tag:blogger.com,1999:blog-338941082024-03-07T19:32:44.513+00:00À Descoberta de Vila FlorViagens reais, repletas de cor e sentimento, <b>À Descoberta</b> do concelho de Vila FlorAGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.comBlogger1170125tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-28657068205073979272023-11-07T18:02:00.001+00:002023-11-08T18:17:10.257+00:00 Cartas de longe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiglja2cC0L3hnXktVJ25IhMsTDxrrnI3Icn6CirpGmAAUktMKISnSycwvHLcT6BBh-pKa_JMt-8H6bWcqXioKQHQWf2UYpTLDnoe-mtRaL6czFZl0g37JiUh7kVseWKHQQaDzUVS8w2inPAt5SDuhhikPFUaMDBSnXcd5-eV3VLtZluMS-xLyVfA/s1200/VilaFlor2576.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiglja2cC0L3hnXktVJ25IhMsTDxrrnI3Icn6CirpGmAAUktMKISnSycwvHLcT6BBh-pKa_JMt-8H6bWcqXioKQHQWf2UYpTLDnoe-mtRaL6czFZl0g37JiUh7kVseWKHQQaDzUVS8w2inPAt5SDuhhikPFUaMDBSnXcd5-eV3VLtZluMS-xLyVfA/w400-h300/VilaFlor2576.jpg" width="400" /></a></div><div>Levantei voo à hora em que as estrelas </div><div>Emergiam do escrutínio da lonjura...</div><div>Não medi, nem distâncias, nem altura,</div><div>Todo eu era olhar, a recebê-las.</div><div><br /></div><div>Em mim brotou o êxtase de vê-las,</div><div>De sentir, bem cá dentro, a tessitura </div><div>Dessas gotas de água alada e pura,</div><div>Movido pelo medo de perdê-las.</div><div><br /></div><div>Vi-me vogar numa amplitude de opalas</div><div>De secreto fulgor, quase a tocá-las,</div><div>Fendendo o insondável do seu véu.</div><div><br /></div><div>Mas para além, havia outros espaços,</div><div>Das minhas asas só ficaram braços,</div><div>E, do meu voo... só restou o céu!</div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGy9udCfFsUo0ZFzQ7Viv5Hj5cLV2XhP7K1TWNcxscsxwwaPtfj1pvqW_9BCCDQU9rnO-S7qFaAKO0jROUFz-gUiaSZQjeVUk0-HRWza7-pCOkalfy7cFpogApnnHFWwQT9iwWibm1Eoug7PLEBF4dBqgF6sEzzS1ifUPJI6wiCW0YNxDGZyHlWA/s900/VilaFlor2664.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="900" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGy9udCfFsUo0ZFzQ7Viv5Hj5cLV2XhP7K1TWNcxscsxwwaPtfj1pvqW_9BCCDQU9rnO-S7qFaAKO0jROUFz-gUiaSZQjeVUk0-HRWza7-pCOkalfy7cFpogApnnHFWwQT9iwWibm1Eoug7PLEBF4dBqgF6sEzzS1ifUPJI6wiCW0YNxDGZyHlWA/w400-h400/VilaFlor2664.jpg" width="400" /></a></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both;">Poema de João de Sá, do livro "Flores para Vila Flor", 1996.</div><div class="separator" style="clear: both;">João Baptista de Sá, nasceu em Vila Flor, a 7 de Novembro de 1928.</div><div class="separator" style="clear: both;">Faleceu a 23 de Fevereiro de 2012.</div></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-77360930259420324762023-09-30T13:11:00.002+01:002023-09-30T13:11:31.258+01:00A confissão da Amélia (II)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikINJriIdpyfHS47CG4QQFaaP9qQ-_llyniolCH1RNh2qaBeNmtxuyGCF0LDkXgGBPGQqr7qlJ7PLB1d6uDk0y-dvfjWbkwb_Cr9q1SGZik-bmRkAcqOh5_-jcfkVv0CK3Q2bnMhV4IrcG2mEHG-H8Ikcio2DP9zCbSVZQbuOzF8WsLfU9BWC6_g/s900/VilaFlor2606a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="900" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikINJriIdpyfHS47CG4QQFaaP9qQ-_llyniolCH1RNh2qaBeNmtxuyGCF0LDkXgGBPGQqr7qlJ7PLB1d6uDk0y-dvfjWbkwb_Cr9q1SGZik-bmRkAcqOh5_-jcfkVv0CK3Q2bnMhV4IrcG2mEHG-H8Ikcio2DP9zCbSVZQbuOzF8WsLfU9BWC6_g/w400-h320/VilaFlor2606a.jpg" width="400" /></a></div><br /><div>Os domingos, na aldeia, são sempre dias do Senhor! Há uma alegria em todas as coisas, diferente da dos outros dias; umas harmonias de gorjeios e marulhares, mais termos que nos dias de trabalho. As fatiotas dos trabalhadores são mais graves, as vestes das raparigas mais vistosas, as brancuras dos linhos mais impecáveis. E, ou esteja um domingo radioso de sol, ou o escureça um temporal de chuva e trovões, há sempre sinais flagrantes da sua soleníssima hierarquia, adentro da sociedade hebdomadária. São os toques dos sinos a chamar para a missa do dia, para a bênção, para a doutrina da miudagem; são acordes das violas e dos cavaquinhos, alfaias domingueiras que os jornaleiros usam para lhes adoçarem os calos; são os parzinhos ou idílios dispersos por toda a aldeia, nos caminhos, nos cobertos e nas salas.</div><div>É um destes parzinhos, um destes idílios, que vamos encontrar num maravilhoso e criador domingo de Setembro, manhã ainda, no quintalinho da Amélia. Adivinha-se já que é o Maximino, ao lado da sua estremecida conversada, presos dos olhares e dos sorrisos, um do outro.</div><div>Nessa manhã, a Amélia, já meio restabelecida, resolvera fazer-lhe a sua confissão. Enquanto a isso não se resolvesse, haveria sempre aquela dolorosa cena do beijo, como pedra de gelo, a arrefecer constantemente os seus mais ardentes arroubos.</div><div>Tinham-se sentado em cima do muro, tapetado de musgos e conchilros, que dava para o caminho. O quintal era extenso e descia em inclinação suave até um ribeirito, que corria muito precário para o rio; estava cheio de milho, tão crescido que havia lá pé que cobria um homem dos mais altos, não contando</div><div>com o «pendão». Nos intervalos, cresciam feijoeiros e num canto, ao pé da capoeira, subiam esgrouviadas couves galegas, as folhas muito enrugadas, de viçosas, guardando nos refoIhos, gotas de orvalho, que molhavam os pés a quem as abanasse. A capoeira, primitiva construção de alvenaria e tapumes, com a respectiva rede, os respectivos cestos para as galinhas porem os ovos, no fundo dos quais ficava sempre o «aninhador», e o respectivos poleiros, dava guarida a algumas dezenas de belos exemplares pedreses, castanhas, pretas, «carecas» e um garbosíssimo galo que atroava os ares, periodicamente, com o seu garboso cantar.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN9v-XlAV-eQbvq7B2ZkCLipF6ai_Tfy-yrgtsQ02furkWvEnFQbmEIJY6QbHc1xoovLHPvUa3kB8Wa2r5e5osiNxcTBzgJhIecgDVVZQTVfyskigwiQLD580hqRuveCpcZ2sbv8bY4XtePYbgJgou2zIuMF7xdQLXYERl0pUiu-1ojCCzhg2SUg/s1024/VilaFlor2977.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN9v-XlAV-eQbvq7B2ZkCLipF6ai_Tfy-yrgtsQ02furkWvEnFQbmEIJY6QbHc1xoovLHPvUa3kB8Wa2r5e5osiNxcTBzgJhIecgDVVZQTVfyskigwiQLD580hqRuveCpcZ2sbv8bY4XtePYbgJgou2zIuMF7xdQLXYERl0pUiu-1ojCCzhg2SUg/w400-h320/VilaFlor2977.jpg" width="400" /></a></div></div><div>Do lado de lá do caminho, continuavam os tabuleiros de milho, alto em toda a parte, porque era regado, lá se vendo os regos condutores da água cortando as terras e até o caminho, em todas as direcções. E o cenário continuava em linhas quebradas até ao ribeiro, onde algumas lavadeiras ensaboavam peças de cor.</div><div>A Amélia encostava-se a um amieiro esguio, que dava «enforcado» a uma grossa e alta cepa, recamado de heras de folha pequenina.</div><div>- Não calculas, Maximino, quanto te estou grata por tudo quanto fizeste por mim! – ciciou-lhe com doçura.</div><div>- Não me fales nisso, Amélia! Nada fiz de especial. Faria isso por um qualquer, quanto mais por ti?!</div><div>- Eu sei que me queres muito e por isso... tem paciência, Maximino! Mas vais saber toda a verdade do que se passou como Júlio.</div><div>- Não fales nisso, que é melhor - intimou o rapaz, levantando-se e cortando um rebento de amieiro com que se pôs a bater numa perna, com nervosismo.</div><div>- Falo, sim! Nem descanso enquanto te não confessar a minha fraqueza. Sabes? Eu não via outra coisa senão a ti. Mas não me eram indiferentes os galanteios dos outros. Que lhe queres? Somos assim: fracas, fracas, talvez levianas! Umas mais, outras menos, ainda outras de maneira que não se percebe. Mas somos assim. Damos o cavaquinho por um dito, por um elogio, por uma dedicação de qualquer que não seja o que nós amamos. As vezes, estamos com o coração num, que é o verdadeiro, e o olhar noutro, que não conta nada para nós! Outras vezes julgamos que não nos deve impressionar o palavreado de qualquer engraçado e... não! gostamos até de os aturar, no fundo!</div><div>Foi por isso que eu ouvi mais de cem vezes o Júlio da Venda pedir-me namoro e o fitei com certo enleio e me ri com ele. Dizia-lhe sempre que não, é claro! Depois, esforçou-se por que eu lhe desse um beijo. Não me zanguei abertamente, como devia: ri-me, ainda por cima! E quando ele me garantiu que, se o beijasse, já não lhe poderia negar namoro, que o beijo é a assinatura da posse, e não sei que mais... eu animei-o a que experimentasse. - «Experimente e verá!»</div><div>- Oh, cala-te, por Deus, Amélia! Preferia mil vezes que nunca me contasses essas tontices!</div><div>- Ouve, Maximino, o resto! É a defesa da culpada que tens de ouvir. Agora... aqui vai a minha grande culpa: marquei-lhe entrevista aqui ao portão. Eu achava graça, andava alvoroçada com aquele encontro, mas não lhe punha fé nenhuma. No entanto... perdoa a esta cabeça louca!... não me importava de o</div><div>beijar, só para ver... Ele chegou, abraçou-me e quis entregar-me uma caixinha. - «Que é isto?» - perguntei, atrapalhada.</div><div>- «E uma pequena escrava de ouro, uma lembrança para si...» – Não pude ouvir mais. Fugi para cima, ao compreender as maquinações daquele maroto. Tive a desdita de tu assistires a esta maluqueira horrível... Pronto! O senhor Padre Miguel já me absolveu. Agora absolve-me tu, por Deus! suplicou a pobre rapariga, a chorar.</div><div>- Já estás perdoada há muito, Amélia! Não só agora, por te ver doente. Mas nunca mais falaremos nisso, valeu?</div><div>- Valeu! - concordou a Amélia, enxugando os olhos.</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFZs7IiwNZW2e8deR0JR_S8EoaDYFrPGNJ9coD7829bpaT1863cpt0BtvDUCKSV_CiSDFnDpN6IW2GhWEaaGCBWEiw8SL5put_3fmN6RHvk_2FmnMYpZyic5fdLU9DoVBahj8eI4wn5O90Tsve27PX-rNUr2ee1U1RCLfntloYcNiW0T4gsm7PTA/s1024/VilaFlor4651.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFZs7IiwNZW2e8deR0JR_S8EoaDYFrPGNJ9coD7829bpaT1863cpt0BtvDUCKSV_CiSDFnDpN6IW2GhWEaaGCBWEiw8SL5put_3fmN6RHvk_2FmnMYpZyic5fdLU9DoVBahj8eI4wn5O90Tsve27PX-rNUr2ee1U1RCLfntloYcNiW0T4gsm7PTA/w400-h299/VilaFlor4651.jpg" width="400" /></a></div>O Maximino expôs-lhe, em seguida, o seu desejo de casarem logo que o doutor consentisse, entretido, ao mesmo tempo, em tecer com braços de hera, uma espécie de coroa, que colocou na fronte da sua doentinha querida.</div><div>Nesta altura, apareceu a cabeça do Dr. Casimiro acima do muro, que passava no caminho, em visita aos doentes.</div><div>- Então, tu já aí estás, rapariga?! - perguntou, sorrindo.</div><div>- E verdade, senhor doutor! Parece que já estou boa para outra - respondeu-lhe a Amélia, também risonha.</div><div>- Tem muita cautela, rapariga! Olha que tu melhoraste, sim! Mas curar, não! Só se arranjasses um coração novo.</div><div>- Tenho aqui o do Maximino, que mo esteve a oferecer agora mesmo.</div><div>- Olha que isso de casares... não sei, rapariga! Pelo menos não podes ter filhos, se não arriscas-te a baquear. Adeus! Deus vos ajude!</div><div>- Adeus, senhor doutor! Muito obrigada!</div><div>Já o doutor Casimiro ia lá longe, quase a entrar na curva do ribeiro, quando o Maximino, esbarrigando-se no cimo do muro para ainda o enxergar, lhe gritou:</div><div>- Olhe, senhor doutor! Há-de sero que Deus quiser...</div><div><br /></div><div>A primeira parte pode ser lida aqui:</div><div><a href="https://descobrir-vilaflor.blogspot.com/2012/04/confissao-da-amelia.html">A confissão da Amélia</a></div><div><br /></div><div><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Retirado do livro </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">O Homem da Terra</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">, da autoria de </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Luís Cabral Adão</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">, publicado em 1986.</span></div><div><br /></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-57025409796547644342023-09-28T23:20:00.006+01:002023-09-28T23:20:41.683+01:00O Terreiro<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh78ptzclZEMJ_bmXM6L7cYo93npcXSTXbeEeyHTM06ngPOD91pb9eFlgSbpCHG_qJsn-2gsnYjFlCfvJcJB9pozmZXS2ZiFb0iheGOicNGAerkcWbPSZYhYatR_82bCAnr1JUJXY9P1d5a9sA_WBnf7VH9gMnl4wlibWXpCqyiVanXhLhzOSPQ-A/s1024/VilaFlor3309.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh78ptzclZEMJ_bmXM6L7cYo93npcXSTXbeEeyHTM06ngPOD91pb9eFlgSbpCHG_qJsn-2gsnYjFlCfvJcJB9pozmZXS2ZiFb0iheGOicNGAerkcWbPSZYhYatR_82bCAnr1JUJXY9P1d5a9sA_WBnf7VH9gMnl4wlibWXpCqyiVanXhLhzOSPQ-A/w400-h299/VilaFlor3309.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: right;">Ao; Francisco de Soveral Pastor</div></div><div><br /></div><div>A Praça é dos cartolas, dos senhores</div><div>De gravata, de pose ou de dinheiro,</div><div>Onde passeiam leigos e doutores:</div><div>O médico, o juiz, o tesoureiro...</div><div><br /></div><div>Mas o povo, os humildes servidores</div><div>Nas horas de lazer vão pra o Terreiro,</div><div>Ali tomam o sol, tomam amores,</div><div>Ali mostram o fato domingueiro.</div><div><br /></div><div>O Terreiro é salão de baile, até,</div><div>Onde as moças da vila dão ao pé</div><div>Nesses jogos de roda tão castiços.</div><div><br /></div><div>«Quero dar duas voltas a meu jeito!»</div><div>Cantam elas, forçando o rijo peito</div><div>A rodar contra o peito dos derriços!</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl8cRCcVdM_Rh9YWyGMJRTlN2w4d8Dg_9V33EgF3FyVPdnd4oOXDSBVUG7VZ7WV9CbIi0fg9nSmVQOIujOZVn-RtccnW_NW62k2Qzey1KqClKZnolVvG0ly13gJ2_GYMTOqYW5YlxpMkszoVfwFKaON78K1svvP5uANzBdBNqVAZVc3uOu_wDM8w/s1024/VilaFlor3310.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl8cRCcVdM_Rh9YWyGMJRTlN2w4d8Dg_9V33EgF3FyVPdnd4oOXDSBVUG7VZ7WV9CbIi0fg9nSmVQOIujOZVn-RtccnW_NW62k2Qzey1KqClKZnolVvG0ly13gJ2_GYMTOqYW5YlxpMkszoVfwFKaON78K1svvP5uANzBdBNqVAZVc3uOu_wDM8w/w400-h299/VilaFlor3310.jpg" width="400" /></a></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Soneto retirado do livro “</span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px; font-weight: bold;">Versos – Vila Flor</span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">”, impresso em Novembro de 1966, da autoria do </span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px; font-weight: bold;">Dr. Luís Manuel Cabral Adão</span><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-40063268916955549632023-09-15T21:28:00.004+01:002023-09-15T21:28:40.502+01:00Para a escola<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5zfu_FQuRfJ496hIuNaPjY3z_xvBwVDua8zJYI0cag-biUFJEvcgC0mdnq8YFk1wMQF_NrnU2yjGNcura9r9cDjXRyPUPIpnqCPAosF7maEfjXwZ8Av_olUaqXK7PBn_56WWXGbLG1cpFrPJvSD3imVeEsQ_yRQujOTa9lkslJDukI3kDWNs81g/s1024/VilaFlor4729.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="765" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5zfu_FQuRfJ496hIuNaPjY3z_xvBwVDua8zJYI0cag-biUFJEvcgC0mdnq8YFk1wMQF_NrnU2yjGNcura9r9cDjXRyPUPIpnqCPAosF7maEfjXwZ8Av_olUaqXK7PBn_56WWXGbLG1cpFrPJvSD3imVeEsQ_yRQujOTa9lkslJDukI3kDWNs81g/w299-h400/VilaFlor4729.jpg" width="299" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meninos-para-a-escola (Amaryllis belladonna)</td></tr></tbody></table><br /><div><br /></div><div>E lá vai, lá vai</div><div>A criança para a escola,</div><div>Toda catita!</div><div>Lavadinha, tão bonita,</div><div>Lá vai, lá vai, lá vai.</div><div><br /></div><div>Saiu de casa, inda cedo,</div><div>Em direção à escola.</div><div>Sozinha mas não tem medo -</div><div>Leva aos ombros uma sacola.</div><div><br /></div><div>Vai andando em passo lento, </div><div>Pára aqui, espreita além.</div><div>Lembra-se a todo momento, </div><div>Das palavras da sua mãe.</div><div><br /></div><div>- Meu filho porta-te bem,</div><div>Respeita o teu professor.</div><div>Não faças mal a ninguém,</div><div>Porque ralha Nosso Senhor.</div><div><br /></div><div>Tudo sol, tudo alegria,</div><div>Sente-se feliz a criança. </div><div>Até o melro assobia! - </div><div>Mais ânimo, se não cansa. </div><div><br /></div><div>Chega à escola, a horinhas,</div><div>Foi o primeiro a entrar.</div><div>O professor aos meninos,</div><div>Diz ser exemplo a imitar.</div><div><br /></div><div>E à tarde, já à noitinha,</div><div>Hora de descanso e saudade,</div><div>Dizia ele à avozinha:</div><div>- Já conheço a Caridade.</div><div><br /></div><div>- Diz-me então o que é,</div><div>Filho do meu coração:</div><div>- É que hoje o Manel Zé, </div><div>Também comeu do meu pão.</div><div><br /></div><div>E lá vai, lá vai</div><div>A criança para a escola,</div><div>Toda catita!</div><div>Lavadinha, tão bonita,</div><div>Lá vai, lá vai, lá vai...</div><div><br /></div><div>Maio de 1961</div><div>J.N. Fonseca*</div><div>*José do Nascimento Fonseca nasceu no Nabo a 22-12-1940 e faleceu a 27-07-1983.</div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-23603968357155304422023-06-24T23:38:00.001+01:002023-06-24T23:38:07.057+01:00A Minha terra (Cabral Adão)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkStODCsMW26s8hksRy_Odr2MvZXcjy87mFjWEDRozarlhvWK05LeZcCIwHLQUlV_mkiECgpyx-0I2mmerxZZ2lQ6OAr3jn6n5dJaEtwAXspSK9KEYpWr7JXuX3zZqyVtc-hbUzb0TV9P4pG5a5nJ0PFt6Kggo-fh2GPr_sxmhB_iShoLVCHFqow/s1024/VilaFlor4680.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkStODCsMW26s8hksRy_Odr2MvZXcjy87mFjWEDRozarlhvWK05LeZcCIwHLQUlV_mkiECgpyx-0I2mmerxZZ2lQ6OAr3jn6n5dJaEtwAXspSK9KEYpWr7JXuX3zZqyVtc-hbUzb0TV9P4pG5a5nJ0PFt6Kggo-fh2GPr_sxmhB_iShoLVCHFqow/w400-h299/VilaFlor4680.jpg" width="400" /></a></div><br /><div>A MINHA terra é uma sede de comarca do distrito de Bragança, chamada, por mercê de vontade real, Vila Flor.