19 outubro 2013

Vila Flor, concelho - no Facebook

A Página Vila Flor, concelho atingiu no dia 29de Setembro 1000 gostos! Criada a 26 de Maio de 2012 com o intuito de chamar as pessoas a visitarem o Blogue À Descoberta de Vila Flor, que nasceu em 2006, foi-se assumindo como uma plataforma alternativa de promoção do concelho, como montra, como centro de distribuição de notícias e local de encontro.
A plataforma Facebook tem as suas vantagens, como a facilidade de utilização e democratização e os seus defeitos, como a rapidez com que a informação fica esquecida ou a falta de respeito pelos direitos de autor, mas leva a informação onde outras plataformas não chegavam e em segundos.
Aos poucos a Página foi assumindo "personalidade" própria, autónoma do Blogue, no entanto, como criador e administrador dos dois, não os consigo ver separados. O Blogue é a base, o repositório das imagens e do texto, um baú onde se guardam "tesouros" descobertos por todo o concelho, segredos e emoções sentidas a desvendar esses segredos. A página no Facebook são pinceladas rápidas, flashes de beleza e algumas notícias tristes. O Blogue é um caminho pessoal, na página são publicadas contribuições de toda a gente, principalmente fotografias, que podem ser comentadas e partilhadas contribuindo, em rede, para a divulgação do concelho.
Os GOSTOS não são só bons para o ego de quem administra a página são também um indicador de que a informação chega mais longe, tornando-se mais eficiente e uma melhor montra. As fotografias são organizadas em Álbuns, tendo por base as diferentes freguesias e respetivas anexas. Desta forma é possível encontrá-las facilmente e divulgá-las repetidas vezes.
Agradeço a todos os que vistam a página e partilham os seus conteúdos. Está aberta à contribuição de toda a gente, desde que as contribuições se destinem a divulgar o concelho, as atividades que aqui têm lugar, publicitar serviços ou produtos que aqui são produzidos.
Vamos continuar a encontrar-nos todos os dias.

Endereço da página no Facebook
https://www.facebook.com/vilaflor.pt
Nota: Não é necessário ter uma conta no Facebook para ver a página.

18 outubro 2013

Lombo Alto - Nabo

Tenho andado arredado das longas caminhadas pelo concelho. Tanto que me deu saudades e recordei a última "grande" viagem no longínquo mês de junho à aldeia do Nabo. O objetivo foi visitar mais um marco geodésico, integrado nos passeios "Pontos Altos", desenvolvidos ao longo dos anos de 2012 e 2013.
 De todas os pontos já visitados este foi o único que o foi pela primeira vez, por isso teve um significado especial, porque se tratou de percorrer algum terreno do concelho pela primeira vez. Sabia da existência do marco geodésico por mapas, mas nunca o tinha visto. Quando parei no Nabo para me informar do melhor caminho a seguir, as pessoas que encontrei desconheciam a a existência, mas como se trata de uma área cultivada, com vinha, amendoeiras e oliveiras, foi relativamente fácil encontrá-lo.
O percurso foi feito de bicicleta, com saída de Vila Flor; passagem pela fonte do Olmo; passando pela Portela e pelo Cabeço do Cavalo. Desconheço a razão do lugar ter este nome, sei apenas que é um dos melhores miradouros para o Nabo. O declive é tão acentuado que é mesmo perigoso descer na bicicleta, até porque a que eu uso não é grande máquina e os travões não oferecem muita confiança. Não posso é negar que. mesmo usando poucas vezes as duas rodas, sinto uma grande emoção sempre que isso acontece. É mesmo um prazer (principalmente nas descidas).
Entrei no Nabo pela rua da Mãe de Água. O movimento na aldeia era pouco e só na Nossa Senhora do Carrasco encontrei alguém com quem falar. Ultimavam-se alguns arranjos para a inauguração do largo, depois de uma profunda remodelação. Confesso que está muito airoso e bonito, mas não pude deixar de fazer alguns reparos por terem dizimado a roseira de rosas vermelhas do cabido e alguns pequenos canteiros. Estou curioso por voltar lá, para verificar como ficou depois das obras terminadas.
Uma das pessoas que encontrei conhecia o marco geodésico. Deu-me alguma orientação e lá parti eu em direção à capela de Santa Cruz, já minha conhecida, apara depois atingir  o marco geodésico.
Há muitos caminhos, talvez demasiados, e a falta de pontos de referência causa alguma desorientação. O cansaço também já se fazia notar. apesar do verão ainda estar no início, na Vilariça os caminhos são muito poeirentos e o calor muito intenso.
 Por fim descobri o  marco geodésico. Está no vale, por isso não tem a imponência nem os horizontes largos de outros já visitados, mas a paisagem não deixa de ser admirável. Deve ser o que está situado a menor altitude em todo o concelho, mas perece-me que também é o que está mais preservado.
Tirei algumas fotografias e  preparei-me para voltar a casa. Apesar de estar planeado fazê-lo por estrada, sei como custa fazer aquele percurso. O declive não é muito acentuado, mas há muitas curvas e contracurvas e Vila Flor parece estar sempre muito distante! As reservas de água estavam quase esgotadas e foi penoso voltar a Vila Flor. Foi necessário ir buscar forças onde elas já não existiam, mas não foi a primeira vez, conheço bem a sensação.
Foram mais de 20 km por terrenos com grande declive, que proporcionaram momentos de muita emoção, com paisagens belíssimas que tentei registar em fotografia.

