28 junho 2007

Museu - O Berrão


Deu entrada no Museu em 13 de Junho de 1967, dia em que foi encontrado pelos senhores Eng. Nuno Aragão (Alexandre Nuno Alveres Pereira Palha de Aragão Lobo) e o Doutor Orlando de Carvalho (Orlando Elídio de Carvalho, natural do concelho de Carrazeda de Ansiães, Delegado Interino da Comarca, desde 14-03-1966 e efectivo desde 24-02-1967, exercendo desde 30-07-1969), no Santuário de Nossa Senhora da Assunção, quando procediam a pesquisas arqueológicas.
Ali, numa terra de cereal (distanciada do caminho de acesso ao santuário cerca de 50 metros), pertencente a Francisco Ramos de Vilas Boas, foi encontrada aquela escultura de granito de Grão Médio, que estava fragmentada.
Regressaram, encantado pelo achado, a Vila Flor a fim de arranjarem meio de transporte até ao Museu.
Tempos depois, o Sr. Eng. Nuno Aragão, deslocou-se de novo àquele local, no sentido de saber mais notícias. Encontrou aí o guardador de gado lanígero, José Augusto Trigo, também de Vilas Boas, que interrogado dissera:
a) Que se lembra de, há uns anos, ainda rapaz, ver numa terra de seu irmão, de nome Raul Trigo, (anexa à do citado Francisco Ramos), um “cavalo” em pedra (como lhe chamou, ainda inteiro, pois muitas vezes cavalgou nele);
b) Presume-se pois que pedreiros o tinham fragmentado para fazer cubos de calçada ou pedra para paredes, não o aproveitando, dado a sua configuração, dado que o teriam deitado a rebolar da terra de seu irmão Raul Trigo para a de Francisco Ramos.
Do achado se deu conhecimento ao Sr. Prof. Dr. Santos Júnior, eminente mestre de arqueologia que propositadamente a 28 de referido mês de Junho de 1967, se deslocou para apreciar (posteriormente o Sr. Prof. Visitou-a mais duas vezes), que ao vê-la teve a seguintes apreciações: - É uma maravilha. Peça estupenda, simplesmente estupenda. O Museu de Vila Flor fica com uma peça preciosa, tratem de cola-la.
Em face da avalizada opinião daquele Mestre em Arqueologia, em 10-07-1967, deu-se conta do achado ao Sr. Prof. Dr. Jorge de Alarcão, da Universidade de Coimbra e Instituto de Arqueologia, ao mesmo tempo que se solicitou a indicação de uma cola, destinada a ligar o “Berrão”.
Depois de colado com todo o cuidado, o “Berrão” , de épocas remotas, verdadeira peça de museu, foi colocado na galeria do rés do chão, em 3 de Maio de 1969, assente numa base de granito, serviço esse feito graciosamente, pelo canteiro Vítor Matos.

As medidas daquela bela escultura são:
Comprimento 1,49m
Altura (incluindo a peanha) 1,31m
Distância entre as patas 1,38m
Perímetro retaguarda 1,69m

A fotografia acima foi tirada 13-06-1967 pelo Sr. Dr. Orlando de Carvalho, quando se foi buscar o “Berrão” para o Museu. Dela constam (da esquerda para a direita): João Sobral, Filinto Duarte Félix, Raul de Sá Correia, Eng. Nuno Aragão, Francisco de Soveral Pastor, e Raul António Hortelão.

O texto e a 3.ª fotografia encontram-se no museu numa pasta que contém toda a informação referente ao Berrão. Por isso convido os leitores a uma visita ao museu para verem o Berrão ao vivo e a todas as antiguidades que o rodeiam.

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