</div><div>Se «quem o feio ama, bonito lhe parece», que acontecerá com quem ama o bonito? Excede tudo quanto se possa congeminar em alegria íntima, em plenitude de encanto, em sorrisos interiores de apaziguamento. Amar a minha terra é amar uma flor, o fulcro da mais bucólica poesia, o molde da beleza, a cor, a graça, a doçura!</div><div>Ainda me chegam a cada passo os perfumes da serra, aquela vertente do Facho que se avista logo do Alto de Espinho, no dorso do Marão, divisório e austero.</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbh08iOLt_EPp3xMATkjPJDL5t5zcEsAt6ZMD95hjHG9Nef9WuppsHdYcLya-LULCYcAJlRQqQAGjPKq-TCsjIdCoEospR0KkohXzqaH28Ja_BMOTqjA_khSDglMgN-KTx9NLqjRMz6X3vN2uEfYuAqm-OAxiaglq_RAFkiiSKHvGDJQQZt2jAsg/s1000/VilaFlor4486.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbh08iOLt_EPp3xMATkjPJDL5t5zcEsAt6ZMD95hjHG9Nef9WuppsHdYcLya-LULCYcAJlRQqQAGjPKq-TCsjIdCoEospR0KkohXzqaH28Ja_BMOTqjA_khSDglMgN-KTx9NLqjRMz6X3vN2uEfYuAqm-OAxiaglq_RAFkiiSKHvGDJQQZt2jAsg/w400-h268/VilaFlor4486.jpg" width="400" /></a></div>São estonteantes as emanações do mar amigo, à beira do qual me fiz enteado, por felicidade do destino. Eu já me acostumei a estas paisagens aliciantes, que o mar recorta em quebradas de capricho, cauda verde-clara a brincar permanentemente com os panos verde-escuros da nossa costa arrábida. Mas quando me extasio pelos altos de São Filipe ou de São Luís, gozando a delícia de panoramas duma nobreza sem par; quando me perco, como um ponto num todo, pelo areal imenso e miudinho da Troia, procurando nos conchais as peças mais bizarras; quando me embriago na alegria picante dos laranjais da beira-Sado, outros mares espumados de folhagem escura, onde as bolas de oiro sorriem aos olhos, pontuando a fortuna do apetite em haustos de cor e fragância; quando os crepúsculos de Outono me prostam numa adoração de hossanas, embebendo-me a alma com melancolias de ametista e oiro... – ah! então a voz do berço vem-me bater aos ouvidos, como um ressaibo de quem sofre ciúmes! E que faço eu meu Deus? Que faço?</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijfx7GyZl1FhL_U1V_S4sOr-Q143AW-dajL19Mpq4Vqo64-LJbQ8EegeQdG4YnY7bTsuqzdPV7dUEQiM_Vbwa6dgztD244uaz3DrKiP9ljEOZsjueGzksORfq_LUtY2_Fgjr9ibW0jge2cWPu_blH9zUcgmJfNA0Xkv55Y8fK8Dh7QfmIbnJGntQ/s1000/VilaFlor4584.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijfx7GyZl1FhL_U1V_S4sOr-Q143AW-dajL19Mpq4Vqo64-LJbQ8EegeQdG4YnY7bTsuqzdPV7dUEQiM_Vbwa6dgztD244uaz3DrKiP9ljEOZsjueGzksORfq_LUtY2_Fgjr9ibW0jge2cWPu_blH9zUcgmJfNA0Xkv55Y8fK8Dh7QfmIbnJGntQ/w400-h268/VilaFlor4584.jpg" width="400" /></a></div>Abro o coração e releio as colecções das minhas lembranças. É então que eu julgo sentir as tais nevralgias da alma a que nós somos atreitos. É então que eu julgo sentir - saudades!!!</div><div>Saudades da minha praça. Lembrai-vos, rapazes do meu tempo, da praça de Vila Flor? Era a sala de visitas, o palco, o estádio, o jardim, a praia, o «rendez-vous» da juventude de há anos. Quem havia de dizer que o coração da linda vila se imolaria em holocausto duma urbanização geométrica, mas cruel?!...</div><div>Estou a vê-la, nas noites de luar, o luar faiscante de Trás-os-Montes; grupos de rapazes, de raparıgas, passeando, passeando, dando voltas, os bancos repletos, as janelas de roda floridas de moradores, gargalhadas por um lado, correrias de crianças por outro... e o luar sempre a banhar a minha praça, num embalar de mistério que só de longe se vem a compreender!</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAKeObUKIBu6nat9PYe30tUGSiwZ0lVFIZDJKAZ4gyMJKD9lOKn21X2guai89gViXPEQU9lCqTCT6iBhYpyvymu0BrPF-lNBU-J16aHw2PW-4Z3bZ4D643pxgAyjLuDARG4_CXqIlBNBGpn--G30hYTEZReKZGeDKersxaHn-sQxOc4kgyVu2sA/s1024/VilaFlor4678.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiAKeObUKIBu6nat9PYe30tUGSiwZ0lVFIZDJKAZ4gyMJKD9lOKn21X2guai89gViXPEQU9lCqTCT6iBhYpyvymu0BrPF-lNBU-J16aHw2PW-4Z3bZ4D643pxgAyjLuDARG4_CXqIlBNBGpn--G30hYTEZReKZGeDKersxaHn-sQxOc4kgyVu2sA/w400-h299/VilaFlor4678.jpg" width="400" /></a></div><span style="text-align: left;">Saudades da Fonte Romana, talvez donde brotou água para me fazer cristão. Saudades da minha serra, onde as capelinhas vigiam, como postos de fiscalização do céu, imperceptivelmente ungindo as almas duma bênção reconfortante, quando alvejam ao sol, ou murmuram à lua uns segredos de brancura que quase se adivinham nas percepções do sonho. Saudades dos vinhedos, dos pinhais, da visão esplendente das nossas madrugadas, surpreendido o viajante nas Portas do Sol ou na scanadas da Figueira Preta. Saudade do sino que repicou, festivo, na hora do meu baptizado, e também no do meu primeiro filho. Saudades das pombas que eu via sempre no céu, em revoada de branco sobre o azul, durante a procissão de Páscoa, ou na de Pascoela, quando se levava o Senhor aos presos da cadeia. Saudades da missa do senhor padre António, modelo de virtude e sacerdócio, para quem nunca foram penosas as cruezas do seu mester sagrado.</span></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG4sZQzmbe5VOR31-46Me_K3snVibnnYlJMMGSrpU4EEPaO9ysZZPNRBc6J4wqoPnMZZdXHLkESjo-GxpSByOMVoFO-nQygn8TowK-qnZwVJYcQ774IRgnUahTdF5MzjkQtdyIWHe5PwQE7ph7brVYEn5hCOrD-G4lJoQLzjcZmAgdJrfvJnPwvg/s1024/VilaFlor4698.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG4sZQzmbe5VOR31-46Me_K3snVibnnYlJMMGSrpU4EEPaO9ysZZPNRBc6J4wqoPnMZZdXHLkESjo-GxpSByOMVoFO-nQygn8TowK-qnZwVJYcQ774IRgnUahTdF5MzjkQtdyIWHe5PwQE7ph7brVYEn5hCOrD-G4lJoQLzjcZmAgdJrfvJnPwvg/w400-h299/VilaFlor4698.jpg" width="400" /></a></div><br /><div><br /></div><div>Saudades... dos tipos da minha terra.</div><div><br /></div><div><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Excerto do livro </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Paisagens do Norte</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">, do </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Dr. Cabral Adão</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">, publicado em 1954 e reeditado em 1998 pela </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Câmara Municipal de Vila Flor</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">.</span></div><div><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Luís Manuel Cabral Adão</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;"> nasceu em Vila Flor a </span><b style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">24 de Junho de 1910,</b><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;"> falecendo a 6 de Agosto de 1992, em Almada, vitimado por paragem cardíaca, partiu, no dia seguinte, para Vila Flor, para jazigo de família.</span></div><div><br /></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-22105295609544931312023-02-23T08:00:00.001+00:002023-02-23T08:00:00.211+00:00A velha praça<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWbsXnxuR6kWN8R4v_NvzrQ8BSScYJT5FBY19SFvVhwrQw23aWbICE8B3xm3z-NIA4JuvoHFyTBZ3abEqE4Ut5W-YxIaloW0GwchlGUjtrJFKnKGADMnhJVayx_e410Jkhb9e5hEwGnxeSZ5GyqCEx6dy2caclAX0IFlT6YoX9ICjDvGmB_0M/s1024/VilaFlor4682.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="1024" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWbsXnxuR6kWN8R4v_NvzrQ8BSScYJT5FBY19SFvVhwrQw23aWbICE8B3xm3z-NIA4JuvoHFyTBZ3abEqE4Ut5W-YxIaloW0GwchlGUjtrJFKnKGADMnhJVayx_e410Jkhb9e5hEwGnxeSZ5GyqCEx6dy2caclAX0IFlT6YoX9ICjDvGmB_0M/w400-h299/VilaFlor4682.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div><span style="font-family: arial;">A velha Praça começava</span></div><div><span style="font-family: arial;">Onde findava</span></div><div><span style="font-family: arial;">A nossa inquietação.</span></div><div><span style="font-family: arial;">Varandas engalanadas</span></div><div><span style="font-family: arial;">E janelas sempre acesas.</span></div><div><span style="font-family: arial;">Harpejos de comoção</span></div><div><span style="font-family: arial;">Libertados dum piano,</span></div><div><span style="font-family: arial;">Na branda respiração</span></div><div><span style="font-family: arial;">Das tílias quase apagadas</span></div><div><span style="font-family: arial;">No crepúsculo de Verão.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div><span style="font-family: arial;">E nós a vermos os outros.</span></div><div><span style="font-family: arial;">Sobretudo a vermo-nos passar</span></div><div><span style="font-family: arial;">Desde o começo do mundo,</span></div><div><span style="font-family: arial;">Tentando dissimular</span></div><div><span style="font-family: arial;">O abismo mais profundo,</span></div><div><span style="font-family: arial;">Com um candil de luar.</span></div><div><br /></div><div><div style="background-color: white; color: #111111;"><span style="font-family: arial;">Poema de João de Sá, do livro "Vila à Flor dos Montes", 2008.</span></div><div style="background-color: white; color: #111111;"><span style="font-family: arial;">Fotografia: Praça da República, em Vila Flor, antes do último arranjo urbanístico. </span></div></div><div style="background-color: white; color: #111111;"><div dir="auto" style="color: #050505; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div dir="auto" style="color: #050505; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: helvetica;">João Baptista de Sá, nasceu em Vila Flor, a 7 de Novembro de 1928. </span><span style="font-family: helvetica;">Faleceu no dia 23 de Fevereiro de 2012, em Lisboa.</span></div><div dir="auto" style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></div></div><div style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-33495799357024980372023-01-07T13:11:00.001+00:002023-01-07T13:11:39.659+00:00Vento (João de Sá)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2C7Ik30ifPOugABJ2EzuNCRGuinXjAS4sZQxFjw3KBpF2IxVjAC8YxBPoatO1ib1p5JUJhJeFJdqO2gBCROnBArCHXNiYm0rZrmf2M4OtRSuwUL2K_UEHvOIhT3GYiZbvzC9LVF4FfipqOgRJ22fa3zuEGzmRTkD0fCHOQ37SV-0DGa6msSM/s900/VilaFlor2168.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="900" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2C7Ik30ifPOugABJ2EzuNCRGuinXjAS4sZQxFjw3KBpF2IxVjAC8YxBPoatO1ib1p5JUJhJeFJdqO2gBCROnBArCHXNiYm0rZrmf2M4OtRSuwUL2K_UEHvOIhT3GYiZbvzC9LVF4FfipqOgRJ22fa3zuEGzmRTkD0fCHOQ37SV-0DGa6msSM/w400-h400/VilaFlor2168.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div>Ó este vento que me torce a alma,</div><div>Olhando as chamas, no espaldar do escano,</div><div>Tecendo o tempo em fios de ano e ano,</div><div>Voraz caruncho que ninguém acalma.</div><div><br /></div><div>Volúvel, este vento amanhecendo...</div><div>Corte de longe em coração cigano.</div><div>Breve pausa de engano e desengano,</div><div>Clamor que me estrutura, corroendo...</div><div><br /></div><div>Fecho o livro que lia. O impossível</div><div>Avantaja-se e torna-se audível,</div><div>Mas nada se aproxima que transgrida:</div><div><br /></div><div>O bater duma porta, uma telha</div><div>Partida, vozes, passos numa quelha,</div><div>Seja o que for que arremede a vida!</div><div><br /></div><div><div style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Poema de João de Sá, do livro "Vila à Flor dos Montes", 2008.</div><div style="background-color: white; color: #111111; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.2px;">Fotografia: A caminho da Ribeirinha, na Quinta da Peça.</div></div><div><br /></div><div><br /></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-80566118592285579662023-01-01T13:21:00.001+00:002023-01-01T13:21:26.149+00:00Caminhos (João de Sá)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLvAWkHoBLH4OQwpyonbkRK_Cw8k-Lz2c2MbGR7o3VDWGnyqeO30fsDQzDZnXBhYRLqpCFfYu08UGNs-Cuqkx1-XSVRWp2qKGPEJt-sEy91FrRnSKHPbWmYM998vYYX_Z3QgQSJPEm-V33A9Ge31x6UyjWHhkH51ENDPKipm_iXLwUgOGHjhk/s1024/VilaFlor1618.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLvAWkHoBLH4OQwpyonbkRK_Cw8k-Lz2c2MbGR7o3VDWGnyqeO30fsDQzDZnXBhYRLqpCFfYu08UGNs-Cuqkx1-XSVRWp2qKGPEJt-sEy91FrRnSKHPbWmYM998vYYX_Z3QgQSJPEm-V33A9Ge31x6UyjWHhkH51ENDPKipm_iXLwUgOGHjhk/w400-h320/VilaFlor1618.jpg" width="400" /></a><div style="text-align: left;">Que todos os caminhos que descubro</div><div style="text-align: left;">Me descubram também, e neles encontre</div><div style="text-align: left;">Uma fimbria longínqua de horizonte</div><div style="text-align: left;">Desenhando, a névoa, um céu de Outubro.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Das auroras de Agosto o gesto rubro</div><div style="text-align: left;">Se torne voz, me acalente e conte</div><div style="text-align: left;">A odisseia dessa velha fonte</div><div style="text-align: left;">Que emudeceu e nunca disse tudo!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Buscai-me nos caminhos. Sou o monge</div><div style="text-align: left;">Que vem não sabe donde, mas de longe...</div><div style="text-align: left;">Trago textos no olhar, parai e lede.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Eu sou o viajante e a viagem,</div><div style="text-align: left;">Latejo de seara e a própria aragem,</div><div style="text-align: left;">A frescura da água e o ardor da sede!</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div>Poema de João de Sá, do livro "Vila à Flor dos Montes", 2008.</div><div>Fotografia: Caminho para o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, em Vilarinho das Azenhas</div></div></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-70444161359939238922022-06-24T07:35:00.004+01:002022-06-24T07:35:00.207+01:00Luís Cabral Adão, 112 anos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimwL0SKrhSvctibtIddztAEzZDqyqGULowoCXmDOSOiwdAXINVIyNKKYrtS6OJx2jzFanXtZ6M1xmvYHM21O4rSzQSGnqWD8GrQJSX7O-XYS-tQosV9ar5_YbyE7Pfgozc-Ip3kDnux_kBm_OKMNYvD7xSGbd_G749qKNE4Ynhtj5HzoAIigM/s1000/VilaFlor4705.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimwL0SKrhSvctibtIddztAEzZDqyqGULowoCXmDOSOiwdAXINVIyNKKYrtS6OJx2jzFanXtZ6M1xmvYHM21O4rSzQSGnqWD8GrQJSX7O-XYS-tQosV9ar5_YbyE7Pfgozc-Ip3kDnux_kBm_OKMNYvD7xSGbd_G749qKNE4Ynhtj5HzoAIigM/w400-h268/VilaFlor4705.jpg" width="400" /></a></div><br /><div>Completam-se hoje 112 anos desde o nascimento de Luís Cabral Adão. Nasceu em Vila Flor, Trás-os-Montes, no dia 24 de Junho de 1910, tendo falecido em Almada a 6 de Agosto de 1992. </div><div>No dia 18 de Setembro, integrada na homenagem que lhe foi feita pelo município de Vila Flor, foi descerrada uma placa no escadório do Cabeço de Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas. Essa placa contém um soneto de sua autoria, publicado em livro em 1966, "Vila Flor" (Versos).</div><div>Na fotografia podemos ver o presidente da Câmara nessa altura, Dr. Artur Pimentel, acompanhado dos filhos do homenageado.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Imagem, das formosas, mais formosa:</div><div>Senhora d'Assunção, no pico agreste,</div><div>Vestido cor de pétalas de rosa,</div><div>Manto volátil de cetim celeste!</div><div><br /></div><div>Única imagem, esta que assim veste</div><div>E numa nuvem se ergue, vaporosa,</div><div>Braços ao alto, olhos como em teste</div><div>De em si conter centelha milagrosa!</div><div><br /></div><div>Transfigurada estátua que eu venero</div><div>Desde menino, e a que tanto quero</div><div>Por me rasgar de luz a densa treva:</div><div><br /></div><div>Em ser's da Virgem Mãe cópia fiel,</div><div>Volve pra mim teus olhos d'ouro e mel,</div><div>Dá-me um lugar na nuvem que te leva!</div><div><br /></div><div>Soneto retirado do livro “Versos – Vila Flor”, impresso em Novembro de 1966, da autoria do Dr. Luís Cabral Adão.</div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-52110895842360263502022-06-23T21:51:00.000+01:002022-06-23T21:51:04.826+01:00Vila Flor<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5uvs80JMvXuCFTmobJ00WmeDpScx4L9rgcJJiGotJWKwQoQS0VtCF0sTc5t-Lt3If0_VAvhxToww6oMEOVvSv9M1TlaQM0hSw4JaZlqpPR_lNs1-VsqHonGsSri4ls5w7xCnhHkTnPEO8-WVPHpQ-S9amAQgK3Owyy40rIC0oI29nWkQZnzM/s1000/VilaFlor4703.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5uvs80JMvXuCFTmobJ00WmeDpScx4L9rgcJJiGotJWKwQoQS0VtCF0sTc5t-Lt3If0_VAvhxToww6oMEOVvSv9M1TlaQM0hSw4JaZlqpPR_lNs1-VsqHonGsSri4ls5w7xCnhHkTnPEO8-WVPHpQ-S9amAQgK3Owyy40rIC0oI29nWkQZnzM/w400-h268/VilaFlor4703.jpg" width="400" /></a></div><p></p><p>No Largo de Santa Luzia, em Vila Flor.</p><p>15.03.2009</p>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-75376049572217802162021-01-26T19:35:00.000+00:002021-01-26T19:35:10.549+00:00e de repente é noite<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCqwuLpp9Fb-TOMufpLptL8a1_J1bIBMd5RJ67JLAG9NGuhpMfPQy9v1BVSsh0h3xLS06h2Be2uLSzVcjQ5i_opLWAHalUAhfQKVyiu_ejOuNt-uAVuanYqFRL66lvUX6DZo7G1g/s1024/VilaFlor1753.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="1024" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCqwuLpp9Fb-TOMufpLptL8a1_J1bIBMd5RJ67JLAG9NGuhpMfPQy9v1BVSsh0h3xLS06h2Be2uLSzVcjQ5i_opLWAHalUAhfQKVyiu_ejOuNt-uAVuanYqFRL66lvUX6DZo7G1g/w400-h320/VilaFlor1753.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div>Faz alguns anos que comecei a partilhar o livro "<b>E de repente é noite</b>", do ilustre vilaflorense falecido em 2012, <b>João de Sá</b>. Nestes dias de confinamento, em que o tempo parece que nos sobra, chega-nos para fazermos viagens musicais, de imagens e palavras que preencheram os nossos dias, num passado mais ou menos longínquo. E, no quente da lareira, ao ritmo da chuva que ora quer cair, ora se envergonha, os sentimentos emergem e dão-nos alento. Saibamos aproveitar estes dias para nos (re)encontrarmos, porque a loucura em que vivemos dá-nos poucas hipóteses.