27 outubro 2010

4.º Ciclo de concertos - O Som das Musas

Do dia 5 ao dia 12 de Novembro, vai decorrer no Centro Cultural em Vila Flor, o 4.º Ciclo de Concertos "O Som das Musas". São raras as oportunidades que temos para ouvir música de qualidade. Se falarmos em música clássica, então as oportunidades são raríssimas.  As propostas são variadas, todas em Vila Flor, às 21 horas e 30 minutos.

23 outubro 2010

Flores de Outono (01)

As flores de Outono já chegaram nos finais de Setembro. Algumas delas são as merendeiras ou noselhas, que fotografei no alto das capelas, em Vila Flor.

17 outubro 2010

Peregrinações – Nossa Senhora do Rosário (Freixiel)

Na senda das “Peregrinações” já realizadas, seguiu-se no dia 5 de Outubro, Nossa Senhora do Rosário em Freixiel.
Há várias razões para este santuário seja um dos mais importantes do concelho. Desde logo a importância histórica da aldeia de Freixiel, outrora sede de concelho com o mesmo nome, mas também a sua riqueza agrícola; a localização do pequeno “calvário” muito próxima da aldeia, fazendo mesmo parte dela e, não menos importante, a devoção dos habitantes a Nossa Senhora.
A ligação por caminhos rurais entre Vila Flor e Freixiel á dos mais simples, e talvez dos mais antigos. O percurso é feito quase em linha recta, aproveitando a geografia do terreno juntando-se, ou seguindo de perto os cursos de água. Trata-se de um percurso já feito e descrito no blogue por várias vezes. Desta vez houve uma novidade, foi a primeira vez que o fiz acompanhado.
Quase sem darmos por isso estávamos em Samões. Entrámos na aldeia por detrás da igreja e seguimos pela Rua do Salgueiral. Algumas das casas senhoriais estão a ser recuperadas mantendo as características originais, o que é de louvar. Numa delas encontra-se a Capela de S. Francisco, construída em 1872 e pertencente à família Almendra.
Um pouco mais abaixo, junto à fonte, ainda houve tempo para espreitar pela porta envidraçada da capela de Nossa Senhora do Rosário, com o seu cabido e púlpito exteriores.
Depois de abandonar a aldeia, o percurso é muito agradável. Um caminho muito bom, repleto de curiosidades naturais que surgem aqui e além, na berma do caminho. As ribeiras ainda não têm água corrente, mas a erva fresca já se manifesta por todo o lado.
Entre montados e fragas há bonitas vinhas que, este ano se apresentam repletas de suculentas uvas. Foram vários os grupos de vindimadores que encontrámos.
Já à chegada à aldeia de Freixiel fizemos um desvio para visitarmos a tão famosa (e singular) forca. Além do monumento em si, o promontório onde está situada é um excelente miradouro virado para a aldeia. Foi excelente a ideia de colocarem aqui um painel com uma fotografia panorâmica e a sinalização dos principais pontos de interesse.
Seguimos pela Rua do Ribeirinho e depois em direcção ao Pelourinho. Não sem antes termos visitado as antigas (e bonitas) fontes. O Pelourinho de Freixiel está classificado como Imóvel de Interesse Público. É um pelourinho quinhentista de «coluço», tipicamente manuelino.
Depois de uma curta paragem subimos à capela de Nossa Senhora do Rosário, destino final da nossa caminhada. Do alto da escadaria também se têm uma bonita visão da aldeia e de todos os terrenos que a rodeiam.
Nesta capela também existe uma janela de vidro que permite observar o seu interior. Tem até uma lâmpada que se acende quando detecta movimento, coisa pouco habitual em todas as “Peregrinações” já realizadas. Também notei que foi construída uma pequena cobertura por cima da porta que a protege da chuva. Não estava lá da última vez que visitei a capela.
Quando descemos à aldeia, já passava um pouco do meio-dia e meia hora. Seria impraticável tentar regressar a Vila Flor a caminhar. Depois de percorrermos algumas ruas e conversarmos com algumas pessoas, telefonámos para o “carro de apoio” que nos foi buscar a Freixiel a tempo de almoçarmos com a família.
Foi uma (curta) caminhada muito agradável, num dia também muito agradável. Além dos monumentos visitados, das paisagens admiradas e das pessoas com quem trocámos impressões é realçar as saborosíssimas uvas que comemos pelo caminho. As caminhadas no Outono têm alguns atractivos extra.

