20 dezembro 2006

Alagoa, lá no alto...

Hoje, dia de mau tempo, de vagas de frio, de alerta de todas as cores, o dia esteve magnífico. Passei toda a manhã a olhar ao longe e a pensar – hoje tenho que ir dar um passeio.
Saí pouco depois das 2 da tarde. Como cheguei à conclusão que, durante o Inverno, é preferível evitar o Vale da Vilariça, decidi ir até Alagoa. Outra das razões foi porque, em conversa com alguns amigos, soube que Alagoa era o ponto mais alto do concelho de Vila Flor. Na verdade não está muito distante de Fonte Longa que é o ponto mais alto de Carrazeda de Ansiães.
Eu acreditava que o ponto mais elevado seria nos montes a Norte do Santuário da Nossa Senhora da Assunção, o Monte de S. Cristóvão ou a Serra do Faro, mas estes têm de altitude respectivamente 792m e 822m. Alagoa atinge os 852 metros na Capela de Nossa Senhora de Fátima.
Chegar a Alagoa não foi difícil. Depois de Vale de Torno (Vale Torno ou Valtorno?) subi à igreja matriz. Trata-se de uma igreja que apoiava os peregrinos que se deslocavam para Santiago de Compostela e onde se faz uma grande festa a Nossa Senhora do Castanheiro.
Continuei a subir até ao Cruzeiro dividindo a minha atenção por duas coisas: por um lado ia olhando para trás e admirando Valtorno, a sua exposição ao Sol, sempre a convidar à fotografia, por outro lado, olhava a grande extensão de área ardida que se estendia até perder de vista. Recordo que num dos dias, em Setembro, quando vim pela primeira vez a Vila Flor, a comunicação social falou de um grande incêndio que lavrava precisamente neste local. Foi uma grande perca.
Cheguei a Alagoa. Do lado direito o cemitério, do lado esquerdo a Escola Primária, muito bem orientada ao sol, com aquecimento central, um grande recinto à volta e com erva de metro no recinto. Infelizmente aqui já não aprendem nem brincam crianças. Mais à frente encontrei um nicho, muito interessante, com a inscrição “Promessa Nelson Trigo 1.1.1995”. Lá dentro está uma Senhora com um menino ao colo, que não consegui identificar.
Percorri as principais ruas da aldeia: Rua do Fundo do Povo, Rua dos Olmos, Rua da Capela, Rua Principal e segui pela Rua dos Cabeços. Cheguei ao Santuário da Nossa Senhora de Fátima com o campo de futebol ali ao lado. Aproveitei para passear os olhos por tudo à minha volta. Ali perto, Pena Fria e Fonte Longa mais acima. Mais longe Vilarinho da Castanheira com o seu Santuário de Nossa Senhora da Assunção. Mais para poente pareceu-me ver a silhueta do Castelo de Ansiães, em Lavandeira, não estou certo de que era mesmo. Para nascente, a Serra do Reborredo, sempre presente e, continuando a volta, a Serra de Bornes, que parece observar-me em todos os meus passeios.
Desci de novo à aldeia. De vagar fui-me aproximando da saída. Depois de um último olhar em que vi praticamente a aldeia recortada no céu com o Sol que me ofuscava, segui rapidamente até Mourão. Um pouco à sorte, atrás da igreja, virei à direita. Segui algumas centenas de metros e acabei por encontrar o cemitério. Mais alguns metros e encontrei uma paisagem magnífica. Lá ao fundo a Barragem Valtorno-Morão. Mais acima o Seixo de Manhoses recebia os últimos raios de Sol.
A temperatura descia rapidamente. Voltei à aldeia e desci rapidamente até Valtorno. De vez em quando tinha que esfregar a cara, o frio já era muito. Cheguei a Vila Flor ao cair da noite.

Quilómetros percorridos: 32
Total de quilómetros: 227
Total de fotografias: 3727

Nota: Na fotografia da igreja apaguei mais de uma dezena de fios eléctricos e alguns postes. Ficou muito mais agradável.

17 dezembro 2006

Boas Festas


Este blogue começa a ser visitado por um número considerável de pessoas de Portugal e de países mais distantes.
Para os que estão mais próximos, mas principalmente para os que estão mais distantes destas saudosas terras de Vila Flor, mando os meus sinceros votos de um Bom Natal.
Aproveito para isso um bonito presépio na freguesia de Samões, junto à Igreja (que por sorte tinha a iluminação desligada).

