17 setembro 2009

Até onde pode ir a fotografia?

Já devem ter reparado que as fotografias que ilustram o blogue não têm comparação com aquelas que aqui coloquei à 3 anos atrás. O equipamento que usava há três anos atrás não é o mesmo que uso hoje, há diferença de algumas centenas de euros. Mas não está no equipamento a principal diferença... está na aprendizagem. Nestes três anos não descobri somente os recantos mais bonitos do concelho, redescobri o prazer de fotografar e editar as fotografias de forma a transmitir, o que está para lá da objectiva, mas também o que está dentro do fotógrafo.
As fotografias de Vila Flor correm mundo e rivalizam com as fotografias dos locais mais belos, na América, na Europa central, na floresta amazónica, em todos os locais onde há apaixonados por esta arte.
Há pessoas que acham que editar uma fotografia é adulterar a realidade. Só quem não conhece a máquina fotográfica é que pode pensar assim. A fotografia nunca foi e nunca será uma fotocópia do mundo que nos rodeia. Quando eu selecciono o diafragma e a velocidade, já estou a obrigar a máquina fotográfica a registar como eu quero. Quando entregávamos o rolo numa casa de fotografia, ela era tão responsável pelo resultado final como nós que fizemos o negativo. Nos primeiros tempos da fotografia elas eram retocadas à mão. Nas primeiras fotografias com cor, as cores eram artificiais, literalmente pintadas pelas mãos hábeis de fotógrafos, sobre fotografias a preto e branco. Quando vemos um anúncio publicitário ou vemos uma fotografia numa revista, não nos passa pela cabeça as horas, por vezes dias, que foram necessários para chegarem ao produto final.
Hoje é tudo mais rápido e mais pessoal. Eu programo a máquina fotográfica antes de sair de casa, e, mesmo que use a mesma máquina que outra pessoa, no mesmo local, a fotografia nunca será igual.
Neste Verão comecei a fazer uso de outros recursos. Trata-se de um percurso de Descoberta, onde tenho aprendido muito. Trata-se de recriar imagens alterando-lhe a cor, acrescentando texturas, luz, sombra, procurando efeitos que podem ser fantásticos aos olhos de uns, medíocres aos olhos de outros. Hoje já não tiro só fotografias! Também faço registos com a intenção de os editar, por vezes durante horas a fio. O resultado, mais ou menos espectacular, é fruto não de um instante, mas de longo processo criativo, como quando se escreve um poema, ou se pinta uma tela.
Espero que gostem...

Nota: a primeira fotografia foi tirada no Arco, perto do cemitério em direcção ao Vale da Vilariça; a segunda foi tirada perto de Vila Flor, subindo pela Rua do Carriço; a terceira foi tirada no alto do Facho, perto do marco geodésico.

3 comentários:

Júlia Ribeiro disse...

Caríssimo Aníbal:

Tenho mesmo de dizer o que sinto : as suas fotografias são um espanto! Isto não é fotografia: é ARTE .

Um abraço
Júlia

Transmontana disse...

Aníbal:

Repito as palavras da Júlia : as suas fotografias são obras de arte, feitas com amor e dedicação!
Muitos parabéns, e que tenha forças para continuar a mostrar-nos tanta beleza!
Cumprimentos
Anita

Li Malheiro disse...

Olá.
Sempre a inovar e a evolução sente-se na qualidade cromática, tal é a variada gama de cores que as fotos nos revelam, não só como dizes, a qualidade da paisagem mas também o toque do artista e o seu olha atento que está antes do clique.
É bom ver a paisagem pelo teu olhar de mestre.
Abraço.
Li Malheiro