28 fevereiro 2011

Natureza morta

Cenário posto em palco pelo Grupo de Música Tradicional da Associação Cultural e Recreativa de Vila Flor, na Gala dos Reis 2011.

27 fevereiro 2011

Quadros de Inverno

Tal como anunciei, Sábado aconteceu mais uma "Peregrinação", desta vez tendo como ponto forte um passeio por Samões, na senda das Amendoeiras em Flor. Podem crer que foram quadros de rara beleza, os que encontrei pelo caminho. Deles dou amostra com esta duas fotografias que publico, para animar mais uma semana de trabalho.
As amendoeiras apresentaram-se fantásticas, com o seu mais belo vestido. O dia esteve luminoso com um céu azul, com poucas nuvens. Nas quase 5 horas na "estrada" o sol deixou marcas na minha pele, sinal de que o clima está a mudar e em breve vamos ter grandes transformações na natureza.
O Inverno está a morrer.

25 fevereiro 2011

Amendoeiras em Flor 2011 (1)

Numa passagem que fiz hoje por algumas aldeias do concelho pude verificar que as amendoeiras estão já bastantes vestidas com as suas bonitas pétalas. Este fim-de-semana e o próximo serão os melhores dias para uma visita ao nordeste transmontano para apreciar este espectáculo natural de rara beleza (para quem não se pode deslocar durante a semana).
Para que o prazer da visita se prolongue para lá do regresso a casa, recomendo a compra de produtos da região, embebidos da beleza e dos paladares das paisagens e do saber de séculos de história: destaco o azeite, o vinho e o queijo.

Amanhã eu também vou fazer uma caminhada À Descoberta de algumas amendoeiras em flor. Depois mostrarei alguns pormenores das minhas descobertas.

Fotografia: Amendoeira em flor, Nabo.

21 fevereiro 2011

Pedro Barroso, em Vila Flor

No próximo dia 26 de Fevereiro vamos ter oportunidade de vermos e ouvirmos Pedro Barroso, no Centro Cultural, em Vila Flor.
É uma oportunidade única de ouvirmos, na minha opinião, uma lenda viva da canção portuguesa. Na sua discografia fascina-me a importância das palavras e a simplicidade com que são ditas. A suas músicas são simples mas com uma melodia onde a voz, os instrumentos e as pausas se combinam na fórmula mágica da beleza. Infelizmente já não há muita gente a fazer música como o Pedro Barroso.
Eis um dos seus maiores sucessos:
Encontramo-nos no Centro Cultural, no dia 26 de Fevereiro.

20 fevereiro 2011

Peregrinações – Ruínas da capela de S. Cristóvão (Vilas Boas)