Vou manter-me por Vila Flor mais alguns dias. Depois, vou ausentar-me para visitar familiares noutras paragens. Se poder, vou partilhar mais algumas "descobertas" de Vila Flor.

16 dezembro 2006

Festa de Natal

Ontem foi dia de festa! Os alunos das escolas de 1.ºCiclo de Vila Flor, as crianças do pré-escolar de Vila Flor e os seus homólogos de Samões, juntaram-se no Centro Cultural para a Festa de Natal. Foi uma festa grande e uma grande festa. Das nove da manhã à uma da tarde, mostram do que são capazes aquelas mentes irrequietas, quando a palavra de ordem é festa. Dançaram, cantaram em Português e Inglês, representaram e até tiveram tempo para um lanche a meio da manhã.
Os professores e educadores, muitos deles vestidos de Pai Natal, esqueceram a rigidez da sala de aulas. Os pais, tal como eu, olhavam babados os projectos de futuro.
Com o apoio das Juntas das freguesia abrangidas e de algumas casas comerciais, as crianças tiveram ainda direito a algumas guloseimas e presentes.
Começa agora o período de férias. Espero que não se dediquem só à televisão! Há livros na biblioteca; há amigos; há a família; umas voltas de bicicleta também são saudáveis.

15 dezembro 2006

Cheguei a Lodões

Parti em direcção ao Santuário da S.ª da Lapa. A saída foi mais tardia porque tive que esperar que as baterias da máquina fotográfica se carregassem.
Passei a capela da S.ª dos Remédios e continuei até à Fraga do Frade. Estava um céu limpo mas havia muita neblina. A vista da Vila, habitualmente muito bonita, estava muito enevoada, sem contraste. Continuei. Não devo ter feito as opções certas, de repente vi-me em direcção à Quinta de S. Gonçalo. Não era esse o caminho que queria seguir! Sabia que algures, mais abaixo, passava a estrada para Róios. Segui em corta-mato, algumas vezes com a bicicleta às costas pelo meio de pinhais jovens e densos. Cheguei à estrada, mesmo à entrada de Roios, junto a umas alminhas. O sol já só iluminada metade da aldeia, conclui que tinha feito a opção errada. Descer em direcção ao Vale da Vilariça durante as tardes frias, é ir de encontro às sombras, uma vez que o sol rapidamente se esconde deixando o vale na penumbra e frio.
Depois de umas rápidas fotografias panorâmicas, nem sequer pensei em tomar um café ali ao lado da capela, segui pela estrada que desce em direcção a Lodões.
Encontrei alguns grupos que apanhavam azeitona nas muitas oliveiras que existem por estas bandas.
Antes de chegar a Lodões cortei à direita por um caminho rural. Havia um cabeço, talvez o Cabeço do Pereiro, de onde eu pensava ter uma vista agradável do vale e da aldeia. Acabei por não subir ao cabeço porque o caminho começou a descer. De repente dei comigo a “nadar” em água. De onde sai este ribeiro de água em pleno caminho? Descobri! De uma conduta de água que passa pelo caminho. Tenho acompanhado o problema da água de Vila Flor nos últimos anos; tenho vigiado o nível lento mas crescente da água na Barragem do Peneireiro e fui encontrar ali aquele desperdício descontrolado? Alguma coisa estava mal. Devo acrescentar que hoje foi comunicado à Câmara Municipal a existência dessa fuga de água. Reconheceram saber a existência de uma grande fuga mas ainda não tinham ainda descoberto a sua localização. Afinal este percurso de bicicleta teve uma utilidade inesperada.
Junto à aldeia mais ranchos de pessoas apanhavam azeitona. Aqui as oliveiras misturam-se com videiras e laranjeiras. Estas últimas estão lindas. O verde escuro contrasta com o laranja dos frutos abundantes e maduros. Com a luz quente do fim do dia, a visão é deliciosa.
Cheguei a Lodões pela Rua das Eiras, a aldeia parecia abandonada. Cruzei-me com duas idosas e alguns cães que tentam insistentemente em fazer-me abandonar as ruas o mais rapidamente possível.
Procurei alguns locais de interesse ser perder muito tempo. Encontrei uma capela (Capela de Nossa Senhora do Rosário, Séc. XVI), uma casa brasonada que penso tratar-se do Solar dos Reimão Meneses, do séc XVIII e uma fonte, Fonte Romana, no Largo da Fonte, mas que está datada de 1680. Visitei a escola primária, com ar de abandono e a igreja do séc XVIII dedicada a S. Tiago. Aqui a altitude é de 223 metros.
Os últimos raios de sol chegavam à porta da igreja. Um longo percurso me esperava. Desci à Estrada N102, agora sabia onde estava. Mais à frente ainda parei para fotografar as alminhas do Anjo da Guarda no início da Rua do Bairro. A minha vontade era parar por ali, sujar as botas nos campos, saborear as laranjas e as tangerinas que por ali abundam, mas, - ala que se faz tarde (como se diz por Mogadouro). Com uma pedalada forte cheguei a Sampaio. Olhei para trás. A Serra de Bornes estava enorme, em tons quentes, por cima dos pavilhões verdes das Águas Frize (antigas Águas de Bem Saúde). Nestes passeios de Outono/Inverno, nunca me dá a sede! Muitos litros de água bebi quando “descobria” Miranda do Douro!
Vila Flor estava a uns míseros 5 quilómetros. Mas que 5 quilómetros! Dos 212 metros junto à Ribeira de Roios que passa perto de Sampaio tem que subir-se até aos 520 metros de altitude, perto do Navalheiro, em mais ou menos 4 quilómetros. Não, não vou por aí…
Segui em direcção à Ribeira da Vilariça. Bem que me apetecia parar para descansar e dar uma vista de olhos na antiga fonte das Águas de Bem Saúde, mas o tempo começava a ser valioso. Lancei um olhar rápido à Junqueira. Quem por ali passa, sabe do que estou a falar. Aquela aldeia, que se adormece todos os dias num berço de centenas de metros de altitude, recolhe os últimos raios de calor e brilha de dourado com o fogo que se extingue, lá no alto, perto do Seixo de Manhoses.
Quando cheguei à ponte sobre a ribeira, a Junqueira já estava deitada, as sombras já a tinham coberto. Atingi o limite do concelho de Vila Flor. Estava agora a 140 metros de altitude e tinha 11 quilómetros pela frente até chegar a Vila Flor.
Sabia o que me esperava, por isso pedalei calmamente, doseando as forças, esquecendo o tempo e o cansaço. Guardei a máquina fotográfica, a colheita estava terminada.
Durante a subida ainda enfrentei os olhares incrédulos de alguns trabalhadores que recolhiam da apanha da azeitona. Calculo que comentariam se não seria mais útil eu gastar as energias a apanhar a azeitona, mas esse desafio já o arrumei, por este ano.
Cheguei a Vila Flor pelas dezoito horas. A noite estava fria e eu cansado suado e sujo. Descobri mais um pedaço de Vila Flor. Umas migalhas em partilho aqui, mas a maior parte, vou guardar comigo.

