Flor. Este pelourinho, com uma história agitada e nem sempre prestigiante, encontra-se agora no Largo da Igreja. Tem um belo capitel joanino sobre uma esbelta coluna.

62 - Zona antiga de Vila Flor. Nesta zona antiga é possível encontrar um bom conjunto de solares e casas brasonadas que optei por não indicar como candidatas (mais por serem propriedade privada). Casa dos Lemos, Casa dos Capitães-Mores, Casa dos Viscondes de Lemos, Casa dos Seixas Caldeiras, Casa Paroquial, Solar dos Aragões, Casa Soveral Pastor, etc. um bom conjunto de referências para um bom passeio do Rossio, à praça da República, passando pela Rua do Saco e espreitando putras ruas estreitas e típicas onde antigamente viviam os judeus.

64 - Pelourinho de Vilas Boas. Escadório quadrangular, com um fuste encimado por um capitel com as armas nacionais e a esfera armilar. Encontra-se num bonito e espaçoso largo.

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25 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 10


Painel n.º10 de candidatos às 7 Maravilhas do Concelho de Vila Flor.

21 - Castelo, em Macedinho. O Castelo em Macedinho é um daqueles locais onde possivelmente pouco gente foi. Eu também só lá fui depois de ter dado início a esta cruzada das 7 Maravilhas. Trata-se de um antigo castro que foi romanizado. São bem visíveis os restos de muralhas. Tem uma bonita vista para Macedinho.

25 - Godeiros, no Nabo. A designação de Godeiros aparece aqui de forma bastante genérica. Num espaço de algumas centenas de metros podemos encontrar: uma habitat romano bem como restos de uma aldeia medieval; no alto de monte Godeiros há restos de uma atalaia; no sopé do monte pode admirar a Pala do Conde que é uma fraga xistosa formando uma gruta existindo uma sepultura escavada na rocha.

33 - Antas, em Sampaio. Tive muita dificuldade em encontrar vestígios de antas, em Sampaio, para poder fotografar. Estão referenciadas a Antela da Senhora da Rosa, a Anta da Senhora da Rosa e a Anta da Chã Grande. Nem mesmo os pastores me conseguiram indicar a sua localização.

44 - Barragem da Burga, Valbom. Um belo local para passar um fim de tarde. Aqui parece começar a desenhar-se o Vale da Vilariça. Rodeada de verdura as suas águas reflectem as cores frias do meio. O olhar estende-se para Sul, apetecendo voar ribeira abaixo.

55 - Complexo da Barragem do Peneireiro. É um local cheio de vida, agora que o sol vai aquecendo. Engloba as Piscinas Municipais, o Parque de Campismo, a Barragem Camilo Mendonça, o circuito de manutenção, um mini-zoo (agora despido de aves devido à Gripe das Aves), Parque de Merendas, Campos de Tenis, etc. Está em construção uma pista de atletismo. É um dos locais a não perder quando se visita Vila Flor.

59 - Paisagem vista do miradouro de Vila Flor. Nem todas as vilas se podem orgulhar de ter um Miradouro de onde se possa admirar . Além de ser possível ver todas as ruas e casas, olhando mais longe o olhar estende-se por mais dois ou três concelhos vizinhos. É um local muito procurado por casais de namorados.