15 outubro 2010

Dr. Cabral Adão - Centenário da Vida e Obra

Está prestes a encerrar a exposição patente no Centro Cultural de Vila Flor, dedicada à vida e obra do Dr. Cabral Adão. Quem ainda não a visitou, tem ainda até ao dia 17 do corrente mês para o fazer.
Seguindo esta ligação poderão ficar a par da homenagem que a Câmara Municipal de Setúbal prestou ao Dr. Cabral Adão, em Julho de 2010, assinalando o centenário do seu nascimento (curiosamente a fotografia utilizada foi publicado por mim, neste blogue e mostras uma das suas últimas estadias em Vila Flor -  Maio de 1986).
Do seu livro Versos - Vila Flor transcrevi mais um bonito soneto que lembra as práticas de outros tempos quando as vinhas eram guardadas para que ninguém se apoderasse de tão precioso bem que eram as uvas.


Guardadores
Ao Virgílio de Morais

No cômoro da vinha mais cimeiro,
A cabana de colmo foi erguida
Plo guardador, antigo desordeiro,
De perna lesta e de alma destemida.

Mora ali, mais a foice e o rafeiro,
Ali faz de comer, lá tem dormida,
Ouvidos sempre atentos ao primeiro
Sinal de a vigilância ser traída.

«- Ai daquele que toque num só bago
Dos cachos que contados sempre trago -
- dizia - nesta vinha por í fora!»

Vem a vindima, cresce a lagarada,
E à última videira vindimada
Desocupa a cabana e vem-se embora.

14 outubro 2010

Flashes do Outono (01)

Durante o mês de Setembro fiz várias saídas em bicicleta. Percorri muitos dos caminhos que já conhecia nas freguesias de Vila Flor, Samões, Carvalho de Egas, Valtorno, Seixo e Roios. Este retomar do BTT está a acontecer depois de mais de um ano de paragem e está a ser muito agradável.
Numa das minhas deslocações a Valtorno aproveitei para visitar alguns dos pontos onde fizemos limpeza de lixeiras clandestinas na iniciativa Limpar Portugal, que divulguei no blogue.
Grande parte dos espaços mantêm-se limpos, sinal de que há algum respeito, ou então ainda decorreu pouco tempo. A minha maior (e pior surpresa) aconteceu num caminho entre as freguesias de Valtorno e Seixo. Desse local retirámos várias camionetas de lixo, centenas de quilos de ossos e muitos monstros. O sítio ficou impecável. Qual não foi a minha surpresa quando deparo com um monte de lixo de todo o tamanho! Quem seria o civilizado que fez tal patifaria?
Tal como as imagens documentam, alguém depositou um atrelado completo de lixo. Armários, colchões, um fogão, panelas, etc. Tal quantidade de lixo é impossível passar despercebida e seria bom que a população e/ou os senhores presidentes de junta denunciassem estas situações.
Tenho percorrido caminhos de muitos concelhos no nordeste transmontano e em nenhum esta calamidade atinge tais proporções. Ainda recentemente numa caminhada que fiz na freguesia de Parambos (concelho de Carrazeda de Ansiães), encontrei junto à aldeia um local para os residentes depositarem os monstros que são posteriormente removidos por viaturas do município. Porque é que em Vila Flor não se faz algo semelhante?
Há imenso lixo ao longo das estradas e quando se sai para um caminho, as coisas ainda pioram. Não basta ter orgulho no nome VILA FLOR, há que fazer um esforço para que não só a vila, mas todo o concelho mereça esse nome. Infelizmente as coisas têm piorado.
Não tenho encontrado só coisas más. Este ano tem-se revelado bastante bom no que toca às produções agrícolas (o que não significa necessariamente lucro para os agricultores). Houve uma razoável produção de amêndoa e uma grande quantidade de uvas. Nalguns locais as videiras chegaram a tombar com o peso das uvas.
A vindima está quase a terminar (se não terminou já). A Adega Cooperativa de Vila Flor não abriu portas. Expirou. É pena que num concelho marcadamente vinícola esta estrutura desapareça. As iniciativas para a saldar as suas dívidas não tiveram sucesso uma vez que algumas instituições não quiseram assumir tal fardo.
Pela primeira vez participei na vindima e, imagine-se, pisei uvas como nos “velhos tempos”.

