28 fevereiro 2013

Nevou em Vila Flor

A neve visitou Vila Flor mais uma vez. O dia amanheceu frio mas, ao contrário de outras localidades do distrito de Bragança, não havia qualquer vestígios de neve.
Pelas dez horas da manhã começou a nevar com bastante intensidade e rapidamente tudo ficou coberto por um manto branco.
Temendo-se dificuldades na circulação dos transportes escolares, a Proteção Civil deu o alerta e os alunos regressaram a suas casas por volta das onze horas da manhã.
A neve caiu sempre acompanhada por alguma chuva. Mesmo assim chegou a tingir à volta de 7 a 8 cm de altura.
Durante a hora de almoço o manto branco foi ficando cheio de buracos e como não voltou a cair neve, à noite apenas alguns vestígios eram visíveis.
Tive sorte uma vez que não estava a trabalhar ás 9 da manhã, o que me permitiu gozar os espetáculo e tirar algumas fotografias. Pelas imagens partilhadas na página Vila Flor, Concelho no Facebook muita gente teve a mesma ideia e conseguiram-se fotografias muito bonitas.

26 fevereiro 2013

Mostra TerraFlor 2013 (02)

Queijo Terrincho, produzido na Quinta da Veiguinha, Vilas Boas.
 Mais alguns produtos que estiveram expostos nos dias 23 e 24 a Mostra de Produtos Regionais e Artesanato, TerraFlor.
De acordo com o programa esta mostra vai desenvolver-se em 3 fins de semana, pelo que é de esperar que no próximo sábado estes produtos voltem a estar expostos e disponíveis para serem comprados.
Vinho Quinta do Granjal, com origem na quinta com o mesmo nome, no Seixo de Manhoses.
 Há produtos para todos os gostos, desde a fruta ao fumeiro, mas os vinho e o azeite são os produtos com mais representatividade no concelho.Não tive tempo ainda para visitar todos os stands, porque estavam fechados, mas espero fazê-lo no próximo fim de semana.
Azeite da Cooperativa de Olivicultores de Vila Flor e Ansiães

25 fevereiro 2013

Mostra TerraFlor 2013 (01)

Decorreu durante os dias 22, 23 e 24 a Mostra de Produtos Regionais e Artesanato, TerraFlor. Foi a primeira vez que o evento TerraFlor de apresentou com este formato, e nesta época do ano, depois de ter mais de uma dezena de edições mas quase todas nos meses de verão.
 Os stands foram montados em frente à Câmara Municipal, mas pairava a dúvida se com os novos acessos os visitantes, nomeadamente os autocarros, continuariam a fazer escala na vila, o que seria de todo conveniente.
O tempo esteve muito frio o que não foi agradável para potenciais visitantes, mas também para os residentes no concelho, que não se sentiram muito confortáveis para passeios com temperaturas tão baixas. 
No Sábado o movimento foi pouco, mas no domingo, também porque houve animação com música e ranchos folclóricos, o espaço esteve bastante mais "agitado".
Deixo algumas fotografias de produtos que estiveram expostos e reservo ainda outras para ir divulgando nos próximos dias.
Nos dias 2 e 3 de maio a mostra e mercado vai repetir-se, estando também programa a animação do espaço, conforme consta do respetivo programa.

23 fevereiro 2013

e de repente é noite (IX)

Demoro-me sob as romãzeiras,
viajante aturdido,
como quem espera que o tempo
se cumpra
para o nascimento de uma vida.
Onde mais permanecemos mais somos,
sabemo-lo dos círculos brancos
dos pastores
no ermo das montanhas.
É esta a verdade que esfolho
sobre um cativeiro de fragmentos
de coração, quando este
se partilhava
por uma demora de invernos
e uma impaciência de dedos
na relva de um paraíso prometido.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: tronco de oliveira centenária, em Freixiel.

22 fevereiro 2013

e de repente é noite (V)

Quem deu nome a esses espaços
não sabia do que falava,
para sempre os perdeu
em imóvel espuma de sons.
Todos os matizes do vento
misturados com o sol e a lua
não lhes desenhariam o rosto.
Lembro-me da placenta da tarde
os banhar numa luz crua.
Nevara de véspera.
Ao menos uma centelha de pureza
em nossos olhos.

Poema de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.

21 fevereiro 2013

e de repente é noite (III)

Dizer os ventos que atravessaram
exíguas paisagens, iluminadas as têmporas
de incêndios difundidos
por suas longínquas combustões.
Dizer os sentimentos rebuscados
nos restolhos de ser difícil resistir
sem lhes perdoar não terem inscrito no elmo
o alarme dos nomes proibidos.
Dizer os grânulos de orvalho
que capitularam de cegueira a escoar-se
nas fachadas dos sobressaltos para
a navegação da lava à geometria
das sementes de todos os animais.
Omitir as palavras erguidas no inverno,
pendões esfarrapados, frágeis armas brancas
em nosso infindo combate com a morte.

Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Oliveira junto ao Rio Tua, em Ribeirinha, Vilas Boas.  

20 fevereiro 2013

e de repente é noite (II)

É para reavivar
as oblíquas luzes da memória
que escrevo este rio de destinos,
este enleio de lugares que se abrem
onde os abismos fecham suas arcas
repletas de deuses visíveis e carnais.
A fronte no cimento dos punhos
sobrevoando o gráfico da febre,
insensível ao nível do mercúrio
no padecimento das insolações.
Já envelheci todos os futuros,
sei que nenhum suplício se modera
antes do seu horóscopo cumprido.
Agora como descobrir virtuosos filtros
para esta descrença que se enreda
em nossos passos nos retratos das paredes
rasurando de tempo a eternidade?
Dizer é o estertor da luz
à beira de um circulo de silêncio
onde as sombras movem a engrenagem da noite,
num vagar oculto de sirgo,
a fim de não sabermos
que turvas solidões é preciso destruir
para que nasça uma alvorada verdadeira.

Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Rio Tua, em Ribeirinha, Vilas Boas.

19 fevereiro 2013

e de repente é noite (I)

Faço isto em nome de um fogo distante.
Uma cadeira lenta para nova estação
contra o inverno.
O frio são os membros mutilados
de um corpo sem espaço
para implantar audaciosas acústicas.
Talvez os verbos se inflamem
ao mais leve estremecimento dos nomes
e tudo regresse ao início,
à postura estática das coisas.
Cerro os lábios, por precaução,
na periferia do vazio. A língua
no vértice do sal destilado
sobre outroras de celestes mansões.
Só a matéria partilha fulgores
com os náufragos tangenciando o ócio
das habitações da noite,
onde a vida não é mais que transitório
olvido da morte.

 Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: Serra do Facho, em manhã de inverno - Vila Flor.  

15 fevereiro 2013

Desfile de Carnaval

No dia 8 de fevereiro realizou-se em Vila Flor o tradicional desfile de Carnaval com a participação de crianças do pré-escolar, do 1.º e 2.ºciclos das escolas do concelho. Este evento resulta de uma parceria entre o Agrupamento de Escolas de Vila Flor, do município de Vila Flor e da Santa Casa de Misericórdia.
O tema do desfile tem sempre uma intenção educativa girando à volta da ecologia e da saúde, tendo em 2013 o lema Saude e Sustentabilidade.
O cortejo percorre as principais ruas da vila exibindo-se aos habitantes da vila e a muitos que se deslocam das aldeias para admirarem/apoiarem as suas crianças que são um bem cada vez mais raro por estas paragens.
O final acontece em frente ao edifício da Câmara Municipal, com a queima de um boneco feito para o efeito o "Entrudo" e com a distribuição de um lanche às crianças participantes.

12 fevereiro 2013

Pessegueiro - Freixiel/Vilas Boas

Não tenho atualizado o Blogue com as reportagens das minhas últimas caminhadas , mas elas têm acontecido, não com a frequência desejada mas com alguma regularidade.
O ano tem estado anormalmente frio e húmido, pelo menos quando comparado com os últimos anos de Descoberta do concelho. A chuva, o frio e alguma falta de coragem têm sido os principais causas da diminuição da frequência das caminhadas. Isto a somar a um "desastre" informático que me limpou as fotografias de alguns meses de 2012.
Marco Geodésico do Pessegueiro (622 metros de altitude)
A série de caminhadas Pontos Altos, tendo como destino os marcos geodésicos teve mais alguns desenvolvimentos.
No dia quinze de dezembro parti para mais uma etapa. O destino era mais um marco geodésico próximo de Freixiel. No dia anterior tinha chovido copiosamente e foi com satisfação que verifiquei que o dia estava agradável, com algumas nuvens, mas bastante sol.