As reportagens das caminhas/peregrinações estão atrasadas, mas, o verdadeiro prazer está em fazê-las e, felizmente, esse prazer tenho-o sentido quase semanalmente pelos caminhos gelados e encharcados do concelho.
Foi já no longínquo 28 de Novembro de 2010 que eu e o meu companheiro de caminhadas partimos para mais uma peregrinação, desta vez às ruínas da capela de S. Cristóvão, em Vilas Boas.
A manhã está gélida. Quando passámos junto a Samões vinha um vento gelado vale de Freixiel que nos fustigava a cara. Em conversa com um pastor da freguesia investigámos a melhor maneira de chagar a Vilas Boas sem pisar o asfalto. Esse percurso não era desconhecido, mas, questionar sobre o caminho é uma boa forma de meter conserva (que eu aproveito muitas vezes).
À medida que caminhávamos sentíamos o gelo ranger sob os nossos pés. O gelo levantava a terra, formando curiosas formações por debaixo dela. Nunca nas caminhadas anteriores me tinha apercebido de tanto gelo, apesar de estar um sol esplêndido.
Com uma temperatura assim não o melhor é não fazer pausas e caminhar depressa para manter o corpo quente. Passámos perto da pedreira e junto à Quinta do Reboredo. Não demorou muito até chegarmos a Vilas Boas. Como era Domingo, aproveitámos para fazer uma passagem pela igreja matriz que estava aberta. Dentro de pouco tempo ia celebrar-se a missa dominical.
Ao caminharmos pelas ruas de Vilas Boas esbarramos sempre com motivos de interesse, sejam eles capelas, cruzeiros, nichos ou simples recantos cheios de beleza na sua rusticidade.
Encaminhámo-nos pela estrada de Meireles até encontrarmos uma estátua representando S. Cristóvão. É também este o cesso para a queijaria onde se fabrica o tão conhecido Queijo Terrincho.
Uma das razões que nos levou a subir ao monte de S. Cristóvão foi o facto da Junta de Freguesia ter aberto um caminho da queijaria às ruínas da antiga capela. Pelo eco que me chegou há o interesse em recuperar a capela. O local é lindíssimo e as ruínas devem ser antiquíssimas. Há ainda algumas pedras trabalhadas da ombreira da porta. As paredes eram feitas de pedra miúda, em xisto. Notam-se algumas pedras no local onde deve ter sido o altar. Não sei se há intenção de recuperar ou simplesmente arrasar tudo e fazer de novo. Acho que seria interessante uma nova construção integrasse algumas pedras da capela original. Não notei preocupação com a preservação.
Não foi a primeira vez que estive no local, mas, era necessário fazer uma longa caminhada para ali chegar. Com o caminho que agora foi rasgado, chega-se lá em poucos minutos (e algum suor).
A nossa caminhada podia ter terminado por ali, nas ruínas da capela de S. Cristóvão, mas, o desafio de subir ao cimo do morro com o mesmo nome não nos deixou parar. É uma escalada que necessita muito esforço e envolve algum risco. Quem tem fobia às alturas não deve fazer aquele trajecto e muito menos olhar para trás.
Depois de alcançado o cume das rochas tem-se uma das visões mais fantásticas que possível gozar no concelho de Vila Flor.
Sentados nas rochas recuperámos a respiração e comemos o que já é a nossa “merenda” típica, fruta.
Já não tivemos coragem para descer pela escarpa por onde subimos. Isso obrigou-nos a contornar o cabeço pelas traseiras, por ponte e voltar ao caminho. Não é tão assustador mas não é isento de riscos, porque é difícil andar por lugares tão agrestes. As urzes rasgam a roupa e as rochas são duras e afiadas como facas. Só com muito cuidado e bastante tempo voltámos ao caminho.
O regresso a Vilas Boas foi muito rápido. Esperámos que nos fossem buscar de carro, no largo do Cruzeiro de Nossa Senhora do Rosário, um dos pontos mais centrais do povoado.

17 fevereiro 2011

Freguesia Mistério 44

A Freguesia Mistério n.º43 decorreu durante o mês de Janeiro. A questão centrava-se no painel de azulejos que decorava uma fonte. Na altura chamei à atenção para o facto de a fonte já não ser nova, mas a aplicação dos azulejos sim. Eu próprio fiquei surpreendido quando os vi, porque tinha fotografado a fonte sem os azulejos. Sem saber bem porquê, a tendência dos votos inclinou-se para a freguesia de Seixo de Manhoses, que não era a resposta correcta.
 A resposta correcta era Vale Frechoso. Não tenho a certeza se aplicação dos azulejos foi em 2009, mas em 2007 eles não estavam ali. A fonte, situada junto à igreja matriz, tem gravado ano de 1933.  O conjunto tem várias cenas, de onde destaquei uma. Talvez mais tarde mostre o resto dos azulejos.
Dos 14 participantes válidos, 5 escolheram Seixo de Manhoses. Vale Frechoso não foi apontado nem sequer por um participante!
 Foi esta a distribuição dos votos:
Benlhevai (1) 6%
Carvalho de Egas (1) 6%
Nabo (2) 13%
Seixos de Manhoses (5) 31%
Valtorno (1) 6%
Vila Flor (1) 6%
Vilarinho das Azenhas (1) 6%
Vilas Boas (2) 13%
O desafio do mês de Fevereiro, já a decorrer,  pretende ser um dos mais fáceis de todos os já colocados. Em vez de um cruzeiro, umas alminhas, fonte ou capela, escolhi uma parte da própria aldeia, que mostra a torre da igreja. Como se pode ver na fotografia em miniatura, trata-se de uma torre sineira lateral, quadrangular. Parece-me bastante fácil.
Quem ainda não participou, ainda o pode fazer.
A Freguesia Mistério n.º44 vai ficar disponível até ao fim do mês de Fevereiro, recolhendo as opiniões de quem quiser participar.

Qual é a freguesia apresentada na fotografia?

