01 outubro 2008

A tua trança


Eu amo a negra trança
Que balança
Dos teus ombros
Com assombros
De encantar...

Minda,
Quando sorris,
És tão linda
Com a trança,
Que minha alma não se cansa
De sonhar em calibris.

Trança que pendia dos teus ombros,
Não a cortes. Não a percas.
Pois é chama
Que me chama
E aquece
Quem te ama...

Oh, quem dera
Ter a tua trança...
Mas a um louco
Nem um pouco
A tua trança
Pertencera...

Queria cortar-ta,
Roubar-ta.
Mas, se o fizesse,
Parece
Que não serias depois igual...
E, para meu mal,
Quem me desse
A tua trança...

Poema de Nascimento Fonseca, publicado no jornal Notícias de Mirandela a 18-02-1962.
Fotografias: pormenores de duas casas em Vila Flor.

7 comentários:

Anónimo disse...

Aníbal, muito obrigada!!!...
Cumprimentos
Anita

Anónimo disse...

Olá
Obrigada! Estou bastante sensibilizada com o título; com o autor; e, com o que ele queria mas não queria...
Numa atitude de "desespero" - quando eu chorava muito ao ser penteada - alguém me fez uma trança e, zás, cortou-me o cabelo rente... e ... nunca mais usei o cabelo comprido.
Mais uma vez este HOMEM me enche o coração de saudade.
Abraço
Esmeralda

Anónimo disse...

Que poema tão bonito o Professor Fonseca, esta no céu mas ficaram mensagens tão lindas na terra.Para nós recordarmos com muita saudade.Um beijinho para a Professora D.Anita.

Anónimo disse...

Mais um lindo poema do nosso inesquecivel PROFESSOR FONSECA.
Entre estes poemas e fotos desses campos que faz atraves dessas Aldeias tao rusticas fico de boca aberta e nao tenho ja palavras para lhe agradeçer.Mais uma vez muito OBRIGADO.UM ABRACO AMIGO.
GUIHERME SOUSA FRANCA.

SE ME PERMITE APROVEITO PARA SAUDAR
A S.D.ANITA.

Anónimo disse...

Aníbal, se me permite, agradeço as palavras simpáticas da Esmeralda, do Anónimo e do Guilherme Sousa. A todos um "muito obrigada" e desejos de muita saúde e felicidades. Mais uma vez, os meus agradecimentos ao Aníbal pelas emoções que nos desperta!!!...
Cumprimentos
Anita

AG disse...

Estejam à vontade para trocarem cumprimentos ou o que quer que seja de positivo. Esta aventura de Descoberta, desperta redescobertas, não estava nos meus planos mas é bom.
Cumprimentos para este leque de comentadores (diários e) atentos.
Estas tecnologias loucas também podem ter boas utilizações!

Aníbal

Anónimo disse...

Para quê palavras?
Este poema transportou-me,a tempos idos,que recordo com muita saudade e uma lágrima no canto do olho.
Sempre soube que era um homem profundamente sensível,um ser humano um educador fantástico.
Só posso dizer,que saudades e obrigado,pelo que hoje sou,como homem, como ser humano,bom prof.Fonseca.(desculpe profªAnita,é a minha alma a falar,não deu para guardar só pra mim).
Rui Guerra