31 outubro 2007

Cabral Adão - Síntese Biográfica

Terminei ontem de ler o livro "Paisagens do Norte" de Cabral Adão, escrito em 1954. Não sou muito dado a leituras e ainda menos daquelas de pegar num livro e lê-lo da primeira à última página. Surpreendeu-me o gosto e o prazer que senti ao ler este livro! Por vezes, senti-me a percorrer os caminhos, a falar com as pessoas, a sentir os sons e cheiros de Vila Flor há bastantes décadas atrás. Foi a minha identificação com a escrita, com a forma de sentir as coisas, que me cativou.
Já fui apresentando, aos poucos, alguns excertos. Tenho ainda alguns na "manga", mas aconselho vivamente a leitura do livro na integra. Aqueles que se recordam da Vila Flor doutras décadas, 30, 40, reviverão muita coisa. Os que, como eu, não viveram essas épocas (nem em Vila Flor, nem em outros locais), descobrirão numa escrita simples, apaixonada, de quem presenciou e viveu (e amou) intensamente Vila Flor, pessoas, paisagens, formas de vida, de um a sociedade com outros valores.
Transcrevo a seguir uma Síntese Biográfica, retirada do livro Paisagens do Norte, editado pela Câmara Municipal de Vila Flor, em 1998. A primeira edição foi em 1954.

Luís Cabral Adão nasceu em Vila Flor, Trás-os-Montes, no dia 24 de Junho de 1910, tendo falecido em Almada a 6 de Agosto de 1992. Os restos mortais foram sepultados no cemitério da terra natal, assim se concretizando um anseio que expressamente havia manifestado.
Licenciou-se pela Faculdade de Medicina do Porto, vindo a especializar-se em Estomatologia, múnus que exerceu com aprumo, saber e eficiência em Setúbal, Alcácer do Sal e Almada.
Bem cedo revelou invulgares aptidões para o exercício da literatura de carácter regionalista, sendo de salientar os textos que publicou regularmente, durante muitos anos, no "Jornal de Notícias" do Porto.
Tendo cultivado e engrandecido esse pendor jornalístico, são enumeráveis os escritos que vieram a lume na imprensa regional, evidenciando Cabral Adão raros dons naturais para recriar situações e ambiências numa prosa concisa, límpida e desartificiosa. Muitos destes trabalhos constituíram as linhas de força dos livros entretanto publicados.
Foi um dos fundadores da Arcádia da Fonte do Anjo, a que presidiu e onde se salientou como principal impulsionador dessa agremiação literária que havia de disseminar a sublimidade do fenómeno poético entre as gentes do espaço circundante da "Cidade do Rio Azul".

Bibliografia:
Flores do Rio Azul - Prosa - 1953
Paisagens do Norte - Prosa - 1954
As Flores do Arrozal - Opúsculo - 1955
Meu Liceu, Minha Saudade - Versos - 1948 e 1978
Gineceu - Versos - 1958
Panorâmica, Setúbal - Versos - 1958
Vila Flor - Versos - 1966
Plectro a Jesus - Versos - 1971
O Homem da Terra - Prosa - 1986

Nota: a fotografia foi tirada a 24 de Maio de 1986, quando Luís Cabral Adão se preparava para discursar, nas cerimónias da comemoração do 7.º Centenário do Foral de Vila Flor concedido por D. Dinis em 24 de Maio de 1286.

Referências a Cabral Adão já publicadas no Blogue:
A Menina das Cravelinas e Bem-Me-Queres
Trovoada
Carícia Real

28 outubro 2007

Uma tarde junto ao Rio Tua


Hoje, não foi um dia qualquer… Além de ser um dia com 25 horas foi também aproveitado para um descansado passeio, em família, ao Vilarinho das Azenhas. Tinha curiosidade em ver o Outono à beira rio.
O dia estava bastante cinzento e algo frio. Quando descíamos em direcção a Vilarinho das Azenhas, toda a paisagem estava pintada de tons cinza, muito pouco animadores. Descemos pelo interior da aldeia mas só parámos mesmo junto à ponte, sobre o rio. Havia no local 3 ou 4 pescadores, mas segundo a sua opinião, o dia não estava bom para a pesca.
Descemos até junto da água. Aproveitei para fazer alguns disparos encorajando o meu filho António que também tem algum gosto em “dar ao gatilho”.
Com o céu pardacento, centrei a minha atenção nas folhagens e na água do rio. A folhagem não está ainda com as melhores cores outonais, talvez daqui a uma semana. As nuvens escuras com algumas abertas ganhavam cores dramáticas quando reflectidas na água. Das fotografias saem ambientes carregados de magia.