Estrada de Vieiro (N214) enfim composta
 Decidi explorar um percurso novo, nunca percorrido, mesmo sem saber se existiria um caminho. Das traseiras do edifício da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães C.R.L. procurei um caminho para chegar às Olgas. de perto da pedreira sai um caminho que acompanha de perto o ribeiro dos Brunhais, e segui por ele. Tudo corria bem, apesar do muito lixo que existe por todo o lado. É impressionante mas a cada ano que passa a quantidade de lixo espalhado ao longo dos caminhos é maior.
Vale com Freixiel à esquerda e a serra à direita
O caminho que segui não tinha continuação e fiquei no meio de nada, sem grande vontade de voltar para trás. felizmente só foi necessário percorrer algumas dezenas de metros para encontrar alguns lameiros e descer por eles até encontrar um caminho no fundo do vale, ali pelo Borralho.
Carvalhos ainda com as cores outonais
A água corria abundantemente pelo meio do lameiros e entretive-me a fotografá-la. Pouco depois encontrei um caminho, e um ribeiro ao lado dele. Acompanhei o curso de água até que, a certo momento a água desapareceu! Pareciam artes mágicas, uma enorme quantidade de água desaparecia como que por magia! Voltei para trás para investigar o que se passava e decifrei o enigma: o ribeiro estava seco para jusante, a água estava agora a chegar, preenchendo, pouco a pouco o leito do ribeiro fazendo-o correr. Nunca tinha apreciado este fenómeno.
Cogumelo num sobreiro
No fundo do vale o ribeiro dos Brunhais encontra-se com outro que passa junto à aldeia de Samões, e um pouco mais abaixo com um terceiro, que começa a formar-se junto a Carvalho de Egas, com o nome de Ribeira do Vimieiro. Os três cursos de água formam a Ribeira da Redonda que ainda recebe mais um curso de água vindo do Pelão, já mais próximo da Aldeia de Freixiel.
Não eram os cursos de água que me interessavam. Encontrei alguns cogumelos, uns desconhecidos outros comestíveis, mas já bastante deteriorados pelas águas da chuva.
Ribeira dos Brunhais a começar a correr
Subi à estrada N314, perto do cruzamento de Freixiel. Para subir ao cume do monte à direita (622 metros de altitude), tinha três hipóteses: contornar o monte e subir por norte; percorrer a estrada até à pedreira e subir ao longo dos seus limites vedados ou tentar a subida direta, procurando aproveitar algum acesso a algumas oliveiras que se veem a meio da encosta. Claro que escolhi a terceira alternativa. Tratou-se de mais um percurso novo para mim, sem saber se me levaria ao cume do monte ou não. Sei que existe perto da estrada um conjunto de insculturas rupestres, mas não conheço a sua localização, sendo muito difícil encontrá-las nestas condições.
Estrada do Vieiro, impecável, mas com uma lixeira à esquerda
O caminho de acesso às oliveiras sobe terrivelmente, mas era isso que eu pretendia. Já perto do topo o caminho acabou num espaço ocupado com oliveiras e vinha. Estava próximo do topo e segui pelo meio das giestas, encontrando algumas formações rochosas dignas de serem fotografadas.
No topo do monte caminha-se facilmente. O local já era meu conhecido. Uma das vezes que por ali passei foi em fevereiro de 2007, nessa altura em BTT.
Mais uma rocha curiosa das muitas que encontrei
O marco geodésico  do Pessegueiro está partido a dois terços. Em 2007 parecia pintado de fresco, embora já partido, mas agora tinha um completo aspeto de abandono (tal como todos os outros). Estes vértices deixaram de ser utilizados e, por isso, vão acabar por ser todos abandonados não sendo mais do que recordações, dentro de uns anos. 
É complicado subir à rocha que serve de base ao marco, tanto mais que está rodeada de silvas. A paisagem em redor é admirável, conseguindo avistar-se termo de vários concelhos vizinhos a norte do rio Tua. Mais próximo é a aldeia de Freixiel que chama a atenção, aninhada no fundo do vale que se estende em várias direções.
Charco numa rocha, com a aldeia de Freixiel ao fundo
A manhã já ia longa e estava na altura de pensar no regresso. Não dispunha de tempo para regressar a pé a Vila Flor. Pedi pelo telefone que me viessem buscar  junto da entrada pedreira, que é também o início do caminho que dá acesso à Quinta do Reboredo, unidade de turismo rural.  Enquanto me deslocava para o local de encontro "esbarrei" com uma cobra na berma do caminho! Estava frio, mas o tímido sol foi suficiente para fazer com o que o animal de sangue frio se arrastasse para fora do seu buraco na ânsia de aproveitar o pouco calor que dele irradiava.  Parecia bastante "dormente" mas também não a importunei muito.
Cobra a apanhar banhos de sol
Este percurso teve extensão de perto de 11 km. Foi interessante por que deu para verificar in loco o estado da natureza em pleno inverno. Os cogumelos, as pastagens, os cursos de água, a vegetação, todo um conjunto de elementos que ganham características bem diferentes ao longo das estações.Não avistei o melro-azul, ave que sei que habita o terreno rochoso por onde passei. Foi também um percurso que bastante exploração porque segui um trajeto nunca por mim explorado (talvez 50% do trajeto).