06 dezembro 2006

Às voltas no Arco

A opção pelo Arco foi tomada por uma questão de diversificação de percursos em relação aos anteriores. Assim, vou ficando com uma melhor ideia de todo o concelho e vou planeando melhor as saídas seguintes. Devo dizer que os meus “cálculos” não têm "funcionado" muito bem. Não tenho nenhum mapa pormenorizado do concelho (apesar de já ter usado de todas as influências que tenho). Estou por aqui desde Setembro! Já vivi em Vila Flor o ano lectivo 1996-1997 mas estou a chegar à conclusão que, nessa altura, pouco conheci.
O Arco é um anexo da freguesia de Vila Flor. São aproximadamente 3 quilómetros de distância à sede de concelho. Talvez por isso, estava à espera de um lugar pequeno, com meia dúzia de pessoas. Confesso que fiquei surpreendido!
As casas estão concentradas junto à igreja prolongando-se até ao Fundo do Povo mas estendem-se por várias outras ruas.
Quando cheguei, o ribeiro chamou a minha atenção. Pouco depois de passar a escola primária, cortei à direita, passei num campo de futebol e cheguei ao ribeiro. Tem um caudal razoável mas o ambiente não estava propício a fotografias. Continuei a subir por uma calçada bastante inclinada, sendo alvo dos olhares curiosos de bastantes idosos que por ali se encontravam.
Abandonei as casas e continuei a deslocar-me para Norte até conseguir uma visão agradável de grande parte da aldeia. Como sempre lá estavam os fios. Desta vez de alta tensão. As nuvens não estavam amigáveis e chuviscava a cada momento.
Como já é também habitual, um bando de cachorros irrequietos perseguia-me por todo o lado.
Voltei de novo à aldeia, passei pelo Largo da Ponte e cheguei à igreja e ao Largo de S. Lourenço. Que faço, subo ou desço?
Optei por subir. Subi até encontrar o cemitério, ou melhor, os cemitérios, um venho e ou movo ainda com pouca ocupação. Continuei a subir até atingir o cume de um monte de onde se avistava num ângulo de 360º uma imensidão de planeta. Infelizmente a chuva toldou-me a vista. Insisti tentando tirar proveito do esforço. Fotografei a aldeia, o Vale da Vilariça, O Seixo de Manhoses, a aldeia abandonada do Gavião, uma pontinha de Vila Flor, a Serra de Bornes e outras montanhas a perder de vista.
Desci de novo à aldeia. Desta vez segui em frente, atravessei a Rua Principal e desci até uma ponte onde se encontram dois ribeiros. Vaguei por ali, procurando retratar as hortas que de momento não têm bom aspecto e saboreei alguns medronhos (encontrei-os por todo o lado). Procurei alguma queda de água mas não vi nada.
Quando ando nestas andanças, esqueço o tempo, o cansaço, o frio e a sede, ando absorvido com tudo à minha volta, como se o mundo parasse. Mas não pára e o relógio ordenou-me para partir pela Rua do Carvalhal em direcção ao Nabo.
O que será que me espera? Mais uma estrada estreita, muito agradável com uma paisagem lindíssima. De repente, do lado direito, lá ao fundo no ribeiro, lá estavam algumas cascatas! Agora que o meu tempo se esgotou… segui. Junto das cascatas havia algumas ruínas possivelmente de moinhos de água. É um bom local para uma outra visita.
Larguei os travões e bati todos os recordes de velocidade até chegar ao Nabo. Por ali já se apanha muita azeitona.
Não me desviei da estrada principal e saí tentando chagar à N215 que afinal ainda estava bem longe. Tentação das tentações ainda tentei encontrar uma capela que estava sinalizada junto à saída do Nabo mas desisti e voltei à subida.
Pedalei, pedalei, perdi a noção do tempo. À medida que ia subindo a luz ia descendo. Agora, depois daquele episódio a subir de Sampaio para Vila Flor, já trago comigo um colete florescente.
Atrás de mim as luzes de Moncorvo acenderam-se. Pouco depois avistei uma estrela vermelha luminosa, colocada no miradouro por cima da Sr.ª da Lapa, anunciando o Natal.
Parei para tirar mais umas fotografias, daquelas que ficam péssimas, mas que insisto em tirar, apoiando a máquina numa qualquer parede e muitas vezes no selim da bicicleta!
Também parei junto à Fonte Romana para conversar com alguns alunos que esperavam os autocarros e que me convidaram a visitar Freixiel, Valbom, etc.
Quando arranquei, tocou o telefone das preocupações. Sosseguei o pessoal, estou em casa.


Quilómetros percorridos: 21
Total de quilómetros: 163
Total de fotografias: 3464

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