16 fevereiro 2011

O Município de Vila Flor de novo na Web

Durante algum tempo o Município de Vila Flor esteve ausente do Ciberespaço. O sítio Web anterior era muito estático, contendo alguma informação sobre o concelho. As actualizações eram quase exclusivamente o cartaz de cinema mensal.
O espaço virtual actual mais vistoso e dinâmico, vem abrir portas ao Município e aos munícipes para novas utilizações. Mais colorido e elegante, será a cara (oficial) de Vila Flor. Para já, ainda está incompleto, como por exemplo Os Serviços On-line (ainda ausentes). Esperamos que aos poucos novas informações e serviços sejam disponibilizados. A mim já me serviu para saber a constituição de alguns órgãos da autarquia e os contactos de Juntas de Freguesia e outras instituições. Estão também disponíveis os horários de vários serviços.
Há muitos e bons exemplos de Sítios web nos municípios vizinhos, Foz Côa, Mirandela, Freixo de Espada à Cinta, só para citar alguns. Temos que nos comparar com os melhores.
O endereço é:

A ligação voltou ao seu lugar, na margem direita do Blogue (Ligações a outros sites - Vila Flor) onde ficará sempre visível.

14 fevereiro 2011

Quadros

Tinha chovido de noite, pelo que a exuberante vegetação que envolve o lugar, impava de esmaltes vivos, rescendia a frescuns de resinosas, de fenos, de terra húmida. O sol fazia negaças por trás de maços de nuvens alvacentas, boiando no azul mais cristalino que os nossos olhos possam exigir para pintar a candura, sem penumbra de mácula.
Aos gorjeios da passarada, procurando em vão sulcos que o arado abrisse, porque nos campos era descanso em segunda-feira de Páscoa, para cá do rio, misturava-se o sussurro áspero e monótono da água do rego da Quintã, hoje correndo para as leiras do Casal, segundo um calendário que já vem dos trisavós.
Lá fomos, eu e a Maria Rosa, encantado pela formosa companhia que arranjara, lisonjeada pelos meus ditos cidadãos, que lhe correram o rosto feição por feição, tingindo-o de mais rubro e avivando-lhe os olhos de mais brilho; intenções e conversa tão inocentes como eram puras as flores rasteiras por que íamos passando, no rumo de Outoreça.
Derivando para cima, a demandar a encosta, passámos entre espessuras de pinhais e searas de centeio tendo em frente a linha mista dos cumes, eriçada de árvores esguias, sobressaindo das ondulações o cone muito regular do Castelo de Matos.
Dentro duma baixa murada, com talhos de horta e cabana de guardador, havia lindas giestas floridas, umas brancas, outras amarelinhas, que serviam muito bem para o fim em vista. Animado pelo cavalheirismo que o momento requeria, ajudei a Maria Rosa a pular o muro e a galgar as poldras do ribeiro que corta a propriedade de ponta a ponta.
O sítio entusiasmava à meditação. A torrente espumava entre pequenas rochas de granito vestidas de musgos, afogada em avencas e fetos. Numa poça de água, aberta na areia grossa do leito, entretive-me a seguir as evoluções dos «sapateiros» que se ausentavam à tona, mexendo-se velozes, com as patitas untadas sobre a tensão superficial do fluido.
...

Excerto do livro O Homem da Terra, de Luís Cabral Adão (1986)
Fotografia: Rebanho às portas de Vila Flor (Quinta da Paz).