Voltámos de carro à entrada da aldeia. Estacionámos junto à estrada que segue para o Cachão e voltámos ao rio. Neste local há outra açude que proporciona bons ângulos fotográficos. É pena que haja uns fios eléctricos mesmo por cima do rio.
Enquanto passeávamos junto ao rio, ocorreu-me a ideia de que este pode ser o último Outono do Tua. Pelo menos do Tua como o conhecemos. Não sei qual será a transformação que ocorrerá no leito do rio depois de construída a barragem prevista. Certo é que a cota da barragem dificilmente poderá afectar muito o leito, neste local. As últimas indicações davam conta de que a linha do Tua poderia manter-se em funcionamento. Sabendo os políticos e a comunicação social que temos, devemos ter cautela em acreditar em tudo o que se ouve.

Gosto muito de visitar o Rio Tua, tal como o Sabor. As fotografias de hoje mostram uma forma própria de o olhar, um momento, um flash que nunca mais se repete. Gosto tanto delas, que, possivelmente, utilizarei outras, das mais de duas centenas que hoje fiz. Escolhi 3, espero que apreciem a minha escolha.

27 outubro 2007

Visita a S. Sampainho


No dia 8 de Setembro, fiz uma visita que não reportei aqui no Blog. Foi um passeio a S. Sampainho, na freguesia de Mourão. Esta aldeia abandonada estava nos planos de visitas quase desde início, há um ano atrás, quando fui ao Gavião. Embora já tenha passado muitas vezes próximo, nas minhas deslocações à Alagoa e ao Mourão, nunca me tinha aventurado um pouco mais longe, seguindo a estrada de Vilarinho da Castanheira.
Pouco depois de deixar o Cruzeiro da Sentinela (diz a tradição que assinala o local de encontro entre tropas miguelistas e liberais), basta andar algumas centenas de metros na estrada que conduz a Vilarinho da Castanheira para se ver por sobre o colorido das vinhas, a Capela de S. Plácido, localizada na aldeia abandonada de S. Sampainho. Caminhei ao seu encontro, por entre vinhas de uvas quase maduras (na altura), numa bonita tarde de sol. A capela de S. Plácido está completamente recuperada. É simples, de granito, com as juntas rebocadas e pintadas a branco. A porta é de metálica pintada de verde com alguma decoração de ferro, pintada de branco. A parte superior é de vido, permitindo observar o interior.
Por sobre a porta estão cravadas letras metálicas, douradas, que rezam – S. Plácido. Estou em crer que o mesmo se encontrava inscrito na pedra, embora não de forma tão cintilante! De cada lado da porta espreitam-nos duas carrancas antropomórficas. São os principais motivos de interesse nesta construção singela, uma vez que não há campanário, nem torre, apenas uma cruz sobre a empena do frontispício. A carranca que está melhor conservada é a que está a Norte da porta. É possível distinguir facilmente, os olhos, em baixo relevo, o nariz, a boca, as orelhas e o cabelo. A que está a Sul da porta, está mais danificada pela erosão e foi partida. São visíveis os olhos e a boca.

O interior da capela, está cuidado, limpo e com algumas plantas verdes. Não há qualquer altar, apenas uma cruz e, ao centro, a imagem de S. Plácido.
O espaço que envolve a capela, também está cuidado, com jardim e um agradável cheiro a rosas e alecrim. No cunhal SE. um silhar apresenta decoração constituída por chanfra na aresta com dois rosetões em alto relevo. Não deixa de ser curioso este pormenor decorativo (quinhentista?), completamente desintegrado, levando-me a pensar que terá vindo de um outro lugar (mas de onde?).
Passei de seguida a percorrer o espaço envolvente. Não há grandes sinais de uma aldeia. As duas construções existentes formam um conjunto que poderá ter sido uma quinta ou uma albergaria. O caminho que passa mesmo ao lado, hoje praticamente abandonado, seria uma via de comunicação com algum significado, se pensarmos na importância de Valtorno (e a sua Igreja), e de Vilarinho da Castanheira, que foi sede de concelho.
Uma das construções apenas tem as paredes, de boa construção, feitas de granito. Uma outra construção, ainda com telhado de duas águas, tem um pequeno alpendre com uma porta de entrada e apresenta duas pequenas janelas a Sul. As portas das duas construções conduzem a uma área rectangular, vedada por um murete. Imaginei o espaço cheio de galinhas correndo do galo atrevido, uma burrica presa a uma ferradura cravada na parede e uma velhota sentada ao sol manobrando com mestria um fuso que lançava ao ar arrepelando alvos fios que pendiam da roca. Sentado no chão, a um canto, uma criança de faces vermelhas e surrentas, acariciando um cão magro, submisso, de olhos doces e pelagem da cor dos fetos no fim do Verão. Um carro de bois passava pelo caminho, chiando dos eixos, escorrendo água das rodas que escorria prazenteira encarreirada na beira do caminho. Acordei! Água? Aqui? Nesta altura do ano? A água corria mesmo pelo caminho abaixo, procurei a farta nascente que assim brotava no final de um escaldante Verão. Encontrei um poço, cheio de água, ali perto. As rãs olharam para mim espantadas, mas não as perturbei por muito tempo. Aproveitei para provar uma uva branca que estava mesmo ali, a provocar-me.
Sentei-me numa parede, comendo a uva, com S. Sampainho à minha frente. Nada perturbava o silêncio, nem mesmo as rãs! Adivinhava o Mourão, ali à frente. Na encosta a Poente via algumas casas de Alagoa e o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Também vislumbrava uma capela, lá longe, por cima do Vilarinho da Castanheira. Sem pressas, deixei-me ficar. Longe do mundo, longe da confusão.