12 outubro 2010

Cantos da Montanha ( III - 6)

Nesta explosão telúrica me atomizo
e atinjo o coração de invisíveis astros.
Vai-se esbatendo a linha divisória
entre os vivos e os mortos.
Um tremor de castanheiros .
apressa-se a despegar-me do corpo
o grude das leitosas pálpebras da inocência.

Que eu encontre uma sarça dos cumes da montanha,
a que bebeu tanto vento e luz
que se transformou em íman ou mastro.
Talvez seja uma hipótese de atingir
um ignoto clarão perdido nos espaços
desvendando a cerrada névoa
que antecede o poema.

Poema do mais recente livro do Dr. João de Sá, Cantos da Montanha (Canto III, 6).

Fotografia: alto do Facho, Vila Flor, hoje à tarde, durante um passeio de BTT.

Cogumelos (4)

Com a chegada das chuvas do Outono aguarda-se com alguma ansiedade a chegada dos primeiros cogumelos, normalmente os rocos. Mas, em Freixiel, encontrei no dia 5 de Outubro uma pessoa com um balde com bastantes fungos. Tratava-se de uma espécie totalmente desconhecida para mim, que se desenvolve nos troncos dos olmos.
Também encontrei o resto de um tronco de sobreiro repleto de um cogumelo que penso que são as repolgas. Estavam num estado bastante avançado do desenvolvimento e já merecia a pena colhe-las. Como também não é um cogumelo que me oferece confiança colher, nunca o apanharia, mesmo que estivesse boas.

03 outubro 2010

Peregrinações - Nossa Senhora do Castanheiro (Valtorno)