<div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju59YhNxuvkrKO5Xor5n4h_1DK8sIB-cIO5zPDOI84JuVA0eWhrzGrUFS4vdtDinw5JInxAr-f-RGwTU2ExmxLgTn0Er5GzigUoQFGxnL_-OS69YrBA3JdXbcpZxVKHlwYH8yETg/s706/VilaFlor4608a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="706" data-original-width="479" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju59YhNxuvkrKO5Xor5n4h_1DK8sIB-cIO5zPDOI84JuVA0eWhrzGrUFS4vdtDinw5JInxAr-f-RGwTU2ExmxLgTn0Er5GzigUoQFGxnL_-OS69YrBA3JdXbcpZxVKHlwYH8yETg/w271-h400/VilaFlor4608a.jpg" width="271" /></a></div><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div><br />INDICE<br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/02/e-de-repente-e-noite-i.html" target="_blank">Faço isto em nome de um fogo distante</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/02/e-de-repente-e-noite-ii.html" target="_blank">É para reavivar as obliquas luzes da memória</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/02/e-de-repente-e-noite-iii.html" target="_blank">Dizer os ventos que atravessaram</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/01/e-de-repente-e-noite-iv.html" target="_blank">Por onde caminhamos é o dia</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/02/e-de-repente-e-noite-v.html" target="_blank">Quem deu nome a esses espaços</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/06/e-de-repente-e-noite-vi.html" target="_blank">Fixa a mão o que Junho não foi</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/05/e-de-repente-e-noite-vii.html" target="_blank">Nos vasos do coração</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/06/e-de-repente-e-noite-viii.html" target="_blank">Não tem nome a barca</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/03/e-de-repente-e-noite-x-e-xi.html" target="_blank">Demoro-me sob as romãzeiras</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/03/e-de-repente-e-noite-x-e-xi.html" target="_blank">Não me despertes para o festim</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/03/e-de-repente-e-noite-x-e-xi.html" target="_blank">A cidade rarefaz-se ao longe</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/05/e-de-repente-e-noite-xii.html" target="_blank">Estão por lá, bem sei, todas as palavras</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xiii.html" target="_blank">Que os instantes do dia</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/09/e-de-repente-e-noite-xiv.html" target="_blank">Deixai a criança sentada no granizo</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xv.html" target="_blank">A impetuosa deambulação do álcool da escrita</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xvi.html" target="_blank">Acenas-me de longe</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2011/08/e-de-repente-e-noite-xvii.html" target="_blank">Onde estavas tu no início desse verão</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xviii.html" target="_blank">Saber como são breves</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xix.html" target="_blank">Em Maio os campos acendiam-se</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/01/e-de-repente-e-noite-xx.html" target="_blank">Sabíamos a alba uma tela branca</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/04/e-de-repente-e-noite-xxi.html" target="_blank">Havia um poço</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/05/e-de-repente-e-noite-xxii.html" target="_blank">Todos desapareceram</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/05/e-de-repente-e-noite-xxiii.html" target="_blank">Sei que o corredor me levava</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/05/e-de-repente-e-noite-xxiv.html" target="_blank">A charneca de yorkshire aberta</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/05/e-de-repente-e-noite-xxv.html" target="_blank">Os ventos afinam os violinos dos choupos</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/05/e-de-repente-e-noite-xxvi.html" target="_blank">Ficar em paz com as coisas</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2009/01/e-de-repente-noite.html" target="_blank">O sol atravessado pelas sombras</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2011/12/e-de-repente-e-noite-xxviii.html" target="_blank">Vou pelo assombramento de quartos e salas</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/06/e-de-repente-e-noite-xxix.html" target="_blank">É dorido o canto</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/09/e-de-repente-e-noite-xxx.html" target="_blank">Ardem pássaros nos olhos dum rapaz</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/04/e-de-repente-e-noite-xxxi.html" target="_blank">Basta um caminho</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2011/08/e-de-repente-e-noite-xxxii.html" target="_blank">Já ninguém lembra o que sobrou de nós</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/09/e-de-repente-e-noite-xxxiii.html" target="_blank">Os teus passos são ímpetos entardecidos</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/02/e-de-repente-e-noite-xxxiv.html" target="_blank">Não é sono nem desmaio nem esquecimento</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/07/e-de-repente-e-noite-xxxv.html" target="_blank">Segredos de obscuros cristais</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/06/e-de-repente-e-noite-xxxvi.html" target="_blank">Que o gume das colinas</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2015/09/e-de-repente-e-noite-xxxvii.html" target="_blank">Não aceites a morte, mãe</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2015/09/e-de-repente-e-noite-xxxvii.html" target="_blank">Outra vez o serão</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/03/e-de-repente-e-noite-xxxix.html" target="_blank">Nunca disseste que virias</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2015/02/e-de-repente-e-noite-xl.html" target="_blank">Uma vereda de desassossego</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2013/09/e-de-repente-e-noite-xli.html" target="_blank">Passei por ti como luz branda</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/01/e-de-repente-e-noite-xlii.html" target="_blank">Sentemo-nos na soleira da porta</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/11/e-de-repente-e-noite-xliii.html" target="_blank">Pousaram nenúfares na água do teu peito</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2011/11/e-de-repente-e-noite-xliv.html" target="_blank">Ergue as palmas de um saber feito</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2014/11/e-de-repente-e-noite-xlv.html" target="_blank">Que mãos sacodem velhas ferrugens</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/07/e-de-repente-e-noite-xlvi.html" target="_blank">Que realidade procuram surpreender</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2015/09/e-de-repente-e-noite-xlvii.html" target="_blank">Não reduzas tudo a esquadria e pedra</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2015/09/e-de-repente-e-noite-xlviii.html" target="_blank">O tempo pousa-me nos dedos</a><br />
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2012/02/morreu-o-dr-joao-de-sa.html" target="_blank">Andei perdido por caminhos ínvios</a><br />
Vou aparelhar as tábuas do barco</div></div><div><br /></div><div><div>João Baptista de Sá, nasceu em Vila Flor, a 7 de Novembro de 1928.</div><div>Faleceu a 23 de Fevereiro de 2012.</div></div>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com0Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651612.998103063821162 -42.3099016 69.618570736178853 28.0025984tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-60139841761128805982020-06-24T16:54:00.000+01:002020-06-24T23:10:24.489+01:00No vale da Vilariça<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBZgH3wIwpZR4FgPTazaUtrrOJDl7nU9bZ707LB5B7hVB_71aKvb-MpqeAxdfCnSwgJr_-po7hUnwkXf6jxS3lvFLPMx0gJkA11vE29v2r3y9xuWzPbSWKS9s2pI6Mkwqboqceiw/s1600/VilaFlor1690.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="819" data-original-width="1024" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBZgH3wIwpZR4FgPTazaUtrrOJDl7nU9bZ707LB5B7hVB_71aKvb-MpqeAxdfCnSwgJr_-po7hUnwkXf6jxS3lvFLPMx0gJkA11vE29v2r3y9xuWzPbSWKS9s2pI6Mkwqboqceiw/s400/VilaFlor1690.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
- Bonito dia, Rosária!<br />
- Bonito dia, Gonçalo!<br />
Não eram os personagens do «Idílio Rústico», que Trindade Coelho tão finamente bordou, mas um casal de jovens e de trabalho que morava em Sampaio, lá para as bandas da Vilariça, entre Vila Flor e Moncorvo. Tinham-se acabado de erguer, estrelas ainda a brilhar no azul, mas já esmaecidas pela aproximação do sol. Era naquele Agosto ardente, tão ardente que até se assava uma sardinha posta na hora da sesta em cima duma fraga.<br />
O dia ia a romper depressa e o Gonçalo entrou logo de aparelhar os burros e preparar os sachos para marchar direito à canameira, a meia légua de distância de sua casa.<br />
A Rosária já tinha posto na mesa de castanho, preto de velho, os figuitos e a aguardente do mata-bicho e começava a apanhar no Cabanal alguns guiços bem sequinhos para adiantando o almoço que, por volta das onze horas, ia levar ao seu homem: e até o Zé, raparigo dos seus sete anos, filho do casal, dava os últimos amanhos às costelas e pescoceiras, untando de cuspo as tranquetas dos sedenhos daqueles e experimentando as molas destas, e verificava se as formigas de ala estavam bem presas e vivas nas grileiras das armadilhas, cevadas de véspera, pois esperava fazer uma boa colheita de tralhões, rabitas, piscos e folecras. E lá vai ele com o pai, que já desce a ladeira, burricos à frente com angarelas, sachos e apetrechos vários sobre as albardas.<br />
As margens do vale são alinhadas e bastante abruptas. Quer dos lados de Vila Flor, quer dos de Alfândega da Fé ou Moncorvo, desce-se muito para se lá chegar. Segue ao longo da Ribeira, desde os cerros de Bornes até ao rio Douro, onde estronca em esquadria.<br />
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A canameira do Gonçalo, herdança do seu falecido e bom pai, era uma larga faixa de terreno, começando no caminho marginal e acabando na Ribeira. ladeada pelas courelas dos vizinhos.<br />
Quase ao centro, via-se uma nora de alcatruzes zincados que trazia à água de pequena profundidade até à altura de um metro, suficiente para chegar à todos os cantos do terreno.<br />
Aquelas terras são de uma fertilidade extraordinária!<br />
E este ano, especialmente, que houve «rebofa»!<br />
Quem conheceria aquela extensa planura cobertinha de água que transborda, vale acima, do endemoinhado Douro, muito subido pelas chuvas torrenciais de muitos dias?<br />
Aquela água toda, com um rico nateiro de naturais e fortes adubos, dava à Vilariça o grandioso aspecto dum lago, como outrora dizem que foi, e à ubérrima seiva que vicejará nos seus belos e afamados frutos.<br />
Santa terrinha esta, em cujo seio exubera o sagrado mistério da germinação, no dizer de Campos Monteiro, que a cantou!<br />
E o Gonçalo bem lhe conhecia o valor! Se era quase só dela e do trabalho aturado dele e da própria patroa que viviam!<br />
E governaram-se regularmente, pois tinham um bem fornecido bragal, boa adega com salgadeira, a pipa do carrascão, as linguíças, embrulhadas em velhos envelopes. Numa caixa de madeira, a talha das azeitonas, a arca do azeite, o garrafão da aguardente, uma tulha de pão, um monte de batatas, cabos de cebolas e alhos ao dependuro; e lá no canto da arca, escondia-se uma boa maquia forra.<br />
Muita fartura para os três, muita poupança, mas nada de luxos ou gulodices.<br />
— Eh! burros! Xó!<br />
Mal chegou. o Gonçalo atrelou um burro ao pau da nora, com um frondoso ramo de salgueiro escarranchado no cachaço, para o aliviar da mosca.<br />
O outro iria pastar até chegar a sua vez.<br />
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<br />
O nosso Zé, com um pequeno sacho, ia fazendo terra fresca, aqui e além, em lugares adrede, junto dos poisos certos da passarada. arrumado a uma árvore ou a um poste da vinha ou à um merouço com silvas, onde armava as costelas de maneira que o sol. logo ao nascer, fizesse rebrilhar bem às asas das formigas, isca muito apetecida e difícil de arranjar.<br />
O pai, deixando o jerico sozinho a puxar à nora, foi para a horta, de sacho às costas, a guiar à água que, pelas augueirras, corria aos diversos talhos dispostos com simetria. Aqui um talho de cebolo, ali outro de tomates, além de pimentos, de feiões, de abóboras ou botelhas, de pepinos, de cenouras e tal e tal e, mais ao fundo, junto à Ribeira, uma grande extensão onde medrava o «fruto», melancias e melões que faziam boa figura nos mercados próximos.<br />
Alfaces tentas e couves galegas estendiam-se ao longo das augueiras; e no entre-meio de alguns regos e nas pontas das rodeiras, até se aproveitavam os beldros, óptimos para o caldo, que ali cresciam ao Deus-dará.<br />
E à rega ia-se fazendo lentamente, num abrir e fechar de regos que o sacho de Gonçalo operava numa roda viva.<br />
Uma ou outra vez, à água nunca mais chegava ao fundo dum rego, pois se escoava pela buraca de alguma toupeira, à qual não tinha sido afuguentada pelo cadáver duma outra, morta na véspera e espetada numa rodriga a dois ou três pés do chão.<br />
Tapada a buraca por meia dúzia de chuçadas com o olho do sacho, a regra continuava.<br />
Por volta das onze, pela hora velha, quando o Gonçalo soltava o burro para o largar no pasto ao pé do outro e o Zé regressava com alguns pássaros da caçada, chegava a Rosária, de cesta à cabeça, coberta com uma taleiga vazia em que havia de levar, no regresso, alguns pimentos para a ceia.<br />
Dirigira-se para a cabana de colmo, prantada na sombra duma grande nogueira.<br />
O calor já era sufocante e todos limpavam o suor da cabeça e do tronco por entre os peitos das camisas largamente abertos.<br />
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<br />
Estendido o almoço no chão, sobre uma toalha de linho, alva retesada pelo cloreto, os três se abeiraram da comida, munquindo-lhe e bebendo-lhe assim como manda à lei! O caldo dos tais beldros, muito gostòzinho, o bacalhau com batatas, regados a azeite e vinagre vindos em garrafinhas, e a bela pinga da cabaça que refrescava as secas guelas (até o Zé bebia uma chícara dele!).<br />
Depois... ficavam todos a fazer de jibóias, para ali deita- dos cada um a sua sombra.<br />
Que calmaria durante aquelas horas de sesta! Muito calor, o zumbido das vespas em volta de alguma poça de água que ficou da rega, nem o pio dum pássaro, nem o cri-cri dum grilo!<br />
Mais tarde, ainda com bastante calor, recomeça o trabalho.<br />
Quando a camioneta da carreira subiu a estrada por altura dos Nuzelos, nas ladeiras em frente, o nosso bom Gonçalo já andava com os burros jungidos à charrua, a lavrar a restolha da trigueira. O Zézito, finda a caçada e levantadas as armadilhas, (a tarefa rendeu doze tralhões, três rabitas, e alguns centieiros) tinha ido à Junqueira, povoação na margem oposta do vale, junto à estrada, levar um recado ao seu padrinho Sá Lemos. Ao chegar lá a casa, ficou espantado de ver os filhos do padrinho muito bem postos, com andainas novinhas e gravatas de seda!<br />
Perguntando a um deles os motivos de tanto luxo, foi-lhe respondido que o pai tinha encontrado uma panela de moedas romanas, ao surribar uma terra para bacelo e que o Senhor Soveral Pastor, de Vila Flor, muito amigo de coisas antigas, lhas tinha comprado por bom preço! Intervindo, o padrinho do Zé deu-lhe a bênção e disse-lhe que já não era a primeira vez nem a segunda que por ali apareciam potes de barro a abarrotar de ricas peças do tempo dos romanos. E havia também muitas pedras de túmulos. Não, que toda a vizinhança era rica de coisas históricas!<br />
Aquela estrada que passava no alto das Quintas do Zimbro e da Tarrincha, foi feita pelos romanos. E as ruínas daquele castelo, frente à Quinta da Silveira, sobre o cabeçozito que se eleva entre o sabor e a Ribeira? Esse não sabia de que data era, mas sabia que deu nome ao vale, pois foi sede dum povoado que se chamava Vila Rica de Santa Fé.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5CbJIwiRvg-Bv4ePQqjXSm8VWT6pAHNq_tiHadv_DtIxEQLjrBJZ4mhHiA-9ob-4lA5DWw8sRzvzYPZXuYw1j4iCzuk9nmEUKMGf-_FYJnnbABegcBctNjEsz7yDiBIP7d6yy0Q/s1600/VilaFlor4544.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1000" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5CbJIwiRvg-Bv4ePQqjXSm8VWT6pAHNq_tiHadv_DtIxEQLjrBJZ4mhHiA-9ob-4lA5DWw8sRzvzYPZXuYw1j4iCzuk9nmEUKMGf-_FYJnnbABegcBctNjEsz7yDiBIP7d6yy0Q/s400/VilaFlor4544.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Cumprida a missão, o Zé voltou à canameira muito admirado do que tinha ouvido.<br />
Quase ao toque das Trindades, carregadas as angarelas dos jumentos com algumas botelhas, bandeiras de milho e vagens de feijão, lá seguiram ladeira acima, a caminho de casa, o Gonçalo e o filho, pois a senhora Rosária já tinha abalado, para tratar da ceia.<br />
Junto à fonte das águas minerais, de muita fama para as doenças de estômago, encontraram um grupo de pessoas lá do povo que comentavam um episódio muito engraçado, sucedido na véspera.<br />
Foi o caso que o João Rendeiro, cuja mulher andava para toda a hora, ao despertar, de madrugada, sentiu com os pés uma coisa a mexer-se no fundo da cama; e, certificando-se do que era, deu uns empurrões à patroa gritando-lhe:<br />
- Acorda, oh, Rosa! Olha que já te nasceu o raparigo! <span style="white-space: pre;"> </span><br />
<br />
Texto retirado livro <b>Paisagens do Norte</b>, da autoria de Luís Cabral Adão, publicado em 1954.