Quilómetros percorridos: 32
Total de quilómetros: 195
Total de fotografias: 3587

13 dezembro 2006

A caminho de Lodões

Esta aldeia, Lodões, era completamente desconhecida para mim. É um daqueles lugares onde se passa ao lado e em que nunca reparamos. No dia 19 de Novembro passei na N102 (E802) e tirei uma boa fotografia de Lodões. Esta fotografia já correu mundo e recebeu críticas muito favoráveis.

A ideia de hoje, dia 13 de Dezembro, foi partir à descoberta de Lodões.

Não é fácil chegar lá, mas quando a vontade é forte, não há limites. Decidi tomar uma caminho alternativo, usando o menos possível as estradas. Desconheço os caminhos e as "aventuras" pelo desconhecido, não me têm corrido muito bem. Mas, não é isso mesmo a ventura?

Aqui estou, cansado mas contente. Poderia contar-vos toda a história mas tenho que dedicar-me a corrigir os últimos testes, neste 1.ºperíodo, dos meus alunos. Corrigir quase 150 testes consome muitas horas em casa. É pena que este trabalho não seja valorizado. Seria muito mais agradável ficar aqui a seleccionar fotografias e a contar as minhas "aventuras" mas não ficava satisfeito comigo mesmo. Amanhã, com mais calma, contarei toda a história.
As duas fotografias que partilho hoje foram tirada no dia 19 de Novembro, quando passei a primeira vez por Lodões. Uma bonita fotografia exige entrega, abstracção, prazer, adoração e depois partilha. É tudo isso que sinto. Mais do que "chapas" são pedaços de vida, da minha vida, que partilho convosco.

