23 julho 2007

Parque de Campismo de Vila Flor

Descobri o Parque Municipal de Campismo de Vila Flor, há mais de duas décadas atrás, quando nele acampei pela primeira vez. Já na altura, fiquei deliciado com a vegetação, a tranquilidade e a paz de espírito que se consegue num local como este.
Hoje voltei ao Parque. Não para acampar, mas para fazer uma visita, mostra-lo ao meu filho mais novo e verificar se ainda reina a mesma tranquilidade e respeito pela Natureza.
O Parque encontra-se integrado num complexo mais vasto, junto à Albufeira do Peneireiro, que inclui (além do Parque): um complexo de piscinas com explanada e bar, um circuito de manutenção, um parque de merendas, um mini zoo, uma loja de artesanato, cortes de ténis e outros campos de jogos (todos no interior do parque).
Se cada estrutura destas, só por si, já é interessante, todas em conjunto criam as condições ideais para uns dias de tranquilidade, de repouso ou desportivo, conforme os gostos.

O interior do Parque está completamente arborizado e com algumas áreas relvadas: pinheiros, eucaliptos, plátanos, choupos brancos, sobreiros e medronheiros são algumas das variedades vegetais que podemos encontrar. O terreno irregular, criando áreas mais pequenas, limitadas por vegetação ou por blocos naturais de granito, proporcionam mais privacidade e a sensação de uma relação mais estreita com a Natureza.
Tem três blocos de balneários, um bar com esplanada, um mini-mercado e uma sala de leitura. O acesso ao complexo de piscinas é gratuito para os utilizadores do Parque de Campismo.
Durante o ano de 2006, frequentaram o Parque, mais de 8400 pessoas com mais de 10 anos e cerca de 9500 se contarmos com as crianças, em próximo de 3000 tendas. O Parque está aberto todo o ano.
Além das prazeres que se podem usufruir no local, como a pesca desportiva na albufeira, um passeio a Vila Flor, à sua área antiga, subir ao Miradouro e visitar o Santuário de Nossa Senhora da Lapa são momentos muito agradáveis. Para quem queira conhecer mais um pouco do concelho, não pode deixar de subir ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas e fazer um longo passeio pelo Vale da Vilariça. Para os mais afoitos, todo o concelho é um convite À DESCOBERTA. Aqui, neste Blog, pode encontrar centenas de desafios para vir Descobrir ao vivo.

Mais informação sobre o Parque de Campismo
Roteiro Campista
Taxas (2011)
Mapa de localização do Parque, no Flickr
Localização de Vila Flor, no ViaMichelin
Mais fotografias do Parque, Blog do CCVF

Parque de Campismo Municipal

Barragem do Peneireiro
5360 Vila Flor
Telefone 278512350

Câmara Municipal de Vila Flor
Avenida Marechal Carmona
5360 Vila Flor
www.cm-vilaflor.pt

18 julho 2007

De volta a Candoso


Hoje o passeio foi a Candoso. Já há algum tempo que andava arredado da bicicleta. O trabalho, a Feira TerraFlor, a câmara nova, são algumas das razões. A opção por Candoso deve-se ao facto de apenas ter estado “À Descoberta”, em Candoso, uma vez, em 29 de Janeiro. Pensei voltar na altura das amendoeiras em flor, mas não foi possível.
Foi com prazer que saí a meio da manhã, por caminhos, até Carvalho de Egas. Decidi fazer o máximo de percurso possível por caminhos, embora a vegetação espontânea já não tenha a exuberância de algum meses atrás.

Fiz um curto passeio em Carvalho de Egas e perguntei por um caminho que me levasse a Candoso. Mais uma vez (isto acontece muito), tentaram convencer-me que o melhor percurso seria a estrada! Face à minha convicção, lá me indicaram o caminho. Era realmente muito ruim e a subir, mas, quando cheguei ao alto, fiquei satisfeito por ter tomado essa alternativa.
Encontrava-me a 747 metros de altitude. Embora não conseguisse ver bem a aldeia de Carvalho de Egas, a paisagem em direcção ao Cabeço era fantástica e procurei uma localização de onde pudesse fotografar Candoso. Tinha uma visão completamente diferente da aldeia, daquela que tive na primeira visita, uma vez que, em Janeiro, tinha entrado pela estrada principal e tinha subido à capela. Desta vez entrei por Nordeste, por uma caminho que me levou directamente ao fundo do povo.

