17 outubro 2006

À descoberta de Roios 1

Hoje foi dia de partir à descoberta do concelho de Vila Flor. Ao início da tarde o dia estava agradável. Um céu azul, com poucas nuvens e um vento bem evidente e fresco.
Não tenho ainda um meio de transporte “alternativo” por isso a solução foi mesmo sair a pé.
Comecei a subida pela Rua do Carriço, por detrás da Cooperativa de azeite de Vila Flor que parece funcionar como armazém de trastes da Câmara. A vista era magnífica e lembrei-me das palavras que hoje alguém escreveu no Blogue: “-não há céu mais azul do que o de Vila Flor”. Não posso afirmar, ainda tenho muito céu para descobrir, mas o de Vila Flor, hoje, estava fantástico.
Ao chegar ao cume da Serra do Facho, tracei visualmente o percurso a fazer até chegar a Roios. Não conhecia absolutamente nada do caminho que ia percorrer, mas calculei que as dificuldades seriam moderadas.
Comecei a descida. Inicialmente segui um caminho por entre pinheiros altos e estevas, mas apeteceu-me procurar algo para fotografar, o que me levou a abandonar o caminho e seguir literalmente a corta-mato. Nem o ar frio da tarde impediu de começar a sentir o suor a escorrer pelo pescoço. Encontrei um pombal ainda bem conservado, uma corte para animais e uma mãe-d’água.
Não procurei o terreno fácil, antes pelo contrário. Dirigi-me para os penhascos que espreitavam um pequeno vale com um ribeiro quase seco. Será que é este pequeno ribeiro (roio) que dá o nome à Aldeia? Os javalis gostam do local húmido e fresco. São evidentes os sinais da sua presença, quer nas poças de lama, quer nos troncos dos pinheiros em que se roçam repetidamente.
Acabei por rodear a aldeia pelo Norte entrando nela junto da nova estrada que vem de Vale Frechoso.
Desci em direcção à igreja matriz de S. João Baptista sinalizada por uma enorme palmeira que vigia toda a aldeia, mas encontrava-se encerrada. Tinha curiosidade em ver as pinturas do tecto mas, mesmo falando com um idoso que ali se encontrada, não consegui que me dessem indicação da chave.
Ali perto admirei os tanques públicos, são um luxo comparados com os que se pode ver na maioria das aldeias ou até em Vila Flor.
Aqui e ali havia jardim com tufos de flores. O recinto da escola primária está muito cuidado, bem como o recinto da Capela da Senhora das Graças. Também foi agradável ver bastantes vasos de plantas suspensos, alguns ainda com flores, distribuídos por muitos pontos da aldeia.
Encontrei uma rua me pareceu chamar-se Rua do Castelo. Segui por ela, curioso. Tive que voltar para trás porque não tinha saída. De junto da capela, enquanto rilhava algumas castanhas que apanhara ali perto, pude admirar os rochedos com formas curiosas que se estendiam sobre o ribeiro. É pena que não se possa chegar a esse local. Ouvi uma ave estranha a cantar. Tratava-se de um bico-de-lacre em liberdade! Isto não é normal!
Ao lado está a Fonte da Graça. Desci as escadas, abri a porta de chapa e espreitei para o interior. Tem alguma água, mas, sobretudo, não tem lixo como normalmente se vê em muitos locais (também em Vila Flor).
Não deixa de ser curioso ver que no Site da Câmara Municipal de Vila Flor (http://www.cm-vilaflor.pt/freguesias/freg_roios.html) a capela de Roios apareça como sendo da Nossa Senhora do Rosário e na legenda da sua fotografia apareça escrito Igreja Matriz. Tenho que clarificar esta dúvida.
Aproveitei para comprar uma garrafa de água num café próximo. Vi no total três cafés, mas fui informado que apenas dois se encontram abertos. Achei o espaço agradável.
Voltei para trás. Passei de novo, agora por outra rua, por uma casa brasonada que julgo ser conhecida como casa do S. Barroso. A luminosidade já não estava à altura mas as cores que ostentava, forrada a buganvília e trepadeiras convidavam à fotografia.
Por esta altura começou a chover. Esperei mais de vinte minutos que a chuva terminasse, mas o céu parecia cada vez mais escuro. Uma caminhada até casa, mesmo que pela estrada, levaria à volta de quarenta minutos.
Recebi uma chamada de casa (não sei como, porque o telemóvel parecia não ter rede). Pedi que me fossem buscar à entrada da aldeia. No percurso para Vila Flor choveu com grande intensidade. Roios merece um melhor acesso.
A selecção das fotografias não foi fácil. Em mais de duzentas seleccionei pouco mais de uma dezena de acordo com critérios pouco definidos e do momento. Espero que gostem e que dignifiquem Roios.








5 comentários:

Anónimo disse...

Olá amigo é com muito gosto que vejo estas fotos sobre a aldeia dos meus avós, acreditem que poderão ver ainda mais se percorrerem os caminhos e trilhos que existem no termo de Roios podem faze-lo integrando a caravana do raid D.Dinis no próximo fim de semana

AG disse...

Gostaria muito de conhecer esses trilhos mas parece-me que não vai ser possível. Creio que outras oportunidades virão. De TT ou em BTT alguma coisa se arranjará.

Anónimo disse...

Caro amigo,
foi um prazer ler este retrato da minha aldeia... Espero que goste da zona, e se precisar de mais fotos, tenho um belo portofolio, para ilustrar os seus "passeios descritos...". Um abraço, de quem tem o mesmo gosto pela natureza e pela fotografia.

Lionel Batista,
lionelbat@yahoo.fr

Anónimo disse...

Ola,
Sou da aldeia de Roios, mas vivo em frança, adorei o seu blog. Graças a você posso apresentar a minha aldeia aos meus amigos franceses. As fotos sao excelentes!!!
lidia de sousa

Anónimo disse...

olá.
Sou de Roios mas moro em lisboa e é com muito gosto que mostro este blog aos meus amigos para conhecerem a minha terra. parabéns por este excelente trabalho.