29 março 2010

No Calvário

Endoenças 5 - No Calvário

Meu ombro ampare a Tua Fronte exangue.
Possa sarar a Chaga do Teu Lado.
E fique em minhas mãos depositado,
Da Agonia, o Teu suor de sangue!

Eu sei que não sou digno. No exílio,
Do Reino só se avistam os sinais:
Uma luz ténue, um som e pouco mais.
Mas, entre nós, não há nenhum dissídio!

Falo-Te, aqui, de homem para Homem,
Não de homem para Deus, como quem sabe
Que a Tua Palavra persuade
Mesmo sem ascenderes a outra Ordem!

Não temo, junto a Ti, Morte e Paixão.
Reserva-me a cruz do Bom Ladrão!


Poema de João de Sá, do livro "Flores para Vila Flor", 1996
Fotografia: Vila Flor; Via Crucis, 28-03-2010

1 comentário:

Transmontana disse...

Lindo poema, muito adequado à quadra que vivemos!
Parabéns pela escolha!
Um abraço
Anita