Aproveitei para ver como ficou a capela de Nossa Senhora da Assunção, depois das obras. Afinal o erro na colagem dos azulejos não se deu nestas obras, já se encontrava assim, não se sabe desde quando. A capela, exteriormente, está muito bonita. Telhado novo, colunas novas, pintura fresca, tudo impecável, até o jardim em volta. Encontra-se repleto de flores de todas as cores, das quais destaco as Dálias, que são flores que gosto muito.
Percorri ao acaso muitas das ruas e becos da aldeia. Fiquei impressionado com a limpeza e o ajardinamento que encontrei por todo o lado! É difícil encontrar outra aldeia do concelho tão limpa. Há jardim em cada canto. Até as hortas são uma mistura de horta e jardim privado!
Ao longe via-se o marco geodésico. Este marco tem nas cartas do Instituto Geográfico do Exército o nome de Pilão. Indaguei junto de alguns residentes, estes não reconheciam o nome. Situa-se a 722 metros de altitude (mas não é o ponto mais alto da aldeia). Tinha grandes expectativas quando a paisagem que se veria dali. Esta zona entre Candoso e o Vale da Cabreira, em Freixiel, era completamente desconhecida para mim.

À medida que me aproximava do marco geodésico fui-me convencendo que não me ia arrepender. Quando cheguei ao topo perdi-me, não sabia para onde olhar. Aproveitei para comer alguma coisa enquanto olhava os 360º de beleza. Até o céu colaborou, começando-se a enfeitar com pequenas nuvens brancas. Há um vale que começa no Mogo de Malta, rasgas o granito, alarga-se e vem morrer junto a Freixiel. As enormes rochas graníticas têm uma beleza rude, esmagadora, são salpicados de sobreiros verdes, que resistem à seca, até aos incêndios.
A minha intenção era continuar a descer até encontrar o caminho que une Freixiel a Samões, mas nem tudo correu bem. A certo ponto o caminho tornou-se muito perigoso e dirigia-se para poente, para o centro do vale, em direcção a montante, quando eu queria ir em direcção oposta.
Num caminho com grande inclinação, cheio de buracos cobertos por um manto de ervas secas, a roda da frente entrou num buraco projectando-me a vários metros de distância. Foi um grande susto. Verificados os estragos, tinha uma mão esfolada e a barriga arranhada e nada mais. A bicicleta parecia bem. Para cúmulo acabou-se o caminho. Subi ao alto de uns rochedos e vi, a poucas centenas de metros, o caminho, no fundo do Vale Covo, que acompanha a ribeira (Ribeira do Pilão ou Pelão?).

Quando montei na bicicleta e comecei a pedalar, algo não estava bem. A roda traseira parecia solta. Desapertei as porcas do eixo e a roda caiu ao chão. O eixo estava partido e as esferas espalharam-se pelo chão. Tirei da mochila toda a ferramenta que levada e tentei inventar. Sem saber como, a bicicleta aguentava o meu peso. Fui-me deixando levar, com calma, caminho abaixo, até que cheguei junto da Forca em Freixiel. Não arriscava fazer força, a pedalar, por isso telefonei para casa, a pedir apoio.
Foi um percurso cheio de aventuras, mas valeu a pena. É uma zona com uma rara beleza, com horizontes largos, ideal para bons passeios. Tenho que voltar a percorrer estes e outros caminhos.

