30 novembro 2008

Raul Alexandre de Sá Correia

O museu Berta Cabral vai comemorar amanhã (dia 30 de Novembro) os seus 50 anos existência. A proximidade deste acontecimento levou-me a fazer algumas reflexões sobre uma pessoa que ficará para sempre ligada à história deste museu, Raul Alexandre de Sá Correia.
Raul Sá Correia nasceu em Vila Flor a 22 de Maio de 1900. Fez a sua instrução em vários locais mas volta a Vila Flor, com 12 anos de idade começando a trabalhar num estabelecimento comercial. Poucos anos depois radica-se em Lisboa, voltando a Trás-os-Montes para cumprir o serviço militar. Em 1924 parte para Angola e em 1926 para o Brasil, depois de ter regressado de Angola. Em 1930, tendo já 30 anos, regressa a Vila Flor sendo nomeado chefe da secretaria de Câmara Municipal de Vila Flor. Mantém-se nessas funções até 1970, altura em que cessa funções, por limite de idade.
Morre a 8 de Dezembro de 1993, em Lisboa, sendo sepultado em Vila Flor, no dia seguinte.
A ideia da criação de uma biblioteca municipal de leitura domiciliária começa a ganhar forma em 1947, e em 1954 inicia-se o restauro do edifício dos antigos donatários de Vila Flor, do séc. XIII, a fim de ser adaptado a biblioteca e museu. A biblioteca foi fundada em 1946 e o museu em 1957.
Se é reconhecido por todos os vilaflorenses o seu seu papel na criação e manutenção da biblioteca e do museu, pouco se tem dito do seu desempenho enquanto chefe de secretaria da Câmara Municipal. A este respeito, afirmava Guilherme Miller Guerra, em 1970, aquando da cessação de funções de Raul Sá Correia: “Quero ainda lembrar uma frase tantas vezes dita por meu pai: com colaboradores como o Raul, custa bem pouco ser presidente”.
Nesse mesmo ano renunciou à gratificação de 600$00 mensais que lhe foi atribuída, em complemento à sua reforma, pelo desempenho de director do museu. Esta gratificação tinha sido autorizada pelo Conselho de Ministros, sob proposta da Câmara Municipal de Vila Flor.
A biblioteca é pouco utilizada, apesar dos mais de 22 mil livros. Eu já recorri a ela, encontrando um grande número de livros sobre Vila Flor ou escritos por vilaflorenses, que não consegui encontrar em mais lugar nenhum. Na era da tecnologia, em que as bibliotecas deram lugar a mediatecas e ludotecas, são os dois computadores existentes no museu e com ligação à Internet, que têm uma utilização quase ininterrupta.
Quanto ao museu, são mais de 2 mil objectos, distribuídos por várias salas, tendo uma o nome de Raul de Sá Correia. Curiosamente, o acervo talvez mais valioso, e aquele que mais orgulhava Raul de Sá Correia, não está visível numa simples visita. Trata-se do arquivo da Biblioteca-Museu. Na década de 30 começou a organizar “dossiers” sobre os habitantes de Vila Flor, ascendência e descendência. Em Junho de 1946 oferece à Biblioteca Municipal mais de mil recortes de jornal que diziam respeito ao concelho de Vila Flor e suas gentes, que foi juntando desde 1931. A oferta tinha uma condição: a Câmara Municipal ficava obrigada a dar-lhe continuidade, adquirindo jornais e outras publicações que permitissem continuar o enriquecimento do conjunto.
Durante sessenta anos que Raul de Sá Correia passou a juntar "papeis", os arquivos foram alargados, novas pastas foram acrescentadas. Estão lá representados todos os vilaflorenses ilustres (com uma grande colecção de pastas para Cabral Adão), mas também políticos, escritores, intelectuais, jornalistas, actores, artistas plásticos, etc. Também lá estão pastas dedicadas a todas as freguesias do concelho e muitas dedicadas a freguesias de concelhos vizinhos, como por exemplo o de Carrazeda de Ansiães.
Este manancial de informação, embora não visível ao público, está disponível para consulta, tendo já sido utilizado por muitos estudiosos e alguns curiosos em busca da história da sua própria família. Eu tenho utilizado bastante estes arquivos na pesquisa de informação e o acesso sempre me foi facilitado. A actualização destes “dossiers” continua a fazer-se e além da pequena sala repleta de pastas, há outras arquivadas no rés-do-chão, permitindo um sem número de motivos de interesse.
Raul de Sá Correia era um homem de fé. Por isso, deve estar orgulhoso daquilo que conseguiu fazer com dedicação sem limites, até ao momento da sua morte, mas também satisfeito com a crescimento e vida patente no número de visitantes e de utilizadores que a Biblioteca-Museu continua a ter.