Luís Cabral Adão nasceu em Vila Flor, Trás-os-Montes, no dia <b>24 de Junho de 1910</b>, tendo falecido em Almada a 6 de Agosto de 1992. Os restos mortais foram sepultados no cemitério da terra natal, assim se concretizando um anseio que expressamente havia manifestado.
<br />
<h3 class="post-title entry-title" style="background-color: #fff2cc; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<a href="http://descobrir-vilaflor.blogspot.pt/2007/10/cabral-ado-sntese-biogrfica.html" style="color: #660000; text-decoration-line: none;">Cabral Adão - Síntese Biográfica</a></h3>
<div>
<br /></div>
AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com1Vila Flor, 5360, Portugal41.308336900000008 -7.153651641.117530900000006 -7.4763751 41.49914290000001 -6.8309280999999995tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-83455142052349820612016-11-01T23:42:00.000+00:002017-01-21T23:45:27.981+00:00Já se passaram 10 anos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZmAYbDKOBw2xRHpyO1ZX4mmXo0D7UkvMqAFOG4LVmDtdA2l0nB3W9l2CDjZEJ3bQ0xuobtx51G-YKb7eNKFMIBh_6_NdFcYCVsZohzltLebZ0svKFToO-mWLsz5qVNCslo0Kkgg/s1600/VilaFlor4290.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZmAYbDKOBw2xRHpyO1ZX4mmXo0D7UkvMqAFOG4LVmDtdA2l0nB3W9l2CDjZEJ3bQ0xuobtx51G-YKb7eNKFMIBh_6_NdFcYCVsZohzltLebZ0svKFToO-mWLsz5qVNCslo0Kkgg/s400/VilaFlor4290.jpg" width="400" /></a></div>
É verdade, já decorrem 10 anos desde que começou a aventura À Descoberta de Vila Flor. A data do aniversário é 3 de setembro, mas este ano não tive direito a bolo ou champanhe para a festa. Mesmo assim, sem festa e em data atrasada, não quero deixar de fazer o balanço de mais um ano decorrido.<br />
Já vai longe o entusiasmo inicial, de percursos semanais, cada vez mais distantes, percorrendo o vales mais recônditos ou o cume dos montes. Os anos vão passando e fui-me acomodando, a "descobertas" que exigem menos esforço, mas que deixam muito a desejar no prazer da descoberta. Já há muito afastado da bicicleta, restam os percursos pedestres, com muito poucos caminhos para descobrir. A parte mais saborosa destes anos foi quando ninguém me conhecia. Fazia os percursos, vibrava com as fotografias, escrevia as reportagens como quem fazia um diário,revivendo cada metro percorrido ou cada fotografia tirada. Não esperava nada de ninguém, nem ninguém esperava nada de mim. A partir de certa altura tornei-me mais urbano e o contacto com as pessoas nem sempre é motivante para darmos mais de nós.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs1s3F26ynySS0htxCwFDpoj_E1rQTQJDvxwrKGrcdRrzKmGfq_te1qZEcwUbiiUNCM019skljMTLNspnsGA4UlFFgqRHw7arqaRvGOQWL407-Mb8UnvrJtKXZVxw08cm94NaRpg/s1600/VilaFlor4430.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs1s3F26ynySS0htxCwFDpoj_E1rQTQJDvxwrKGrcdRrzKmGfq_te1qZEcwUbiiUNCM019skljMTLNspnsGA4UlFFgqRHw7arqaRvGOQWL407-Mb8UnvrJtKXZVxw08cm94NaRpg/s400/VilaFlor4430.jpg" width="400" /></a></div>
Com a facilidade com que se publica e se descarta a informação nas redes sociais, escrever um texto com o mínimo de coerência e estrutura torna-se uma tarefa pesada. A diferença deu-se quando comecei a escrever para os outros, mais do que para mim. A fraca frequência com que o blogue foi actualizado contrasta com o dinamismo da página do Facebook que administro, que já soma alguns milhares de seguidores. Mas não é a mesma coisa. É verdade que é no facebook que estão as pessoas, mas também é aí que tudo é volátil, descomprometido e falso, de certa forma.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM68Ur57gYAMRoRkfuJ3AMiRhlpcdX_K3Cj1JVdZ9WJ_-GgURhS3TBxDO6Jyj2megsuDVElcfcL3VgUahHft2qzMt_L5CWv90gnrzN3qCLbVPEfsO_7MeTW1H5Y1WxK8zOkd9-4Q/s1600/trasosmont169.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM68Ur57gYAMRoRkfuJ3AMiRhlpcdX_K3Cj1JVdZ9WJ_-GgURhS3TBxDO6Jyj2megsuDVElcfcL3VgUahHft2qzMt_L5CWv90gnrzN3qCLbVPEfsO_7MeTW1H5Y1WxK8zOkd9-4Q/s400/trasosmont169.jpg" width="266" /></a></div>
Das poucas caminhadas que fiz durante um ano houve uma que merece destaque. Tratou-se de uma ida de Freixiel à Quinta do Pobre, durante o mês de março. Percorrer mais uma vez o vale da Cabreira, numa altura em que a vegetação despertava do seu sono invernal foi muito entusiasmante. As condições atmosféricas também contribuíram, com alterações significativas desde o sol à chuva "molha tolos", terminando a caminhada com um fantástico céu azul pincelado de nuvens brancas.<br />
De 3 de setembro de 2015 a 3 de setembro de 2016 aconteceram grandes alterações na minha vida e na da minha família. Momentos delicados, uns felizes, outros nem tanto, mas que mereceram prioridade sobre a actividade de "vagabundo" fotográfico, no concelho de Vila Flor e fora dele. A prova de hoje estar aqui, a escrever, é a de que segui em frente e estou preparado para o 11.º ano, à procura de singularidades que me surpreendam, me arrepiem, que me façam sentir que vale a pena viver aqui.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHBcFupZryrmvBw_0N5_Vpgj-E01aOqV6lLXsS6dbosxM14k4UiP0DvssrG5kOolRZNaOddrl6i6VDfHYg2e7wN6H8KHfac-_VCvjwcbAVQt2FxTukTtsBjyPIbloiu5AkxdzxDQ/s1600/trasosmont170.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHBcFupZryrmvBw_0N5_Vpgj-E01aOqV6lLXsS6dbosxM14k4UiP0DvssrG5kOolRZNaOddrl6i6VDfHYg2e7wN6H8KHfac-_VCvjwcbAVQt2FxTukTtsBjyPIbloiu5AkxdzxDQ/s400/trasosmont170.jpg" width="266" /></a></div>
À semelhança dos anos anteriores, é a altura de dar uma vista de olhos aos números.<br />
Números do 10.ºano:<br />
Páginas vistas - 15.117<br />
Visitantes - 10.598<br />
Comentários - 8<br />
Postagens - 5<br />
Km percorridos em BTT - 0<br />
Km percorridos a pé - 34<br />
Fotografias tiradas - 9.671<br />
Fotografias publicadas - 15<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNUPH_zZn5To5dCUO1NDaBVOgYfC3unjB6yyHgAlLFiEXE_BLAX5o7Qn2JR8l5LdfJVYiiNmLuQb5KpQxNXnfYaq2ZSWil1ncgn0dhZYMTnkrVZkVieFJwG8DgTk8V_RlPHu8IXA/s1600/VilaFlor4528a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNUPH_zZn5To5dCUO1NDaBVOgYfC3unjB6yyHgAlLFiEXE_BLAX5o7Qn2JR8l5LdfJVYiiNmLuQb5KpQxNXnfYaq2ZSWil1ncgn0dhZYMTnkrVZkVieFJwG8DgTk8V_RlPHu8IXA/s400/VilaFlor4528a.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Números totais (10 anos):<br />
Páginas vistas - 771,713<br />
Visitantes - 365.062<br />
Comentários - 1 896<br />
Postagens - 1 157<br />
Km percorridos em BTT(10 anos) - 2.297<br />
Km percorridos a pé (6 anos) - 952<br />
Fotografias tiradas - 161.320AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com35360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-20406639283206885682016-10-31T01:41:00.002+00:002016-10-31T01:41:30.127+00:00Caminhada pela Fragada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOHrY1AJRHQOXqooLdzWKgIWx0bNpfQMIJ2Ynchaki1U4a4ozO-vEiyemBgEQBuQ2Eq2aC3GLuqk-s9v_vTW_onJVDyT9i1fity-wx8BuAEyL2R6gnQdRaDDuQ4XQFmnaUbB6xRA/s1600/VilaFlor4495.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOHrY1AJRHQOXqooLdzWKgIWx0bNpfQMIJ2Ynchaki1U4a4ozO-vEiyemBgEQBuQ2Eq2aC3GLuqk-s9v_vTW_onJVDyT9i1fity-wx8BuAEyL2R6gnQdRaDDuQ4XQFmnaUbB6xRA/s400/VilaFlor4495.jpg" width="400" /></a></div>
A Junta de Freguesia de <b>Santa Comba da Vilariça </b>organizou no dia 29 de outubro uma caminhada, caminhada pela Fragada.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghVkiscDe2NNwFnvNrOQyWhuDzvgUzdYKI20ApLllgfKahovS0yKe4jyNLQPnLeMbYMDschSwsF-Uwel3nttQhT1Y5mW3e3waMkGw9fvu2Ra0w-KaDndiNUc37SOr8M_hA7vGmgA/s1600/VilaFlor4496.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghVkiscDe2NNwFnvNrOQyWhuDzvgUzdYKI20ApLllgfKahovS0yKe4jyNLQPnLeMbYMDschSwsF-Uwel3nttQhT1Y5mW3e3waMkGw9fvu2Ra0w-KaDndiNUc37SOr8M_hA7vGmgA/s400/VilaFlor4496.jpg" width="400" /></a></div>
A vontade de organizar a caminhada já surgiu há algum tempo, mas só agora se reuniram as condições para a poder por no terreno. A hora não não foi a mais propícia, 15 horas de sábado, mas foi escolhida tendo em conta a realidade local, em que muitas pessoas trabalham ao sábado de manhã e também o facto de no domingo ser dia de caça.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDwixnItGqyR4Np-lsOJ0iPgOtnDDvZ5aFttChI-aZbnAXltxq-SQ68Kg5xFRrYfOVex_xtrjpjPv_wm4NhMZU-R_yhw7v1ZclwyHpdnf8TaWaaN7de65jpXeEKolaz1WWRnrsrw/s1600/VilaFlor4497.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDwixnItGqyR4Np-lsOJ0iPgOtnDDvZ5aFttChI-aZbnAXltxq-SQ68Kg5xFRrYfOVex_xtrjpjPv_wm4NhMZU-R_yhw7v1ZclwyHpdnf8TaWaaN7de65jpXeEKolaz1WWRnrsrw/s400/VilaFlor4497.jpg" width="400" /></a></div>
Compareceram um pouco mais de 40 caminheiros, de todas as idades e com vontade de conhecer (ou de rever passados muitos anos) a Fragada.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhhOt7prjFHgYPZzRCgNS8wcu8AGmnbu1GYAkgd6i2atENPahT6epafyg-WMWcp6QW-Rf_xzjNTLnuIBRbQEF0Ov-uVb4W7owwWNx4ZwQPmFf1ZZJSnqatLPCle6NhKLJsLmsHyw/s1600/VilaFlor4498.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhhOt7prjFHgYPZzRCgNS8wcu8AGmnbu1GYAkgd6i2atENPahT6epafyg-WMWcp6QW-Rf_xzjNTLnuIBRbQEF0Ov-uVb4W7owwWNx4ZwQPmFf1ZZJSnqatLPCle6NhKLJsLmsHyw/s400/VilaFlor4498.jpg" width="400" /></a></div>
O local situa-se entre a aldeia de Santa Comba da Vilariça e Bemlhevai, próximo do IP2. Tal como o nome deixa antever, trata-se de um lugar agreste, situada numa cota bastante mais alta do que Santa Comba da Vilariça e que permite uma excelente vista para o vale da Vilariça.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaLk-KY5JvTsjTDQNvohZGhkJKGXda_oLDgMdBjeve8QRN71l9jbQ5PM_-Mw0wZ-YGMGeeD-ov9HQ7-SoPUVlplHkoIek7NksU45y62w9J_sNozN2GoC6RivUAEg_sUTbX70rhdA/s1600/VilaFlor4499.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaLk-KY5JvTsjTDQNvohZGhkJKGXda_oLDgMdBjeve8QRN71l9jbQ5PM_-Mw0wZ-YGMGeeD-ov9HQ7-SoPUVlplHkoIek7NksU45y62w9J_sNozN2GoC6RivUAEg_sUTbX70rhdA/s400/VilaFlor4499.jpg" width="400" /></a></div>
Aproveitou-se também a caminhada para uma sensibilização da população para o problema do cancro, uma vez que o dia 30 de Outubro ser o Dia Nacional contra o Cancro de Mama. Muitas pessoas vestiam peças de roupa brancas ou rosa e foram distribuídos balões cor-de-rosa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkwGYmzhg3pglOj1VBRet0a_w1ps5bLST3oEgts2XKfKBArn4CQ6w2BLIGevzvuVCrrPZadJQuE41CB-q9_dMVb4ZHLWZIEwBF8N9qPDS-vchp8vHZEmD4c7jRMZ4aUDo6scMLYw/s1600/VilaFlor4500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkwGYmzhg3pglOj1VBRet0a_w1ps5bLST3oEgts2XKfKBArn4CQ6w2BLIGevzvuVCrrPZadJQuE41CB-q9_dMVb4ZHLWZIEwBF8N9qPDS-vchp8vHZEmD4c7jRMZ4aUDo6scMLYw/s400/VilaFlor4500.jpg" width="400" /></a></div>
Depois de verificadas as inscrições e ser distribuída a mochila com água, uma peça de fruta e uma barrinha de cereais, o grupo partiu em direção à Fragada. A subida era íngreme, e apesar do caminho ser bastante bom, fazia muito calor e alguns sentiram alguma dificuldade.<br />
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Diminuiu-se o ritmo para manter o grupo junto e seguiu-se em frente ouvindo as história de por quem já por ali tinha andado à cortiça, com o gado ou à caça."Andai lá ovelhinhas, cada sobreiro "bota" um Viriato", ouviu-se a certa altura. Ficamos a saber que houve tempos bem mais difíceis, tempos em que até a Fragada era importante (e guardada).<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0qWDjmXYUdtB6Xlm7ukWUiz0rGdEmDf9cnzDlLghfSh76N6pbRFS656pjV3WMTLVlQQFqGj5_jiq1so-l_TNuP0HOKNwqzQchIZ2opqt9u3XRD2B6FxSW7SOuvfAzU9sy020wXg/s1600/VilaFlor4502.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0qWDjmXYUdtB6Xlm7ukWUiz0rGdEmDf9cnzDlLghfSh76N6pbRFS656pjV3WMTLVlQQFqGj5_jiq1so-l_TNuP0HOKNwqzQchIZ2opqt9u3XRD2B6FxSW7SOuvfAzU9sy020wXg/s400/VilaFlor4502.jpg" width="400" /></a></div>
Depois de atingido o ponto mais elevado do percurso a paisagem fez esquecer o suor e a descida foi feita entre momentos de boa disposição e de contemplação. Um roco apareceu a lembrar a época dos cogumelos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLBfSPSxwNpiymmwVo7UzeDrkMzHBBysFy0LAYFM6Uj7Bk362SwkSgEAp9chME1oFZIi4OurfdAN5J3WnnTMUrwcZKnL3CoXsG6w3KzW6J44CJUtqqRuOmDSJGMYnXdw1YVKdP0g/s1600/VilaFlor4503.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLBfSPSxwNpiymmwVo7UzeDrkMzHBBysFy0LAYFM6Uj7Bk362SwkSgEAp9chME1oFZIi4OurfdAN5J3WnnTMUrwcZKnL3CoXsG6w3KzW6J44CJUtqqRuOmDSJGMYnXdw1YVKdP0g/s400/VilaFlor4503.jpg" width="400" /></a></div>
No final da caminhada o Sr. Presidente da Junta mostrou-se satisfeito com a adesão conseguida nesta primeira edição. Agradeceu a presença de todos e prometeu novas caminhadas no futuro.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rvkpW3q4TzFSaSMNP4meHJdueeK9iTg3xU4H94T3oq_Jbn13kALV2ZBGjQgLum5EuCcC1ZvGB23eXQrcyJ-zptvOzMwDayKijtrP2L7_nnK7E_IdBO8CAL4MEZM_kJT12Nud5Q/s1600/VilaFlor4504.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rvkpW3q4TzFSaSMNP4meHJdueeK9iTg3xU4H94T3oq_Jbn13kALV2ZBGjQgLum5EuCcC1ZvGB23eXQrcyJ-zptvOzMwDayKijtrP2L7_nnK7E_IdBO8CAL4MEZM_kJT12Nud5Q/s400/VilaFlor4504.jpg" width="400" /></a></div>
O evento teve o apoio da Câmara Municipal e do Grupo Desportivo de Santa Comba da Vilariça.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSlFw_CVrZcyTVIV7IcnD9IOkhpVCzhPzcHhgly9VEvC7au4M4C_rXBORR1WwL9MtEtjRlydjjnaCraTAXXyWrSkr2BUHbnySRATWwuKS6N8MOOkYK4P9rXc3oig9Q9ObW2Y2wvA/s1600/VilaFlor4505.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSlFw_CVrZcyTVIV7IcnD9IOkhpVCzhPzcHhgly9VEvC7au4M4C_rXBORR1WwL9MtEtjRlydjjnaCraTAXXyWrSkr2BUHbnySRATWwuKS6N8MOOkYK4P9rXc3oig9Q9ObW2Y2wvA/s400/VilaFlor4505.jpg" width="400" /></a></div>