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24 junho 2007

Noite de S. João em Vila Flor


A noite de S. João foi animada em Vila Flor.
Já há dois dias que os Bombeiros Voluntários de Vila Flor trabalham no sentido de preparar a Praça da República para esta festa. Levantaram um palco, construíram uma cascata, montaram um "restaurante" e decoraram toda a área, com bandeiras, fitas e outros enfeites garridos e a condizer com a ocasião.
Com a chegada da noite, as pessoas foram confluindo para o local. A primeira paragem para muita gente foi a tasquinha, mais parecia um restaurante! O aglomerado de pessoas à porta fazia adivinhar horas de espera. Enquanto esperava valeram um tremoços, para enganar o estômago. É que o cheiro a sardinha assada era de fazer fome!
Entretanto desceu pela rua Dr. Oliveira Salazar uma animado rancho, cheiro de cor, era o Grupo Cantar Para Vila Flor, que tinha sido convidado para animar a festa. Ajeitou-se o largo para os ver dançar. Os clientes abandonaram a porta da tasquinha e foram assistir a animadas marchas, danças de roda e até à antiquíssima dança das fitas. Esta dança, que eu sabia ser tradicional em Torre de Moncorvo, vi-a pela primeira vez dançada em Vila Flor, mas parecer ter nesta vila também grande tradição.
A evolução das danças fizeram renascer recordações do S. João de outros tempos e alguns idosos não conseguiram controlar as pernas que teimavam e balouçar o corpo ao som do acordeão do sr. Crisóstomo.
No final das danças ainda foram executadas algumas peças musicais para animar a malta, que não se fez rogada e invadiu o recinto com alegria.
Chegou a minha vez de ir jantar. Chegou não... já tinha passado a minha vez, porque era necessário marcação. O serviço era rápido e cheio de juventude.
De entrada comemos algumas excelentes sardinhas acompanhadas pelo não menos excelente pão que se faz nesta vila. Seguiu-se um bom churrasco que aproveitei para temperar abundantemente com piripiri. Isto porque colocaram sobre a mesa uma caneca com mais de dois litros de vinho e uma garrafa(inha) com 0,25l de água!
Para terminar chegou o tradicional caldo verde, a fumegar de apetitoso.
Conversei com alguns dos organizadores a quem dei os parabéns pela organização. Contaram-me que, em anos anteriores, a adesão tinha sido ainda maior. Talvez a abertura da Feira de S. Pedro em Macedo de Cavaleiros tenha afastado alguns foliões.
Chegou a a hora de abanar o corpo. O organista Fernando Lucas animava a festa e eram já muitos os pares que rodopiavam pelo recinto. Enquanto o jantar se acomodava aproveitei para fazer mais uma visita à cascata do S. João. Este, em lugar de destaque, tinha a acompanhá-lo S. António e S. Pedro bem como dezenas de pequenas imagens fazendo lembrar um presépio.
Faltava apenas uma fogueira, será que tem a ver com o facto de os organizadores serem bombeiros?
Para quem perdeu esta grande festa, hoje, dia 24, há mais. A animação, a tasquinha e o S. João, vão lá estar à sua espera.

23 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 9

Conjunto número 9 de candidatos a ser uma das "7 Maravilhas do Concelho de Vila Flor".

32 - Águas, em Sampaio
. As águas conhecidas como Águas de Bem-Saúde nascem mesmo junto da aldeia. São águas bicarbonatadas, sódicas, gaso-carbónicas ferruginosas. Actualmente são comercializadas com a marca Frize.

46 - Igreja de S. Lourenço, Vale Frechoso. A igreja de S. Lourenço ocupa aquele espaço desde 1750. O frontespício, bastante interessante, foi recuperado da igreja anterior. Não conheço ainda o interior da igreja.

47 - Fonte Velha, Vale Frechoso. Esta fonte encontra-se à entrada da povoação. Trata-se de uma fonte arcada e medieval.

48 - Capela de N. S. do Rosário, Valtorno. Consta que se tratava de uma capela particular, vinculada a um morgadio, mas actualmente é pública. Está recuperada e o altar tens uma lenda em latim onde se pode ler a data de 1655.

49 - Fonte Paijoana, Valtorno. Fonte arcada, em granito, situada fora da povoação mas a pequena distância. Dela se conta uma lenda muito interessante. É conhecida localmente com o nome de Paijoana, não se percebendo bem a origem deste nome.

50 - Igreja de N. S. do Castanheiro, Valtorno. Trata-se de uma igreja românica tardia com alguns sepulcros embutidos na parede. Dava apoio aos peregrinos que se deslocavam para Santiago de Compostela. No adro existiu uma necrópole medieval.

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22 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 8

Conjunto número 8 de candidatos às "7 Maravilhas do concelho de Vila Flor":

39 - Aldeia abandonada do Gavião, Seixo de Manhoses. Gavião está abandonada já há algumas décadas. As casas estão em ruínas , incluindo a capela. Apenas 4 ou 5 casas têm porta. Da aldeia também se têm um bonita vista para o Nabo e Vale da Vilariça.