23 outubro 2007

Jacinto - Scilla autumnalis L.

Nos primeiros passeios de Setembro, encontrei várias vezes esta pequena planta florida. Se já a tinha visto antes, nunca me chamou a atenção, o que acho difícil, devido à sua singela beleza. Trata-se de um jacinto (Scilla autumnalis L.), conhecido em Portugal também pelo nome de cila-de-Outubro. Não sei o nome vulgar por que é conhecida em Vila Flor. Reparei nela no dia 4 de Setembro, em Samões, mas também já a encontrei nos montes de Roios e no alto da Serra de Bornes.
A inflorescência (racimo) eleva-se a poucos centímetros do chão, sem folhas visíveis, suportando flores em forma de estrela com 6 pétalas (mais correctamente 3 pétala e 3 sépalas que são idênticas). Curiosamente, não sei se tem algo a ver com o terreno, a coloração das pétalas não me parece igual, indo de tons mais magenta, ao azul da alfazema. A floração acontece gradualmente, de baixo para cima. As folhas aparecem aquando da abertura das últimas flores.
Pertence à família das Lileaceas. Como tal, possui um pequeno bolbo, que no fim do Verão se manifesta, florindo durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro. O sinal é dado com a queda das primeiras chuvas. Desenvolve-se em matos, terrenos incultos e encostas pedregosas, sendo possível encontrá-la em todo o país e quase toda a Europa e Sul da Grã Bertanha.

22 outubro 2007

No Vale da Vilariça


"A Rosária já tinha posto na mesa de castanho, preto de velho, os figuitos e a aguardente do mata-bicho e começava a apanhar no Cabanal alguns guiços bem sequinhos para ir adiantando o almoço que, por volta das onze horas, devia levar ao seu homem; e até o Zé, raparigo dos seus sete anos, filho do casal, dava os últimos amanhos às costelas e pescoceiras, untando de cuspo as tranquetas dos sedenhos daqueles e experimentando as molas destas, e verificando se as formigas de ala estavam bem presas e vivas nas grileiras das armadilhas, cevadas de véspera, pois esperava fazer uma boa colheita de tralhões, rabitas, piscos e folecras. E lá vai ele com o pai, que já desce a ladeira, burricos à frente com angarelas, sacos e apetrechos vários sobre as albardas.
As margens do vale são alinhadas e bastante abruptas. Quer dos lados de Vila Flor, quer dos lados de Alfandega da Fé ou Moncorvo, desce-se muito para lá chegar. Segue ao longo da Ribeira, desde os cerros de Bornes até ao rio Douro, onde estronca em esquadria.
...
Aquelas terras são de uma fertilidade extraordinária!
E este ano, especialmente, que houve «rebofa»!
Quem conheceria aquela extensa planura cobertinha de água que transborda, vale acima, do endemoinhado Douro, muito subido pelas chuvas torrenciais de muitos dias?
Aquela água toda, com um rico nateiro de naturais e fortes adubos, dava à Vilariça o grandioso aspecto de um lago, como outrora dizem que foi, e a ubérrima seiva que vicejará nos seus belos e afamados frutos."

Excerto do livro Paisagens do Norte, escrito por Cabral Adão e publicado em 1954.
Fotografia tirada no dia 9 de Outubro, no Marco Geodésico do Navalheiro.