11 dezembro 2006

Este fim-de-semana

Este fim-de-semana, que até foi prolongado, fui até ao Planalto Mirandês. Na Sexta e Sábado aproveitei para apanhar alguma azeitona nas encostas do Sabor. O “exercício” deixou algumas marcas nas minhas costas e nos meus músculos, essa foi a razão de não haver nenhuma “descoberta” em Vila Flor.
Começam a chegar até mim os primeiros reflexos deste blogue. Eu tenho grande parte da minha família espalhada por essa Europa, eu próprio considero-me imigrante desde os 12 anos de idade. Sei como nos toca ver uma fotografia da terra que nos viu nascer, que marcou a nossa meninice, onde vivem os nossos pais e onde passamos os quinze dias mais rápidos do ano. Prometo visitar todos os locais, do mais conhecido ao mais discreto e satisfazer a saudade daqueles que me contactarem. Não posso publicar todas a fotografias, já ultrapassam os 3,5 milhares, mas farei o que for tecnicamente possível.
Fica mais uma fotografia do ambiente em Vila Flor, hoje. O dia esteve claro mas muito frio. A iluminação de Natal que alegra as principais ruas, aquece-as durante a noite. Mesmo assim, vivem-se os dias mais frios do ano.
Vai decorrer um concurso de decoração de montras e de presépios, levado a cabo pela Câmara Municipal. Até ao momento ainda não vi nada que mereça reparo, mas estou atento.
Também vai decorrer um concurso de “Cantar o Reis” no dia 7 de Janeiro de 2007. Se estiver por aqui, prometo dar-vos conta do que acontecer.

06 dezembro 2006

Às voltas no Arco

A opção pelo Arco foi tomada por uma questão de diversificação de percursos em relação aos anteriores. Assim, vou ficando com uma melhor ideia de todo o concelho e vou planeando melhor as saídas seguintes. Devo dizer que os meus “cálculos” não têm "funcionado" muito bem. Não tenho nenhum mapa pormenorizado do concelho (apesar de já ter usado de todas as influências que tenho). Estou por aqui desde Setembro! Já vivi em Vila Flor o ano lectivo 1996-1997 mas estou a chegar à conclusão que, nessa altura, pouco conheci.
O Arco é um anexo da freguesia de Vila Flor. São aproximadamente 3 quilómetros de distância à sede de concelho. Talvez por isso, estava à espera de um lugar pequeno, com meia dúzia de pessoas. Confesso que fiquei surpreendido!
As casas estão concentradas junto à igreja prolongando-se até ao Fundo do Povo mas estendem-se por várias outras ruas.
Quando cheguei, o ribeiro chamou a minha atenção. Pouco depois de passar a escola primária, cortei à direita, passei num campo de futebol e cheguei ao ribeiro. Tem um caudal razoável mas o ambiente não estava propício a fotografias. Continuei a subir por uma calçada bastante inclinada, sendo alvo dos olhares curiosos de bastantes idosos que por ali se encontravam.
Abandonei as casas e continuei a deslocar-me para Norte até conseguir uma visão agradável de grande parte da aldeia. Como sempre lá estavam os fios. Desta vez de alta tensão. As nuvens não estavam amigáveis e chuviscava a cada momento.
Como já é também habitual, um bando de cachorros irrequietos perseguia-me por todo o lado.
Voltei de novo à aldeia, passei pelo Largo da Ponte e cheguei à igreja e ao Largo de S. Lourenço. Que faço, subo ou desço?
Optei por subir. Subi até encontrar o cemitério, ou melhor, os cemitérios, um venho e ou movo ainda com pouca ocupação. Continuei a subir até atingir o cume de um monte de onde se avistava num ângulo de 360º uma imensidão de planeta. Infelizmente a chuva toldou-me a vista. Insisti tentando tirar proveito do esforço. Fotografei a aldeia, o Vale da Vilariça, O Seixo de Manhoses, a aldeia abandonada do Gavião, uma pontinha de Vila Flor, a Serra de Bornes e outras montanhas a perder de vista.
Desci de novo à aldeia. Desta vez segui em frente, atravessei a Rua Principal e desci até uma ponte onde se encontram dois ribeiros. Vaguei por ali, procurando retratar as hortas que de momento não têm bom aspecto e saboreei alguns medronhos (encontrei-os por todo o lado). Procurei alguma queda de água mas não vi nada.
Quando ando nestas andanças, esqueço o tempo, o cansaço, o frio e a sede, ando absorvido com tudo à minha volta, como se o mundo parasse. Mas não pára e o relógio ordenou-me para partir pela Rua do Carvalhal em direcção ao Nabo.
O que será que me espera? Mais uma estrada estreita, muito agradável com uma paisagem lindíssima. De repente, do lado direito, lá ao fundo no ribeiro, lá estavam algumas cascatas! Agora que o meu tempo se esgotou… segui. Junto das cascatas havia algumas ruínas possivelmente de moinhos de água. É um bom local para uma outra visita.
Larguei os travões e bati todos os recordes de velocidade até chegar ao Nabo. Por ali já se apanha muita azeitona.
Não me desviei da estrada principal e saí tentando chagar à N215 que afinal ainda estava bem longe. Tentação das tentações ainda tentei encontrar uma capela que estava sinalizada junto à saída do Nabo mas desisti e voltei à subida.
Pedalei, pedalei, perdi a noção do tempo. À medida que ia subindo a luz ia descendo. Agora, depois daquele episódio a subir de Sampaio para Vila Flor, já trago comigo um colete florescente.
Atrás de mim as luzes de Moncorvo acenderam-se. Pouco depois avistei uma estrela vermelha luminosa, colocada no miradouro por cima da Sr.ª da Lapa, anunciando o Natal.
Parei para tirar mais umas fotografias, daquelas que ficam péssimas, mas que insisto em tirar, apoiando a máquina numa qualquer parede e muitas vezes no selim da bicicleta!
Também parei junto à Fonte Romana para conversar com alguns alunos que esperavam os autocarros e que me convidaram a visitar Freixiel, Valbom, etc.
Quando arranquei, tocou o telefone das preocupações. Sosseguei o pessoal, estou em casa.