29 novembro 2008

De Vila Flor a Folgares

Pode dar a impressão de que me acomodei e abandonei as viagens a pé e de BTT pelos caminhos trasmontanos, mas não é verdade, simplesmente as minhas últimas Descobertas têm decorrido fora do concelho de Vila Flor.
O gosto pelas caminhadas vem de longe, de Miranda do Douro, mas renasceram com os percursos que tenho feito na Linha do Tua. No dia 16 de Novembro estive em Carrazeda de Ansiães no lançamento de uma rede de Percursos Pedestres (5 e mais um de BTT).
Hoje vou ilustrar uma caminhada que fiz no dia 23 de Novembro, entre Vila Flor e Folgares. Embora já tenha feito o percurso de BTT no sentido inverso, subir o Vale da Cabreira é um bom desafio, quem o conhece, sabe do que estou a falar.
Saí muito cedo de casa, a manhã estava gelada e acelerei o passo também para aquecer. O sol já tinha despertado, mas o frio da noite ainda estava visível numa boa camada de geada. Vila Flor ainda dormia.
O percurso estava grosseiramente delineado: seguiria em direcção a Samões por caminhos rurais; desceria depois até Freixiel; seguiria depois pelo vale, ascendendo pela encosta, até atingir Folgares.
O percurso até Samões é conhecido, já o tenho feito muitas vezes de bicicleta. Passa perto da Quinta da Velha e pelo Marco e entra em Samões por detrás da igreja. Desci a rua até à capela de Nossa Senhora do Rosário. Depois, apanhei o caminho em direcção à Ribeira da Redonda, a caminho de Freixiel. As sombras ainda cobriam a encosta e os olmos não deixavam o sol derreter a geada dos lameiros. Não é todos os dias que vejo nascer o dia num lugar assim! O sumagre da beira do caminho apresenta o seu vermelho mais vivo. Os frutos orvalhados das oliveiras, começam a ganhar cor. Em direcção a Carvalhos de Egas segue a Ribeira do Vimeiro onde brilham as cores de algumas caducifólias.
À medida que me aproximava da ribeira, uma preocupação ia aumentando. Neste lugar há várias cortes onde os rebanhos de gado passam a noite. Dada a hora, os rebanhos ainda não tinham saído e iria encontrar os cães pastores. Mesmo assim, não me desviei do caminho, mantendo o sangue frio mesmo com os mastodontes a curta distância. Felizmente tudo correu bem.
Gostei de verificar que algumas videiras ainda mantinham coloridas folhas. Sabia que iria percorrer zonas de muita vinha, mas nunca imaginei que fosse tanta.
O caminho é cheio de ziguezagues, a subir e a descer, entre vinhas e sobreirais. Quando cheguei ao local onde devia passar a Ribeira do Pelão apercebi-me da existência das ruínas de um moinho. Apesar de ter a noção de que não devia perder muito tempo, não consegui passar à frente e fui dar uma espreitadela.
Pouco depois apareceu recortada no céu, com o sol brilhante por cima, a forca de Freixiel. Mais uma vez me desviei do percurso para a visitar e mais uma vez tive que enfrentar os cães dos pastores, agora mais sociáveis do que os que encontrei nas Olgas.
O café que não tomei em Vila Flor, que não tomei em Samões, apetecia-me cada vez mais. Parece que não sou o mesmo, sem um café pela manhã! Segui pelo centro de Freixiel na esperança de encontrar um café aberto o que veio a acontecer, na Rua do Concelho. Depois de uma rápida passagem pelo pelourinho subi ao santuário de Nossa Senhora do Rosário, pela rua com o mesmo nome. Eram praticamente onze horas da manhã.