40 - Fonte Sangrinho, Seixo de Manhoses. Trata-se duma fonte medieval, arcada situada junto do ribeiro. Apesar dos arranjos do local, tudo poderia ter melhor aspecto com alguma sensibilidade. Há tijolos, cimento e mesmo um poste eléctrico "plantado" sobre a fonte!

41 - Igreja de Santa Bárbara, Seixo de Manhoses. É uma igreja barroca com uma identidade muito própria. Tem uma torre sineira lateral, quadrangular com 4 sinos. Tanto a torre sineira como a frontaria está revestida a azulejo azul e branco. O interior está bem preservado e é muito bonito. Da igreja também se tem uma boa panorâmica de parte da aldeia.

42 - Santuário de Santa Cecília, Seixo de Manhoses. Trata-se de um arejado e espaçoso santuário que até tem um restaurante permanentemente aberto. A capela, no centro do santuário é bonita mas está sempre fechada. Há muitas mesas para merendas, sombra e água potável.

43 - Igreja da Santíssima Trindade, na Trindade. è uma igreja românica com uma bela porta principal e outra lateral. Tem uma torre sineira central de um só sino. Apesar de já me ter deslocado à trindade quase uma dezena de vezes nunca tive oportunidade de entrar na igreja.

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21 junho 2007

Em busca de vestígios arqueológicos em Macedinho


No dia 18 fiz um pequeno passeio a Macedinho. Eu sei que é um pequeno lugar (não há muita gente a votar nele como próxima visita) mas como coloquei o Castelo (em Macedinho) como candidato a uma das 7 Maravilhas do concelho de Vila Flor, achei que tinha de conhecer melhor este lugar, para poder exercer melhor o meu voto.
Como tenho feito perceber, há mais de um mês que o clima está muito incerto. No dia 18 estava um céu azul intenso, com nuvens muito brancas, bonitas, daquelas que me fazem suspirar pelo campo cada vez que, no trabalho, olho pela janela e as vejo. O tempo muda bruscamente, por isso tentei chegar a Macedinho o mais rapidamente possível, mas, a 3 quilómetros de Vila Flor, tive um furo. Como já ando prevenido com tudo o que é necessário, resolvi a situação e segui em frente. Passei pela Trindade. Intriga-me esta aldeia. Sempre deserta e quando se vê uma pessoa, rapidamente desaparece, desconfiada, não percebo bem porquê, sou assim tão mal apresentado?
Depois de mais uma paragem no centro da Trindade (quantas vezes já aqui estive?), decidi seguir pela estrada N578, mesmo com intenção de conhecer o percurso. Por um caminho que desce pela Rua de Macedinho, na Trindade, chegaria a Macedinho mais rapidamente. Ao chegar a Freixeda, já no concelho de Mirandela, cortei à esquerda pela N1096 até Macedinho. Tinha que falar com alguém e perguntar pelo Castelo. Em Sampaio, no dia 13 de Junho, andei uma tarde inteira em busca das Antas e ninguém me soube dizer onde estavam!
No centro da aldeia, onde estive a 6 de Fevereiro, espreitei de novo para a pequena capela de S. António. Desta vez não consegui ver nada. Como o sol entrada directamente pelos vidros da porta colocaram uma cortina que não deixa ver o interior da capela. Por sorte minha vi um habitante que preparava o seu tractor para a lavouro. Tratava-se nem mais nem menos, do mesmo senhor que me orientou no caminho, no dia 6 de Fevereiro, entre Benlhevai e Macedinho! Reconheceu-me, mostrou um sorriso enigmático quando lhe perguntei pelo Castelo. – Está a ver aquele sobreiro lá no alto? Claro que estava a ver,... centenas de sobreiros cobriam toda a encosta. Sem pressas comecei a subir a em direcção ao dito sobreiro, olhando para trás em busca de uma boa panorâmica de Macedinho. O sol começou a aquecer, pelo menos deu-me essa impressão, pelas grossas gotas de suor que escorriam do meu capacete. Aproveitei também para fotografar algumas plantas e animais na berma do caminho.
Depois de passar a mãe-de-água, devo ter escolhido o sobreiro errado, dei comigo no meio de mato com giestas, sargaços e silvas mais altos que eu. Do outro lado da ribeira que escorre entre o Lomba da Veiga e o marco geodésico da Pedra Luz (que espero visitar um dia) vi algumas construções. Será o Castelo? Abandonei a bicicleta, atravessei a ribeira e segui (com muitíssima dificuldade) até ao local. Trata-se de construções mais recentes que deveriam servir de apoio a algumas minas ali por perto. Descobri mesmo um túnel subterrâneo de deveria servir para desviar a água de um pequeno riacho para uma conduta que se destinava provavelmente à lavagem do minério. Se não fosse tão difícil (e perigosa) a deslocação neste local, teria explorado mais. Não me restou outra alternativa, regressei à bicicleta e voltei para trás, este caminho já não era caminho.
Pouco antes da mãe-de-água recomecei a subir. Quase no topo do monte pareceu-me ver restos de uma muralha. Agora sim, estava no Castelo.
As evidências das muralhas tornaram-se cada vez maiores. Encontrei enormes quantidades de pedaços de tégulas, imbrices e outras coisas em barro. Não concordo nada com Virgílio Tavares quando afirma que não devia passar de um pequeno castro. A espessura das muralhas, a sua perfeição e conservação, a extensão do planalto ocupado e a quantidade de vestígios que se encontram evidenciam uma forte presença humana que se prolongou durante décadas ou mesmo mais. Este castro, fortemente fortificado, utilizado também pelos romanos, deve ter servido de apoio à extracção mineira feita nas imediações. Pelo caminho se segui depois encontrei vestígios de grandes minas escavadas nas encostas do Lombo da Veiga e no Carvão.