Está prestes a terminar a volta por todos os marcos geodésicos do concelho. Pelas minhas contas falta um em Assares e pretendo voltar ao Faro, em Vilarinho das Azenhas, não sei se haverá mais algum. No final publicarei uma lista com todos os marcos geodésicos visitados.

GPSies - Lombo Alto - Nabo

01 outubro 2013

No Jardim da Saudade (02)

"No Outono, nem toda a Natureza dorme. Enquanto campos se acalentam em sonhos de mistério, nos canteiros dos jardins velam crisântemos em plena exuberância, garbosos e emproados na sua inclinação sobre a haste! São manchas multicolores que nos maravilham o olhar e os lábios se os beijarmos. Mas ai da ilusão! Até os crisântemos são tristes, porque vão bem a acompanhar finados!
A florista da esquina tem-nos aos braçados. Os seus ramos são poemas melodiosos, em cada corola urna estância, em cada petalazinha um verso cândido. Poema... elegíaco! Elegias de saudade, que vão levar gemidos dos seres que ainda rastejam, aos restos desconjuntados dos seres que estão mais altos. Só uma flor podia ser veículo da saudade humana! Só uma flor podia traduzir no sepulcro, a mágoa dos que choram o passamento dum ente estremecido!
A florista faz negócio. É dia de fiéis defuntos. Um jovem bem parecido, correcto e enluvado, compra-lhe a provisão. E com os braços ajoujados de crisântemos, transpõe o portão do cemitério, verdadeiro prado do repouso ou jardim da saudade.
Ali, no limiar daquela porta, as crenças dividem-se. Uns têm-no como meta da vida, para lá da qual só há a escuridão do nada. Outros consideram-no como o local da última metamorfose humana, no qual as larvas, que todos nós somos, se libertam do casulo para, transformados em insectos perfeitos, lindas borboletas de asas brancas, voar ao Céu, onde as esperam as delícias da vida eterna. Larvas, sim, aquilo que nós somos, envoltas em casulos que cada um tece de sua maneira: com fios de honestidade, ou de valentia, ou de perfídia, ou de maldição, ou de santidade."

Excerto do livro Paisagens do Norte, escrito pelo Dr. Cabral Adão e publicado em 1954. Este livro teve uma segunda edição pela Câmara Municipal de Vila Flor em 1998 (Minerva Trasmontana, Vila Real). Pode ser encontrado no Museu Berta Cabral, na sala dedicada a Vila Flor.

Outro excerto do mesmo livro:  No Jardim da Saudade