Se até aqui o percurso era meu conhecido, daqui para a frente ia ter que recorrer mais ao sentido de orientação porque iria percorrer zonas nunca antes por mim Descobertas.
Saí em direcção ao vale da Cabreira partindo do santuário. Aqui fui surpreendido com vinhas e mais vinhas. Este vale é muito bonito para mim e, não tendo a dimensão e a riqueza do Vale da Vilariça, tem atributos que fazem dele o mais agreste e ciclópico vale do concelho.
Desde muito cedo me apercebi que estava a seguir demasiado pela encosta. O caminho que sobe pela Quinta do Pobre até perto do Pé de Cabrito, tem um trajecto mais pelo centro do vale, muito próximo da Ribeira da Cabreira. A paisagem era fantástica, o caminho bom, por isso decidi seguir em frente.
Perto do meio-dia a fome apertou. Como ando sempre precavido, comi uma sandes e não me faltaram algumas uvas rebuscadas para sobremesa. Que delícia de bagos.
Continuei a subir a encosta até que, por volta do meio-dia o caminho onde até carrinhas podem circular, terminou. Terminou num espécie de “oásis” cheio de árvores de fruto de todas as espécies, cuidadas com muito carinho. Seria muito complicado se tivesse que voltar para trás, quase a Freixiel. Investiguei um pouco o terreno. Havia um enorme rochedo que protegia uma espécie de cabana, com uma esteira com palha e um manhuço de feno atado à altura do focinho do melhor meio de transporte nestas encostas. De repente pareceu-me ver um carreirão coberto de folhas de castanheiros que subia pela encosta.
Tentei seguir por ele. Com satisfação verifiquei que seguia em direcção a Folgares. Este caminho estreito, que segui durante mais de dois quilómetros, deve ser centenário! Nalguns lugares as ferraduras dos animais que o percorreram desgastaram o granito mais de 20 centímetros de profundidade! Quantos animais foi necessário passarem por aqui para ficar assim? Durante quantos anos? É completamente impossível por aqui ter circulado qualquer carro, nem mesmo de tracção animal, somente pessoas, cavalos e burros. Sabia da existência destes caminhos. Andei por aqui quando tinha mais ou menos 10 anos, aos figos e às uvas, pois o meu tio Carlos fabricava aqui um destes “terrenos plantados de fragas". Os burros que nos transportavam conheciam melhor os caminhos do que nós!
Fiquei entusiasmado. Que excelentes percursos pedestres seria possível traçar por aqui usando estes caminhos! São os únicos que há, percorridos ao longo de séculos pelos habitantes de Folgares condenados a arrancarem das fragas o próprio pão, porque não há neste lugar espaço para terrenos mais produtivos.
Espero um dia voltar a estes caminhos, quem sabe na primavera, quando a natureza se confunde com as hortas e o homem se funde na paisagem. Aqui é a natureza que molda o homem.
Era quase uma da tarde quando cheguei às primeiras casas de Folgares. Os habitantes são poucos e àquela hora, estariam possivelmente a almoçar. Já não tive tempo para fazer um passeio pela aldeia, antes continuei a caminhada em direcção a Zedes. Um dos pontos mais altos do concelho de Vila Flor é junto ao campo de futebol de Folgares (mais de 800 metros de altitude). A paisagem que se avista é magnífica! Aqui, é possível encontrar ao longo da linha de divide a freguesia de Zedes da freguesia de Freixiel, muitas marcações com a cruz da ordem de malta, mas delas falarei numa outra oportunidade.
Deixo também o percurso feito. Também pode ser feito de bicicleta BTT podendo haver alguma dificuldade nos últimos dois quilómetros.