Os vestígios eram tantos que dei comigo a recolher enormes pedaços de tégulas romanas, a escavar, a apanhar escória, rochas enigmáticas na forma e no tamanho. Este é sem dúvida um local que merecia ser estudado. Tenho a certeza que muito se poderia descobrir procedendo a algumas escavações.
Ao fotografar alguns fragmentos de barro acabou-se-me a bateria da máquina fotográfica. Ainda tinha a HP de recurso, mas já havia pouca luz. Contrafeito, abandonei o local continuando para poente pensando alcançar Benlhevai. Neste percurso deve ter existido uma estrada com alguma importância permitindo o acesso às minas e ao Castelo, mais acessível por Sul do que partindo de Macedinho.
Pressenti estar próximo de do marco Pedra Luz (que nome curioso!) mas já não havia tempo para mais explorações.
Felizmente o caminho entrou numa zona de declive mais suave e levou-me bastante à frente de Benlhevai, quase na Penha do Corvo, já a descair para Vale Frechoso.
O Cabeço já se encontrava envolto num céu laranja com raios de fogo, estava prestes a anoitecer. Mesmo assim não tive pressa. Sentia-me satisfeito. O Castelo de Macedinho tinha-se revelado bastante interessante, bem digno de se candidatar a maravilha de Vila Flor.
Quilómetros percorridos neste percurso: 40
Total de quilómetros de bicicleta: 1320
Total de fotografias: Perdi a conta

20 junho 2007

De novo em Macedinho


Na azáfama do final de mais um ano lectivo, com um clima completamente instável e estranho para a época, arranjei tempo para voltar a Macedinho. Deste vez procurava vestígios arqueológicos. No meio de muito mato, poços de mina e árvores queimadas, descobri também pequenas maravilhas da natureza. Deixo esta fotografia que mais parece uma renda de bilros, estranha e bela, enquanto espero por tempo para poder descrever tudo o que descobri.

16 junho 2007

Mau tempo, para novas descobertas

Com mau tempo, já há alguns dias, hoje aproveitei para ficar em casa, catalogar e fazer cópias de segurança de alguns milhares de fotografias que já enchem o disco rígido do computador. Das mais de 20 000 que vi, escolhi esta. No Santuário de Nossa Senhora da Lapa, em direcção à Serra de Bornes, vê-se Roios aqui ao fundo. E um céu azul. Azul de verdade, de um azul puro, bonito.
A fotografia foi tirada no dia 21 de Março de 2007.

