28 abril 2010

Recordando - Semana Santa (I)

Procissão "Via Crucis", com os momentos mais marcantes da paixão de Jesus, que se realizou no dia 28 de Março de 2010.

23 abril 2010

1.º Centenário da Vida e Obra do Sr. Reitor de Sampaio


Pe. José Tibúrcio de Azevedo - Nasceu em Sampaio, na Vilariça, em 1829. E Lá repousa, na Igreja Matriz, desde 1909. Não foi possível apurar a data da sua ordenação. Mas, em Janeiro de 1859, foi nomeado pároco recomendado da sua terra natal e, provavelmente, de Lodões e de Roios. Passa mais tarde a Reitor, o “Reitor de Santo André de Sampaio de Villa Flôr”, sendo referenciado no Discorsi Del Sommo Pontefice Pio IX , por II Pius, datado de 1878, como «utile dare i nomi nell´idioma originale di questo primo importante pellegrinaggio portoghese: P. José Tiburcio de Azevedo, Reitor de Santo André de Sampaio de Villa Flôr…» assim se mantendo até à sua morte.
O Sr. Reitor nada escreveu sobre si mesmo. Também não consta que outros o tenham feito. Deixou, contudo, memória na tradição oral. Com os testemunhos recolhidos, quase todos em segunda e terceira mão, foi possível reconstituir o perfil humano e sacerdotal desse homem de Deus. Bem cedo a sua acção pastoral ultrapassou os limites geográficos da paróquia. Não que fosse ele a transpô-los. Mas porque, de perto e de longe, as pessoas vinham ter com ele para se aconselharem e confessarem os seus pecados. Bem pode dizer-se que foi o guia espiritual da Vilariça. O seu grande carisma parece ter sido o ministério da Direcção Espiritual que exige muita disponibilidade de tempo, grande capacidade de escuta e muita gratuitidade a vários níveis. O primeiro centenário da sua morte, que ocorre neste ano de 2009, e o Ano Sacerdotal inaugurado por Bento XVI em Junho passado são duas oportunidades a não perder para reavivar a memória daquele que, dalgum modo, e salvas as devidas distâncias, foi Cura d´Ars da Vilariça.
O Sr. Reitor foi certamente mais moderado nos jejuns e penitências que o patrono do Ano Sacerdotal. O seu nome nunca ultrapassou o Vale da Vilariça nem na vida nem na morte. Também nunca será santo de altar. Mas pela sua espiritualidade enraizada na Cruz e nos Corações de Jesus e Maria, pela sua solicitude para com todos os que vinham ter com ele e pelo sentido de rectidão e justiça, o seu nome, está, sem dúvida, inscrito no calendário dos santos anónimos com solenidade anual no 1º de Novembro.
O maior testemunho da sua vida foi e é a Cruz implantada no cume alcantilado do Cabeço de São Pedro. Este monte, visível de toda a Vilariça, delimita os termos de Sampaio, de Lodões e de Roios.
Para os Vilariços, o Monte da Santa Cruz é um lugar mítico, histórico e santo. Mítico porque ele guarda nas profundezas das suas entranhas, os mitos e lendas de todo o Vale; histórico porque foi castro romano cujos vestígios foram estudados pelo Dr. Santos Júnior, da Universidade do Porto; e santo desde que no seu cume foi implantada a Santa Cruz. O Dr. Santos Júnior, no seu estudo publicado, O Castro de Sampaio, (e também de Lodões), alude, juntamente com a tradição, às peregrinações do três de Maio em que a Liturgia celebrava então a Invenção da Santa Cruz.
Com o peso dos anos, a Cruz, que é de zimbro, está hoje ligeiramente inclinada como a Torre de Pisa. Mas, como não goza da sua celebridade, vai tombar mais dia menos dia. Implantada há cerca de 130 anos, é quase por milagre que ela ainda se mantém de pé. Permitirá a Fé e o brio dos Vilariços que se apague este sinal de Esperança em boa hora ali implantado? Guardar religiosamente a velha cruz como preciosa relíquia e implantar uma nova de matéria mais sólida seria a melhor maneira de celebrar o primeiro centenário da morte do Sr. Reitor e o Ano Santo Sacerdotal. Já nem se fala em valorizar culturalmente o lugar. Quem se atreve a subir lá fica pura e simplesmente deslumbrado.