Cai neve em Vila Flor

Ao fim da manhã de hoje começou a nevar em Vila Flor. É possível que a neve não cubra o chão de branco porque desde ontem que chove, embora com pouca intensidade. Fazem-se sentir fortes rajadas de vento mas ao início da manhã cheguei a ver o céu azul.


13:35 - Afinal a neve nem chegou a deixar marcas. Já fez sol e agora está um céu muito escuro, só o vento frio com fortes rajadas se mantém.

20 novembro 2008

Meireles

Meireles acorda muitas vezes envolto em pequenas nuvens de vapor de água. Desta vez captei a sua dissipação, deixando brilhar as cores de outono numa fresca manhã.

15 novembro 2008

Sábado com sol


Há semanas que andava a “vigiar” a vegetação nas margens do rio Tua. Tinha vontade de fotografar a Linha (e o rio) com as cores do Outono, e agora que a paisagem estava com o colorido desejado, veio a chuva e tombou as folhas. Este sábado estava destinado ao troço entre o Cachão e Mirandela, mas, ao início da manhã, o nevoeiro cobria toda a área que pretendia visitar.
Enquanto esperava que os raios de sol chegassem e inundassem o rio, desci ao Cachão e depois a Vilarinho das Azenhas. Perto do meio-dia, o sol apareceu, mas já eu tinha posto à prova toda a minha criatividade para fotografar com condições adversas. O resultado deixou-me bastante satisfeito.

As duas fotografias que partilho hoje mostram muita beleza deste nosso cantinho. A primeira foi tirada acima de Meireles, junto à Quinta da Veiguinha. A segunda foi tirada na ponte sobre o Rio Tua, em Vilarinho das Azenhas.

13 novembro 2008

Caminhada até Roios

Tenho andado tão “distraído” com algumas bilhós que têm rebentado por aí que deixo passar as minhas “reportagens” sem ao menos mostrar uma ou duas fotografias de alguns dos passeios pelo concelho.

Já lá vais mais de um mês que fiz uma larga caminhada pela serra, que se prolongou para lá de Roios, admirando uma zona bastante agreste e pouco conhecida da maioria das pessoas. Foi no dia 5 de Outubro e começou ao início da manhã. A subida ao Facho, partindo da Rua do Carriço, é um bom exercício de aquecimento. É uma boa oportunidade para apreciar o céu azul em contraste com o verde das agulhas dos pinheiros.

Depois de atingir o alto, a descida nas costas da serra, olhando Bornes é um percurso sossegado, onde o barulho da civilização pouco se faz ouvir. Pensei talvez fotografar as vinhas, ainda com uvas, mas não havia já nada por vindimar.

Contornei a aldeia de Roios, por norte, não chegando a entrar nela. Havia vários caminhos alternativos e quase ao acaso, optei por um. Conduziu-me a lado nenhum. Veio-me à memoria um dos percursos mais difíceis que já fiz por estas paragens, a 9 de Maio de 2007, quando atravessei várias quintas, acabando por chegar a Assares.

As dificuldades em seguir em frente eram mais do que muitas. Após subir a um morro para admirar as quintas em frente, bem como o Vale da Vilariça com Lodões a espreguiçar-se ao sol, decidi apanhar um caminho que me levou a Roios. A aldeia estava tranquila, possivelmente todos estavam em volta do almoço e eu também já lhe tinha vontade.

Optei por seguir o caminho mais curto para chegar a Vila Flor. Nos livros de João de Sá é muitas vezes referido o caminho que liga Vila Flor a Roios, passando pelas capelas. Nunca segui esse caminho, mas penso fazê-lo numa próxima oportunidade. Desta vez segui mesmo em linha recta, por debaixo de um linha eléctrica, onde tinham limpo o mato. É um percurso íngreme e extenuante, mas fez-me chegar às capelinhas mais rapidamente.

Para completar o percurso, subi ao miradouro e desci à Rua do Carriço, ainda a tempo de me recompor com um bom almoço.


