07 novembro 2015

Deixa falar o silêncio

Foi para ti, quenquer que sejas, que se aformoseou este recinto.
Superaste até o atingires, o cansaço da subida.
Convido-te a um instante de recolhimento.
Bem mereces uma pausa de harmonia interior.
Não procures palavras, deixa falar o silêncio.
João de Sá

Completou-se mais um aniversário do nascimento do grande poeta vilaflorense João de Sá. Para lembrar a data subi ao miradouro. Deliciei-me com as suas palavras e com a paisagem vibrante numa hora de sol num dia de nevoeiro.
Vaguei pelas capelinhas e senti que João de Sá estava lá, no coloridos das folhas, nas gotas do orvalho da manhã, nos cogumelos que crescem no humus e no melro azul que guarda os rochedos. Quantas poemas João de Sá terá recitado a esta ave solitária?
Deixei que o vento me sussurrasse alguns versos ao ouvido e prometi voltar mais vezes para lhe fazer alguma companhia.