12 fevereiro 2011

Amendoeiras em Flor 2011

É sempre com alguma ansiedade que aguardamos pelo aparecimento das flores das amendoeiras. Eu, diariamente, quando me dirijo da casa para o trabalho e do trabalho para casa, "espreito" algumas amendoeiras que rodeiam Vila Flor.
Hoje escolhi o percurso pedestre para mais uma "Peregrinação" pelos caminhos do concelho com o objectivo de me encontrar com as primeiras amostras, do que é um bonito espectáculo, que é as amendoeiras floridas. Não foi preciso procurar muito, porque as primeiras flores foram captadas ainda dentro da vila!
Nas encostas que se estendem até ao Nabo fui encontrar toda a beleza que procurava. Compreensivelmente as primeiras flores aparecem em zonas onde a temperatura é mais amena, mas nem sempre nos de menor altitude. A maior parte dos anos, as primeiras flores vêm-se perto de Meireles ou então Sampaio.
Se tudo correr bem (e estou a falar das condições atmosféricas) este ano todas as amendoeiras se vão vestir de uma espesso manto rosa ou branco. Primeiramente nas encostas do vale da Vilariça e do Tua, terminando quase um mês depois, com as últimas pétalas a aparecerem nos aldeias de maior altitude do concelho, como Candoso e Valtorno.
Já comecei a receber as primeiras mensagens pedindo informações sobre quais os melhores dias para visitar o concelho. A partir deste momento já é possível apreciar esse bonito quadro das amendoeiras em flor. Isso quer dizer que no próximo fim de semana é uma boa altura para visitar a região. A última semana de Fevereiro e a primeira semana de Março, são, normalmente, as melhores semanas.
Ainda não é conhecido o Programa das Festas das Amendoeiras em Flor do Município de Vila Flor, mas, sabe-se pela Agenda Cultural que irá decorrer entre 19 de Fevereiro e 6 de Março. Foz Côa já deu a conhecer o seu programa, que será desenvolvido entre 25 de Fevereiro e 13 de Março.
Quando me é possível gosto de fazer algumas viagens pelos concelhos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, mas também nos concelhos de Alfândega da Fé e Mogadouro há muitas amendoeiras (além de Foz Côa, na outra margem do rio Douro).
Este será um assunto a que, certamente, voltarei.

11 fevereiro 2011

Fraga do Ovo

Penso que já publiquei várias fotografias da Fraga do Ovo, em Candoso: a cores, a preto e branco, com muita luz ou ao por do sol, mas a fotografia de hoje é diferente. Foi captada no dia 28 de Janeiro depois de dois dias em que houve uma considerável queda de neve.
Durante dois dias, o trânsito para Carrazeda de Ansiães esteve condicionado, pelo menos durante parte do dia.

10 fevereiro 2011

Vento da minha terra

Ai que tristeza me traz
O vento da minha terra!
Tear que faz e desfaz
Um palmo de céu e serra,
Ora com frios de paz...
Ora com tramos de guerra...

Traz-me notícias de amigos
Que no caminho ficaram,
Deixando já de se ver!
E de outros que vão morrendo,
Definhando, esmorecendo,
Na ilusão de crescer,
Só porque nunca sonharam!

Dos mortos fica a saudade,
Mágoa dos desaparecidos
Aos que ainda têm idade
Mas que de si mesmo esquecidos,
Lembremos, por lealdade,
Que os sonhos desmedidos
São a única verdade.

Ai vento de Vila Flor,
Traz-me novas de alegria,
Bem preciso de calor,
Que a noite vai longa e fria.
Não me fales mais de dor,
Mas da manhã que anuncia
Um novo espaço de amor.

Já o vento sossegou,
E minha terra magoada
Foi uma luz que esfriou
Mal chegou a madrugada.
Há quem a queira esquecida.
Há quem a queira negada.
Querem-na outros erguida,
Divulgada, engrandecida,
Como mulher recatada
Mas por todos possuída!

Poema de João de Sá do livro Vila À Flor dos Montes (2008).
Fotografias: Capelinhas e Cerejeiras junto à Quinta da Pereira, em Vila Flor.

09 fevereiro 2011

Plante-se uma árvore

Plante-se uma árvore.
Cresce, cresce voltada para o céu.
De repente, rasga-se uma janela
onde Deus se mostra
e nós desaparecemos.

Poema de João de Sá, do livro Pelo Sinal da Terra (2010).
Imagem. Trabalho tendo por base a fotografia de um castanheiro próximo da aldeia de Mourão.

05 fevereiro 2011

Peregrinações – Capela de N. S. de Fátima (Alagoa)

Tenho um conjunto de caminhadas do conjunto “Peregrinações” por partilhar no blogue, mas, a realizada no dia 29 de Janeiro teve alguns atractivos extra e é dela que eu vou “falar”.
A escolha recaiu no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Alagoa. Esta preferência, prendeu-se, entre outras razões, com o facto de ter havido queda de neve nos dias 27 e 28 de Janeiro. Este santuário é o ponto mais alto do concelho e, seguramente um dos mais frios. Ainda ontem, numa deslocação a Carrazeda, pude verificar que ainda há alguns vestígios de neve, que aí se mantém há mais de uma semana.
Devido ao frio houve bastante indecisão na partida de Vila Flor, que acabou por acontecer um pouco depois das 10 horas da manhã. Havia algumas nuvens, mas o sol brilhava (o que não significa que não fizesse muito frio). O percurso escolhido, sem ser grande novidade, pretendia também levar o meu acompanhante nesta “Peregrinação” por caminhos diferentes dos já percorridos anteriormente: uma passagem por Carvalho de Egas, Nossa Senhora do Castanheiro, Valtorno, ruínas da capela de Santo Apolinário, Alagoa e Santuário de Nossa Senhora de Fátima. O regresso, desde inicio que estava previsto ser feito de carro. Dada a hora adiantada da partida já seria uma aventura conseguirmos chegar ao destino sem entrarmos muito pela tarde adentro.