Texto elaborado pelo Pe. Joaquim Leite

18 abril 2010

Caminhada pelo termo de Samões

O Inverno foi rigoroso e a Primavera continua a não nos deixar saborear tranquilamente o Sol, mas, ao longo dos últimos meses tenho feito alguns passeios que têm passado quase despercebidos no Blogue.
No dia 6 de Fevereiro, Sábado fiz uma caminhada no termo de Samões. A minha escolha por esta área destinava-se a verificar se as amendoeiras já se encontravam floridas, mas ainda era demasiado cedo.
Saí de Vila Flor pelo caminho que conduz a Samões. A tarde estava fria e o céu nublado, não permitindo muitas hipóteses para fotografias. Deixei a aldeia seguindo pelo caminho (antiga estrada) que leva a Freixiel. Depois de abandonar das últimas casas desisti do caminho e segui ao acaso pelos lameiros, fotografando as primeiras flores que já despontavam aqui e além. Foi mesmo o curso de água que cativou a minha atenção durante quase todo o percurso. Infelizmente pude verificar que, não poucas vezes, os esgotos de Samões rompem-se e descem ribeira abaixo, contaminando tudo.

Deixei de me preocupar com os caminhos e segui, às vezes facilmente, outras com mais dificuldade, o curso da ribeira. Já depois de ultrapassar a zona de maior declive, onde há algumas pequenas cascatas interessantes, um novo curso de água vindo do Vale Carneiro, vem engrossar o caudal. Esta zona, conhecida por Borralho, é onde tenho encontrado formações rochosas mais interessantes, do género da que existe próximo do Vieiro e que é bastante conhecida. São grandes rochas graníticas completamente escavadas na sua zona inferior com dezenas de covas, umas maiores outras menores.

A ribeira, de que não sei o nome, desagua noutra que se inicia em Carvalho de Egas com o nome de Ribeira do Vimeiro, dando origem à Ribeira da Redonda que segue em direcção a Freixiel.
O lugar das Olgas é um dos pontos onde já passei mais vezes, quer de bicicleta, quer a pé. Aqui confluem alguns caminhos vindos de Carvalho de Egas, Candoso, Freixiel e Samões. Quando a chuva é abundante, como este ano, há alguns regatos que mesmo sem receberem o nome de ribeiras se precipitam pela encosta, vindos dos lados de Candoso, formando longas cascatas.

Foi neste ponto que decidi começar a fazer o meu caminho de regresso. Subi ligeiramente a encosta em direcção a Candoso, flectindo depois para Sul em direcção ao Barreiro, entre Samões e Carvalho de Egas. Já sem luz para mais fotografias, passei Samões e cheguei às portas de Vila Flor, pelo Marco, já noite cerrada. Felizmente não choveu, mas a tarde esteve sempre muito cinzenta, não me deixando saborear completamente a beleza dos locais por onde passei.

11 abril 2010

Gota de Vida

Uma gota de amor
Termina o sofrimento
Dessa tão enorme dor
Finaliza o lamento

Um coração a bater
Por outro que sabe gostar
Bate mais se reconhecer
Aquele que o sabe amar

Amar é vida por vida
A vida gosta de amar
E sem contrapartida

O maior gesto da vida
Dar vida a quem necessitar
Numa gota tão sentida

Poema de Fernando Silva
Fotografia: flores numa seara próximo da Fonte do Olmo, em Vila Flor.

09 abril 2010

Medula: a fábrica da vida

Está patente durante todo o mês de Abril, na galeria de exposições do Centro Cultural, em Vila Flor, a exposição Medula: a fábrica da vida.
Trata-se de uma exposição itinerante constituída por 99 Painéis de Azulejos de realizados em escolas de todo o país,do 1º ciclo ao 12º Ano. Teve por base uma iniciativa dirigida aos mais novos, sensibilizando-os para as Ciências da Vida e, em particular, pela Leucemia e pela importância da doação de medula óssea.

"A Vida é Começo e Fim, mas é sobretudo um Caminho e a forma como vamos nesse Caminho depende de cada um de nós. As crianças podem aprender que a forma como elas atravessam a Vida depende delas. Com outros seres humanos, ajudando e sendo ajudado, elas podem atravessar a Vida dando um pouco delas próprias e produzindo efeitos fantásticos nos seus semelhantes.
A Verdade da Vida é que nós podemos mudá-la, para o Bem e para o Mal, para a Saúde e para a Doença. A Verdade é que muitas pessoas sofrendo de leucemia no mundo precisam de ajuda e as pessoas saudáveis podem salvá-las registando-se como dadores de medula Óssea e dando as Unidades de Sangue do Cordão Umbilical ao nascer, para os Bancos Públicos de Sangue do Cordão Umbilical."

Quem estiver interessado em saber mais sobre esta iniciativa pode consultar este livro em PDF.

Ao contrário do que estava previsto, a esta exposição terminou no dia 18 de Abril, pelo que não pode ser mais visitada, em Vila Flor.