16 julho 2007

TerraFlor, o quarto dia (15)


O último dia da Feira TerraFlor também esteve recheado de acontecimentos. Bem cedo rumei ao Nabo (não tão cedo como estava no programa, fui aprendendo...). No largo em frente à igreja, os caçadores matavam o bicho e ouviam algumas recomendações. Depois, todos rumaram para o local da Largada de Perdizes. Eu conhecia o local, é bem próximo do monte Godeiros onde em recentemente andei à procura de vestígios arqueológicos.
Distribuídos os caçadores, quase meia centena, esperava-se com expectativa a largada das primeiras perdizes. Reinava a boa disposição. Percebi de imediato que todos se conheciam à excepção do repórter que enervava alguns no acto de premirem o gatilho. As aves foram sendo libertadas e quase todas mortas. Era difícil passar por aquele muro de canos de caçadeira virados para o ar.
Estava perto de terminar a largada, mas achei que era hora de partir para Vila Flor, onde já deveria ter começado o XVII Concurso de Cabra Serrana e o III Concurso da Ovelha Churra da Terra Quente.
De facto, o recinto destinado a estes dois concursos já se encontrava cheio de criadores, especialistas e curiosos. Os animais estavam muito concentrados, não havia espaço para a fotografia criativa.
Pouco depois das 12 horas dirigi-me à Tenda 1. O concurso Maratona do Cachecol decorreu das 14 horas do dia 14, até às 12 horas de Domingo (15)! Chegou a altura de verificar qual das concorrentes conseguiu maior dimensão, uma vez que três passaram a noite no local, acompanhadas por um elemento da segurança, tricotando afincadamente. Contas feitas, Lurdes Ferreira tinha conseguido o comprimento de 6,65 metros para somar aos quilómetros já existentes. Também foi eleita a melhor decoração da Ovelha, um concurso para crianças, que consistia em decorar o desenho de uma sorridente ovelhina. O desenho vencedor foi o da Isabel Carvalho, que decorou a sua ovelha com tons e texturas bem femininas.
Aproveitei a hora de almoço, quando todos se dirigiram para os restaurantes existente no recinto da Feira, para tirar algumas fotografias com mais tranquilidade. Os animais colaboraram. Devem ter descoberto o prazer de ser o foco dos flashs!
Almocei na feira. À minha frente estava um pastor de Valtorno e outro da Alagoa. Aproveitei para saber algumas informações úteis sobre o terreno, para os meus passeios À Descoberta.
Durante o almoço começou a chover torrencialmente, durante um curto espaço de tempo. Decidi voltar a casa para descansar um pouco.
À noite o tempo melhorou de novo. A frescura da noite não foi suficiente para atrair muita gente à Feira, mas os artistas locais arrancariam mais aplausos do que durante os anteriores três dias os artistas profissionais.
A noite iniciou-se com o Grupo de Música Tradicional da ACR de Vila Flor, seguindo-se depois o Grupo de Cantares de Vila Flor, o Grupo de Cantares de Freixiel e Banda de Música.
A apresentação esteve a cargo de Tozé Martinho, que com entusiasmo, anunciou que se ia cantar o fado. Os artistas já eram conhecidos, foram os que participaram na Noite de Fados, a 7 de Março.
As vozes afinadas dos fadistas vilaflorenses deliciaram os presentes, que os aplaudiram entusiasticamente, gritando o seu nome.
Por fim subiu ao pouco o sr. Presidente da Câmara, para o sorteio de uma Scooter, e encerrar a Feira.
Embora possa voltar a falar da TerraFlor para mostrar mais algumas das fotografias das quase mil que tirei ao longo dos 4 dias da feira, devo dizer que este acompanhamento foi possível, porque me foi dado livre-trânsito na mesma (tal como o meu amigo Li tinha sugerido). Agradeço à organização na pessoa do Eng. Fernando Barros.
Fiquei surpreendido pela quantidade de pessoas que me “reconhecia”, graças ao “À Descoberta de Vila Flor” e me tratavam com toda a simpatia.