<br />AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com15360-170 Santa Comba de Vilariça, Portugal41.3604953 -7.066047900000057815.838460799999996 -48.374641900000057 66.8825298 34.242546099999942tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-36557969226104371322015-11-07T14:00:00.000+00:002015-11-10T00:32:59.878+00:00Deixa falar o silêncio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWDiUsDMxA2OzbtCKf2H2KvzJyvWZNTskdlYsD_biOmTm38CXV4gAirJbaalSKoZITSrSXyvG7HhbGXjuvqijeNLTkzD2WmENxFTpKnnJp-0ZtBDq6f9jK4eEJuTxbRB5gAKxv0Q/s1600/VilaFlor4298.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWDiUsDMxA2OzbtCKf2H2KvzJyvWZNTskdlYsD_biOmTm38CXV4gAirJbaalSKoZITSrSXyvG7HhbGXjuvqijeNLTkzD2WmENxFTpKnnJp-0ZtBDq6f9jK4eEJuTxbRB5gAKxv0Q/s400/VilaFlor4298.jpg" width="266" /></a></div>
<blockquote class="tr_bq">
Foi para ti, quenquer que sejas, que se aformoseou este recinto.<br />Superaste até o atingires, o cansaço da subida.<br />Convido-te a um instante de recolhimento.<br />Bem mereces uma pausa de harmonia interior.<br />Não procures palavras, deixa falar o silêncio.</blockquote>
João de Sá<br />
<br />
Completou-se mais um aniversário do nascimento do grande poeta vilaflorense João de Sá. Para lembrar a data subi ao miradouro. Deliciei-me com as suas palavras e com a paisagem vibrante numa hora de sol num dia de nevoeiro.<br />
Vaguei pelas capelinhas e senti que João de Sá estava lá, no coloridos das folhas, nas gotas do orvalho da manhã, nos cogumelos que crescem no humus e no melro azul que guarda os rochedos. Quantas poemas João de Sá terá recitado a esta ave solitária?<br />
Deixei que o vento me sussurrasse alguns versos ao ouvido e prometi voltar mais vezes para lhe fazer alguma companhia.AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com25360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-18838736571975228382015-09-22T22:47:00.000+01:002015-09-22T22:47:00.638+01:00e de repente é noite (XXXVII)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqbQ6vfc2EgV4GotW7GzMNwPA9FeZpVNbtOQLDXfQMQYjpGwIvNNL4vnuAoG-8dR2B7f32nXZllju5WE4oWwl47s5ZaIqNlq2sfNu_vYYX6jU0jkgugRinBzWsQFFNRFj8ByoMNQ/s1600/VilaFlor2288a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqbQ6vfc2EgV4GotW7GzMNwPA9FeZpVNbtOQLDXfQMQYjpGwIvNNL4vnuAoG-8dR2B7f32nXZllju5WE4oWwl47s5ZaIqNlq2sfNu_vYYX6jU0jkgugRinBzWsQFFNRFj8ByoMNQ/s400/VilaFlor2288a.jpg" width="400" /></a></div>
XXXVII<br />
Não aceites a morte, mãe,<br />
recusa-a em consonância<br />
com o coração da terra.<br />
sê a firmeza<br />
daquela rocha lilás<br />
onde o vento inutilmente<br />
se esfacela.<br />
<br />
XXXVIII<br />
Outra vez o serão.<br />
O piano perfurando<br />
a densidade do tédio.<br />
Estilhaços do temporal<br />
da tarde<br />
perseguindo o voltear<br />
dos zilros.<br />
Ah o perfume da serra<br />
roendo-nos os zincos da alma.<br />
É urgente uma jaula<br />
de esquecimento<br />
para este grito.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Poema de <b>João de Sá</b>, do livro "E de repente é noite", 2008.<br />
Fotografia: Trabalho com base num jovem sobreiro fotografado em Benlhevai.</div>
AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com15360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-8924303735426342032015-09-18T22:39:00.000+01:002015-09-18T22:39:00.041+01:00e de repente é noite (XLVIII)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrCYAYOuc8yQTFM5KUr666cDIoXDIbQeTqgQ4ohGcpvZ2WclWaefVyuTYAqD7VFX1GfFGkbCgggYnZUmKwAPTrDs2ZwmpaAWSLUiPr-d8T6IdJXJdvheezkam9h8ARVP3T4Ey-og/s1600/VilaFlor3970.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrCYAYOuc8yQTFM5KUr666cDIoXDIbQeTqgQ4ohGcpvZ2WclWaefVyuTYAqD7VFX1GfFGkbCgggYnZUmKwAPTrDs2ZwmpaAWSLUiPr-d8T6IdJXJdvheezkam9h8ARVP3T4Ey-og/s400/VilaFlor3970.jpg" width="400" /></a></div>
O tempo pousa-me nos dedos,<br />
sugerindo aquele esbelto pássaro,<br />
à tarde, hirto em tuas espáduas nuas.<br />
Uma maré de crisântemos ritma<br />
a tua impaciência em desejares<br />
que seja no teu peito<br />
que os braços se encontrem com o mar.<br />
Em Março, no adro da capela, minhas tristezas<br />
florescem acácias amarelas<br />
e perpetuam-se na vibração dos sinos.<br />
Um estranho toque<br />
vem despertar setembros<br />
de cachos de uvas suspensos do tecto,<br />
na frescura das salas,<br />
listando o espaço de tons mansos<br />
como quem tece casulos de calor<br />
para vencer o inverno.<br />
<div>
<br /></div>
Poema de<b> João de Sá</b>, do livro "E de repente é noite", 2008.<br />
Fotografia: Cume do Facho, após um incêndio.AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com05360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-12268203020568779422015-09-15T00:01:00.000+01:002015-09-17T01:44:44.649+01:00Reencontro com os caminhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh__T8tXoz6ey5a9OfFCT4WWM4RG_bSPYsx_5NgE2IZH4jyF0HBNnS3_KbNlqmcTocaFN1AeNp38OR7kZeAr-alMBrAvNiLRJbqoB80wi1pdPGUmnGc4AoyTjwaUI_-z37y5aAbDA/s1600/VilaFlor4273.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh__T8tXoz6ey5a9OfFCT4WWM4RG_bSPYsx_5NgE2IZH4jyF0HBNnS3_KbNlqmcTocaFN1AeNp38OR7kZeAr-alMBrAvNiLRJbqoB80wi1pdPGUmnGc4AoyTjwaUI_-z37y5aAbDA/s400/VilaFlor4273.jpg" width="400" /></a></div>
A análise das distâncias percorridas no ano anterior mostram que caminhei muito pouco, pelo menos no concelho de Vila Flor. Por isso, nada como recomeçar com mais força, testando o físico. O trajecto escolhido foi um já muitas vezes percorrido: Vila Flor - Santa Cecília, com ida e volta por caminhos distintos. São cerca de 15 km, com algumas paragens para apreciar a paisagem, é percurso para uma manhã inteira.<br />
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Por sorte o dia estava bastante bom para caminhar. A manhã fresca mostrou um céu com algumas nuvens que se foram pintando de negro. Por várias vezes caíram pequenas gotas de chuva, refrescando o ar e fazendo-me recordar emoções de outras caminhadas.<br />
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Houve duas coisas que marcaram o passeio, uma boa e outra má. A boa foi a quantidade de frutos da época que permitiram algumas fotografias interessantes, a má foi o reencontro com bastante lixo espalhado pelos montes, que mostra que muito mudou na vida das pessoas, mas o civismo ainda está muito longe do desejável.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYUSnFBvYJvTmHXCu4xJVCfRhlEH5dP2FtT5qeaxHH6eAXHvJRPSKr7xM2kMvHK_JvhHgqFYPgoxKqSp3KBkRnkR4zlqLhyCNOuthDBSp49Esudeo_3hGJ_fBsGD_HMYuwQoDsLw/s1600/VilaFlor4270.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYUSnFBvYJvTmHXCu4xJVCfRhlEH5dP2FtT5qeaxHH6eAXHvJRPSKr7xM2kMvHK_JvhHgqFYPgoxKqSp3KBkRnkR4zlqLhyCNOuthDBSp49Esudeo_3hGJ_fBsGD_HMYuwQoDsLw/s400/VilaFlor4270.jpg" width="400" /></a></div>
Os campos estão bastante despidos de verdura. O calor do verão matou todas as ervas e só as giestas e pinheiros se mantêm "vivos". Já nos terrenos agrícolas há muito para ver e fotografar: são as amêndoas prontas para serem apanhadas (muitas já o foram); as uvas estão maduras e este ano parece haver grande quantidade; há muitas pêras, maçãs, alguns pêssegos e figos a sustentarem bandos de estorninhos que parecem muito satisfeitos com a abundância. As silvas das bermas dos caminhos estão carregadas de amoras e nos castanheiros os ouriços começam a ganhar forma.<br />
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Apesar das ameaças de chuva, a paisagem estava muito bonita. O Cabeço, visível ao longo de metade da caminhada, por vezes iluminava-se parecendo um farol. De Samões avistava-se o vale de Freixiel, permitindo admirar a paisagem até mais longe, pelo concelho de Murça, Alijó, quem sabe até de Valpaços ou Vila Pouca de Aguiar.<br />
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Acompanhei de perto o traçado do IC5. Os carros passavam rápido, apressados, fazendo-me sentir feliz, por poder andar devagar, saborear o vento e a chuva, sentir o chão, ouvir os sinos da igreja de Carvalho de Egas, sem mais preocupações do que a de chegar a casa entre o meio-dia e a uma, para não fazer a família esperar por mim para o almoço.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj00-L-GrvRtFs0Q-8yKahNofWukYuwT3IOj4k37y68djSrQ7W-7TObLMPVKUU5ecov6xNPquyaAABhILN5NHDUpXnhEqrjki1arZtY3Q2KHIs6X3NfK3DJYt2AKATfA8Wy1Y75Ow/s1600/VilaFlor4268.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj00-L-GrvRtFs0Q-8yKahNofWukYuwT3IOj4k37y68djSrQ7W-7TObLMPVKUU5ecov6xNPquyaAABhILN5NHDUpXnhEqrjki1arZtY3Q2KHIs6X3NfK3DJYt2AKATfA8Wy1Y75Ow/s400/VilaFlor4268.jpg" width="400" /></a></div>
Fiz uma visita aos "mal casados". Para quem não sabe, são duas rochas de "costas" voltadas uma para a outra. Não sei se uma música romântica ajudaria a "quebrar o gelo", mas como ainda ninguém teve essa "brilhante" ideia, as rochas vão continuar de "costas" voltadas, merecendo plenamente o nome de "mal casados".<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXbRTai3wsegKwRlT30YPspuAitTkl8MzkQo5j00oeJBw14p7RfBIgMYGVEod5uhrpeslSvht7sFUXAs_W_4ZBDPhQHwju84iGeYLjx-wWgra829Wgoq-AMEkEIA9lUggEvV2Uew/s1600/VilaFlor4269.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXbRTai3wsegKwRlT30YPspuAitTkl8MzkQo5j00oeJBw14p7RfBIgMYGVEod5uhrpeslSvht7sFUXAs_W_4ZBDPhQHwju84iGeYLjx-wWgra829Wgoq-AMEkEIA9lUggEvV2Uew/s400/VilaFlor4269.jpg" width="400" /></a></div>
Num dos parques de estacionamento do santuário de Santa Cecília há uma pequena macieira, bravo de esmolfe, que costumo visitar nesta época do ano. Estava carregada de frutos, maduros, sumarentos, bastante maiores do que em anos anteriores. Não tive muito tempo para pausas, mas colhi algumas maçãs que fui mordendo ao longo do caminho.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjmXVOisekBs5TgjC3O4-n0RnABF1LhzWOQAhZGSmnHHx2v802XO-phrWbiJh6YFQ65D9VWVwBhpt1t_lFiDH11WSQj40aAArmZ9vqB1ABphvPcHhjXDBUR2bjJck3cz-_m7fQlw/s1600/VilaFlor4263.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjmXVOisekBs5TgjC3O4-n0RnABF1LhzWOQAhZGSmnHHx2v802XO-phrWbiJh6YFQ65D9VWVwBhpt1t_lFiDH11WSQj40aAArmZ9vqB1ABphvPcHhjXDBUR2bjJck3cz-_m7fQlw/s400/VilaFlor4263.jpg" width="400" /></a></div>
Foi após deixar Santa Cecília para que encontrei montes de lixo. Infelizmente o lixo vai aparecendo um pouco por todo lado. Um sofá, aqui, um televisor mais além, há um pouco de tudo e onde menos se espera. Mas havia carradas de lixo, muito vidro, coisas que não dignificam as pessoas e as instituições.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rP4uhn51T6RVuyPHcAHii2YpqGn7w-xKGK4m77KvgwhI9zi4I9B9dWu8O9-BEiKEqhyphenhyphencweAeOK_6_Oppd4OEJEypWGkCZyT4xBlFy3JfmRwKCilRo_cBiw_0gpKH-886HLhzAQ/s1600/VilaFlor4264.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rP4uhn51T6RVuyPHcAHii2YpqGn7w-xKGK4m77KvgwhI9zi4I9B9dWu8O9-BEiKEqhyphenhyphencweAeOK_6_Oppd4OEJEypWGkCZyT4xBlFy3JfmRwKCilRo_cBiw_0gpKH-886HLhzAQ/s400/VilaFlor4264.jpg" width="400" /></a></div>
Cheguei à barragem do Peneireiro perto do meio-dia. Algumas pessoas faziam os seus exercícios de manutenção. O Parque de Campismo já tem poucos campistas. A barragem tem um nível incrivelmente baixo de água. No local já se sente a calmaria típica da maior parte do ano. O verão é muito bom, e necessário, até economicamente, mas nós temos o privilégio de poder gozar estes espaços durante o resto do ano.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorp-d8ZJ7JtJRGhmY7Rio994GejLtVxKGQ1mJu_4cIIqMvOymEgwP7-ne-uU-D2QCy3pq5wEGnYSc445EUUXwkot3iJAqBpnAUnEQBQQEWDhGqrr2nGyN9vkYCp-9YkrAqvzAHA/s1600/VilaFlor4274.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorp-d8ZJ7JtJRGhmY7Rio994GejLtVxKGQ1mJu_4cIIqMvOymEgwP7-ne-uU-D2QCy3pq5wEGnYSc445EUUXwkot3iJAqBpnAUnEQBQQEWDhGqrr2nGyN9vkYCp-9YkrAqvzAHA/s400/VilaFlor4274.jpg" width="400" /></a></div>
Caminhei sem parar até Vila Flor. Senti-me muito bem fisicamente. A pausa de verão e o aumento de peso não afetaram o meu gosto por caminhar. Senti-me livre, relaxado, satisfeito por fotografar de novo os montes que tão bem conheço.<br />
A caminhada teve perto de 15 km, uma distância aceitável para início de temporada.AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com15360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-27689341060041674942015-09-11T22:05:00.000+01:002015-09-11T22:05:19.642+01:00e de repente é noite (XLVII)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_gt9_XKatSegfc4QOE12jQPtWCsQT4JTKb62GdEB-ixYZHz9UNMx_SutzARu6rsIdUuG2FnqQJKuXjt2YZsE_d8WDz60ZUyxtxU-TlMi2j74v2VvsD7RP-ccu2Bj9S-_3Wb1C3g/s1600/VilaFlor4131.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_gt9_XKatSegfc4QOE12jQPtWCsQT4JTKb62GdEB-ixYZHz9UNMx_SutzARu6rsIdUuG2FnqQJKuXjt2YZsE_d8WDz60ZUyxtxU-TlMi2j74v2VvsD7RP-ccu2Bj9S-_3Wb1C3g/s400/VilaFlor4131.jpg" width="400" /></a></div>
Não reduzas tudo a esquadria e pedra.<br />
Há sempre uma criança<br />
em nosso horizonte de altas velocidades,<br />
um ninho vazio nas mãos,<br />
delgado corpo de aldeia à hora da sesta.<br />
E o carvão de uma imensa noite<br />
subindo pelas fontes onde correm<br />
nossos terrores de caudaloso magma,<br />
ávidos do centro<br />
de um círculo perdido.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
Poema de <b>João de Sá</b>, do livro "E de repente é noite", 2008.