18 outubro 2007

Na Serra de Bornes


Não sei se pelo caminho já percorrido, se pela dificuldade de adaptação a um novo horário, se pela nostalgia do Outono, tenho sentido algumas indecisão sobre os percursos a seguir. No entanto, havia um que há muito estava definido na minha cabeça, pedalar até ao alto da Serra de Bornes.
A aventura teve lugar no dia 13 de Outubro. Estava um bonito dia de sol, com um ar fresco, por vezes mesmo frio. A distância que pretendia percorrer estava bastante além daquilo que por norma faço. Para complicar a situação, já estava quase no Barracão quando verifiquei que a máquina fotográfica não tinha o cartão de memória, pelo que tive de voltar a casa. Forcei o andamento, mas por pouco tempo. Mesmo na beira da estrada encontrei os primeiros cogumelos do ano, rocos (Macrolepiota procera)! Parei para os fotografar, Se o Outono vier a feição, pode ser que faça também algumas incursões na Micologia. É uma área que me interessou desde criança. Em 26 de Novembro de 2006 fotografei, em Candoso, um curioso Phalus impudicus, mas tenho encontrado muitos outros cogumelos.
Não podia distrair-me muito, segui viagem. A segunda paragem só aconteceu na Trindade. Já aqui parei imensas vezes, mas, mais uma vez, segui viagem sem ter visitado a igreja. Quem já seguiu da Trindade para Macedo de Caleiros, verificou a inclinação daquelas subidas! Optei por olhar para o chão, progredindo pouco a pouco, sem grande stress.
O Vale da Vilariça está ali, todo a meus pés. Havia muita neblina, pouco se conseguia avistar. Estava nos limites do concelho de Vila Flor, entrei no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Antes de chegar ao cruzamento, já perto de Bornes e recomeçar a subida para o alto da serra, apanhei um bom punhado de castanhas que encontrei espalhadas pela valeta. Enquanto subia a encosta da serra, fui admirando a paisagem. Não se conseguia ver o Vale da Vilariça, mas, o início do mesmo, onde se encontra encaixada a aldeia da Burga oferecia um excelente panorama. O meu físico começou a ressentir-se do esforço, era tão fácil virar para trás e aproveitar a descida… Não, não sou de desistir facilmente. Quando cheguei perto da entrada para a Pousada Nossa Senhora das Neves, já não aguentava pedalar mais. Continuei a subida com a bicicleta à mão. A visão vai-se alargando perdendo-se a noção da imensidão de trás-os-montes que se avista. A vegetação ressequida só ganha outra dimensão com alguns sobreiros, aqui e além, espalhados pela serra. No fundo do vale, alguns choupos brancos introduzem uma mancha de cor na paisagem quebrando as cores frias.
O ar fresco da montanha foi atenuando o meu cansaço. Atingi os 1200 metros de altitude próximo das 16 horas. Repousei um pouco e aproveitei para rilhar algumas castanhas.
Esta serra tem uma proeminência de 621 metros (a Serra do Marão tem 689 metros). Esta medida topográfica relaciona a altitude da montanha com a área envolvente e com as serras vizinhas mais altas que ela.

Sendo dia 13 de Outubro, achei curioso o facto de existir no alto da serra um painel de azulejos representando Nossa Senhora de Fátima, sobre a azinheira, com os pastorinhos.
Não é do topo da montanha que se tem a melhor vista para o Vale da Vilariça! Fui descendo lentamente, abeirando-me das escarpas, procurando ângulos mais arrojados. O vale começou a ganhar tonalidades mais doces, mas, com muita pena minha, não podia ficar ali até ao crepúsculo. Já não tinha água, estava cansado, o regresso (embora menos violento) ia demorar. À medida que ia descendo, fiz inúmeras paragens. A luz do fim de tarde estava cada vez mais fotogénica e o ar cada vez mais frio. Acelerei até à Trindade onde aproveitei para me reabastecer de água. A partir daí, doseei o esforço para chegar a casa o que aconteceu ao cair da noite. Foi um longo passeio. A tarde não esteve muito propícia para a fotografia. Desta vez acho que a bicicleta ficou vaidosa, mas as fotografias também se podem mostrar.
Quilómetros do percurso, em BTT: 62
Total de quilómetros em bicicleta: 1597

16 outubro 2007

no Alto da Caroça


Na minha ânsia na descoberta do concelho, acabei por nunca ter estado no Alto da Caroça, num ano de aventura. Porquê o Alto da Caroça? O que é que tem de especial? À partida nada. Trata-se de uma elevação de pouco mais de 580 metros de altitude, à saída de Vila Flor, pela pequena estrada que a liga a Sampaio. Para falar verdade, já estive bem próximo do Alto da Caroça! Foi na II Rota da Liberdade, dia 22 de Abril de 2007, quase no final da prova de BTT, depois de engolir muito pó por entre oliveiras e vinhas no Vale da Vilariça.
Já saí tarde de casa, depois das 4 da tarde, não dava para ir muito mais longe. O acesso é fácil. Depois de subir a pequena encosta, encontrei quatro caminhos no topo da crista rochosa. Optei pelo que seguia para Sul, em direcção ao ponto mais alto, onde se localiza o marco geodésico do Navalheiro (586 metros de altitude). Não podia deixar para trás, este marco geodésico, depois de já ter passado pela maior parte dos pontos altos do concelho. Enquanto seguia em direcção ao marco, fui apreciando a paisagem à minha volta. Alguma urze já se encontra florida, timidamente, sem muita convicção. Há conjuntos de enormes rochas que se recortam contra o horizonte. Nas costas da montanha, há eucaliptos, apenas eucaliptos. Devo dizer que não sou adepto da plantação massiva desta árvore. Quando foi feita a plantação de eucaliptos na Quinta do Caniço, há quase duas décadas atrás, foi uma coisa que me chocou muito, porque levava mais a peito a defesa do planeta.