A caminhada do dia 26 de Setembro de 2010, integrada na série “Peregrinações” levou-nos por terras de Carvalho de Egas , Valtorno e Seixo de Manhoses. O destino final foi a igreja de Nossa Senhora do Castanheiro, em Valtorno.
A manhã mostrou-se fresca e com uma luminosidade notável, logo à partida de Vila Flor. O caminho seguido foi sensivelmente o mesmo na caminhada ao Santuário de Santa Cecília. Com as obras da nova estrada, é cada vez mais difícil passar em certos locais, mas, como ao fim-de-semana não há máquinas em movimento, não tem havido grandes problemas.
Na barragem Camilo Mendonça havia já algumas pessoas a fazerem a sua ginástica matinal, sobre o olhar atento de uma garça-real, que procurava o seu pequeno-almoço. Fizemos um passeio pelo mini-zoo que se apresenta bastante povoado, pelo menos no que toca a aves. Pode ser que, um dia destes, aqui mostre um pouco do que aí pode ser visto.
Depois de passarmos o Concieiro, continuámos na mesma direcção entre as freguesias de Valtorno e Seixo de Manhoses. Este caminho vai terminar junto à igreja que pretendíamos visitar, mas não íamos segui-lo até ao fim.
Deixámos a crista da montanha a 700 metros de altitude e descemos em direcção a uma das curiosidades mais destacáveis de Valtorno, a fonte arcada conhecida pelo curioso nome de Paijoana. É uma fonte medieval, em arco, de que já fiz eco em várias anteriores visitas a Valtorno. Esta fonte inspira uma das mais curiosas lendas do concelho, como quase sempre, à volta de uma moura encantada. Estou sempre à espera da noite de S. João para visitar a fonte. Quem sabe não me toca a mim a manta de ouro que a dita moura tece num tear de marfim! Mas quando chega o dia de S. João, esqueço-me.
A localização desta fonte não é alheia à existência, logo atrás dela, de vestígios de um povoamento bastante antigo, de certeza mais antigo do que a fonte. Numa extensão bastante grande há vestígios de muralhas e de habitações. É o Cabeço Murado, ou como o povo diz, Cabeça Murada.
Quando nos dirigíamos para a Capela N.ª Senhora da Luz, no centro da aldeia passámos junto a uma estrutura da freguesia bastante interessante. Trata-se de um parque infantil, tendo ao lado uma área para assadores, mesas e casas de banho, que permitem a realização de convívios e confraternizações. Tudo numa zona muito aprazível e vedada. São espaços assim que são bem-vindos em qualquer freguesia.
A visita à capela de Nossa Senhora da Luz deixou o meu companheiro de viagem bastante chocado. Não compreendia como se pode chegar a tal abandono, quando o património histórico e religioso das nossas aldeias nem é assim tão abundante. Sentimentos semelhantes senti eu, na primeira vez que a visitei.
Descemos em direcção à capela do Santíssimo, onde se celebrava a Eucaristia. Teria sido interessante visitar o seu interior, mas será uma tarefa a realizar no futuro. Já poucos metros nos separavam da igreja de nossa Senhora do Castanheiro, que se ergue num outeiro a sudoeste da povoação.
A designação da igreja, Nossa Senhora do Castanheiro, deriva de mais uma lenda que dá contada da aparição de Nossa Senhora entre as pernadas de um velho e enorme castanheiro que, completamente desgastado pelo tempo, se apresenta ainda imponente, mesmo sem qualquer sinal de vida. A morte total é recente, uma vez que me recordo de ainda lhe ver algumas folhas verdes. A seu lado cresce um novo castanheiro, que, com o tempo se tornará grande e continuará a ser aquele onde apareceu nossa senhora, por mais alguns séculos.
A igreja também é digna de referência. Construída a algumas centenas de metros do povoado, deve ter sofrido ampliações e alterações ao longo dos séculos. Talvez a sua origem esteja numa capela românica do séc. XIII mas o o grosso do que a constitui actualmente é atribuído ao séc. XVIII. O seu portal românico é, sem dúvida, o elemento arquitectónico de maior valor e que mais chama a atenção, com um arco de volta inteira. Não foi possível entrar no seu interior, mas já aí estive por várias vezes.
Depois de atingido o objectivo, podíamos regressar por um caminho bastante rápido, passando novamente pelo Concieiro, mas, para tornar a caminhada mais agradável, seguimos pelo caminho dos moinhos que desce em direcção à Barragem de Valtorno-Mourão. Embora o época do ano não seja a mais propícia, este percurso é muito agradável. Mais agradável se tornaria se houvesse tempo para explorar as ruínas dos diferentes moinhos que vão aparecendo ao longo do ribeiro.
A certa altura começa a ver-se a barragem. Ganha uma tonalidade de azul interessante, vista do alto. Aos Domingos, e ao final das tardes, há sempre alguns pescadores a tentarem a sua sorte.
Quando chegámos ao cruzeiro, lugar onde se encontram muitos caminhos, seguimos aquele que nos levaria mais rapidamente ao Seixo, onde chegámos perto da uma da tarde. Satisfeitos com o percurso feito e para não chegarmos muito tarde a casa, telefonámos para nos irem buscar. Percorremos perto de 15 quilómetros a pé; o percurso foi muito interessante; já merecíamos o almoço.

Percurso realizado:
GPSies - VilaFlor_Valtorno_VilaFlor

02 outubro 2010

Freguesia Mistério 40

O regresso da Freguesia Mistério parece ter despertado a vontade de participar uma vez que teve uma boa adesão (se compararmos com as anteriores).
Desde cedo o voto se inclinou par a resposta certa, mas, no final, esta não chegou a atingir os 50%. Este bonito cruzeiro existe na freguesia (em que há mais cruzeiros) e que é Valtorno. ainda na semana passada o visitei e está tão bonito como a fotografia ilustra. Está sempre muito bem cuidado, cheio de flores e com lamparina acesas. Está implantado num dos pontos mais elevados da aldeia, onde se encontra a Rua da Máquina com a Rua do Freixinho. Em breve publicarei outras fotografias deste cruzeiro.
Foram validados 23 votos, que ficaram distribuídos da seguinte forma:
Benlhevai (1) 4%
Freixiel (1) 4%
Lodões (1) 4%
Mourão (1) 4%
Nabo (4) 17%
Samões (1) 4%
Santa Comba de Vilariça (1) 4%
Valtorno (11)  48%
Vila Flor (1) 4%
Vilarinho das Azenhas (1) 4%

O novo desafio é outro cruzeiro. Situado no coração de uma aldeia do concelho, dá nome ao largo.
Em que freguesia podemos encontrar este cruzeiro?



Freguesia Mistério 40

Em que freguesia podemos encontrar este cruzeiro?