O primeiro ponto de realce aconteceu junto ao campo de futebol de 11 de Samões. As obras do IC5 vão avançando e já é possível utilizar uma passagem superior entre Samões e a barragem Camilo Mendonça. Já junto a Carvalho de Egas o traçado é difícil e as máquinas continuam a desgastar o rijo granito. O acesso à aldeia pelo caminho escolhido não foi fácil. Futuramente haverá uma passem inferior mas os acessos ainda não estão criados, nem está para breve a sua criação.

Em Carvalho de Egas fizemos uma rápida passagem em frente à igreja e na antiga escola primária, sede da associação Alegre Atitude. Por sorte estavam a decorrer aulas de educação musical, sendo possível visitar o interior. Além de um bar, foi criado uma pequena cozinha e a “sala de aulas” recuperada para utilizações variadas. É um excelente aproveitamento do espaço (embora em preferisse que continuasse com as funções para que foi criado, sinal de que haveria muitas crianças na aldeia). Atravessámos toda a aldeia, subimos em direcção ao santuário de Santa Cecília e depois cortámos à direita em direcção à igreja de Nossa Senhora do Castanheiro.

Neste local começámos a encontrar os primeiros vestígios de neve, localizada nos locais mais sombrios. Mas na aldeia, situada a uma cota inferior, não havia vestígios dela.
Pouco depois das 12 horas estávamos em Valtorno. Depois de uma espreitadela nalgumas curiosidades da aldeia, tudo muito rapidamente, seguimos em direcção às ruínas da capela de Santo Apolinário. Valtorno é uma aldeia cheia de história e valeria a pena visitar a antiga capela de Nossa Senhora do Rosário, ou mesmos as suas curiosas fontes.

Não me recordava muito bem do percurso a seguir para a capela, pois em tantos anos À Descoberta, apenas estive aí uma vez, em Junho de 2007. O meu sentido de orientação esteve correcto e chegámos, pouco depois de deixarmos a aldeia. Em volta da capela há imensa água. Custa até a acreditar como a construíram num local tão pantanoso! Não foi possível aproximarmo-nos muito.
A caminho do povoado de Alagoa, por caminhos com grande inclinação, foi aumentando a quantidade de neve. Talvez tenha atingido a altura de 10 cm de altura nalguns locais! Apesar disso, por ali passou um veículo pesado e algum rebanho.

Atingida a estrada do Vilarinho, e dado o adiantado da hora, não seguimos para a aldeia. Decidimos seguir a corta-mato, pelo meio dos pinhais, até ao alto do santuário. Nesta zona havia mesmo muita neve! Apesar do cansaço, a paisagem era deslumbrante e justificou plenamente a escolha e o esforço para ali chegar.
No alto do monte está em uma casa em construção. Em redor foram abatidos muitos pinheiros que abriram bastante o horizonte. Agora sim, está aqui um excelente miradouro.

Como seria de esperar, a pequena capela que me lembra sempre um barco, estava fechada. Embora desejasse lá entrar, o seu interior é do mais simples que se pode imaginar.
No alto do cabeço, a mais de 850 metros de altitude, ligámos para casa para nos virem buscar. Nesse entretanto, descemos ao povoado, onde também ainda havia bastante neve, que derretia aos poucos e caía em gélidas gotas dos beirais dos telhados.

A nossa caminhada terminou em frente da capela do Espírito Santo, no centro da aldeia. Uma pomba esculpida sobre a porta é bem ilustrativa do culto aí praticado. Ainda encontrámos alguns habitantes, mas àquela hora já nem valia a pena tentar encontrar quem nos abrisse a porta da capela.
Foram cerca de 15 quilómetros de boa disposição e bonitas paisagens. Quase nem demos pelo cansaço e a neve trouxe uma motivação extra a esta caminhada. Foi simplesmente fantástica!

Percurso da Caminhada
GPSies - VilaFlor_NSFatima