08 novembro 2008

Flor do Mês - Outubro de 08

A flor escolhida para representar o mês de Outubro no concelho de Vila Flor, é mais um exemplar de grande beleza. Trata-se de um jacinto, que tem o nome científico Scilla autumnalis L.. Já não é a primeira vez que chamo a atenção para esta pequena flor. Nos dois últimos Outonos fotografei-a várias vezes em locais distintos do concelho. Em outubro de 2007 escrevi mesmo um pequeno artigo que pode ser lido aqui.
É uma planta muito pequena e delicada. A aste floral, que se apresenta completamente despida de folhas, tem menos de 10 centímetros de altura e passa completamente despercebida a quem não olhar atentamente. A facilidade com que as flores aparecem logo após as primeiras chuvas de Outono, dão-lhe a fama de anunciadores da estação.
Os exemplares que aparecem na fotografia foram captados junto à capela de Nossa Senhora da Lapa, ao longo do mês de Outubro.

06 novembro 2008

Entre Samões e Vilas Boas

Chegaram os dias de nevoeiro e frio. Infelizmente a chuva insiste em não aparecer e os charcos que teimavam no fundo das charcas e poços já se esvaíram. Não há sequer humidade para que os cogumelos possam romper a estreita camada de terra que os separa da superfície! A desolação tomou conta das vinhas que pouco a pouco se despem. A humidade do ar desliza para a Vilariça, criando um manto branco e permitindo-nos ver o azul do céu, nem que seja a curtos espaços.
Pelo fresco da tarde, saí de bicicleta em direcção a Samões.
O objectivo era esticar os músculos e arejar a mente do ambiente pouco saudável que se vive na escola. É que o nevoeiro há muito que se instalou, roubou-nos o calor, o entusiasmo, faz-nos sentir vazios, meros instrumentos de propaganda estatística.
Entrei em Samões por detrás da igreja e desci a Rua do Salgueiral. Não perdi muito tempo, pretendia descer em direcção ao ribeiro das Olgas. O percurso que segui não era propriamente aquele que tinha planeado, mas acabei por seguir na direcção pretendida. Quando atingi a estrada de Freixiel, a tarde já estava muito cinzenta, não permitindo mais fotografias. Concentrei-me no pedal, contornei a pedreira, seguindo em direcção a Vilas Boas. A tarde já ia adiantada e achei que seria melhor cortar ligeiramente à direita, acabando por não ir a Vilas Boas. Atingi a estrada muito perto do Campo de Futebol de Vilas Boas, junto ao cruzamento que dá para o Santuário de Nossa Senhora da Assunção.
Aproveitei a existência de alguns pinhais para tentar encontrar cogumelos mas a busca foi em vão. Não consegui encontrar um só, para a fotografia!
Segui por um caminho completamente desconhecido para mim, acabando por ir parar numa perigosa descida na estrada que segue para Meireles. A tarde estava no fim e caíram algumas desgarradas gotas de água. Estava na hora de regressar a casa.



Quilómetros percorridos em BTT: 20
Total de quilómetros de bicicleta: 1897

05 novembro 2008

Alminhas (desaparecidas)

Este fim de semana celebrou-se o Dia dos Fieis Defuntos. Muitos foram os que se deslocaram ao cemitério para recordar e rezar pelos seus ante-queridos. Possivelmente nem todos repararam que as alminhas que estão nesta fotografia e que se encontravam a poucas dezenas de metros do cemitério de Vila Flor, desapareceram do lugar onde se encontravam. É caso para se pensar que já não há respeito nem pelo sagrado, nem pelo repouso dos que já partiram.
O desaparecimento das alminhas aconteceu já há alguns meses e foi comunicado a GNR. Não sei se houve mais algum desenvolvimento. É pena que o este património, antigo, mais simbólico do que valioso, seja alvo da cobiça alheia. Além da desolação que provoca ver o lugar vazio, cria uma sensação de insegurança e de desconfiança.

