31 julho 2012

Freguesia Mistério n.º60

Durante o mês de maio decorreu a votação na Freguesia Mistério n.º 59.
É claro que é muito mais fácil "conhecer" os monumentos de Paris ou Barcelona, do que conhecer os pequenos nadas das freguesias vizinhas, mas também estes têm "o direito" de aparecerem na Internet. Nos dias de hoje tudo se divulga, talvez por ser efémero. Só não é efémero na nossa cabeça, quando tem significado, quando é recordado.
O "mistério" era representado por um rochedo, não um rochedo qualquer, mas um dos mais "conhecidos" do concelho, ou pelos menos a sua lenda. Chama-se, ou melhor chamam-se, os "mal casados", e podem ser vistos nos limites da aldeia e do termo de Carvalho de Egas.
Como o nome indica, a história não é feliz. O romance de amor termina em frieza, em duas figuras curvadas de costas voltadas, numa indiferença eterna. Quer quiser ler a lenda completa pode fazê-lo no blogue do amigo Jofre Alves, aqui.
Como a Junta de Freguesia fez um arranjo no local, aconselho uma visita, quem sabe alguns namorados em passeio pelo local não quebram o encanto e casal de se volta a olhar nos olhos.
Já por várias vezes referenciei as rochas erradamente. Há outras rochas ou pouco distantes destas, também duas, ou talvez uma fraturada a meio, parecendo o positivo e o negativo. Não sei se são conhecidas por "Penedo Macho", mas os "verdadeiros "Mal Casados" são os que constam nesta fotografia (foi-me confirmado por habitantes de Carvalho de Egas).
Participaram neste desafio 17 pessoas, que dividiram os seus palpites na seguinte proporção:
Candoso (3)      18%
Carvalho de Egas (6)      35%
Freixiel (2)      12%
Samões (1)      6%
Seixos de Manhoses (2)     12%
Vilas Boas (3)       18%
 Como se vê Carvalho de Egas teve mais palpites, embora apenas tenha conseguido 35% dos palpites. O local é de fácil acesso e está limpo de mato. É visível da estrada, logo à saída de Carvalho de Egas, pela estrada que leva a Santa Cecília. Visitem-no.
O desfio de junho foi o de saber onde se encontra uma placa de azulejo com uma determinada quadra. É, possivelmente um local onde muito pouca gente esteve, mas de que eu já falei no blogue. Uma consulta a "viagens" de anos anteriores daria a resposta certa. Veremos em que sentido foram os palpites.

21 julho 2012

Cheira - Seixo de Manhoses(Gavião)