15 junho 2007

Vestida de branco


As cores dos campos de Vila Flor tem sofrido cambiantes fascinantes. Numa altura que começam a notar-se os efeitos da temperatura, olho para trás fascinado com tudo o que consegui registar. Aqui deixo algumas amostras do branco, sempre lindo, sempre puro.

14 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 7


Conjunto número 7 de candidatos às "7 Maravilhas do concelho de Vila Flor":

19 - Fonte Romana, em Lodões. Apesar de conhecida como Fonte Romana, tem a data de 1680. Junto dela está um tanque que servia de bebedouro para animais. está enquadrada num pequeno jardim com bancos com sombra.

35 - Capela de N. S. do Rosário, Sampaio. Esta capela também é conhecida como Igreja Nova ou Capela do Santíssimo. Trata-se de uma capela barroca com um bonito frontespício. Não conheço o seu interior.

36 - Chaminé dos Ochoas, em Santa Comba da Vilariça. A chaminé do Solar da Casa-mãe que deu origem ao Morgadio de Santo António. A chaminé é muito bonita mas com recuperação de casas em redor a visibilidade da mesma é cada vez menor.

37 - Cruzeiros medievais, em Santa Comba. São três os cruzeiros medievais em Santa Comba da Vilariça. São de grande interesse e imóveis de interesse público desde 1933.

38 - Igreja de S. Pedro, Santa Comba da Vilariça. Trata-se de uma igreja barroca começada em 1719. Tem um bonito frostespício e o portal principal é ornado por duas belas colunas torsas. Os altares, em talha dourada, são dos mais belos que encontrei por todo o concelho.

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13 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 6


Conjunto número 5 dos candidatos às "7 Maravilhas do concelho de Vila Flor".

22 - Capela de S. Marinha, em Meireles. Esta capela situada no fundo da aldeia, é dedicada a S. Marinha. A esta Santa protectora se faz uma festa a 18 de Junho.

24 - Capela de S. Cruz, no Nabo. Esta capela está ainda bastante distante da aldeia do Nabo. A primeira vez que tentei encontrá-la desisti, mas já lá fui 2 vezes. Não conheço o interior. tem inscrita a data de 1714 e foi reconstruída em 1939. fica no caminho para Godeiros. Á frente da capela existe um cruzeiro medieval ( não visível na fotografia).

30 - Capela de Nossa Senhora de Lurdes, Samões. Fica situada junto à escola Primária, mesmo à entrade de Samões (para quem vai de Vila Flor em direcção a Carrazeda). Tem um pequeno recinto, muito bem cuidado, sendo um dos locais por onde a juventude se passeia nas tardes dos Domingos com sol.

31 - Igreja de S. Brás, em Samões. Trata-se de uma igreja barroca com um frontespício muito belo. Podemos encontrar a cruz de malta em vários locais. No arco da capela-mor encontra-se a inscrição "Este arco mandou fazer o povo a..." e falta a data! Atrás da igreja há um bonito relógio de sol e o que resta de uma bela pia baptismal (de que alguém não gostou).

34 - Capela de Nossa Senhora da Rosa, Sampaio. Encontra-se fora da aldeia, quase junto da Ribeira da Vilariça. Já aí se realizou uma feira franca nos 3 primeiros dias de Maio. É um dos principais pontos de devoção em todo o Vale da Vilariça.

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Freguesia Mistério 5

Ao fim de um mês de votação na Freguesia Mistério n.º4 chegou a altura de aferirmos os conhecimentos dos votantes.


Votaram 37 pessoas e a distribuição dos votos foi a seguinte:

Assares (2) 5%
Candoso (2) 5%
Carvalho de Egas (1) 3%
Frexiel (2) 5%
Mourão (1) 3%
Nabo (1) 3%
Roios (6) 16%
Samões (1) 3%
Santa Comba de Vilariça (7) 19%
Valtorno (1) 3%
Vale Frechoso (1) 3%
Vila Flor (8) 22%
Vilarinho das Azenhas (4) 11%

As imagens apresentadas encontram-se na bonita igreja de S. João Baptista, em Roios. Esta hipótese recebeu apenas 16% dos votos. Como se pode ver na margem direita da fotografia, lá está Cristo na Cruz.