<br />
Fotografia: Miradouro, em Vila Flor.</div>
AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com05360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-68577772077426283672015-09-10T23:34:00.000+01:002015-09-11T00:04:43.772+01:00Já passaram 9 anos!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVEw__8tls40mZaQx-RwMnFw6qAHrb6bA3Yz8vQKurw0iX-Y_XTiZ77asMpmOgrdgCuqrLJONZVBQJT5PMmZx4-vTLNHDEMfbH0TAoMqugAn5xijCo7rwNJpiuh4-KVfHg4ks0cQ/s1600/VilaFlor4032.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVEw__8tls40mZaQx-RwMnFw6qAHrb6bA3Yz8vQKurw0iX-Y_XTiZ77asMpmOgrdgCuqrLJONZVBQJT5PMmZx4-vTLNHDEMfbH0TAoMqugAn5xijCo7rwNJpiuh4-KVfHg4ks0cQ/s400/VilaFlor4032.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vindima perto do Gavião - Seixo de Manhoses</td></tr>
</tbody></table>
Foi há 9 anos que começou a aventura <b>À Descoberta de Vila Flor</b>. Tratou-se de muito mais de que a abertura de um Blogue, foi o início de uma nova etapa na vida de várias pessoas. Muita coisa aconteceu em nove anos, alguns contratempos, mas, no global, foram 9 anos de muitas aventuras, muitas fotografias e momentos memoráveis, uns reportados, outros não.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM1RBP63uyIHi8WHaLdQY6kxI4g2sI8iXMXPvzMAzdyDC0WesBoq_8zhuc1OXZr7LNaqFglRPQsuQo8CjZ0B1jDxanGH2s1lL37HjlAxdSQQj5efkzg00EbDZywhUzZVSBunULlw/s1600/VilaFlor4045.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM1RBP63uyIHi8WHaLdQY6kxI4g2sI8iXMXPvzMAzdyDC0WesBoq_8zhuc1OXZr7LNaqFglRPQsuQo8CjZ0B1jDxanGH2s1lL37HjlAxdSQQj5efkzg00EbDZywhUzZVSBunULlw/s400/VilaFlor4045.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cesta de cogumelos silvestres </td></tr>
</tbody></table>
O ano que agora termina (de setembro a setembro) foi aquele em que o blogue teve menos vida. As postagens foram muito poucas, menos de uma por mês e isso repercutiu-se no número de visitantes. Esta tem sido a tendência dos últimos anos, quer pela falta de novidades, quer pela migração para outras plataformas que se mostram mais atractivas e com maior numero de pessoas.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrjzvGy-vdJR9WeAeHzIRXTu3jYtzx5NZqjNMddAlS5n2YvtBE7NyY7rk0reT3BYP1Fj9oQupBl03y74LAlz_RIRVCFANVykMvjKOMx9xJT7520xpKMU_Ll84Ufv_pB4P3ZCMc-Q/s1600/VilaFlor4108.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrjzvGy-vdJR9WeAeHzIRXTu3jYtzx5NZqjNMddAlS5n2YvtBE7NyY7rk0reT3BYP1Fj9oQupBl03y74LAlz_RIRVCFANVykMvjKOMx9xJT7520xpKMU_Ll84Ufv_pB4P3ZCMc-Q/s400/VilaFlor4108.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fumeiro de Vila Flor numa das mostras TerraFlor</td></tr>
</tbody></table>
Os percursos pedestres foram poucos. Com alguma frequência fiz um passeio à barragem do Peneireiro, por caminhos diferentes, ao cair da tarde. Poucas vezes levei a máquina fotográfica. Os locais a visitar, pela primeira vez, no concelho são poucos. Os sítios arqueológicos, fontes, igrejas, capelas, marcos geodésicos, alminhas, etc. foram todos visitados e a maior parte deles mais de que uma vez. As festas e romarias também proporcionam alguns bons momentos fotográficos, mas começo a sentir algum cansaço. Têm muito pouco de genuíno e, por vezes, acho que deveria haver mais respeito, mesmo da parte de quem não é praticante.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ZqS6ZGRFaVXc3wFjDNlg_VxCdIyny4vOPy9q6qLhnTnmIebe3UCjDdWmt22d4EKVYzGkFWsiO4bgPIctknGpSZv6U2N9Ex7ZoTN4qEXKNL445UuQ8Vjx6AXDvqi7AYRBPWy33g/s1600/VilaFlor4124.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4ZqS6ZGRFaVXc3wFjDNlg_VxCdIyny4vOPy9q6qLhnTnmIebe3UCjDdWmt22d4EKVYzGkFWsiO4bgPIctknGpSZv6U2N9Ex7ZoTN4qEXKNL445UuQ8Vjx6AXDvqi7AYRBPWy33g/s400/VilaFlor4124.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Amendoeiras em Flor, uma das maiores atracções turísticas do nordeste transmontano</td></tr>
</tbody></table>
Sem dúvida que os melhores momentos foram os iniciais, quando tudo era novo. Eu era totalmente anónimo e podia deslocar-me e escrever de forma completamente livre, sem receios do que outros pudessem pensar. Com o tempo a espontaneidade foi diminuindo e começaram a "requisitar" a minha presença. As coisas são mais saborosas quando são feitas por puro prazer e não por qualquer outra razão.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDmCbxSpJRDJP7-KkqxfYFsw-Bd1HdelYetOlyHnRDyOSMNbcVO8JSarKgZa54XBifpUjqBrUXkbe7Uth7rH8Cd2kAUUHT2QuTTHyeS5-wvvwFAWyTwV_ZOFxUubyxk9DAr_JOw/s1600/VilaFlor4179.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDmCbxSpJRDJP7-KkqxfYFsw-Bd1HdelYetOlyHnRDyOSMNbcVO8JSarKgZa54XBifpUjqBrUXkbe7Uth7rH8Cd2kAUUHT2QuTTHyeS5-wvvwFAWyTwV_ZOFxUubyxk9DAr_JOw/s400/VilaFlor4179.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa do foral manuelino em Freixiel</td></tr>
</tbody></table>
Gostaria de ter mais contacto com a terra, acompanhar os trabalhos do campo, as sementeiras, as colheitas, o crescimento das culturas, saber os nomes das plantas, as histórias das aldeias, as tradições que se perdem, mas tenho pouco tempo e não quero perder a minha liberdade de caminheiro, no concelho de Vila Flor, ou em qualquer outro. As saídas em BTT praticamente desapareceram.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJlFAO11EFCAibSjrSlkSQYl4iod1l5x8FQ7r1MrzUF3kNYKxhOr3esq2QKzS659aa-2p43d66t2hwS77iqpldDivBqznBkVE501nA3xh1XNjTPxojVsk2iwAdhB73G8jFKlmlUQ/s1600/VilaFlor4224.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJlFAO11EFCAibSjrSlkSQYl4iod1l5x8FQ7r1MrzUF3kNYKxhOr3esq2QKzS659aa-2p43d66t2hwS77iqpldDivBqznBkVE501nA3xh1XNjTPxojVsk2iwAdhB73G8jFKlmlUQ/s400/VilaFlor4224.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fruta da Vilariça - Feira TerraFlor</td></tr>
</tbody></table>
Mesmo sendo muito crítico em relação ao Facebook, acabo por dedicar muito tempo a administrar Páginas e Grupos dos quais dois dedicados ao concelho de Vila Flor: Página "<b>Vila Flor, Concelho</b>" e Grupo"<b>Vila Flor - Portugal</b>". Ambos têm tido um crescimento bastante bom, apesar de existirem alguns grupos e muitas Páginas sobre Vila Flor.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6z9mYJn4MlKRlbGN7m-mNmjKe9a7TbHiyIil-jIR45Y76wFCCy7zlQS8PXYMeIi0xliTcdO1tTYWE0sDAtdES4YMGOWRKPDifLs8OpXWaxHvkvAdjKjRJJ6O5-SWdYQSaY3JdA/s1600/VilaFlor4228.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6z9mYJn4MlKRlbGN7m-mNmjKe9a7TbHiyIil-jIR45Y76wFCCy7zlQS8PXYMeIi0xliTcdO1tTYWE0sDAtdES4YMGOWRKPDifLs8OpXWaxHvkvAdjKjRJJ6O5-SWdYQSaY3JdA/s400/VilaFlor4228.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rua de Santa Luzia, ao fim do dia</td></tr>
</tbody></table>
O que os torna diferentes são o rigor, o respeito pelos direitos de autor e os conteúdos interessantes (muitas vezes próprios). No fundo tento usar a Página e o Grupo com a mesma filosofia do Blogue. Chego a mais pessoas, mas faltam as palavras. As palavras são importantes assim como é importante para mim, investigar e fazer esforço para as escrever o melhor que sei e posso.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJBwtm_vWS1JK8PeLP4x23jaKHuY_ua2vn3Rk9i0sl0fXTM5Od-DPyR59-eWnNFvXKqBzgqsrCCPvYYlThLdWWwFp12bMaevCOHOHkfNE4iFHtaq8crdj5Uzs6CAUI7FMGEuvciw/s1600/VilaFlor4225.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJBwtm_vWS1JK8PeLP4x23jaKHuY_ua2vn3Rk9i0sl0fXTM5Od-DPyR59-eWnNFvXKqBzgqsrCCPvYYlThLdWWwFp12bMaevCOHOHkfNE4iFHtaq8crdj5Uzs6CAUI7FMGEuvciw/s400/VilaFlor4225.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vinho fino - Feira TerraFlor</td></tr>
</tbody></table>
Apesar de poucas actualizações no Blogue ao longo deste ano tirei mais fotografias do que o ano anterior. Foram mais de 17 mil. São mesmo muitas! Pode parecer um exagero, não há tanto assim para fotografar, mas por vezes faço uma dezena ou duas de fotografias sobre o mesmo assunto. Acredito muito pouco na sorte fotográfica, aposto mais no trabalho, na repetição alterando os parâmetros da fotografia até conseguir um resultado satisfatório.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaoL9dvIkqTXXan7P49v1rOaB30fBOA8f7hnpylMNZ5gWmCYDQDjXymz1XJaxmc9x8COzBjuwW_ViMKUhnjWjbWvbslzBTSBWq7Vq3KJfd_lvpQfVMDVjhy9nPCAMkZ28DbmSGIQ/s1600/VilaFlor4234.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaoL9dvIkqTXXan7P49v1rOaB30fBOA8f7hnpylMNZ5gWmCYDQDjXymz1XJaxmc9x8COzBjuwW_ViMKUhnjWjbWvbslzBTSBWq7Vq3KJfd_lvpQfVMDVjhy9nPCAMkZ28DbmSGIQ/s400/VilaFlor4234.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa de S. Bartolomeu </td></tr>
</tbody></table>
A câmara <b>Cyber-shot DSC-W610</b> que usava nas caminhadas "morreu". Por duas ou três vezes que embateu violentamente contra as fragas, até que a objectiva deixou de me obedecer. Comprei uma <b>PowerShot SX700 HS</b>. É uma câmara cheia de recursos, dos quais se destacam o funcionamento manual, semi-automático à velocidade e ao diafragma, wireless e um zoom óptico 30X. Contudo, muitas das fotografias que faço, são feitas com um tablet <b>iPad</b>. A qualidade não é comparável ao de uma máquina fotográfica mas a facilidade de edição e de partilha na Internet são argumentos de peso.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizbIH49hz4Bn_THuJqwW2dkJvzMx5wm9PmbJ83s4FAftjM46q6QiAn-Qx0UrBNmH-7b-Z9sAcFnJ0SAQOIPFI6seoL7B9__Hkmh5av3z8H5N5sV6a1ymJHzbKf3mtNYvYGsWAoKg/s1600/VilaFlor4258.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizbIH49hz4Bn_THuJqwW2dkJvzMx5wm9PmbJ83s4FAftjM46q6QiAn-Qx0UrBNmH-7b-Z9sAcFnJ0SAQOIPFI6seoL7B9__Hkmh5av3z8H5N5sV6a1ymJHzbKf3mtNYvYGsWAoKg/s400/VilaFlor4258.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem de S. Bartolomeu </td></tr>
</tbody></table>
O décimo ano já teve início. Tal como nos anos anteriores não há planos. Manter um Blogue "vivo" dá muito trabalho e não sei se há visitantes que justifiquem o esforço. Também é verdade que não criei e mantive o blogue para agradar a terceiros, mas sim pelo prazer de descobrir, conhecer e divulgar. Tentarei gerir o tempo o melhor possível, procurando novos motivos de interesse, quer para o blogue, quer para divulgação noutras plataformas.<br />
Para já, desejo um bom ano a todos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4HnI70POZBenXM6cqD6dPD0vvmBFav-nQwPNgDnfk3YCQwFfDv_nXuFrqs8bpCUji5vYyghvzguaRAwe8ZuG71jVHz1Y5vioCQjyNgOQTT85xh-OEJFAIyrOomLqX6s9ZI1Gz1w/s1600/VilaFlor4262.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4HnI70POZBenXM6cqD6dPD0vvmBFav-nQwPNgDnfk3YCQwFfDv_nXuFrqs8bpCUji5vYyghvzguaRAwe8ZuG71jVHz1Y5vioCQjyNgOQTT85xh-OEJFAIyrOomLqX6s9ZI1Gz1w/s400/VilaFlor4262.jpg" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bolo do 9.º aniversário, partilhado com amigos</td></tr>
</tbody></table>
<h3>
Números do 9.ºano:</h3>
Páginas vistas - 25.771<br />
Visitantes - 16.292<br />
Comentários - 10<br />
Postagens - 8<br />
Km percorridos em BTT - 15<br />
Km percorridos a pé - 59<br />
Fotografias tiradas - 17.225<br />
Fotografias publicadas - 45<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKgxgQEHK7yuYegvuA9l9IvK0eqz1Obc3Q6ju2b98j-tFqLKSS-zOSDIOdRLaWQ9j3IZ7MB02RuWMGnDF_Hq7io91LlNMsVflgHbuYTzl3BcGnUjOLcIBEulhM9G92m2G8VauQqQ/s1600/VilaFlor4261a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKgxgQEHK7yuYegvuA9l9IvK0eqz1Obc3Q6ju2b98j-tFqLKSS-zOSDIOdRLaWQ9j3IZ7MB02RuWMGnDF_Hq7io91LlNMsVflgHbuYTzl3BcGnUjOLcIBEulhM9G92m2G8VauQqQ/s400/VilaFlor4261a.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alguns dados estatísticos da evolução do Blogue</td></tr>
</tbody></table>
<h3>
Números totais (9 anos):</h3>
Páginas vistas - 751.379<br />
Visitantes - 352.090<br />
Comentários - 1 884<br />
Postagens - 1 167<br />
Km percorridos em BTT(9 anos) - 4.580<br />
Km percorridos a pé (9 anos) - 1.748<br />
Fotografias tiradas - 161.320AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com35360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-77434248922590362142015-07-27T13:53:00.001+01:002015-07-27T21:52:12.162+01:00Rotunda<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_bxwakVNzJFzOHckJe6PU9GeCfX0vTJQ5YLasaYyoR9wKiYTtDrZfIQTLg5mA1QixSKxt5sbn4P8P7jM2OxFvKKUDWmbcN28B_9r8UBWj31EBlPYBdyiwKvwopqwzPRyxka0RQw/s1600/VilaFlor3594.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_bxwakVNzJFzOHckJe6PU9GeCfX0vTJQ5YLasaYyoR9wKiYTtDrZfIQTLg5mA1QixSKxt5sbn4P8P7jM2OxFvKKUDWmbcN28B_9r8UBWj31EBlPYBdyiwKvwopqwzPRyxka0RQw/s400/VilaFlor3594.jpg" width="400" /></a></div>
"Em tempos que não vão longe, descia do Gavião, bolsa atravessada. Do alto do povoado, com a corneta de local delido, juntava, pelo eirô, os interessados em notícias.<br />
O acto rotineiro acertava a aldeia sem relógio de campanário.<br />
- Co...rrei...o...o!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCK3RQtArBCcpnD9QZPdEgoEqMmbfwcwcIN0j9D_iYB2liG0sKPO4YMEWy0ugzYMeOqMfsor84U3A2gBTbINDlmOe3ojD_L0h628VwSv4NirkyjJ5ZVzPC0LHb_bMxOj7pPPILWw/s1600/VilaFlor2866.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCK3RQtArBCcpnD9QZPdEgoEqMmbfwcwcIN0j9D_iYB2liG0sKPO4YMEWy0ugzYMeOqMfsor84U3A2gBTbINDlmOe3ojD_L0h628VwSv4NirkyjJ5ZVzPC0LHb_bMxOj7pPPILWw/s400/VilaFlor2866.jpg" width="400" /></a></div>
A penúltima sílaba era sempre longa, atirada com o fôlego de alegria cheia. Quer em dias de casa, aborrecido; quer em manhãs de primavera; ou na ventania agreste do outono esvaecido, ou pelo inverno triste com palmos de nevoeiro.<br />
- Dê-me um de dez tostões!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvf0dQ0wy9xINm0tnq-sB46skpKSw6Dw99TFIcPv1Iuge4kpas14wPt7Eg4GQv__pP2qkfpmfwBiJySNE4YxJfc1jsJ0mHwpDR14kbiJ0J11zz2lzleGjW_HFu1M0_CPLzvSkyHA/s1600/VilaFlor3596.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvf0dQ0wy9xINm0tnq-sB46skpKSw6Dw99TFIcPv1Iuge4kpas14wPt7Eg4GQv__pP2qkfpmfwBiJySNE4YxJfc1jsJ0mHwpDR14kbiJ0J11zz2lzleGjW_HFu1M0_CPLzvSkyHA/s400/VilaFlor3596.jpg" width="400" /></a></div>
- Vosselência não tem nada hoje!<br />
- Hoje, não, não pode ser sempre. Remate ao sebastianismo ingénuo do seu faminto rebanho.<br />
Vivia todo preso àquele seu mundo. De graça, dava boas novas, de graça, entregava notícias más.<br />
Se ele soubesse o que oferecia , às vezes, dentro de um sobrescrito, não daria a ninguém novas de sofrimento.<br />
- Espere aí, pegue lá um copito, é p'ró caminho!<br />
- V, então, depressa e eu é que lhe agradeço.<br />
- D'hoje a um ano!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcc8CNW5r02oEYcLjAhDGRTdwcbqcOPID9DUrqHVhdFwMeuDTOLCwRr4Gue8m0bHBFYbXmZ-0z3Jjrm5pqptIy50jLioon68slKaKPEUatls9yFAiMScrZkaFIWMBlRvrcy4R-fg/s1600/VilaFlor3806.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcc8CNW5r02oEYcLjAhDGRTdwcbqcOPID9DUrqHVhdFwMeuDTOLCwRr4Gue8m0bHBFYbXmZ-0z3Jjrm5pqptIy50jLioon68slKaKPEUatls9yFAiMScrZkaFIWMBlRvrcy4R-fg/s400/VilaFlor3806.jpg" width="298" /></a></div>
