![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfYQ1Ru9pucxxpPY6QBQNoYpgiNDJkUClmaWUphUpVfx9D44pof1bysxAowZSzCCaunsmlaB9TBy4QGcx0xfI8jgBfn20C5IiwokGVKxjiZtvMV_f93GvICPcbF8UacbJ6DlyjdQ/s400/VilaFlor1114.jpg)
(17-06-2008) Por fim o calor chegou! Cansado dos dias cinzentos, peguei na bicicleta e parti
À Descoberta de mais um pedaço do concelho. A escolha recaiu em
Meireles. A única visita que fiz a Meireles, a
18 de Abril de 2007 não correu muito bem, terminando a viagem com uma roda que mais parecia um crivo. As
fotografias até não ficaram más!
Para simplificar, decidi seguir pela estrada (N213) até à aldeia e depois procurar um caminho alternativo de volta a casa.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOJaauP6jrX6i6yCWmUR3MmT7wWeEPdZK8ArToqIqVjOpA_Phtl-qDVc9FfDh41kOXUDl9TSrKArKM98cKi7GwxQveDNbGYnxcVSQBKFluP2TyFkXUTco9yUsS7z3FgAe69XEmOQ/s400/VilaFlor1115.jpg)
Na ida, perto da
Quinta da Veiguinha, demorei-me um pouco a fotografar uma giesta que cresce na berma das estradas. Elegi a giesta como
Flor do Mês de Maio, mas há uma espécie que só se encontra aqui, mesmo na beira da estrada. É um pequeno arbusto, atingindo menos de um metro de altura, muito esguia, com flores grandes e amarelas, semelhantes às da giesta-negral.
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Chegado a
Meireles, já me apetecia beber alguma água no café à beira da estrada. Há muitos anos atrás que aqui existe e era ponto de paragem quase obrigatória, para os que se deslocavam de
Vila Flor ao
Cachão, para viajarem no comboio.
A aldeia, apesar de pequena, está espalhada em várias direcções, desde o
Bairro da Cruzinha, ao
Bairro da Eira, à
Rua do Cimo do Povo. Quando se deixa a estrada nacional e se desce em direcção ao centro, encontramos à direita um importante lagar de azeite, nesta altura encerrado. Um
pouco mais abaixo está um nicho com nossa senhora e o menino. Está ladeado por dois bancos, mas com o calor que fazia, as pessoas procuraram lugares mais frescos para descansarem.
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Talvez devido ao calor, encontrei mais pessoas na aldeia do que habitualmente! Havia vários
grupos, em alegre conversa, algumas mulheres a fazerem na renda ou tapetes de Arraiolos. Meti conversa com eles, não se mostraram surpreendidos com o meu interesse pela aldeia. - A Internet tem tudo, dizia um, o meu filho já me mostrou as minhas oliveiras.
As ruas da aldeia, são estreitas e inclinadas. Nalguns pontos o espaço alarga-se criando pequenos largos: Há um junto ao cemitério, em volta do
cruzeiro, outro junto à fonte, e um terceiro em redor da igreja.
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A igreja é uma construção muito sóbria, quase uma capela. Apenas o pequeno campanário a destaca, até porque está num dos pontos mais baixos da aldeia. O
interior também é modesto, mas está muito cuidado e recheado de imagens. A padroeira,
Santa Marinha está colocada à esquerda do sacrário! Da talha dourada de outrora, pouco resta. Não sei se o sacrário foi recuperado, mas há um antigo altar na sacristia.
Depois da visita à igreja, continuei o passeio pelo verdadeiro templo, a natureza. . Em
Meireles há até uma curiosidade que dá mais significado a esta ideia. Há uma rocha a que chamam a
Fraga do Altar, com a forma de um altar. Encontra-se num ponto elevado, virada para o vale, com uma bela visão do mesmo.
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Se a visão do vale que se prolonga até ao
Cachão e sobe pelo
Tua acima é digna de ser admirada, o mesmo se passa com os
campos em volta. As hortas fervilham de verde. O caminho estava cheio de poças de água, sumida dos regos das batateiras pelas galerias abertas pelas toupeiras. Dos lameiros vem o cheiro a fenos. Das silvas, agora em flor, saem melancólicas sinfonias de rouxinóis e felosas.
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Quando cheguei à
Ribeira de Meireles demorei-me no colorido das suas margens, guardadas por pequenas flores de todas as
formas e cores: o roxo dos cardos e das arçâs, o branco das camomilas, o rosa (aqui mais carregado!) das malvas, o amarelo dos pimpilros, tudo condimentado com o azul do céu e o alegre saltitar da água de rocha em rocha.
O meu desafio era grande: subir a encosta de encontro à estrada N214 perto de
Vale Frechoso. Não conheço nenhum caminho com esse traçado. Tinha prometido a mim mesmo não voltar a embrenhar-me por essas paragens completamente selvagens.
Vislumbrei ao longe uma rodeira recente que subia encosta acima, com as estevas todas esmagadas! Estava com sorte. Um raide todo o terreno tinha por ali passado recentemente. Quando me encontrava
a meio da subida, encharcado de suor, mas eufórico com a progressão, tocou o telemóvel. As perspectivas eram más, chamavam-me com urgência.
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Tinha duas hipóteses: continuava a subida até passar os 600 metros de altitude, ou voltava para trás pelo caminho já percorrido. Optei pela segunda hipótese, com muita pena, mas era a mais segura.
Telefonei para que me fossem buscar a
Meireles, onde procurei chegar o mais rapidamente possível.
Mais uma vez terminei o passeio a
Meireles voltando para casa de carro! Valeu a pena. Ficou-me esta história, algumas centenas de fotografias e a vontade de lá voltar, provando a mim mesmo que a vontade é superior à superstição.
Quilómetros percorridos em BTT: 14
Total de quilómetros de bicicleta: 1834