Na nova Freguesia Mistério coloco mais um Relógio de Sol, bonito, muito "exposto ao sol", bem conservado e que pode ainda ser utilizado para saber as horas.



Em que freguesia se podemos encontrar este Relógio de Sol?


Participem votando...
(Na margem direita do Blog)

12 junho 2007

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 5

Quinto painel da candidatos a "7 Maravilhas do concelho de Vila Flor", este reunindo só capelas e igrejas.

20 - Capela de Santa Maria Madalena, Macedinho. O exterior é muito simples, no interior tem um pequeno altar com talha do séc. XVII.

23 - Igreja de S. João Baptista, Mourão. De construção românica e formas bastante interessantes, tem um belo altar com talha do séc. XVII.

28 - Igreja de S. João Baptista, Roios. É uma igreja barroca reconstruída nos finais do séc. XVIII. Os altares colaterais são mais antigos. É também de realçar o altar-mor e o tecto da capela-mor com caixões pintados, de grande beleza. Foi uma surpresa para mim, esta igreja.

29 - Capela de N. S. do Rosário, Samões. Encontra-se em obras. O cabido foi destruído e encortado em cerca de 80 cm de comprimento porque o carro de recolha do lixo teimava em bater nele! Vamos ver como fica depois das obras... O interior é muito bonito.

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11 junho 2007

À procura de vestígios arqueológicos no Nabo


No dia 9 de Junho pude partir à descoberta de mais um pouco do concelho de Vila Flor. A opção pela freguesia de Nabo, deve-se essencialmente a dois factores: o primeiro porque, apesar dos votos (no Blog) que o indicam como Próximo Destino, não tem estado muito nos percursos que tenho feito; segundo, porque ao indicar a Godeiros, no Nabo, como candidato a ser uma das “7 Maravilhas de Vila Flor” aguçou o meu apetite em conhecer o local.
Fui de carro. Não porque tenha alterado o meu gosto de contacto próximo com a Natureza, mas porque a Nikon 4300 já está calejada de tanto bater no guiador, mas não arrisco andar com o meu brinquedo novo (Canon 400D) de bicicleta.
Depois de me informar na aldeia sobre a localização de Godeiros e da Pala do Conde, desci ao fundo da aldeia e segui por um caminho rural recentemente arranjado até à Capela de Santa Cruz. A primeira vez que aqui estive (e única) foi quando participei na II Rota da Liberdade, em BTT. Tive pena do automóvel que tem quase duas décadas de idade e continuei a pé. Devido à construção de uma barragem próximo da Vide pela cota dos 200 metros começou a aparecer um largo estradão que seguia na direcção da elevação onde eu pretendia chegar. Os terrenos neste baixa junto ao ribeiro que passa no Nabo, na zona que se pensa venha a ser inundada, estão praticamente abandonados. Um agricultor que lavrava um bonito batatal garantiu-me que as suas terras também já lhe tinham sido compradas! A bacia da futura barragem está limpa de vegetação, optei por seguir por aí e abandonei o caminho. Tentei adivinhar a azáfama que estas terás terão vivido. Lá estão as paredes, os poços, as noras que regavam de farta água uma faixa estreita de hortas ribeiro abaixo. Encontrei mais alguns terrenos cheios de tomate, batateiras e milho, como só nos solos profundos cresce.
Inundado de pensamentos e de suor cheguei à Pala do Conde. A pala, em si, pouco tem de interessante. É uma cavidade natural com alguns metros de profundidade criada por uma laje xistosa. Sobre ela encontra-se algo de interessante. Trata-se de uma sepultura escavada na própria fraga que forma a pala. Esta sepultura, escavada nesta rocha mais resistente, é possível que pertencesse a alguém especial. Assim nasceu a lenda de que se trata da sepultura do Conde, senhor do Castelo de Godeiros. Dei comigo a pensar – Se o Conde foi enterrado aqui, onde descansam os restantes? Parece-me que na limpeza da bacia da barragem, algo mais foi descoberto, falta saber o quê. Resisti à tentação de subir a montanha, à conquista das terras deste conde, optei antes por seguir em frente em direcção ao local onde a barragem começa a ganhar forma.

