06 maio 2012

Vilas Boas - Comemoração dos 500 anos do foral

A freguesia de Vilas Boas, no concelho de Vila Flor, esteve hoje em festa. A 4 de maio de 1512 Vilas Boas afastou-se do concelho de Mirandela, a que pertencia, assumindo-se como sede de concelho. A autonomia foi instituída com a atribuição de uma carta de foral pelo rei, documento que definia as normas que regiam as relações dos seus habitantes entre si e destes com o rei, além de regular impostos, portagens, direitos de proteção e obrigações militares.
A festa dos 500 anos da atribuição do foral integrou um conjunto de atividades que levaram a esta antiga vila várias centenas de pessoas vindas dos mais variados pontos do concelho e arredores.
As cerimónias iniciaram-de com a a inauguração de uma estátua do rei D. Manuel I no largo da Lamela, foi este monarca que concedeu a Vilas Boas o seu foral, ficando a partir de hoje mais presente no quotidiano da aldeia. A estátua é em granito, num pedestal do mesmo material que ostenta um extrato da carta de foral com grafia atualizada. Este pequeno texto parece, nalguns parágrafos,  talhado à medida para os tempos que correm, nomeadamente ao que toca à cobrança de impostos que ultrapassasse o estabelecido no foral. Concordo completamente que as mesmas medidas fosse aplicadas aos políticos e agentes do estado de hoje.
Às quinze horas realizou-se um desfile medieval. Os figurantes eram muitos integrando o grupo profissional de teatro Filandorra, algumas escolas e grupos de teatro e habitantes de Vilas Floras devidamente trajados.
O Largo da Lamela transformou-se de repente num cenário medieval, com um mercado onde não faltava as artes e os produtos mais característicos da época.
Junto ao Pelourinho foi lida a carta de foral e representadas algumas cenas que levaram os presentas a darem enormes gargalhadas. Houve música da época (pelo grupo Al Medievo), dança e muito vinho, em copos alusivos em barro, com tinto tirado diretamente do tonel.
Às dezassete horas o grupo de teatro Filandorra apresentou o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.
Pouco depois das dezoito horas chegou ao recinto Sua Excelência Reverendíssima D. José Cordeiro, Bispo da Diocese de Bragança - Miranda, que depois de uma visita à capela de S. Sebastião, também no Largo da Lamela, conduziu os crentes à igreja matriz onde presidiu à Eucaristia.
Às vinte horas as atenções voltaram-se de novo para o largo envolvente ao Pelourinho onde a animação continuou.
A ceia teve como pratos fortes sopa de pedra e carne assada, tudo regado com o bom vinho que se produz na aldeia. Houve saltimbancos, cuspidores de fogo e musica medieval a completar o ambiente que fez brilhar e fervilhar de vida o largo da Lamela.
Que não sejam necessários outros quinhentos anos para voltarmos a ver uma festa assim...

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bem pelas fotos parece que foi um dia de arromba.

carla oliveira disse...

Para a realização de uma festa assim foi necessário muito trabalho da parte da organização, trabalhou-se dias a fio, principalmente o professor Abilio Evaristo que pôs no papel e a seguir deitou mãos a obra.Desde agradeço da minha parte a toda a população que aderiu a este invento e que numa próxima haja ainda mais gente.