Do alto não se tem uma vista completa do Vale da Vilariça. A visibilidade não era boa, não permitindo distinguir nada em direcção à Foz. Pelo contrário, a Junqueira aparecia bem visível. Depois, o monte de Santa Marinha interrompia a visão do Vale, podendo retomar-se de novo, a norte, e acompanhá-lo até à Serra de Bornes.
Mas, a paisagem mais bonita, estava noutra direcção, em direcção ao Poente. O Sol rasante penetrava nas folhas amarelecidas das videiras, arrancando-lhes reflexos de sangue e ouro. O verde das oliveiras recortado contra a terra despida e seca perdia-se desde os meus pés até à linha do horizonte onde o céu se misturava com a terra numa mistura leitosa, morna e ofuscante.
Depois de algumas fotografias, voltei para trás. O Alto da Caroça era em sentido contrário, para Norte. Tinha expectativas de ver uma outra perspectiva de Vila Flor. No alto, há alguns buracos que devem ter resultado de prospecções mineiras. Não encontrei propriamente um miradouro. Andei para trás em todas as direcções. Encontrei alguns medronheiros com frutos já bastante crescidos, quase maduros, que arrisquei provar. As sombras estavam chegando à Porta do Sol quando olhei para a Quinta de S. Gonçalo. A vista sobre Vila Flor não era nada entusiasmante, só me restava esperar o pôr-do-sol.
Antes que a noite invadisse os caminhos, parti a toda a pressa, pelas costas da serra. Esperava não me perder, não tinha muito tempo de luz. Quando atravessei a ribeira e encontrei a estrada de Roios, mesmo em frente à Quinta de S. Gonçalo, respirei aliviado.

Pedalei sossegadamente até casa acompanhado pelo fresco da noite, admirando os sombras que a iluminação projecta nas casas e estradas. As pessoas já estavam recolhidas. Só os pardais disputavam em grande confusão, o seu espaço para pernoitar, nas duas palmeiras em frente ao Centro de Segurança Social.
Quilómetros do percurso, em BTT: 10
Total de quilómetros em bicicleta: 1535

14 outubro 2007

Aldeias Cidades


Aldeias Cidades
Estradas vistes
Vi de tudo um pouco
(Pouco via) nas paredes daquela aldeia
Aldeia mãe granito alumiado por uma candeia
Enegrecida
pelo fumo ressequido e rouco

Da labareda da voz da gente povo

Labareda de giestas vides carvalhos e pinho
Das gentes da terra
lá na terra da gente
Lareira viva das vidas sem voz
Raiz de todos nós
Raízes que também ardem
E se afagam na garganta
E vivem no silêncio irreverente da gente

Seiva das raízes das veias da terra

Terra aos pedaços e retalhos
Que se enruga nos olhos das idades
Ontem lama agora poeira logo terra
Sempre terra das gentes
De mãos calejadas
Lugar dos Homens
Que acordam de ambos os lados da serra

Como os homens os cães e os pardais
Acordei aos poucos corri tropecei sem mais
Levantei-me a cambalear caminhei e adormeci
Ando daqui para ali - escadas
Carreiros ruas aldeias estradas
Corro e canso
Estradas cidades aldeias

Estradas cidades aldeias
Desta terra
E homens e raízes

És tu quem o dizes
Mas que (se) procuras - procura
Verdades
Homens Mulheres
Aldeias Cidades

Poema de Manuel M. Escovar Triggo, natural do Vieiro, do livro "Acidentais", publicado em 1987 em Coimbra.
Fotografia tirada no dia 13 de Outubro, do alto da Serra de Bornes em direcção ao Vale da Vilariça.

13 outubro 2007

Na Capela de N.ª S.ª da Esperança, em Benlhevai


No dia 18 de Setembro, já muito próximo do final da tarde levou-me a curiosidade até Benlhevai. Nas minhas anteriores visitas à aldeia nunca tive tempo para me deslocar à Capela de Nossa Senhora da Esperança. Numa conversa que tive com alguns habitantes, confessaram-me terem casado na capela e dela guardarem muitas recordações. Vista da aldeia, não é mais de que uma parede em ruínas cheia de silvas e outra vegetação que a vai devorando pouco a pouco. Coroa uma pequena elevação, rodeada por oliveiras, ali, vigilante, entre a aldeia espaiada ao sol e o vasto Vale da Vilariça, lá ao fundo. Prometi visitá-la e estava a cumprir o prometido.
Desloquei-me a Benlhevai de carro, que deixei próximo da Rua do Poço Andrez. Por instinto, segui pelo caminho certo. Depois da última casa, havia algumas hortas com couves viçosas, tomates e cércias. As vespas banqueteavam-se com o néctar dos figos maduros que se ofereciam por cima do caminho e com bagos de uvas que pendiam das videiras que envolvem uma antiga nora. Por cima, um galo de chapa, mais parecendo um cata-vento no alto de uma igreja, vigiava a tranquilidade do local, não fosse algo perturbar a paz do ambiente rural que se respirava.