- E o senhor que os conte...<br />
Na horta do portão, naquela tarde dos pássaros não cantarem, pousou a cabeça, duas pedrinhas e, de borco, sorveu dois tragos fundos da fontela.<br />
- Tu não vens bô, home!<br />
- Que é que vocemecê tem, meu pai?<br />
- São uns frios, isto não é nada!<br />
- Vamos ainda pôr as batatas?<br />
No outro dia, a corneta não se ouviu no povoado. Depois, e depois... e sempre, foi outro de semblante mais triste. O povo não gostou.<br />
Já não se ouvia a corneta do alto da sua aldeia."<br />
<br />
Poema de <b>Nascimento Fonseca*</b>, publicado no jornal Enié a 15-10-1975.<br />
<br />
Fotografias, pela ordem: Aldeia abandonada do Gavião; Vista parcial da aldeia do Nabo; paisagem em direção ao vale da Vilariça, a partir de Vila Flor; marco do correio existente na Praça da República em Vila Flor.<br />
<br />
*José do Nascimento Fonseca nasceu no Nabo a 22-12-1940 e faleceu a 27-07-1983.AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com35360 Nabo, Portugal41.2687328 -7.143672100000003415.746698300000002 -48.4522661 66.7907673 34.164921899999996tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-40461880403937320792015-07-22T18:11:00.000+01:002015-07-22T18:31:23.219+01:00Freixiel - 500 anos do foral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifHpe-biGKkNEL0RjKhynE7Kr_030qMGpzi7fsFudI3PcwbpJMKXbqo9TZmyDKEnZPDWCQBjQjcquN-f80laPts_KqPBsstNgigoYApBGWKip3EMleIhDTg2r8bWjzOiE1XcGV5Q/s1600/VilaFlor4205.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifHpe-biGKkNEL0RjKhynE7Kr_030qMGpzi7fsFudI3PcwbpJMKXbqo9TZmyDKEnZPDWCQBjQjcquN-f80laPts_KqPBsstNgigoYApBGWKip3EMleIhDTg2r8bWjzOiE1XcGV5Q/s400/VilaFlor4205.jpg" width="400" /></a></div>
No passado dia 19 Freixiel esteve em festa. Comemoraram-se os <b>500 anos da atribuição do foral por D. Manuel I</b> com um conjunto de atividades variadas que encheram por completo o dia e que transportaram os locais e os visitantes para outra época, relembrando a importância de Freixiel como vila e sede de concelho.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjT4ySaVvomdz_qIw12-BCMRGfMXFNgk5ol7_kNTsWR-G7HiURJO5odc0Jy90KHN3fSU7fHJpXC2GSGhGfhOr7d_Gm0SwizJ6eFBRK9wtXTvUMNIGvk2VNUtjM4sAqvTXtqMtIEw/s1600/VilaFlor4218.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjT4ySaVvomdz_qIw12-BCMRGfMXFNgk5ol7_kNTsWR-G7HiURJO5odc0Jy90KHN3fSU7fHJpXC2GSGhGfhOr7d_Gm0SwizJ6eFBRK9wtXTvUMNIGvk2VNUtjM4sAqvTXtqMtIEw/s400/VilaFlor4218.jpg" width="400" /></a></div>
Ao início da manhã a <b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFp-fb6_D3z3PgKuJT-TWZHZvlybz_Cr2-xMVpTL49XyEUIIrMnHe79wMoZ_AW4P_X6ZHyyu53Wk5yX2lTVlXKfBDFyByqvoDnXa2gwOgka-kbpRxMHvRLyDE-ppJ5eFhjFj0qA/s1600/VilaFlor4173.jpg" target="_blank">Banda Filarmónica de Vila Flor</a></b> anunciou a festa. As pessoas foram-se concentrando no Largo do Pelourinho para o lançamento do livro "<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjT4ySaVvomdz_qIw12-BCMRGfMXFNgk5ol7_kNTsWR-G7HiURJO5odc0Jy90KHN3fSU7fHJpXC2GSGhGfhOr7d_Gm0SwizJ6eFBRK9wtXTvUMNIGvk2VNUtjM4sAqvTXtqMtIEw/s1600/VilaFlor4218.jpg" target="_blank">Forais de Freixiel</a></b>", da autoria de um filho da terra, Cristiano Morais, com patrocínio da Câmara Municipal.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhosKZFz5FCd7OwxqxkfMaWmvnslxig6VS1RKwxlq1VqTrNZqZ-hcPGAUo8cawANmRvB3JCRBBfI4C9t_6WQmhrwe2dTIoEuMTmQKwXYRTwjpaRQM6MuHec-rqOe1BsQEhjcoTayA/s1600/VilaFlor4171.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhosKZFz5FCd7OwxqxkfMaWmvnslxig6VS1RKwxlq1VqTrNZqZ-hcPGAUo8cawANmRvB3JCRBBfI4C9t_6WQmhrwe2dTIoEuMTmQKwXYRTwjpaRQM6MuHec-rqOe1BsQEhjcoTayA/s400/VilaFlor4171.jpg" width="400" /></a></div>
O salão utilizado foi pequeno para tanta gente, o que mostrou que a cultura também têm procura.<br />
A <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhosKZFz5FCd7OwxqxkfMaWmvnslxig6VS1RKwxlq1VqTrNZqZ-hcPGAUo8cawANmRvB3JCRBBfI4C9t_6WQmhrwe2dTIoEuMTmQKwXYRTwjpaRQM6MuHec-rqOe1BsQEhjcoTayA/s1600/VilaFlor4171.jpg" target="_blank">mesa </a>integrava o Presidente da Junta, João Garcia, o Presidente da Câmara, Eng. Fernando Barros e o autor, Cristiano Morais. Estiveram também presentes todos os vereadores da Câmara Municipal.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDGG4iNMNe2UhtQAp5O18teL0DLi72_1EPAzHYD1s45OSTt9ihz7tFNDVcVcKYeSbACaW8_dObWOi5KpBLF6sbEwlUYGWrq9VVj5pqkdXmifpNEsbH0oG8TR8rmG5q99QC4vC0Q/s1600/VilaFlor4180.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisDGG4iNMNe2UhtQAp5O18teL0DLi72_1EPAzHYD1s45OSTt9ihz7tFNDVcVcKYeSbACaW8_dObWOi5KpBLF6sbEwlUYGWrq9VVj5pqkdXmifpNEsbH0oG8TR8rmG5q99QC4vC0Q/s400/VilaFlor4180.jpg" width="400" /></a></div>
Na apresentação do livro o autor lembrou algumas datas e momentos marcantes na história da aldeia/vila de Freixiel. Em 1055 aldeia foi integrada em Ansiães mas em 1195 subiu a vila, sede de concelho a que pertenciam também <b>Mogo de Malta, Folgares, Pereiros, Codeçais, Candoso, Vieiro e Sarzeda</b>. A carta de foro foi-lhe atribuída por D. Sancho Fernandes, Prior do Hospital. O segundo foral foi dado por D. Manuel I em 1515. O concelho foi extinto em 1836, por Passos Manuel.<br />
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Outro episódio marcante foi o incêndio que consumiu bastantes casas e que deixou algumas famílias na miséria. Não foram as tropas francesas que invadiram Freixiel, queimaram a rua e picaram os brasões do pelourinho (como reza a tradição). A história parece ter sido bastante diferente. Foram soldados castelhanos que desceram a Freixiel, vindos dos arredores de Samões, exigir vinho para os soldados. Como não viram cumpridas as sua exigências usaram a força, saqueando e incendiando.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHadQQl7Vc8hTmSkYBGrgdoCfnHU5hbohJmNIn915Sr5sK5Ve3kCPYMYlnwrsVFXIpjAlbCR2B2YivWhCqfiWAdpmxFE1236vbBAOTv40qRu3bb-BZQeHxJVFT_vOemqUImZ8HRg/s1600/VilaFlor4200.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHadQQl7Vc8hTmSkYBGrgdoCfnHU5hbohJmNIn915Sr5sK5Ve3kCPYMYlnwrsVFXIpjAlbCR2B2YivWhCqfiWAdpmxFE1236vbBAOTv40qRu3bb-BZQeHxJVFT_vOemqUImZ8HRg/s400/VilaFlor4200.jpg" width="400" /></a></div>
Na opinião de Cristiano Morais não faz qualquer sentido continuar a designar Freixiel como vila. Só no actual concelho de Vila Flor estão nas mesmas circunstâncias Vilas Boas e Sampaio.<br />
Também foram lembrados acontecimentos mais recentes, como o encerramento da escola de 1.ºCiclo no ano lectivo de 2014-2015. O futuro da aldeia em termos demográficos não é nada animador.<br />
Se o futuro é incerto, o passado é rico e necessita de ser estudado, preservado e mostrado aos visitantes e às gerações futuras.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwM7LkOuzaY5qCnSiYPJreebXDqliQ0k9X9A8KeWMTntiLgZCOWMTUedODZXF14kslQMychDmSJl5Oc9xQNmPyXA7Egvc0IoqdcUiEASPA6_IlSy5PRzYg_8MfmgS2nr-119kS4Q/s1600/VilaFlor4209.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwM7LkOuzaY5qCnSiYPJreebXDqliQ0k9X9A8KeWMTntiLgZCOWMTUedODZXF14kslQMychDmSJl5Oc9xQNmPyXA7Egvc0IoqdcUiEASPA6_IlSy5PRzYg_8MfmgS2nr-119kS4Q/s400/VilaFlor4209.jpg" width="400" /></a></div>
Cristiano Morais diz ter em seu poder um espólio considerável, com origem no "castelo" de Freixiel, que gostava de ver cuidado e exposto. Lançou à autarquia o desafio para a criação de um espaço, <b>Casa de Memória</b>, que poderia resultar do aproveitamento da antiga Escola Primária. O repto teve um bom acolhimento, pelo menos no que toca à ideia e ficamos expectantes quanto a desenvolvimentos futuros.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTGe2wX5IWl5BU_hq3XinKDbQ8a2Huk5W6ZtsAujSH85pjiQZoUS-uvJxAwO-kCL4Gv_G6H3SMF1DiLJLU1Rq6WWamVRgMmi3HfQV27Pu6JY3DNF7umKqhuZRbTcoTOyekaF_v7g/s1600/VilaFlor4183.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTGe2wX5IWl5BU_hq3XinKDbQ8a2Huk5W6ZtsAujSH85pjiQZoUS-uvJxAwO-kCL4Gv_G6H3SMF1DiLJLU1Rq6WWamVRgMmi3HfQV27Pu6JY3DNF7umKqhuZRbTcoTOyekaF_v7g/s400/VilaFlor4183.jpg" width="400" /></a></div>
Depois de autografado o livro lançado foi oferecido a todos os presentes.<br />
No edifício da Junta de freguesia foi descerrada uma <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHadQQl7Vc8hTmSkYBGrgdoCfnHU5hbohJmNIn915Sr5sK5Ve3kCPYMYlnwrsVFXIpjAlbCR2B2YivWhCqfiWAdpmxFE1236vbBAOTv40qRu3bb-BZQeHxJVFT_vOemqUImZ8HRg/s1600/VilaFlor4200.jpg" target="_blank">placa evocativa da comemoração dos forais</a> de Freixiel.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM8xw7KV2zeJBJZyBwvjiD7RnyFFZmGMcafSK5M-i0y3YIce6lYlQZftlUgt_uFzb1NXA9uoIDBq-Ode8boJVeyIWDmV8e-u5C0JY3F54qRn_p6xeYKx6oUCp1_urQ0nFO_Fc6NA/s1600/VilaFlor4214.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM8xw7KV2zeJBJZyBwvjiD7RnyFFZmGMcafSK5M-i0y3YIce6lYlQZftlUgt_uFzb1NXA9uoIDBq-Ode8boJVeyIWDmV8e-u5C0JY3F54qRn_p6xeYKx6oUCp1_urQ0nFO_Fc6NA/s400/VilaFlor4214.jpg" width="400" /></a></div>
No programa segui-se uma cerimónia religiosa, com a celebração da missa dominical.<br />
Ao início da tarde a aldeia começou a ganhar ambiente de festa com muitos visitantes a chegarem e a associarem-se às comemorações. Começou a sentir-se o cheiro a comida, com a sopa de pedra a ser confeccionada numa <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyUYmjs02O62cTBhwSCiptBKuvQKiFM8FHYjje7l4AmVzBFRdsdWTdlMNLIufl3BbBGCJB-Ofw6Um7hOUL4QLmgPPbvnaFSBY4s3Kcw0L72ecRs0tKz9ffc2tdg0khRigjAEJifQ/s1600/VilaFlor4202.jpg" target="_blank">panela de ferro</a>, na fogueira, destinada a aconchegar o estômago mais ao cair da noite.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmcG2CgOkturBYBl007Aa4nShROsUhLEJBY2Di7jBme-j_ergmNRLKzFoX29Qhw7R7Fd9OcLkZivwbqfvAlAJlmfsOozoDwzngnhgj8IqfBPLw1lmaMPQTKkVldtg_aL6b2e5T-Q/s1600/VilaFlor4211.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmcG2CgOkturBYBl007Aa4nShROsUhLEJBY2Di7jBme-j_ergmNRLKzFoX29Qhw7R7Fd9OcLkZivwbqfvAlAJlmfsOozoDwzngnhgj8IqfBPLw1lmaMPQTKkVldtg_aL6b2e5T-Q/s400/VilaFlor4211.jpg" width="400" /></a></div>
As personagens do Desfile Medieval vestiram os seus trajes. O som da gaita de foles e respectiva percussão dos <b>Gaiteiros das Terras de Miranda</b> alegravam o ar.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDtsS6lyaCXonjy0AYrjOqYXrgA2PHwA-h6nGCvlKCdlgSKLmOuqQfJgK3j-kGEeGi_-kFM0EmqcJJzfX_Z7lnzpMAor8Iwucw8ua0WljvxqZCdqMudzqwYdFJMN9X8qIbvciHQQ/s1600/VilaFlor4186.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDtsS6lyaCXonjy0AYrjOqYXrgA2PHwA-h6nGCvlKCdlgSKLmOuqQfJgK3j-kGEeGi_-kFM0EmqcJJzfX_Z7lnzpMAor8Iwucw8ua0WljvxqZCdqMudzqwYdFJMN9X8qIbvciHQQ/s400/VilaFlor4186.jpg" width="266" /></a></div>
A concentração aconteceu junto ao adro da Igreja Matriz. Organizaram-se os diferentes "quadros" representativos das várias classes sociais da época. O grupo <b>Filandorra - Teatro do Nordeste </b> coordenava o processo e davam um toque de profissionalismo aos grupo de actores improvisados, habitantes de Freixiel que quiseram ter um papel mais activo nas comemorações. Ao cortejo juntaram-se também os elementos do <b>Rancho Folclórico de S. Domingos</b> (Gravelos -Vila Real), presença surpresa, mas bem-vinda, para dar mais brilho à festa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF_lfraCs4swLEZyepPMrn_WJ2P6cql-OyAvSLeqiVhnpGrlRoDHntIyBQzpsAI7dozauF_QH4FTTbpvdXBgIqypFfd-M2PuZbes8ifOFiExX_TfneHXgSh18gs0PfkhrUP1Vpuw/s1600/VilaFlor4201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgF_lfraCs4swLEZyepPMrn_WJ2P6cql-OyAvSLeqiVhnpGrlRoDHntIyBQzpsAI7dozauF_QH4FTTbpvdXBgIqypFfd-M2PuZbes8ifOFiExX_TfneHXgSh18gs0PfkhrUP1Vpuw/s400/VilaFlor4201.jpg" width="400" /></a></div>
A Rua Grande e a Rua do Concelho assistiram, surpresas, à passagem de soldados, nobres, clérigos, bobos e populaça, num cortejo longo e animado.<br />
Depois de uma passagem pela Rua Nossa Senhora do Rosário e Rua do Moinho, o cortejo regressou ao Largo do Pelourinho. O povo queria espectáculo e foi isso que aconteceu. Os espectadores distribuíram-se em redor do largo do Pelourinho e a base deste serviu de palco para a leitura do foral pelo arauto e sua entrega aos homens bons.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ke2ZsN1pDlj0Sn27XqNvfim2Lb6tNuYKKvw62ZW-XteLMeT0bquvlR05_6K8G5GfGSt6HdF0sb4xpuLwRNex6Oi_sCfQKe-0w-iKs6H60Ta7OziALfIswAAHZkvIv4FBItWWng/s1600/VilaFlor4187.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ke2ZsN1pDlj0Sn27XqNvfim2Lb6tNuYKKvw62ZW-XteLMeT0bquvlR05_6K8G5GfGSt6HdF0sb4xpuLwRNex6Oi_sCfQKe-0w-iKs6H60Ta7OziALfIswAAHZkvIv4FBItWWng/s400/VilaFlor4187.jpg" width="266" /></a></div>
O grupo de teatro apresentou alguns quadros medievais que despoletaram espontâneas e prolongadas gargalhadas a novos e a menos novos, a quem o sol quente da tarde não afastou. Tive pena de não ter visto a representação do "caldo de Pedra com pão, vinho e carne assada".<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8b-zQk1X-A5f5FndTCtgxfgzpOgtLfG3hvEJsFQnU_sEV8XKtOdiHGmweRK-0iUKnR7jo09c5L1lGXXbj-UVjFQdAQwfeTETLEo7jbsjQPkCdYxU5XzIsPAHxOqV-PqiJIoSvBw/s1600/VilaFlor4188.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8b-zQk1X-A5f5FndTCtgxfgzpOgtLfG3hvEJsFQnU_sEV8XKtOdiHGmweRK-0iUKnR7jo09c5L1lGXXbj-UVjFQdAQwfeTETLEo7jbsjQPkCdYxU5XzIsPAHxOqV-PqiJIoSvBw/s400/VilaFlor4188.jpg" width="266" /></a></div>
Actuaram, depois, dois ranchos folclóricos: O <b>Rancho Folclórico de Freixiel</b> teve uma actuação original, com os seus elementos envergando trajes medievais ("inovação" que não foi bem aceite por todos!); o calor não foi entrave para que o rancho folclórico visitante mostrasse as suas danças com muita genica e alegria. As danças terminaram ao fim da tarde com os dois ranchos a dançarem juntos com a população.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh87iJMEairk6xdihJvMvTKrxJ7tbQxAKvd7IiFmGOrO3D5_KX1FQUAqagykno_YssY0aMi4Zmwbtr8S_w-1SoSWKjXMsGLaRvJDpFqv75klhtRNLNzVenl8uMOVMKghftnV672iw/s1600/VilaFlor4215.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh87iJMEairk6xdihJvMvTKrxJ7tbQxAKvd7IiFmGOrO3D5_KX1FQUAqagykno_YssY0aMi4Zmwbtr8S_w-1SoSWKjXMsGLaRvJDpFqv75klhtRNLNzVenl8uMOVMKghftnV672iw/s400/VilaFlor4215.jpg" width="400" /></a></div>
A festa mudou-se para o <b>Largo das Fontes</b>. O local foi bem escolhido. Já estava completamente à sombra, é um espaço verde, bonito, com duas fontes, uma delas muito antiga (fonte de mergulho).<br />