No dia 8 de julho a caminhada foi ao marco geodésico da Cheira, ali para os lados do Gavião. Esta é uma parte do concelho que muitos desconhecem. tirando os habitantes do Seixo, Nabo e Arco, só se aventuram por estas paragens os caçadores e algum curioso que queira descobrir a aldeia abandonada do Gavião (que esteve para ser cenário de telenovela, mas acabou por não ser). É pena, porque é um dos pontos do concelho com mais tranquilidade, com uma paisagem magnífica e das melhores que temos para a produção de vinho (e azeite).
Fui sozinho, e já parti tarde, a escolha do local também se prendeu com estes dois fatores. O relevo para ir ao Gavião e voltar, não é muito acidentado e pode ser feito por caminhos e estradas, sem dificuldades de orientação e mais rápido. Claro que isto é na teoria.
O percurso de Vila Flor à barragem do Peneireiro foi feito pelo caminho habitual, partindo da Quinta da Pereira. É pena que aqui tenham destruído o caminho e nem sequer tenham deixado uma pequena berma para peões. Devem pensar que já ninguém anda a pé!
Os caminhos têm muito pó, e não são agradáveis. Aliado ao calor, fazem com que esta seja a pior altura para se fazerem passeios pedestres no concelho.
Quinta de São Domingos, às portas de Vila Flor
O sumagre está em flor! Não é nada de extraordinário, mas nunca tinha reparado nesta flor. Aqui e além ainda há mais algumas plantas resistentes que teimam em emprestar algumas pinceladas de cor. As searas estão maduras e anuncia-se um bom ano na produção de vinho.
Na piscina municipal já havia muitas pessoas em banhos, principalmente de sol, porque no fresco da manhã muitos têm medo da água.
Campo de trigo, junto ao IC5
 Contornei a albufeira. Desde que comecei esta aventura À Descoberta (desde 2006), nunca vi tão pouca água! A falta de água é muito preocupante. Para a grande parte das pessoas a questão é indiferente, desde que haja água na torneira... mas as questões ambientais mexem comigo, mais do que as políticas, que apenas me provocam azia.
Até Seixo de Manhoses segui pela estrada. É curioso verificar que nesta aldeia se continua a construir, bonitas vivendas, por sinal, amostra de que algumas terras poderão ainda ter futuro.
Albufeira do Peneireiro. Quase vazia mas ainda com alguma utilidade.
Junto à capela da Mãe do Criador começa o caminho que dá acesso à antiga aldeia do Gavião (está bem sinalizada).
Depois de se percorrerem exatamente 500 metros do caminho é necessário abandoná-lo,  e seguir  por outro à direita. Andando não mais de 30 metros é necessário seguir à direita pela borda do terreno. Desde o caminho do Gavião até ao Marco Geodésico são 260 metros. O marco não é muito (nada) visível, mas basta procurar o local mais elevado, não há outro em volta. A sul do marco há alguns pinheiros altos e um armazém rural, que foi reconstruido recentemente e que chama à atenção. Pode ajudar na orientação, caso não se descubra o marco. Há também nas imediações em medronheiro, de maior porte do que o normal, muito bonito.
Localização do Marco Geodésico partindo de Seixo de Manhoses
Este vértice geodésico, de nome Cheira, está a 628 metros de altitude. É possível percorrer com o olhar 360º de uma bonita paisagem. Destaca-se a vista em direção a Valtorinho, Arco e Vila Flor, e depois a visão em direção à Vilariça, avistando-se o espaço entre Sampaio e Trindade. Desviando-nos um pouco do marco podemos ver o Nabo e uma maior extensão do vale da Vilariça.
Vista do vale da Vilariça e barragem Nabo/Ribeiro Grande
 O marco geodésico está quase completamente tapado por carvalhos! Recorri a algumas fotografias de 2007 onde o fotografei no inverno, quando os carvalhos estavam sem folhas. Foi bom rever as fotografias dessa altura! Há em volta muitas amendoeiras, que, quando estão em flor, tornam estas paisagens ainda mais bonitas.
Depois de visto talefe e a paisagem, é preferível regressar ao caminho pelo mesmo percurso.
A minha primeira ida ao local, em 2007
Seria um desperdício de esforço não visitar o Gavião e eu fi-lo. Primeiro porque não é todos os dias que encontramos uma aldeia "fantasma", despertando um sem fim de ideias de como seria a vida num local assim, depois, porque o Gavião também é um excelente miradouro. Dá para passear o olhar desde o Cardal, acompanhando a bacia da ribeira de Godeiros e a do Nabo, que passado o Arco, se vão juntar com outras na barragem do Nabo/Ribeiro Grande. Os montes que se avistam têm nomes curiosos: Cabeça do Cavalo, Fraga da Joana e na encosta oposta, do lado de lá do Ribeiro Grande a aldeia de Vide, com o seu perfil, altaneiro eternamente mirando os vales.
Há muito mato à volta do marco geodésico
Um passeio por entre as ruínas das casas pode ser interessante, não o fiz porque começava a faltar-me o tempo par voltar a casa.
Do centro do Gavião cruzam-se 4 caminhos, o que segue para norte vai dar ao Arco. É um caminho muito agradável, com umas vistas fantásticas já percorrido por mim por diversas vezes. Não encontrei os medronheiros que normalmente por aqui abundam, mas há várias amoreiras com frutos maduros.
A entrada no Arco poderia ser um lugar paradisíaco, com o sussurrar da água no ribeiro, rodeado de hortas com as mais variadas hortaliças, decoradas com cérceas e gladíolos, se não fosse o cheiro nauseabundo que se sente já à distância. É dos esgotos, que frequentemente transbordam para o ribeiro.
Vista parcial da aldeia abandonada de Gavião
A aldeia estava meia adormecida, talvez por já ser hora de almoço. Segui sempre a mesma rua desde o fundo do povo até ao cemitério, o seu ponto mais elevado. É um povoado com as ruas muito cuidadas, e cheias de tufos de flores (e garrafas plásticas com água, para os cães não mijarem nos bonitos recantos).
Já passava da uma da tarde e o calor era intenso. Ainda tinha agendada uma passagem pela Fonte do Olmo, mas segui pela estrada em direção à vila.
Mais do que os 14 km percorridos, ou mesmo as fotografias tiradas, o mais saboroso foi mesmo a tranquilidade que se vive pela área percorrida. Com poucas vias de comunicação e com o chegar do verão, o movimento nos campos é mínimo. Parece que até os pássaros respeitam o silêncio dos lugares!
Amoreira com amoras. Seriam para a cultura do bicho da seda no Gavião?
Este foi o retomar da série Pontos Altos, que esteve parada durante algum tempo, mas que espero continuar logo que o calor de verão comece a descer a montanha. Espero que até lá não ardam os pequenos mantos de verde que ainda temos.