15 julho 2007

TerraFlor, o terceiro dia (14)


O Programa para Sábado, dia 14, prometia. Pelo facto de nos encontrarmos em fim-de-semana, o início das actividades, estava previsto para as sete horas, em Samões com a Prova de Sto Huberto. Digo estava, porque às sete horas só eu compareci em Samões no local da prova, o mesmo sucedendo às 8 e às nove. Face à inexistência de qualquer indicação, vi-me obrigado a regressar a Vila Flor onde encontrei os concorrentes, tranquilos, sem pressas. Perantea tal à-vontade, aproveitei para passar pelo recinto da Feira e saber novidades sobre o 1.ºTerraFlor Extreme, mas também nenhum todo terreno se tinha feito ver por ali. Subi ao alto do miradouro da Srª da Lapa tentando aproveitar o tempo para compensar as horas de sono que me apetecia ter dormido e não dormi.
De novo em Samões, apareceram os primeiros concorrentes. Nunca tinha presenciado uma prova semelhante! Assisti à distribuição das perdizes pela área, preocupado pelo bem-estar das mesmas. Sou muito sensível quando aos animais mas fiz os possíveis por me integrar no espírito do grupo. Afinal descobrir (e matar), cinco perdizes, numa pequena área é uma tarefa bem difícil! O binómio cão, caçador evoluíam no terreno, utilizando todas as suas faculdades indiferentes aos interessantes comentários que os poucos assistentes iam tecendo. Ao todo houve 12 concorrentes e a grande maioria das perdizes teve uma segunda oportunidade conseguindo sobreviver a doze cães, doze caçadores e doze mortíferas caçadeiras!
Ali perto, bem junto ao Santuário de Nossa Senhora da Assunção, já se preparava a pista para a Corrida de Galgos. Este evento sim, estava bem sinalizado, embora fosse fácil encontrar o santuário.
Surpreendeu-me a estrutura montada, mas o número de animais que se encontravam por ali espalhados à sombra das árvores, justificava toda a logística. Também nunca tinha assistido a semelhante prova, pelo que tive de me inteirar do seu funcionamento. Os cães dividiam-se em dois grupos: os cachorros, com 32 inscritos, e os adultos, mais velhos, mais experientes e rápidos, com 29 inscritos. Iriam concorrer separadamente em duas categorias, Honras e Repescagem, estando ainda previstas duas Largadas à Portuguesa. É de salientar que esta prova pontuava para os Campeonatos Nacional e da Associação (Associação Galgueira e Lebreira do Norte). Estranhei a falta de divulgação que houve, face a um evento desta envergadura que movimentava dezenas de animais e seguramente centenas de pessoas Pelo que pude assistir até à uma da tarde, poucas foram as pessoas que se deslocaram ao local para assistirem às corridas, foram muitas menos do que os 61 animais em competição. Este evento teve organização do Clube de Caça e Pesca de Vila Flor, e colaboração da Câmara Municipal De Vila Flor e da Associação Galgueira e Lebreira do Norte.
Da parte de tarde compareci no Centro Cultural Adelina de Campos para participar no seminário Reforma da OCM do sector vitivinícola – A Vitivinicultura no Douro – que Futuro?”. Como oradores podíamos encontrar deputados e representantes do Instituto do Vinho do Douro e Porto, da Casa do Douro, da Adega Cooperativa de Vila Flor e da Associação de Agricultores do Nordeste Trasmontano. Surpreendeu-me o número de participantes no seminário, muito próximo de uma centena e o facto de muitos deles serem produtores de vinho. Deste evento falarei noutra altura.
A noite também se mostrou bastante animada. A companhia de Teatro Filandorra animou o recinto, ao início da noite, encarnando deuses da mitologia grega. Mais tarde, o grupo musical Quinta do Bill puseram toda a juventude a saltar.
Em número de público, arrisco dizer que havia mais gente de que no dia 13, mas a mesma ou menos do que no dia 12.
A expectativa para amanhã é grande, uma vez que a entrada será gratuita.