03 novembro 2008

Freguesia Mistério 21

Foram 39 as participações na Freguesia Mistério n.º20, em Outubro de 2008. A resposta não era fácil, apesar de eu dar algumas pistas que ajudavam bastante os mais atentos. Também já falei várias vezes nestas alminhas em muitos dos meus passeios de bicicleta. Estas alminhas situam-se muito próximo do marco geodésico do Concieiro, a mais de 700 metros de altitude, entre a freguesia de Carvalho de Egas e o Santuário de Santa Cecília. Algumas centenas de metros mais à frente, mais próximo do santuário, há outras "alminhas", escavadas num enorme bloco de granito, que foram também recentemente redecoradas ao estilo que a fotografia documenta. Um terceiro exemplar existe num rochedo (este mais pequeno), mesmo junto à estrada que liga Samões à barragem Camilo Mendonça.
As duas alminhas que se situam próximo do Concieiro, estão no traçado de uma antiga estrada militar que ligava Almeida a Chaves. Estão numa zona de transição de freguesias, mas pela carta militar, o lugar pertence à freguesia de Carvalho de Egas. Só 10% dos votos foram atribuídos a Carvalho de Egas! Esta foi a distribuição de todos os votos:
Benlhevai (1) 3%
Candoso (5) 13%
Carvalho de Egas (4) 10%
Freixiel (2) 5%
Lodões (2) 5%
Nabo (5) 13%
Samões (1) 3%
Santa Comba de Vilariça (1) 3%
Seixos de Manhoses (1) 3%
Valtorno (2) 5%
Vale Frechoso (1) 3%
Vila Flor (7) 18%
Vilarinho das Azenhas (4) 10%
Vilas Boas (3) 8%

O desafio da Freguesia Mistério n.º21 é de novo o interior de uma igreja/capela. É um interior lindíssimo, recentemente restaurado mas inicialmente construído em 1958. O que mais me chamou à atenção foi a imagem de Nossa Senhora do Parto. (que não aparece na fotografias).
Chamo a atenção que apesar de se designar "Freguesia Mistério", tanto pode ser uma freguesia como um lugar anexo.
Espero muita participação.

02 novembro 2008

Clube de Xadrez de Vila Flor


"O Clube de Xadrez de Vila Flor nasceu em 1987 e legalizou-se em 1990, com a finalidade de apenas se jogar Xadrez, chegou a ter filiados, entre adultos e jovens, mais de 50 jogadores!
O clube foi várias vezes campeão distrital, participou durante vários anos na Taça de Portugal e na 2ª e 3ª Divisões. Organizou os Campeonatos Nacionais de Semi-Rápidas em 1992, 1993 e 1994. Organizou os famosos (nos anos 90) Torneios de Xadrez "Amendoeiras em Flor" nos anos de 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 e 1996, sempre com prémios acima dos 500 contos (acima dos actuais 2500 euros), passaram por Vila Flor os melhores jogadores portugueses e muitos estrangeiros (O GM Spraggett venceu por 2 vezes o GM Fernandes por 1 vez, o GM Galego por 1 vez, o GM Antunes por 1 vez). A média de jogadores por torneio andava acima dos 120 jogadores. Num dos Nacionais tivemos acima dos 150 participantes!
Recordo que na altura a AXB tinha sede em Vila Flor (onde além do Clube de Xadrez de Vila Flor havia a Associação Cultural e Recreativa de Vila Flor e o Clube Jovem de Vila Flor, todos a jogar Xadrez) e tinha vários clubes (3 clubes em Moncorvo, 3 clubes em Vila Flor e 1 em Bragança)... Velhos tempos!!!"

por Vítor Sil


A reactivação do clube, levada a cabo a 25 de Outubro de 2008, toma por horizonte o recuperar desses velhos tempos...
Pretendemos dinamizar novamente o clube, em Vila Flor, e levar o nome desta mais longe, dar um contributo para a juventude, para a sociedade...
Mas, após o longo período de inactividade, o clube necessita de divulgação, de apoios e patrocínios, um espaço físico para poder ensinar a população, realizar treinos e torneios, bem como uma viatura para deslocações...
Pedimos a toda a comunidade que ajude a divulgar a activação deste clube que tanto brio deu a Vila Flor.

Site: http://cxvilaflor.blogspot.com/
Contacto: cxvilaflor@gmail.com

O responsável,
Paulo Afonso

Nota: A segunda fotografia foi retirada do Boletim Municipal de 1996