Mal me desviei um metro do caminho, chamaram-me à atenção alguns pedaços de cerâmica. “Tropecei” nela por acaso, mas não havia dúvida, a concentração de pedaços de cerâmica é enorme. Sem dúvida que existiu aqui um habitat romano. Andei em círculos, a área onde se encontram vestígios, é enorme mas quando me aproximei do Ribeiro Grande que recolhe água do Seixo, Mourão (Valtorno e Carvalho de Egas!), não encontrei mais vestígios. Junto da enorme torre que já se levanta na parte mais funda da futura barragem senti-me minúsculo.
Voltei para trás. De novo no local onde encontrei cerâmica atravessei o caminho e comecei a subir a encosta. Também da parte de cima do caminho há vestígios da zona ter sido habitada. Curiosamente não encontrei nenhum pedaço de barro que me mostrasse terem existido por ali tégulas! Encontrei sim pedaços de barro com diferentes espessuras e graus de finura.
De repente surgiu-me à frente um marco em granito. Não há por aqui granito! Tratava-se de um bloco de granito, com cristais bastante finos, disposto aparentemente como um marco. Na face virada a Sul tem gravadas as letras D. P., não faço a mínima ideia do que significa. Mais curiosas são as marcas que apresenta noutra face. Ou eu estou com visões ou este bloco de pedra fazia parte do umbral de uma porta e não de uma porta recente. Os rasgos serviriam para encaixar a porta que giraria sobre um eixo (não deviam existir dobradiças).

Continuei a subir ao topo do monte conhecido por Godeiros. Comecei a encontrar paredes construídas em círculo, rodeando o monte. Não é muito fácil ter uma visão do conjunto, há muito mato rasteiro e muitos carrascos. Toda a área se encontrava revolvida recentemente. De início pensei que talvez fosse algum javali mas não, foi algum “caçador de tesouros”. Espero que não tenha destruído em vez de preservar. Em termos fotográficos é difícil conseguir algo interessante para mostrar, apenas se podem fotografar pequenos lanços de muros por debaixo da vegetação.
No topo do monte encontram-se vestígios do que poderá ser uma atalaia. As paredes não têm mais de meio metro de altura, a vegetação tomou conta de tudo.
Do alto de monte tem-se uma bonita visão para o Vale da Vilariça, em direcção à Junqueira ou à Horta da Vilariça. Também olhando para Norte de vê o Nabo, espreguiçando-se nas suas ruas alongadas.
Desci a encosta concentrando-me agora na vegetação rasteira. Pequenos tufos de delicadas flores rosadas chamaram-me a atenção. Tratava-se do conhecido fel-da-terra (Centaurium erythraea) usada na medicina popular como tónico digestivo ou para baixar a febre.
Com febre estava eu a ficar, ou seria fome? A hora de almoço há muito que tinha passado, fazia um calor sufocante e a ameaça de chuva concretizou-se antes mesmo de eu chegar ao Nabo.
Fazendo fé no painel de azulejos da Capela da Santa Cruz que diz:
Tendo nascido engegado
De muito longe aqui vim
Tomei banho e bebi água
Com saúde forte vou assim.
Bebi da milagrosa água, antes de partir envolto numa nuvem de pó, em direcção à aldeia. Ainda fiz uma paragem na capela de Nossa Senhora do Carrasco. No cabido exterior penduradas nas colunas de granito havia bonitos ramos de rosas vermelhas a espicaçar a minha criatividade. Com elas dei por encerrada esta minha caminhada “À Descoberta do Nabo”.

