Saí pouco depois das 2 da tarde. Como cheguei à conclusão que, durante o Inverno, é preferível evitar o Vale da Vilariça, decidi ir até Alagoa. Outra das razões foi porque, em conversa com alguns amigos, soube que Alagoa era o ponto mais alto do concelho de Vila Flor.
Na verdade não está muito distante de Fonte Longa que é o ponto mais alto de Carrazeda de Ansiães.Eu acreditava que o ponto mais elevado seria nos montes a Norte do Santuário da Nossa Senhora da Assunção, o Monte de S. Cristóvão ou a Serra do Faro, mas estes têm de altitude respectivamente 792m e 822m. Alagoa atinge os 852 metros na Capela de Nossa Senhora de Fátima.
Chegar a Alagoa não foi difícil. Depois de Vale de Torno (Vale Torno
ou Valtorno?) subi à igreja matriz. Trata-se de uma igreja que apoiava os peregrinos que se deslocavam para Santiago de Compostela e onde se faz uma grande festa a Nossa Senhora do Castanheiro.Continuei a subir até ao Cruzeiro dividindo a minha atenção por duas coisas: por um lado ia olhando para trás e admirando Valtorno, a sua exposição ao Sol, sempre a convidar à fotografia, por outro lado, olhava a grande extensão de área ardida que se estendia até perder de vista.
Recordo que num dos dias, em Setembro, quando vim pela primeira vez a Vila Flor, a comunicação social falou de um grande incêndio que lavrava precisamente neste local. Foi uma grande perca.Cheguei a Alagoa. Do lado direito o cemitério, do lado esquerdo a Escola Primária, muito bem orientada ao sol, com aquecimento central, um grande recinto à volta e com erva de metro no recinto. Infelizmente aqui já não aprendem nem brincam crianças. Mais à frente encontrei um nicho, muito interessante, com a inscrição “Promessa Nelson Trigo 1.1.1995”. Lá dentro está uma Senhora com um menino ao colo, que não consegui identificar.
Percorri as principais ruas da aldeia: Rua do Fundo do Povo, Rua dos Olmos, Rua da Capela, Rua Principal e segui pela Rua dos Cabeços. Cheguei ao Santuário da Nossa Senhora de Fátima com o campo de futebol ali ao lado. Aproveitei para passear os olhos por tudo à minha volta. Ali perto, Pena Fria e Fonte Longa mais acima. Mais longe Vilarinho da Castanheira com o seu Santuário de Nossa Senhora da Assunção.
Mais para poente pareceu-me ver a silhueta do Castelo de Ansiães, em Lavandeira, não estou certo de que era mesmo. Para nascente, a Serra do Reborredo, sempre presente e, continuando a volta, a Serra de Bornes, que parece observar-me em todos os meus passeios.Desci de novo à aldeia. De vagar fui-me aproximando da saída. Depois de um último olhar em que vi praticamente a aldeia recortada no céu com o Sol que me ofuscava, segui rapidamente até Mourão.
Um pouco à sorte, atrás da igreja, virei à direita. Segui algumas centenas de metros e acabei por encontrar o cemitério. Mais alguns metros e encontrei uma paisagem magnífica. Lá ao fundo a Barragem Valtorno-Morão. Mais acima o Seixo de Manhoses recebia os últimos raios de Sol.A temperatura descia rapidamente. Voltei à aldeia e desci rapidamente até Valtorno. De vez em quando tinha que esfregar a cara, o frio já era muito.
Cheguei a Vila Flor ao cair da noite.Quilómetros percorridos: 32
Total de quilómetros: 227
Total de fotografias: 3727
Nota: Na fotografia da igreja apaguei mais de uma dezena de fios eléctricos e alguns postes. Ficou muito mais agradável.

