GPSies - VilaFlor_Gaviao_VilaFlor

18 julho 2012

Na matriz de Vila Flor

O Bispo da diocese de Miranda-Bragança, José Cordeiro, em Vila Flor, a 1 de julho de 2012.

Vila Flor, concelho - no Facebook

O Blogue À Descoberta de Vila Flor tem estado menos dinâmico devido a um conjunto de fatores. Por um lado há um conjunto de iniciativas dos concelhos vizinhos, que chamam a atenção e não se pode estar em dois lados ao mesmo tempo. As atividades em que participo podem ser acompanhadas no endereço TrasOsMontes.net, em formato blogue. Por outro lado, não totalmente convicto, mas não ficando alheio ao fenómeno, passei parte da minha atividade online para o Facebook. Assim nasceu a página VILA FLOR, CONCELHO.
Depois de algum tempo de reconhecimento e adaptação à plataforma, optei pela criação de uma Página, (também) porque já existiam alguns Grupos, muitos especificamente dedicados a aldeias do concelho.
A Página Vila Flor, concelho é mais um espaço de divulgação do concelho, aberto à participação, mas com algum rigor e qualidade (atributos pouco frequentes no Face).
Para aderirem e acompanharem a Página, basta entrarem nela e clicarem em GOSTO. A partir daí poderão acompanhar a Página e participar nela. Apenas serão aceites fotografias, cartazes, notícias, etc. que, de alguma forma, promovam a divulgação do concelho. Pensamentos, cartoons, etc. serão removidos.

Poderão acompanhar Vila Flor e outros concelhos vizinhos na Página do Facebook TrásOsMontes.net (https://www.facebook.com/TrasOsMontes.net).
A minha página pessoal poderá não apresentar a minha verdadeira identificação, isto porque insisto em manter alguma separação entre o que é o meu gosto por explorar e conhecer novas paragens e a minha vida pessoal e profissional.
Apesar disso, aceito "amigos", desde que haja decência e respeito. O nome que utilizo é Trasmontano, À Descoberta, (https://www.facebook.com/transmontanonet) e aí podem ver algumas fotografias que ainda não foram publicadas no blogue, ou nem serão. O Facebook tem realmente esta vantagem, é muito fácil publicar coisas (também tem muitas desvantagens).
Não pretendo descurar o Blogue em função do Facebook. Pretendo apenas a divulgação do concelho e, se for possível, que algumas pessoas que por lá navegam visitem o Blogue À Descoberta de Vila Flor e se desloquem ao concelho.
Visite, adira, participe.