Quilómetros percorridos: 21
Total de quilómetros: 163
Total de fotografias: 3464

04 dezembro 2006

Fui ao Arco

Hoje o passeio foi ao Arco. O tempo estava mau e, por várias vezes, caíram chuviscos. Apesar de todos os contra-tempos, dei um grande passeio e fiz um bom conjunto de fotografias. Partilho desde já estas duas e deixo a promessa de amanhã disponibilizar mais algumas.
Estas duas fotografias foram tiradas de locais completamente diferentes: a primeira foi tirada já fora da aldeia, quando ia a caminho de um ribeiro, perto da estrada que vem do Seixo de Manhoses; a segunda foi tirada no fundo da aldeia junto de uma antiga eira.
O céu esteve sempre muito escuro mas, momentos houve, em que apresentou muita beleza.


01 dezembro 2006

Jazz no Centro Cultural de Vila Flor

Hoje houve Jazz no Centro Cultural de Vila Flor.
O Quinteto Jazz de Lisboa apresentou-se em palco e tocou durante pouco mais de uma hora. O reportório privilegiou a música portuguesa de raiz tradicional. Foi possível ouvir um vira do Minho ou uma canção alentejana com roupagem jazz. O fado também esteve presente com “Se uma gaivota viesse”. O prato forte foi mesmo Zeca Afonso! Fomos brindados com bonitas versões de Maria Faia, Traz Outro Amigo Também, Milho Verde… Não recordo de ter ouvido cantar nada que não fosse em português. Estiveram presentes pouco mais de meia centena de pessoas em grande parte jovens o que é um bom sinal. Quando o espectáculo começou ainda se jogava o Sporting-Benfica e os cafés estavam a abarrotar de gente. O jogo talvez tenha afastado alguns menos convencidos de que um grupo nacional de jazz, com raízes na música tradicional, em Vila Flor, não é uma oportunidade de se perder.
Eu adorei. Pelas palmas (apesar do ambiente estar um pouco frio), as restantes pessoas também gostaram. Questionei os meus dois filhos: o mais novo, 7 anos, gostou muito. O mais velho, 12 anos, gostou e achou muito melhor do que o “jazz” que eu por vezes canto em casa!