14 julho 2007

TerraFlor, o segundo dia (13)


As actividades do dia iniciaram-se com o 7.º Seminário temático da Agenda 21 Local do Nordeste Trasmontano, com o tema “Acrescentar valor aos produtos locais – Como inovar e aceder a mercados mais vastos?”.
À semelhança do dia 12, estiveram no Centro Cultural Adelina Campos, meia centena de participantes que assistiram a todas as exposições, apesar de estas se terem prolongado até quase às duas da tarde.
Depois da sessão de abertura pelo Eng. Fernando Barros, um representante do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), reflectiu sobre “Marcas e Patentes: como consegui-las?”. Em linguagem simples e sintética, explicou os conceitos de Marca, Marca Colectiva, Logótipo, Denominação de Origem e Indicação Geográfica, recorrendo os exemplos do conhecimento de todos. Explicou também quais a entidades e responsáveis pelo registo das Marcas a nível nacional, europeu ou mundial. Apresentou as vantagens de se fazer registo da marca e reforçou a sua apresentação dizendo “Não basta ter uma boa ideia ou um bom produto, há que saber diferenciar. Não basta distinguir, há que garantir o exclusivo legal”.
O Eng. António Monteiro sobre a “Valorização e promoção dos produtos regionais” voltou a centrar a sua apresentação no azeite. Realçou de novo o potencial da região, criticando a acomodação, o conformismo, a falta de profissionalismo e mesmo a falta de interesse em volta do tema azeite, ilustrando com a pouca bibliografia sobre esta temática, comparando com outros países. Criticou também a venda a granel de azeite, de forma pouco digna para um produto com qualidade e a colocação deste produto nas grandes superfícies apoiando-se na certificação (que não garante a qualidade). Tratando-se de um produto com história, identidade e qualidade, deve ser vendido no mercado adequado, sendo necessária ajuda à produção, formação, qualificação e mesmo informação.
Pedro Lobo desenvolveu o tema “Novas Tecnologias e Mercado Global”. Tendo o cuidado de fugir da linguagem muito técnica e falando muitas vezes da sua experiência pessoal, chamou à atenção sobre a utilização da Internet, quer como montra de produtos, quer como loja virtual. Mostrou as vantagens, os receios dos consumidores e a forma de os minimizar.
O tema “Marketing e promoção: o caso do vinho” foi desenvolvido por Pedro Lobo da Vinko/Vinihold. Orientou a sua apresentação numa perspectiva de acesso ao mercado externo citando um conjunto de pontos favoráveis a Portugal, que o projectam no mundo, mostrando também alguns pontos fracos a necessitarem de ser ultrapassados: falta de uniformidade na denominação das castas, falta de consistência na qualidade, a visão de Portugal como um país produtor de Vinho Verde e Rosé, a produção em pouca escala e a pouca aposta no marketing e na promoção. A produção em pequena escala, direcciona o produto português para nichos de mercado onde a concorrência é elevada. Há necessidade de produzir vinhos com estilo moderno e frutado, com as castas tradicionais, cabendo ao produtor saber o que o mercado quer e adaptando-se, não impondo o seu produto.
João Lomba, do El Corte Inglês, salientou a necessidade da produção com qualidade, produtos que tenham escoamento, não descorando a apresentação. Informou que há uma boa representação de produtos de Trás-os-Montes na loja que representa, cerca de 40 produtos, com especial revelo para os azeites. Informou também quais são os procedimentos que devem ser usados por alguém que queira ver os seus produtos nas prateleiras do El Corte Inglês.
Durante o intervalo para o café, procedeu-se a uma votação em Produtos a Promover e Ideias de Promoção e Marketing do Produto, sugeridas no Seminário. Apesar de número de participantes não permitir grandes conclusões, verificou-se que os produtos a promover mais votados são também os mais representativos na região (à excepção das Compotas.
Os cinco Produtos a Promover mais votados foram: Azeite (33 votos), vinho (17 votos), compotas e queijo (com 9 votos cada) e artesanato (com 6 votos).

