A segunda caminhada da temporada aconteceu em setembro e e teve como destino a abandonada aldeia do
Gavião no termo de
Seixo de Manhoses.
Não seguiu o norma, tendo como destino um marco geodésico, por o mais próximo do
Gavião é o
vértice geodésico da Cheira, por mim visitado pela última vez em
julho de 2012. O objetivo foi mesmo caminhar e aproveitar a viagem para procurar uma
caixinha (Geocache) escondida algures entre as ruínas das casas.
O tempo estava espetacular, com um sol brilhante e nos campos ainda abundavam os frutos, em especial as uvas que se dão muito bem nas encostas do ribeiro grande. è mesmo uma doas zonas onde se produzem alguns dos melhores vinhos do concelho.
A primeira paragem do percurso aconteceu na
Fonte do Olmo, junto ao Estádio Municipal. O espaço não estava propriamente apresentável, tal como o não está agora, porque ainda lá estive há poucos dias. Estes locais com algum interesse para serem visitados deveriam ser mais cuidados. É assim que se constrói uma imagem e se podem atrair pessoas.
No percurso ao lugar do
Arco já avistámos muitas videiras carregadas de
uvas. Este ano não foi um mau ano, tal como pude comprovar mais tarde participando na vindima na quinta
Valtorinho.
A pequena aldeia do
Arco parecia adormecida. Estendais de figos secavam ao sol. Aproveitámos para nos refrescar-mos com a água do fontanário da aldeia. Apesar de ter uma placa a indicar que é Imprópria para consumo, alguns habitantes insistem em bebe-la e a nós também não nos fez mal. Pareceu-me bem saborosa e fresquinha.
Nas hortas do fundo da aldeia ainda havia abóboras, nada mais.
O percurso do
Arco ao
Gavião é bastante interessante, com uma vista excelente para o
Nabo e
Vale da Vilariça e com vegetação rica em
medronheiros e outras
espécies vegetais que não são muito frequentes. Há mais do que uma alternativa de percurso; arriscarei a dizer que há pelo menos três, mais ou menos com o mesmo grau de dificuldade e a chegarem todas ao
Gavião. Como as ruínas se veem ao longe, recortadas no horizonte, não há perigo de engano no caminho.
A sensação quando se chega ao
Gavião é a de se estar numa aldeia
fantasma, num cenário de um filme. A tristeza das paredes caídas é facilmente ultrapassada quando se olha a paisagem. As encostas estão, em grande parte, aproveitadas para a agricultura. Crescem aqui com grade facilidade as oliveiras, as videiras e as amendoeiras. E produzem também com abundância e qualidade. Os campos não sofreram o mesmo destino da aldeia e apresentam-se bastante cuidados. Direi até que com carinho, que se manifesta no cuidado na manutenção dos muros, na orientação e poda das árvores, na limpeza das silvas ou na abertura de novos e melhores acessos.
A procura da dita caixa, não muito maior do que um maço de tabaco, exige a utilização de um aparelho com GPS. Com alguma insistência e mais alguma atenção às pistas, ela acabou por aparecer, onde realmente deveríamos ter começado a procurar.
Ainda tentámos explorar alguns recantos, por entre as ruínas, mas as silvas vão tomando conta do espaço, servindo de consolo as amoras negras que ostentavam de forma quase provocadora.
Procurámos um bom miradouro para o vale. A barragem do
Nabo/Ribeiro Grande é bem visível perto de
Godeiros, onde está a famosa
Pala do Conde.
Começámos o percurso de regresso. Dado o adiantado da hora não foi possível regressar a
Vila Flor a pé, um carro de apoio foi buscar-nos à aldeia de
Seixo de Manhoses.
O percurso entre o
Gavião e o
Seixo faz-se muito bem a pé, pode até ser feito de carro ligeiro, com algum cuidado. Há poucos anos falou-se que foi arranjado para poderem ser gravadas algumas cenas da telenovela "A Outra" no Gavião, mas a produção desistiu. Tinha sido um momento único para a
Lost Village e muito agradaria às pessoas que ainda se recordam do tempo em que ali viveram.
O percurso feito a pé, com passagem pela
Fonte do Olmo,
Arco,
Gavião e final em Seixo de Manhoses, perfaz 7,5 km, sempre por caminhos (e um pouco por estrada). É um bonito passeio que pode continuar pela barragem do Peneireiro e regresso à Vila, por isso não admira que possa ser repetido no futuro.