Um pouco mais à frente encontrei umas alminhas em azulejo azul e branco. Mais uma vez se enganaram a colar os azulejos. Num total de 6, 4 estão fora do seu lugar, mas, pelas marcas, já aí estão há muito tempo.
Quase sem dar conte cheguei à pequena capela. Não sei mesmo se a designação de capela está correcta, possivelmente terá sido a igreja primitiva. Consagrada a Nossa Senhora da Esperança, apresenta uma planta constituída por nave e capela-mor sem qualquer elemento decorativo. O arco da fachada da porta principal e o que divide os dois espaços são românicos. Na fachada, do lado direito junto ao pórtico, a cerca de meio metro de altura está gravada e bem visível uma cruz de Malta.
Com cuidado entrei no interior completamente invadido de mato. Algumas árvores mais possantes, como carvalhos, vão engrossando as raízes, pondo em risco o pouco que resta. As paredes, que resistiram impávidas à passagem do tempo, ficam fragilizadas, porque a água das chuvas lhe penetra nas entranhas, arrastando-lhe o barro.

Tal como imaginava, do local tem-se uma óptima vista sobre a aldeia. Aproveitei para fazer uma série de fotografias, que fui repetindo conforme a luz do sol ia escasseando. Rodeei a capela. Também em direcção ao Vale a vista é digna de ser admirada. Alguns passos em busca do ângulo certo fizeram-me tropeçar em pedaços de cerâmica. Por momentos pensei que fosse uma tendência minha para encontrar vestígios de outros tempos, em todos os locais, mas, com uma busca mais apurada, encontrei mesmo alguns pedaços de cerâmica negra, decorada e que nada devem ter a ver com a cobertura de telha que a capela tinha. Embora a maioria da cerâmica que se encontra seja recente, a quantidade, variedade existentes e a área que abrange, a Sudoeste da capela, são pelo menos suficientes para levantar a dúvida da existência de alguma estrutura habitacional. A prová-lo está também o facto de ali terem sido encontrados dois machados de pedra polidos e um fragmento de mó manual.
Na minha prospecção do terreno esbarrei com uma haste florida de branco. Mais adiante havia mais algumas. Sentei-me no chão procurando captar a fragilidade das suas flores à medida que o sol se foi sumindo, semeando as sombras e o silêncio.

Quando o Sol se escondeu por detrás do Maragato, abandonei o local, não fossem os habitantes de Benlhevai atribuir os disparos do flash a alguma causa do além, ou a alguns ser extraterrestre que visitava as ruínas da Capela de Nossa Senhora da Esperança ao crepúsculo.

11 outubro 2007

A Menina das Cravelinas e Bem-Me-Queres

"Ela é gaiata, morena, dentinho de cal, cabelos escuros, aroma de madressilva no colo de rosas brancas, menina do meu agrado, sempre jovem, com jóias ricas de família nos dedos afusados, adereços romanos, góticos, árabes, judaicos...
A serra, molosso de xisto e terra escura deitado entre o Facho e as Portas do Sol, abrigam-na do norte, expõe-a abertamente às soalheiras do sul, tendo-a no regaço, como desvelada mãe.
Quem, há vinte anos subisse às capelinhas, dispostas mesmo no alto, pela tenaz dedicação dum grande vilaflorense, que tem o nome indelevelmente ligado às graciosas ermidas - Manuel Álvares Pereira de Aragão - via o povoado, lá do fundo, começar na Santa Luzia, na «máquina» - nome consagrado da fábrica de moagem inaugurada pelo gigante João de Matos, na minha saudade de criança - na Rapadoira e por ali abaixo até à Portela.
Hoje, o passeante, quer se sente nos degrau da velha capela de N.ª S.ª da Lapa, fachada alvíssima, ponteaguda, seu portelo de mina à esquerda, encavada em ciclopes de rocha bronzeada; quer se encoste às capelas de Santo Antão e São Bernardino, de cúpula em pirâmide; quer se instale nos miradoiros do santuário hexagonal da Senhora dos Remédios, depois de refazer-se do esforço da ascensão, com um lenço que lhe enxugue a testa ou uma aba de chapéu que lhe desencalme o rosto congestionado, tem o grato prazer de verificar quanto a vilazinha subiu, como casas novas nasceram, num populante renovar de gerações, vindo a fazer guarda de honra ao formoso edifício da «Domus Municipalis», padrão senhorial do concelho e da comarca, de costas no peito dos olivais da serra. A menina aconchegou-se melhor ao regaço da serra mãe, como gata mimalha que se levanta para se acomodar mais consoladinha ao sol da graça. A menina enfeitou-se. Deitou fora os candeeiros mal cheirosos e fumarentos do seu «bondoir» e meteu electricidade; instalou lindas torneiras onde jorra água pura da serrania; tem um lindo telefone de plástico rosado e translúcido, sobre a mesa de cabeceira; e vem à janela admirar o recorte moderno das avenidas e pracetas recém-nadas, seus balaústres, suas copas redondinhas como hortêsias, seus canteiros de relva fresca, rampas, escadarias, globos de candeeiros, aqui e ali, num conjunto de apoteose surpreendente, embora um fundo suspiro lhe sacuda o peito, saudoso da sua praça velha, que era a mais bela iluminura do seu pergaminho, que era o seu coração, o seu carácter, agora fendida, imolada a um desalmado critério de urbanização!
E a menina aparece no limiar da janelinha, mirando as lavadeiras nos seus tanques novos, entre olivedos e amendoais, onde cantam melros e rouxinóis, enfeitada com um ramalhete de cravelinas e bem-me-queres entre os seios macios de adolescente. "