Como Ideia de Promoção e Marketing do Produto foram mais votadas as seguintes ideias: Criação da marca “Tas-os-Montes” (para vários produtos, 47 votos); comercialização de produtos regionais em lojas Gourmet (19 votos); criar uma central de recolha, embalagem e distribuição de produtos horto-frutícolas (9 votos); valorizar e promover a qualidade e certificação do azeite (8 votos) e promoção do mercado do vinho apostando na qualidade e exclusividade deste produto, bem como na sua certificação (8 votos).
Durante a tarde procedeu-se a uma visita guiada à V TerraFlor, permitindo o contacto personalizado com os produtores. Nem todos os Stands se encontravam abertos. Alguns deram a provar os bons produtos da terra: azeite e vinho. Pude verificar como estes produtos são originários de locais bem distintos do concelho: Santa Comba da Vilariça, Lodões, Seixo de Manhoses, Samões, Freixiel, Ribeirinha, quintas em volta de Vila Flor, etc. Também vimos frutos do Vale da Vilariça, com predomínio dos de Santa Comba da Vilariça.
Paralelamente à qualidade dos produtos é de realçar a simpatia dos produtores, conscientes das dificuldades mas orgulhosos das suas produções e de bem representarem Vila Flor.
À noite a animação começou com o Grupo de Gigantones de Valtorno, que assustaram verdadeiramente algumas crianças menos afoitas.
Mais tarde começou o espectáculo do Homem Espectáculo, Fernando Pereira. Como verdadeiro profissional que é, soube puxar pela pessoas, "provocando" quanto baste, valendo-se também da sua companhia feminina que animou as hostes masculinas. Curiosamente o recinto estava menos composto do que no dia 12, não aproveitando tudo o que seria possível da passagem deste verdadeiro espectáculo de luz, bom gosto, graça e música por Vila Flor.

Segundo informação do Secretariado da feira, foram vendidos aproximadamente 2500 bilhetes, menos 500 do que na noite anterior. A noite esteve muito agradável.

13 julho 2007

TerraFlor, actividades para Sábado e Domingo



A pedido de várias pessoas ficam os Cartazes para actividades que vão decorrer nos próximos Sábado e Domingo (14 e 15 de Junho de 2007).
Cliquem nas figuras para os poderem ampliar e, se quiserem, imprimir.
Não se esqueçam de visitar a Feira e, se possível, participar nestas actividades que se desenvolvem fora do recinto da mesma.

Freguesia Mistério 6

Desta vez, a votação na Freguesia Mistério, teve uma tendência bem acentuada para a resposta certa. O Relógio de Sol da fotografia, encontra-se na avenida principal de Vila Flor, no Centro de Segurança Social, mesmo ao lado da Câmara Municipal. A distribuição dos votos (29) foi a seguinte:

Samões (3) 10%
Sampaio (1) 3%
Santa Comba de Vilariça (2) 7%
Valtorno (1) 3%
Vila Flor (10) 34%
Vilarinho das Azenhas (3) 10%
Vilas Boas (5) 17%

A Freguesia Mistério que se segue, está representada aqui pela fotografia da porta de uma capela. Como podem observar, é uma capela românica, com cabido exterior. Não há muitas no concelho! Em que freguesia podemos encontrar esta capela?
Participem votando...

(Na margem direita do Blog)

TerraFlor, o primeiro dia (12)