Santuário de Nossa Senhora da Lapa

Hoje o dia não estava muito agradável para passeios de bicicleta mas consegui fazer os meus dois rapazes sair da "toca" para fazermos umas curvas todos juntos.
Aproveitámos o jardim do Largo do 7.º Centenário para o mais novo se exercitar. Na última vez que andou de bicicleta esmurrou um joelho por completo! Depois de alguns quilómetros a andar à roda parti, juntamente com o mais velho (12 anos), para o Santuário da Nossa Senhora da Lapa.
Fazia muito frio e o céu estava completamente coberto de nuvens. Descobrimos algumas coisas com interesse (fotográfico), mas o melhor é voltarmos outros dias porque hoje não estava mesmo um dia propício. Isso não nos impediu de fazermos o gosto ao dedo.
Demos uma espreitadela em todas as capelas e na Ermida da Senhora da Lapa, onde a tradição diz ter aparecido a dita Senhora. Todo o complexo do santuário, remodelado recentemente, tem um aspecto muito agradável. Os arbustos rasteiros com folhas e bagas de várias cores dão um colorido muito agradável para a época. Também as tonalidades do Outono nas folhas das árvores ajudam a enfeitar o conjunto.
Há algum lixo por ali espalhado e rodeiras de alguns aceleras que não respeitam nada. Não falta ali perto espaço para darem azo às suas acelerações. Que respeitem o espaço é o mínimo que se pode exigir.
Descemos rapidamente da montanha. Como já disse o ar estava muito frio e a paisagem ao longe já se vestia de um cinza carregado.
Fotografia 1 - Aspecto de algumas capelas que integram o santuário.
Fotografia 2 - Interior da capela que aparece ao centro na fotografia um.
Fotografia 3 - Madressilva (Lonicera etrusca) florida que encontrámos quando íamos a subir.

Quilómetros percorridos: 10
Total de quilómetros: 142
Total de fotografias: 3178

29 novembro 2006

Decobrir o Mourão

O objectivo de hoje era Valtorno, só me apercebi do Mourão já no final do percurso. Tinha o tempo limitado com uma reunião marcada para as 17:30 mas apetecia-me partir numa direcção diferente dos percursos anteriores.
Como se pode ver pelas fotografias, o dia estava bonito. Sol, o céu limpo e um ar fresco (a TV até lançou um alerta para a vaga de frio). Saí depois das 14:00, de calções, não senti frio. Segui pela N214 até Carvalho de Egas. Não há dificuldades e apreciei a paisagem em direcção ao Rio Tua, aquela que também apreciei quando fui à Ribeirinha.
Chegado a Carvalho de Egas desci para Valtorno. O objectivo era ficar por aí mesmo, mas quando vi que a estrada continuava senti um impulso. Olhei para o relógio e continuei. Estava agora à aventura uma vez que não sabia para onde seguia. Cortei à esquerda e subi por uma estrada ladeada de castanheiros de folhas amarelas, com uma bela vista sobre Valtorno (Foto 1). O piso era bom e a subida não muito acentuada. Para dizer a verdade, não sabia onde ficava Mourão. Apenas recordo estar uma vez nesta aldeia mas era de noite e fiz o percurso desde Carrazeda. De repente, fascinou-me a visão que tinha para o Vale da Vilariça. O concelho de Vila Flor está a revelar-se extraordinário, com paisagens estonteantes, horizontes abertos e estradas panorâmicas.
Lá ao fundo comecei a ver a Barragem Valtorno-Mourão (Foto 2). Não sabia que era por aqui! Pensei que o acesso se fazia pelo Seixo! Em Valtorno corria um farto ribeiro que penso que se dirige para a barragem, mas esta está com um nível bastante baixo. É necessário ainda muita água para a encher.
De repente avistei a aldeia, fiquei mais sossegado. Esta aldeia já pertenceu ao concelho de Vilarinho da Castanheira, depois ao de Carrazeda de Ansiães e actualmente pertence ao concelho de Vila Flor. O sol só já iluminava meia dúzia de casas, mas, mesmo assim, não desisti. Cheguei à aldeia (Foto 3). A igreja estava fechada e aproveitei para subir ao campanário (Foto 4). Esta igreja é dedicada a S. João Baptista e foi instituída sede de Paróquia em 1640. O que se avista não é surpreendente. Comecei a subir a aldeia, não é fácil. Tomei um café, num ambiente agradável, com uma lareira acesa. Ainda por cima a preço de saldo, só me custou 40 cêntimos!
Fui mesmo até ao início da aldeia. Se não tivesse limitação de tempo, era capaz de seguir até ao Mogo.
Fotografei o nicho de S. João Baptista (Foto 5) o Santuário de S. Círico e comecei o caminho de regresso.
A descer todos os santos ajudam. Passei por Valtorno sem grandes demoras e subi pela N324 até Carvalho de Egas. Cortei à direita em direcção ao Santuário de Santa Cecília. Antes de chegar ao Santuário cortei à esquerda por uma caminho de terra por onde passei há mais de 20 anos com a minha Zundapp Famel XF 17. Não é a marca de um veículo todo terreno, trata-se da motorizada que me acompanhou nos anos mais loucos da minha vida.
Depois de alguns percalços, cheio de adrenalina do verdadeiro TT, cheguei à Barragem junto à Piscina. Continuei em direcção a Vila Flor mas antes de chegar à estrada que vem do Seixo, cortei à esquerda por um caminho que me levou até Vila Flor.
Mesmo a tempo!