Entradas com chouriço e queijo, seguidas de carne assada no churrasco e a tão famosa sopa de pedra, prato de raízes nada transmontanas mas que é muito apreciada. Mais do que a comida, foi o convívio, a música, a alegria, o encontro de gerações que tornou o momento num dos principais das comemorações.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbsYPhElq7JbTP5onKDU-N1SwCDFTfibEFINKUFIlyLLnjE_rmoCjR1LIUwHFskCX2BSZDcpIuHxZp7NYZOJZSfFHVQgbbjoVCLDIk0C3ljMcQsi40rDwRhNMYrvrqrX_2P4Pmw/s1600/VilaFlor4196.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbsYPhElq7JbTP5onKDU-N1SwCDFTfibEFINKUFIlyLLnjE_rmoCjR1LIUwHFskCX2BSZDcpIuHxZp7NYZOJZSfFHVQgbbjoVCLDIk0C3ljMcQsi40rDwRhNMYrvrqrX_2P4Pmw/s400/VilaFlor4196.jpg" width="266" /></a></div>
Mais tarde, já com a barriguinha composta, a refeição foi terminada com belas e doces frutas da época, que só de ver apetece comer.<br />
O programa terminou com mais um momento musical, os <b>Troika</b>, um grupo jovem que animam arraiais com a sua música mexida bem portuguesa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyUYmjs02O62cTBhwSCiptBKuvQKiFM8FHYjje7l4AmVzBFRdsdWTdlMNLIufl3BbBGCJB-Ofw6Um7hOUL4QLmgPPbvnaFSBY4s3Kcw0L72ecRs0tKz9ffc2tdg0khRigjAEJifQ/s1600/VilaFlor4202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyUYmjs02O62cTBhwSCiptBKuvQKiFM8FHYjje7l4AmVzBFRdsdWTdlMNLIufl3BbBGCJB-Ofw6Um7hOUL4QLmgPPbvnaFSBY4s3Kcw0L72ecRs0tKz9ffc2tdg0khRigjAEJifQ/s400/VilaFlor4202.jpg" width="400" /></a></div>
Foi um dia em cheio. Além do que aqui lembrei, ainda houve tempo para fazer algumas fotografias da aldeia, uma visita à capela de Nossa Senhora de Rosário, à forca e para apreciar a exposição de artefactos antigos, verdadeira viagem ao passado. Também estiveram expostas peças de artesanato de um artesão local.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWGXX0u6g1jRPDCdP7fKHn0PNRoNWxr9N8GUZGFGG9gXk66R3yyy_z6dcicSCZAy_E495kGAqcYX5Y5x7FFk0GxV-ihVZ9dAlWu9xbZw-9u-gtNF3p1uUsQBO0k8-lN_bY4QGuw/s1600/VilaFlor4219.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWGXX0u6g1jRPDCdP7fKHn0PNRoNWxr9N8GUZGFGG9gXk66R3yyy_z6dcicSCZAy_E495kGAqcYX5Y5x7FFk0GxV-ihVZ9dAlWu9xbZw-9u-gtNF3p1uUsQBO0k8-lN_bY4QGuw/s400/VilaFlor4219.jpg" width="400" /></a></div>
Estão de parabéns todos os que se empenharam na planificação e a realização das diferentes atividades. Esta época de calor não é a mais agradável para algumas delas, como cozinhar ou vestir trajes quentes, mas todos deram o seu melhor para fazer uma bela comemoração. Acho que faltou um pouquinho de ambição, porque 500 anos só se festejam uma vez, mas para quem está de fora é muito fácil falar. Freixel e as suas gentes, estão de parabéns.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoVL2b3lyp0pdikdEPIP6sceucTj-o1wpmv-c4yimW7FjN_c8xKULjo_tbupSeFaRAbzZt_jN_x4OcNbVtzkT_WG1qsjiFiRi7osW26GuAWtuipOlxEjz4a8henADDyXHQbE8VMA/s1600/VilaFlor4220.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoVL2b3lyp0pdikdEPIP6sceucTj-o1wpmv-c4yimW7FjN_c8xKULjo_tbupSeFaRAbzZt_jN_x4OcNbVtzkT_WG1qsjiFiRi7osW26GuAWtuipOlxEjz4a8henADDyXHQbE8VMA/s400/VilaFlor4220.jpg" width="400" /></a></div>
AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com25360 Freixiel, Portugal41.3160517 -7.2476776999999415.794017200000003 -48.55627169999994 66.8380862 34.060916300000059tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-75340917296295515022015-06-24T14:01:00.004+01:002015-06-24T17:42:51.534+01:00A Menina das Cravelinas e Bem-Me-Queres<div style="text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWjQnF0yucBzBIROL_KCFwLC_ZNdtNndLPJWCacovSOPpO5sniWUyS3bYFEpD1-sBs4bB59ye3VevJctpGpw9IeinvlD7fmtM47c-4vHiJEUFJlck6ATebAGhMpMO4sX0GXhxlMA/s1600/VilaFlor3800.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWjQnF0yucBzBIROL_KCFwLC_ZNdtNndLPJWCacovSOPpO5sniWUyS3bYFEpD1-sBs4bB59ye3VevJctpGpw9IeinvlD7fmtM47c-4vHiJEUFJlck6ATebAGhMpMO4sX0GXhxlMA/s400/VilaFlor3800.jpg" width="400" /></a></div>
</div>
<blockquote class="tr_bq">
«...Trepa-se a Vila Flor por estrada retorcida, de caracol... faz tonturas. Ao enfrentarmos o povoado, porém, que sensação de conforto! Aquilo não é um burgo alpestre - é um ramalhete de cravelinas e bem-me-queres no decote da serrania». </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Sousa Costa</blockquote>
É costume da Câmara Municipal da minha terra, por gentileza não sei se já imitada (ou já iniciada) por qualquer edilidade congénere, comunicar a todos os munícipes de mais aquela, apartados do berço pelos impulsos caprichosos do destino, os factos principais que respeitam ao seu grato efectivo de valorizações e encómios.<br />
E não se julgue que a finalidade visada seja a propaganda da actuação dos presidentes, suas ideias, criações, méritos, realizações, como é de muito abuso por aí.<br />
Não! O que eu sinto nos visos desse proceder simpático, é o carinho de manter unida a família vilaflorense, aconchegado ao lar, essa lareira que tem achas de pinho a arder eternamente sobre o trasfogueiro, inundando a cozinha de fumo, que faz bem aos pulmões e aos chouriços, largando choinas que nos caem sobre o capote, brandamente, estejamos nós lá ou no cabo do mundo.<br />
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É bom que não se esqueçam os nomes que mais fulgor puxaram à nossa «lis» doirada. Mas o que nos encanta, o que fica, é a resultante das forças que alindaram o nosso ninho materno, tomando-o aprazível, donairoso, confortável, condicionando a beleza necessária a ouvirmos do Dr. Sousa Costa um elogio como o que encima este pequeno escrito e que nos foi transmitido pela vereação da Câmara da minha terra.<br />
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Com que então, o Sr. Dr. Sousa Costa foi a Vila Flor e, julgando encontrar um burgo alpestre, descobriu «um ramalhete de cravelinas e bem-me queres no decote da serrania»?!</div>
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Tocou-me Sua Ex.ª num dos meus queridos amores. Não sei se me zangue com ciumes, se me envaideça com orgulhos...</div>
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Dom Dinis teve a mesma agradável surpresa há 670 anos, e mudou-lhe o nome, transportando-o do sector das póvoas para o campo das flores. Dois artistas, dois sentimentais, dois poetas.</div>
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A minha terra, para ser bem tratada, só pela poesia. Ela é gaiata,. morena, dentinhos de cal, cabelos escudos, aroma de madressilva no colo de rosas brancas, menina do meu agrado, sempre jovem, com jóias ricas de família nos dedos afusados, adereços romanos, góticos, árabes, judaicos...</div>
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A serra, molosso de xisto e terra escura deitado entre o Facho e as Portas do Sol, abriga-a do norte, expõe-a abertamente às soalheiras do sul, tendo-a no regaço, como desvela da mãe.</div>
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Quem, há vinte anos, subisse às capelinhas, dispostas mesmo no alto, pela tenaz dedicação dum grande vilaflorense, que tem o nome indelevelmente ligado às graciosas ermidas - Manuel Álvares Pereira de Aragão - via o povoado, lá no fundo, começar na Santa Luzia, na «máquina» - nome consagrado da fábrica de moagem inaugurada pelo gigante João de Matos, da minha saudade de criança - na Rapadoira e por ali abaixo até à Portela.</div>
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Hoje, o passeante, quer se sente nos degraus da velha capela de N.ª S.ª da Lapa, fachada alvíssima, ponteaguda, seu portelo de mina à esquerda, encravada em ciclopes de rocha bronzeada; quer se encoste às capelas de Santo Antão e São Bernardino, de cúpula em pirâmide; quer se instale nos miradoiros do santuário hexagonal da Senhora dos Remédios, depois de refazer-se do esforço da ascensão, com um lenço que lhe enxugue a testa ou uma aba de chapéu que lhe desencalme o rosto congestionado, tem o grato prazer de verificar quanto a vilazinha subiu, como casas novas nasceram, num pululante renovar de gerações, vindo a fazer guarda de honra ao formoso edifício da «Domus Municipalis», padrão senhorial do concelho e da comarca, de costas no peito dos olivais da serra. A menina aconchegou-se melhor ao regaço da serra-mãe, como gata mimalha que se levanta para se acomodar mais consoladinha ao sol da graça. A menina enfeitou-se. Deitou fora os candeeiros mal cheirosos e fumarentos do seu «boudoir» e meteu electricidade; instalou lindas torneiras onde jorra água pura da serrania; tem um lindo telefone de plástico rosado e translúcido, sobre a mesa de cabeceira; e vem à janela admirar o recorte moderno de avenidas e pracetas recém-nadas, seus balaústres, suas copas redondinhas como hortênsias, seus canteiros de relva fresca, rampas, escadarias, globos de candeeiros, aqui e ali, num conjunto de apoteose surpreendente, embora um fundo suspiro lhe sacuda o peito, saudoso da sua velha praça, que era a mais bela iluminura do seu pergaminho, que era o seu coração, o seu carácter, agora fendida, imolada a um desalmado critério de urbanização!</div>
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E a menina aparece no limiar da janelinha, mirando as lavadeiras nos tanques novos, entre olivedos e amendoais, onde cantam melros e rouxinóis, enfeitada com um ramalhete de cravelinhas e bem-me-queres entre os seios macios de adolescentes!</div>
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Quando, há anos, vim para o sul, proclamava com orgulho a minha naturalidade: VILA FLOR!</div>
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- Mas onde é que é isso?...</div>
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E a pergunta, quase constante, entrava-me como um punhal no peito apaixonado, entre estas costelas que se criaram com água da Fonte Romana e com pão borneiro da Párreas, trigo dessa terra feraz, humosa, florida, transmontana, cuja seiva me circula no sangue, como os caracteres do progenitor nas veias do filho que o não desmente.</div>
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Agora, vejo com esfuziante alegria que Vila Flor não é nome de qualquer Alguidares de Baixo, estranho na sabedoria comum dos nossos centros mais esclarecidos. Os jornais falam, a fama corre, percorre, e aponta-se o exemplo duma vila que em 20 anos se vestiu de novo, se toucou de graças,</div>
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se impõe, na escala do progresso, que afere os valores do país, de Norte a Sul.</div>
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Não conheço, por meu mal, o Senhor Dr. Sousa Costa. Mas o facto não me inibe de lhe deixar aqui o meu cartão de visita, agradecendo as palavras que dirigiu à «minha menina», cartão em que, sob o nome, apenas imprimo esta dignidade qualificativa: vilaflorense.</div>
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Excerto do livro <b>Paisagens do Norte</b>, escrito pelo <b>Dr. Cabral Adão</b> e publicado em 1954. Este livro teve uma segunda edição pela Câmara Municipal de Vila Flor em 1998 (Minerva Transmontana, Vila Real). Pode ser encontrado no <b>Museu Berta Cabral</b>, na sala dedicada a Vila Flor.<br />
<br />
<b>Luís Manuel Cabral Adão</b> nasceu em Vila Flor a <b>24 de Junho de 1910</b> falecendo a 6 de Agosto de 1992, em Almada, vitimado por paragem cardíaca, partiu, no dia seguinte, para Vila Flor, para jazigo de família. </div>
AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com15360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-51717657166835105502015-02-23T22:52:00.000+00:002015-02-23T22:52:56.475+00:00e de repente é noite (XL)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPinXvwleK3cuAdlo3qkCbr_sp-R5RiHidQdoNqlrJ1-UHgM77ol9aTidEXU9J6qeB_RA_s7eIK3rw3TNiTWOcIMNQMMH372t1DYR5xY-PSOUHKpngGZYqHOWo8dOqSSg3R51V/s1600/VilaFlor2645.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPinXvwleK3cuAdlo3qkCbr_sp-R5RiHidQdoNqlrJ1-UHgM77ol9aTidEXU9J6qeB_RA_s7eIK3rw3TNiTWOcIMNQMMH372t1DYR5xY-PSOUHKpngGZYqHOWo8dOqSSg3R51V/s400/VilaFlor2645.jpg" height="400" width="320" /></a></div>
<br />
Uma vereda de desassossego<br />
abrindo o vale onde, inesperadamente,<br />
o ocaso se agitava<br />
decalcando a cauda de um cometa<br />
para lírios de lava<br />
consagrados a futuras noites de insónia.<br />
À luz avara da clarabóia<br />
vadiavam dias de Fevereiro<br />
por se sentirem sós no abandono<br />
do sótão de que nunca demonstrámos<br />
o embruxado teorema.<br />
Fingíamos desconhecer os amanhãs de caliça<br />
que desciam sobre as nossas cabeças<br />
e nelas se instalavam.<br />
E o crepúsculo tinha o dom de apurar<br />
a trajectória dos projécteis<br />
contaminados de melancolia.<br />
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<br /></div>
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João Baptista de Sá, nasceu em Vila Flor, a 7 de Novembro de 1928.<br />
Faleceu a <b>23 de Fevereiro</b> de 2012.<br />
<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="253" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://rd3.videos.sapo.pt/playhtml?file=http://rd3.videos.sapo.pt/57C1cwNfyOPe6611MJVj/mov/1" webkitallowfullscreen="" width="450"></iframe>AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com05360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333tag:blogger.com,1999:blog-33894108.post-66174054331599620152014-12-22T00:30:00.000+00:002014-12-22T00:30:00.594+00:00Cruz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju3Smj0am1TAyWZddUfwUgOMbaXpiZjhyphenhyphenwFl3Y9G6_OVWmLLn2WPJ21SCBtRSuHBvVzyC4yirXbPTUOX50DLStDmQGLDo0HJm_tdMOHUb7JCSA10sDEpa7loGMZu3EGl1SvL9Pjw/s1600/VilaFlor4039.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju3Smj0am1TAyWZddUfwUgOMbaXpiZjhyphenhyphenwFl3Y9G6_OVWmLLn2WPJ21SCBtRSuHBvVzyC4yirXbPTUOX50DLStDmQGLDo0HJm_tdMOHUb7JCSA10sDEpa7loGMZu3EGl1SvL9Pjw/s1600/VilaFlor4039.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
A cruz<br />
Será a Guarida<br />
E a Luz<br />
Da minha vida,<br />
Eternamente...<br />
<br />
Cruz:<br />
Alfombra do mendigo,<br />
Travesseiro<br />
Que o caminheiro<br />
Traz consigo...<br />
<br />
Cruz:<br />
Manto<br />
Santo<br />
Que alberga<br />
Os pobres nus -<br />
Corpos sem enxerga,<br />
Almas de Jesus.<br />
<br />
J. N. Fonseca*<br />
<br />
Publicado em Esperança. Maio de 1962<br />
* José do Nascimento Fonseca nasceu no Nabo a 22-12-1940AGhttp://www.blogger.com/profile/13334120390274154813noreply@blogger.com15360 Vila Flor, Portugal41.3082814 -7.153467500000033441.284425899999995 -7.1938080000000335 41.3321369 -7.1131270000000333