Excerto do livro Paisagens do Norte, escrito por Cabral Adão e publicado em 1954. Este livro teve uma segunda edição pela Câmara Municipal de Vila Flor em 1998 (Minerva Trasmontana, Vila Real). Pode ser encontrado no Museu Berta Cabral, na sala dedicada a Vila Flor.

Nota:O original da fotografia a preto e branco encontra-se no museu Berta Cabral. A apresentada foi retocada digitalmente para lhe apagar imperfeições resultantes do manuseamento. Não consegui data-la com exactidão. Talvez seja de 1936.

09 outubro 2007

À volta de Roios

Depois de uma subida transpirada ao alto do Facho, voltei atrás, desci a serra em direcção à Lixeira Municipal. Curiosamente alguém aproveitou a lixeira para fazer um circuito para todo o terreno! Achei caricato os gostos, mas admirei o aproveitamento do espaço. Segui durante pouco tempo pela N214, em direcção à Trindade, mas, pouco depois, cortei pela pequena estrada que liga a Roios. Nunca tinha percorrido esta estrada de bicicleta e, com o clima tão instável, não me apetecia ir muito longe.
A descida é muito rápida, mas fiz algumas paragens para saborear o Outono. Algumas vinhas ainda tinham uvas. Na bordadura das mesmas havia árvores carregadas de frutos coloridos. Os castanheiros começam a dobrar-se com o peso dos ouriços que ameaçam estourar a qualquer momento.
Num lameiro seco pelo Verão, já despertaram as tão belas quanto mortíferas flores duma planta do género Colchicum. Não sei bem se se trata da Colchicum lusitanum Brot ou da Colchicum autumnale, parentes muito próximas, ambas da família das Colchicaceae. A luz era pouca para me dedicar à macrofotografia, mas, encostei a bicicleta e deitei-me no lameiro à procura de um ângulo favorável desta beldade, também conhecida como dama-nua. Não confundir esta planta com o açafrão (Crocus sativus).
Continuei até Roios. É sempre agradável passear nesta pequena aldeia. Em muitos recantos há vasos com plantas suspensos emprestando um ar colorido e romântico. Depois de um curto passeio por algumas ruas, decidi continuar a descer em direcção a Lodões. O objectivo era subir por um antigo caminho entre a Quinta do Vale da Cal e a Quinta do Israel, que vem apanhar a estrada de Roios já bem próximo de Vila Flor. Esta parte do percurso ia ser uma verdadeira descoberta. Nunca por aí tinha passado, não fazia a mínima ideia de onde me ia meter.
Antes de chegar à Quinta do Prado de Baixo, pelos 300 metros de altitude, virei à direita. Há um caminho que segue para o Cabeço do Pereiro, por onde já passei e outro que curva para Poente em direcção à Ribeira de Roios. O caminho é bom, devia ser uma via importante há alguns anos atrás. Logo depois da ponte sobre a ribeira, há algumas ruínas. Deviam ser antigas azenhas. Há muitas silvas, é impossível explorar o local. Encontrava-me eu a rodear as construções, quando começou a chover. Aproveitei a ombreira da porta para me proteger da chuva. Passados poucos minutos pude continuar. O caminho que conduz à Quinta de Vale da Cal atravessa uma ribeira que desce desde o Alto da Caroça. É um local paradisíaco, com frondosas árvores, gigantescas, mas que não consegui identificar com exactidão. Uma pareceu-me um plátano mas há outra que merece atenção, pode ser um exemplar digno de referência no concelho e na região.