No dia de abertura do certame TerraFlor, as atenções voltaram-se para o produto chave, cabeça de cartaz desta V edição da feira de produtos e sabores, o azeite.
Ao seminário, que teve início às 14 horas, assistiram cerca de meia centena de pessoas, atentas e interessadas na problemática da oliveira e do azeite.
A diversidade que integrava os dois painéis de oradores, pretendia abarcar as várias vertentes relacionadas com a oliveira e com o azeite, identificando problemas e apontando possíveis alternativas de melhorar um sector, que todos reconhecem cheio de potencial, mas nem sempre explorado da melhor forma.
As preocupações ambientais estiveram também presentes, uma vez que o funcionamento dos lagares produz as conhecidas águas ruças, um problema para o ambiente em geral e também para os donos dos lagares que são forçados aos seu tratamento, mas não vislumbram muitas alternativas.
O Dr. José Cardoso Duarte do INETI (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação), apontou com alguma esperança, um projecto com iniciado em Itália mas que está a ser estudado em vários países, a fitodepuração. Este processo, recorre à utilização de árvores (choupos e ciprestes) plantadas numa camada de terra, tendo num nível inferior outra camada onde são injectadas águas dos efluentes dos lagares de azeite. Estas árvores perenes, utilizam matéria orgânica, a partir dos efluentes, para produzirem biomassa. Trata-se de uma interacção planta-solo-microorganismos. A tecnologia é fácil de implementar, eficiente e de baixo impacto ambiental. Os estudos efectuados não revelam impactos negativos nos solos ou nas águas subterrâneas. Outra alternativa consiste no recurso à utilização de ETARes (Estações de Tratamento de Águas Residuais), para tratar águas ruças que são adicionadas gradualmente nas águas a serem tratadas.
Foi referido várias vezes que não basta gabarmo-nos de termos um dos melhores azeites do mundo, é necessários ultrapassar um certo tradicionalismos e lutar por patamares mais elevados de qualidade e rentabilidade. Há necessidade de credibilização do azeite da região e isso não se consegue continuando a armazená-lo em recipientes de tintas ou de combustíveis, como frisou o Eng. António Branco da AOTAD (Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro). Este realçou a importância da DOP (Denominação de Origem Protegida), referindo-se ao Azeite Trás-os-Montes, que cria também uma cultura de exigência que atravessa as várias fases da produção e comercialização do azeite. Há muito azeite com potencial para conseguir a certificação mas o azeite regional continua a ser o forte da produção.
Outra vertente ligada ao azeite, com potencial para crescer, é o turismo. Esta vertente foi apresentada pela pelo Dr. Jorge Morais, da Rota do Azeite. O azeite pode atrair pessoas à região, nunca separando o azeite de outros produtos com igual potencial como por exemplo o vinho. É necessários estabelecer rotas turísticas, vender pacotes diferenciados para atrair pessoas diferentes. A Rota do Azeite pretende congregar interesses de conjunto de entidades ligadas ao azeite e de autarquias.
O Dr. Camilo Morais, endocrinologista, enumerou os constituintes do azeite e os efeitos positivos de cada um deles na saúde. Com linguagem nem sempre acessível, deixou bem claro que os efeitos do azeite na saúde, são superiores às vantagens de cada um dos constituintes individualmente. Diminuição do problemas cardiovasculares; normalização do trânsito intestinal; efeito benéfico nos diabéticos, etc. Ainda dá aroma, sabor e cor aos alimentos.
O sr. Director Regional de Agricultura e Pescas – Norte, Arq. Carlos Guerra, lançou alguma luz sobre o futuro PDR (Programa de Dinamização Regional) e sobre a política que lhe está subjacentes. Não basta que surjam projectos, é necessário que os mesmos sejam competitivos e rentáveis, e terão que o provar, para serem financiados. Os projectos individuais terão melhores financiamentos se se encontrarem integrados em Fileira, fazendo parte de um conjunto, com vista ao desenvolvimento sustentado do sector. É necessário produzir melhor, com menos custos e fazer com que o produtor consiga ter mais lucro do que acontece na actualidade, em que fica apenas com cerca de 25% dos ganhos totais. Frisou também a necessidade de se continuar a apostar na formação profissional, no acompanhamento por agricultores mais velhos de jovens agricultores e na importância de se aumentar a área de regadio.
Foi levantada a questão do regadio no Vale da Vilariça. O Sr. Director Regional informou que o perímetro de rega não está terminado. As albufeiras da Burga e Salgueiro estão completamente funcionais e cheias. A albufeira de Santa Justa não está terminada e a da Ribeira Grande do Arco mal começou. A expectativa actual é que tudo esteja pronto em Junho de 2008.
Os 2 mil hectares de regadio, podem ser aumentados para o dobro, se se encontrarem formas rentáveis para a elevação da água. O recurso às energias alternativas está a ser equacionado.
Para terminar e em jeito de balanço, o Eng. António Monteiro sintetizou alguns tópicos: há capacidade para aumentar a área de regadio; há uma supremacia da variedade Cobrançosa (30%) que convém controlar, apostando noutras variedades, principalmente em regadio; os lagares existentes são mais do que suficientes, mas as colheitas não programas dificultam a sua laboração, que funciona com picos; temos bom azeite mas há necessidade de melhorar muito na higiene e no armazenamento; é necessário um painel de provadores, a situação actual não pode continuar; há necessidade de fomentar a DOP e valorizar a azeitona de conserva.
Todos os presentes reconheceram a importância do azeite na região e o enorme potencial que ainda falta explorar. É necessário produzir melhor, o que o mercado pede (e não o que é tradição) e vender mais, apostando na promoção. Só se pode vender a imagem de um produto saudável, conseguido de uma forma ecológica, se nós próprios acreditarmos nela.