17 julho 2012

e de repente é noite (XLVI)

Que realidade procuram surpreender
os cautelosos geólogos ao fotografarem
as paisagens
amputando-lhes quiméricas dimensões?
É agitando luzeiros nas escarpas da utopia
que as redes se enchem com o fascínio das sereias.
E há manhãs de natal sem dezembros dentro
que transfiguram em estames de bruma
um revérbero de sol
e transformam as nossas saudades
em dolorosas estátuas de gelo.

Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Rio Tua, em Ribeirinha, Vilas Boas.  

13 julho 2012

Paisagens

Esta é uma das fotografias que tirei na minha última caminhada, na semana passada. Passei pelo Gavião, freguesia de Seixo de Manhoses e esta é o que se avista olhando em direção a Moncorvo.
A barragem que se avista é a Barragem do Nabo e do Ribeiro Grande, Nabo, Vila Flor.

05 julho 2012

Flor do Mês - Maio de 2012

 Maio já lá vai há algum tempo, mas ficou por selecionar a flor representativa desse mês. Não foram muitas as saídas, mas não é necessário procurar muito para esbarrar com carradas de flores, todas elas vistosas e dignas de representar bem o mês e a região.
No seguimento da escolha do mês de abril, optei por mais uma espécie da família Cistaceae (Ordem: Malvales). Contrariamente ao flor do mês anterior, do género cistus, talvez mais conhecido entre nós, esta espécie pertence ao género halimium  e é conhecida pelo nome vulgar de sargaço ou sargaço-moiro (Halimium lasianthum).
Trata-se de uma espécie que habita terrenos ácidos e pobres, incultos, muitas vezes sob pinhais, mas também são frequentes sob eucaliptos, na Quinta do Caniço.
Existem na parte norte da Península Ibérica e no sul de França; têm flores amarelas com 5 pétalas e são de folha persistente.
Quer o género cistus quer o halimium são cultivadas e vendidas como plantas decorativas, de jardim, sendo muito pouco exigentes e apresentando flores de cores vivas, embora de curta duração. Tirando a utilização decorativa, desprezada entre nós, não conheço mais nenhuma utilização desta espécie.
As fotografias  apresentadas foram tiradas junto às Capelinhas, em Vila Flor a 6 de maio de 2012.

Outras Flores de maio:

04 julho 2012

Crismas em Vila Flor

No dia 1 de julho celebrou-se na igreja matriz de Vila Flor a cerimónia da Confirmação, mais conhecida pelo nome de Crisma. Neste sacramente, um bispo unge com óleo o crismando, invocando o Espírito Santo. A idade em que que se é crismado depende da região, sendo logo após o batismo, em certas regiões, até à entrada na idade adulta, como é comum entre nós.
Foram 42 os crismandos, alguns deles vindos do concelho de Carrazeda de Ansiães.
Para esta cerimónia o Bispo da diocese de Miranda-Bragança, José Cordeiro, deslocar-se a Vila Flor.
A cerimónia foi revestida de um certo requinte, com grupo coral, acompanhamento musical nalguns cânticos e decoração mais cuidada da igreja.
 Também digna de realce foi a decoração feita na frente da igreja com um lindíssimo tapete de flores e musgo. Este belo e laborioso desenho veio mostrar que, apesar de não se manter a tradição das passadeiras de flores típicas da festa do Corpo de Deus, quando alguém se empenha, é possível fazer e fazer bem.
Parabéns a todos os que se empenharam na celebração, a todos os que participaram na Eucaristia e uma palavra de apreço aos 42 jovens e adultos que receberam o Crisma. Este sacramente incute-lhe mais responsabilidade na comunidade cristã. Espero que não se esqueçam disso.