As 7 Maravilhas de Vila Flor - Fotografias 4


Aqui fica a apresentação do 4.º conjunto de candidatos às 7 "Maravilhas" do concelho de Vila Flor:

13 - O Vinho. Estou certo de que para alguns esta será a maior maravilha de Vila Flor, também não desgosto. Brincadeiras à parte, o concelho de Vila Flor faz parte de uma região de muitos e bons vinhos. Há um bom leque de vinhos já engarrafados, vendidos a preços bastante variáveis, de qualidade mediana a muito boa. Ao colocar o vinho como "candidato" fui demasiado específico, a minha ideia era englobar o "licor" mas não só, também toda a envolvente, como por exemplo as vinhas.

15 - Miradouro da Gralheira, em Folgares. A aldeia de Folgares é toda ela um miradouro, mas este local, um ponto ainda mais elevado, situado mesmo ao lado da mesma, é digno de ser visitado. É um manjar para os olhos toda a paisagem que a dali se avista.

16 - Fonte Romana, Freixiel. Embora nela esteja gravada a data de 1780, a sua construção deve ser anterior. É arcada e talvez medieval. Junto a esta encontra-se a Fonte das Bicas, com água em abundância.

17 - Forca, Freixiel. É constituída por dois pilares de rochas graníticas, numa pequena elevação que domina a aldeia. Tem bons acessos e daí se tem uma magnífica vista sobre o vale e sobre Freixiel.

18 - Insculturas rupestres da Serra, Freixiel. Embora haja outras insculturas do género, em Freixiel, estas são as únicas que conheço. Estão muito próximas do antigo Castro. Trata-se de um bloco de granito, com alguns metros de comprimento, onde se encontram escavadas um grande número de covinhas, feitas algumas delas de forma ordenada, formando conjuntos complexos.

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10 junho 2007

BTT, o Vale da Vilariça de outro ângulo

Hoje aproveitei para conhecer o Vale da Vilariça, visto do outro lado, do concelho de Alfândega da Fé. Integrado na Feira da Cereja 2007, realizou-se o IV Passeio BTT da Cereja. A minha prática do BTT tem acontecido somente no concelho de Vila Flor (com umas escapadelas a Carrazeda) e com objectivos bem definidos, que ultrapassam o desporto pelo desporto. Hoje, além de poder ver o Vale da Vilariça de outros ângulos contava com a companhia de seis atletas do Clube de Ciclismo de Vila Flor, estando reunidas as condições para uma manhã bem passada.
A concentração foi em frente ao Jardim Público, juntando pouco mais de 3 dezenas de atletas de todas as idades (e pesos). Percorremos alguns quilómetros no interior dos pomares de cerejeiras ainda com alguns frutos vermelhos pendurados, mas em pequena quantidade.
Quando cruzámos a estrada N315 perdi os meus pontos de referência e não sei exactamente por onde passámos, talvez por Vales ou mesmo Sambade, sempre por caminhos rurais. Só quando avistei o Vale da Vilariça, de uma altitude entre os 800 e os 900 metros me senti em casa. Lá abaixo sim, eu conhecia. Pelo menos a margem direita da Ribeira da Vilariça. O céu, ora se carregava de nuvens escuras, ora se abria deixando passar fios de ouro que iluminam pequenos mantos do infindável vale. Foi aí que reencontrei os meus amigos Paulo e Rui Carvalho, preocupados com o meu atraso, mas também fascinado com a beleza do vale, como amante que também é de belas fotografias.
A descida até próximo de Vilares da Vilariça foi rápida (e perigosa). Fiz algumas pausas, não tantas como queria, para registar o Momento. Do outro lado do vale o olhar atente contou, a Trindade, Valbom, Santa Comba da Vilariça, Assares, Lodões e Sampaio cercados de verdes vinhas e olivais.
A pausa para reabastecimento aconteceu em Vilarelhos, a pouco mais de 200 metros de altitude. Depois de saciada a fome, a sede e de algumas conversas bem dispostas, abalámos até Alfandega da Fé. Foi um percurso muito agradável, com algumas subidas íngremes sem nunca tocarmos o alcatrão. Não houve muito tempo para olhar para trás a admirar a paisagem. Quando chegámos a Alfandega, um bátega de água refrescou-nos no último quilómetro.
O almoço foi numa barraquinha, na Feira. A sorte foi termos uma equipa em forma porque tivemos que agarrar na mesa e fugir da chuva que teimava em não nos deixar almoçar em paz!