Às 18 horas foi a cerimónia da abertura da feira pelo Dr. Pimentel.
À noite, o recinto foi animado por Palhaços e Malabaristas, que fizeram o encanto das crianças.
O recinto tinha uma boa moldura humana quando começou a actuação de Quim Barreiros, próximo das 22 horas. Com a sua forma tão característica para animar a malta, colocou um bom conjunto de pessoas a dançar, ficando os restastes a passear e ouvindo a música, numa noite bastante agradável.

12 julho 2007

TerraFlor - 12 de Junho

Aqui deixo o Cartaz e o Convite para estarem presentes no seminário O Sector Olivícola e o Azeite Trás-os-Montes, Novos Desafios, que vai ter lugar no Centro Cultural de Vila Flor, hoje, a partir das 14 horas.

09 julho 2007

Ecotopia, em Vila Flor

Questionei-me seriamente que caberia neste Blog “À Descoberta de Vila Flor”, alguma referência ao meu encontro com o grupo Ecotopia, na passagem da Biketour 2007 pelo Parque de Campismo de Vila Flor. O que me levou até esse grupo, foi a bicicleta e os contactos que o movimento teve com o Clube de Ciclismo de Vila Flor. Também recebi algumas mensagens de email. Tenho acompanhado toda a problemática do Baixo Sabor e mesmo tomado posição activa nessa questão. Um grupo de ciclistas que parte de Barcelona a caminho de Aljezur, passa por Santo Antão da Barca e pelo Amieiro, defende o Rio Sabor (selvagem) e a Linha do Tua, só pode ser um grupo constituído por pessoas diferentes.
Quando na manhã do dia 7, bem cedo, me fui encontrar com eles no Parque de Campismo para os acompanhar até Mirandela, fiquei completamente desconcertado. O grupo, constituído por 12 pessoas de nacionalidades completamente distintas (da Coreia do Sul a Portugal), jovens (o mais jovem ainda mal andava!), mais pareciam saídos de um filme do National Geographic ou do Mad Max. Em volta da mesa onde partilhavam o pequeno-almoço, discutiam o percurso a seguir. Não há plano definitivo nem chefe ou guia, todos são iguais, formando uma comunidade horizontal, onde todos se reconhecem como diferentes. Olharam-me com estranheza, a mesma com que eu os olhei, mas mediatamente fui integrado, faz parte da sua filosofia. Ouviram as minhas sugestões, discutiram-nas e cada um marcou no seu próprio mapa o percurso a seguir até à zona de lazer, na margem do Tua, logo depois da ponte nova, em Mirandela. Enquanto uns arrumavam o equipamento, usado por todos, outros prepararam as bicicletas e partiram. Perante a minha estranheza, informaram-me que cada uma seguia ao seu próprio ritmo. Eu parti com o grupo da frente mas, ali pelo Barracão, já não havia grupo, seguindo cada um à sua velocidade, tendo de comum o ponto de chegada.
Como acabei também por fazer o percurso praticamente sozinho, fui-me questionando: - Que força move estas pessoas? O que as une? Que faço eu aqui? Só encontrei uma resposta, a minha resposta. Que força me impele a subir ao alto dos montes, às fragas mais escarpadas, aos riachos mais escondidos? A minha cruzada é uma gota no oceano comparada com o desprendimento, entrega e fé deste grupo que se espalhava quilómetros à frente ou quilómetros atrás de mim. A força é a mesma, a utopia.
Cheguei a Mirandela. Pouco ou nada descobri de Vila Flor. Confrontado com as vivências daquela manhã, as minhas convicções ficaram mais fortes. Afinal, não sou o único!