A partir deste ponto, o caminho sobe muito. Mesmo com um clima instável, a paisagem é fantástica. Em vários pontos, abandonei o caminho, para olhar com mais atenção a ribeira que passa por Vila Flor e desce ao encontro da Ribeira de Roios, saltando de pedra em pedra, em pequenas cascatas, em locais escarpados de difícil acesso. A beleza da ribeira, à distância, pode ser maior. Pelo que conheço deste curso de água, perto da Quinta de S. João, junto a Vila Flor, a água espalha um cheiro muito desagradável. Não sei até que ponto a ETAR de Vila Flor está a realizar um bom trabalho. Felizmente ao longo do curso da ribeira, a água vai oxigenando e recuperando alguma vida.
A Quinta do Israel está completamente votada ao abandono. Muitos hectares de olival reclamam cuidados e as casas, mesmo vistas à distância, ameaçam cair. Quando passo por locais como este, gosto de fazer viagens no tempo, tentando adivinhar como seria a vida nestes locais, há algumas décadas atrás. A subida é longa, deu-me tempo para viajar, saborear o silêncio, fotografar pormenores, expurgar o stress e limpar os poros abertos por enxurradas de suor.
Quando cheguei à estrada N608-1, segui em direcção a Roios durante algum tempo para ver os trabalhos de recuperação da via. Por fim, já com os últimos raios de Sol a passarem pela Porta do Sol, regressei a casa. Além da viagem dos quilómetros, 19 ao todo, houve outra viagem: de observação, sensação e introspecção. Mais do que as palavras, as fotografias mostram essas viagens.
Quilómetros do percurso: 19
Total de quilómetros em bicicleta: 1525

08 outubro 2007

De volta ao Facho


Faz hoje exactamente um ano que subi pela primeira vez ao ponto mais alto da Serra do Facho. Nessa altura, na companhia dos meus dois filhos, não tinha ainda uma ideia bem definida de até onde me levaria esta onda de descoberta. Fiquei curioso com a quantidade de pedras soltas existentes, que me pareceram restos de alguma estrutura bastante antiga. Voltei ao mesmo local mais algumas vezes, a última no dia 30 de Setembro. De novo o dia estava cinzento, ameaçando chover, mas quando cheguei ao topo, asseguro que não tinha frio. Explorei o lugar com mais cuidado, fazendo um círculo completo, acompanhando troços de rochas caídas que indicam inequivocamente a existência de paredes mais ou menos estruturadas. Desta vez tinha na memória a descrição do local feita pelo Instituto Português de Arqueologia que passo a transcrever:
"Designação: Facho
Tipo de Sítio: Atalaia
Período: Idade Média
Atalaia fortificada, localizada no ponto mais elevado da grande crista quartzítica que domina Vila Flor. É um ponto dominante na paisagem, tendo controlo visual a toda a volta, sobre as passagens para o vale da Vilariça, o vale do Tua e a depressão de Mirandela, o planalto de Carrazeda e a serra de Bornes. Deverá por isso tratar-se da mais importante das várias atalaias conhecidas na área do concelho de Vila Flor. Localiza-se no topo de um cabeço arredondado e rochoso. O topo do cabeço é rodeado por um anel de derrube, correspondendo a uma presumível linha de muralha, provavelmente pouco espessa, e que aproveita os afloramentos existentes, nomeadamente do lado Sul. Forma um recinto aproximadamente circular, com uns 30/40 metros de diâmetro. A entrada poderá ficar do lado Sudeste, onde o anel de muralha está desencontrado, e se une por uma linha perpendicular de muralha, com cerca de 10 metros de comprimento, que fecha um espaço entre afloramentos. Do lado de dentro de um destes afloramentos encontra-se o derrube de uma estrutura. No topo e no centro do cabeço, ao lado do marco geodésico, encontra-se um outro derrube, de uma estrutura de forma indecifrável, que poderá ser a torre de atalaia. Não se encontraram materiais de superfície, mas tudo indica que se deverá tratar de uma atalaia fortificada da Idade Média."

É pena que o caminho que conduz ao Facho não tenha continuidade. Tive que voltar atrás e continuei por Trás-da-Serra, numa descoberta que descreverei noutro dia.

01 outubro 2007

Freguesia Mistério 8


A fotografia colocada online no dia 01 de Setembro, representando a Fotografia Mistério n.º7, teve 24 votos. A distribuição foi a seguinte:
Candoso (2) 8%
Nabo (1) 4%
Roios (1) 4%
Santa Comba de Vilariça (1) 4%
Vale Frechoso (2) 8%
Vila Flor (10) 42%
Vilarinho das Azenhas (1) 4%
Vilas Boas (4) 17%
A maioria achou que a imagens em questão se encontrava em Vila Flor, seguindo-se-lhe a opção Vilas Boas. Na realidade, a imagem encontra-se à vista de toda a gente na fachada da Igreja Matriz de Vale Frechoso. Esta opção apenas teve dois votos (um dos quais meu!). Aconselho todos a fazerem um passeio a Vale Frechoso.
A Freguesia Mistério n.º8 é representada por uma grade em madeira pintada a azul e uma placa que indica a Rua do Forno. É possível que exista a Rua do Forno em várias aldeias de Vila Flor, pelo que é necessário conjugar o nome da rua com a placa e varanda azul. Quero ver esses palpites.

A votação faz-se na margem direita do Blog.