16 fevereiro 2008

Encontros com a História - 1


Em 27 de Maio de 1935, o então presidente da câmara Dr. Francisco Guerra escreve ao Director Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais em Lisboa, um oficio, acompanhado por fotografias, pedindo a vistoria a três edifícios do concelho, a fim de serem classificados como imóveis de interesse público. Eram eles: a Fonte Romana, a Capela de Santa Luzia e a igreja Matriz da Trindade. A respeito da Fonte Romana, afirmava ser “única no país”.
O parecer (10 de Novembro de 1936) do Ministério da Educação Nacional – Junta Nacional de Educação, Conselho Permanente da Acção Educativa a respeito da classificação da Fonte Romana de Vila Flor como Imóvel de Interesse Público, foi favorável.
“Se não é seguro que essa Fonte, a que Rodrigo Mendes da Silva dá, em 1675, o nome de “Poço do Arco”, tenha origem romana, pois o que nele possa ainda existir desse tempo, a ser verdadeira a tradição, está enterrado nos seus mais fundos alicerces, não deixa contudo a mesma Fonte de valer apesar disso. A parte visível do seu primeiro lanço, do período gótico, e o seu andar superior, da época do renascimento, este, como aquele inteiramente em granito, mas coroado com uma cúpula em tijolo, constituem um conjunto que impõe todas as medidas necessárias à sua conservação.”


Exm.º Senhor Arquitecto Chefe da
2.ª Secção
PÔRTO

Para os devidos efeitos comunico a V. Exª. que, por portaria de 25 do corrente mês, foi concedida pelo Capº 3º, Artº 51º, Nª 1 – a), para obras de conservação e restauro da FONTE ROMANA DE VILA FLÔR, - distrito de Bragança, a quantia de Esc. 2:000$00, com dispensa das formalidades de concurso público e de contracto escrito, nos termos da alínea c) do Artº 5º, do Decreto Nº 27:563, de 13 de Março de 1937.
A Bem da Nação
Lisbôa, Direcção dos Monumentos Nacionais, em 28 de Março de 1938.
O Arquitecto Director
(assinatura)


A Fonte Romana de Vila Flor, foi considerada Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 27.394, de 28/12/36, sofrendo obras de restauro, em Fevereiro de 1939, com a verba de 2.000$00 atribuída pela Direcção dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Em 1942, necessitava ainda de obras (avaliadas em 1.500$00), mas em 1945 essa verba ainda não tinha chegado à câmara.

A primeira fotografia é de 1950 e além da fonte mostra um aspecto bem diferente das Eiras, onde se situa hoje a Escola EB2,3/S de Vila Flor.
O telegrama digitalizado enviado pelo Presidente da Câmara à Direcção dos Edifícios e Monumentos Nacionais, tem a data de 30 de Dezembro de 1936.
A segunda fotografia da Fonte Romana é de 1954. Mostra também uma parte da vila, que se pode comparar com a actualidade.
A terceira fotografia da Fonte é de 23-10-2007.
Toda a informação foi recolhida on-line no site do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

1 comentário:

Anónimo disse...

OLá.
Este é um dos marcos maiores desse lugar, pois tem a tradição e a memória do povo concede-lhe destaque nas antigas histórias intemporais.
Foi bom ver este monumento nestes três enquadramentos, ver como ele se enquadra e adapta ao evoluir e crescer da Vila.
Belo apontamento, como é apanágio deste espaço, que nos aviva a memória.
abraço com amizade.
Li Malheiro