Quilómetros percorridos: 27
Total de quilómetros: 132
Total de fotografias: 3081

28 novembro 2006

Fraga do Ovo - Candoso

No dia 26, a caminho de Carrazeda, parei em Candoso para tirar mais algumas fotografias à Fraga do Ovo. Esta "pedra bolideira" é muito conhecida, sendo um dos "postais" de Vila Flor.Par isso contribui a sua localização, junto à estrada N314, mas também o seu tamanho e posição. A luz era pouco e optei mesmo por colocar a fotografia a Preto e Branco. Tem um ar mais irreal...místico.
Junto à estrada comecei a encontrar algumas sanchas e aventurei-me um pouco no pinhal. Encontrei outros cogumelos entre os quais dois Phallus impudicus (que podem ser vistos aqui). A chuva estraga os poucos cogumelos que ainda existem. Este ano não tive disponibilidade para fazer uma das coisas que mais gosto, procurar cogumelos. Ainda bem que alguém o fez por mim porque também gosto de os comer.

22 novembro 2006

À descoberta da Ribeirinha

Já andava com vontade de ir ver o Rio (quem sabe se são saudades do Douro?). Pareceu-me uma boa opção a Ribeirinha. Este lugar pertence a Vilas Boas e não conhecia praticamente nada dele. Sabia apenas que a Linha do Tua passava lá, já fiz algumas viagens de comboio nesta linha.
O percurso até Vilas Boas foi rápido. Andei por ali algum tempo, mas desta aldeia falarei noutra oportunidade. A partir de agora era a descoberta...
Mas que descoberta! Quilómetros e mais quilómetros numa interminável descida. Não é que a descida não me agradasse mas eu sabia que tinha que subir.
Da estrada tem-se uma vista magnífica. Não consegui identificar as serras e localidades que se avistavam do outro lado do Rio Tua. Do lado oposto do rio mesmo em frente à Ribeirinha está Barcel, essa sim eu sabia.
Na Ribeirinha há duas capelas, creio que ambas dedicadas ao Santo António. A mais antiga é do Século XVII (a mais recente é a que aparece na fotografia).
Caminhei um pouco pela linha, tirei fotografias à estação e a minha atenção centrou-se no rio. Tem um grande caudal e não está muito fotogénico. Nas margens, algumas árvores, largam as suas folhas pintadas de Outono. Há muita erva verdíssima, não admira, não vi por ali nenhum animal a pastar!
Havia alguns diospireiros carregados de frutos que despertaram a minha atenção. A luminosidade era diminuta. Alterei a sensibilidade da máquina para 200 ISO e tentei a minha sorte. Consegui algumas fotografias com qualidade aceitável.
As habitações não despertaram muito a minha atenção. Segui em direcção da escola pré-fabricada, abandonada e em ruínas.
Decidi que estava na hora de começar a subida. A Ribeirinha está a 200 metros de altitude e subir até aos 676 metros não era tarefa fácil.
Durante a subida (lenta), aproveitei para admirar mais uma vez as belas vistas. A Quinta da Peça também merecia umas fotografias mas a luminosidade já não permitia.
Cheguei a Vilas Boas quando começava a anoitecer. Pedalei o mais que pude, agora já com uma velocidade razoável, cheguei a Vila Flor rapidamente.


Quilómetros do percurso: 25
Total de quilómetros: 105
Total de fotografias: 2830