Manda-me um grão, um só, da terra querida
Tatuada de voos de narcejas.
Meneios de pinheiros e carquejas.
Algo que tenha ritmos de vida.
Não esqueças o bálsamo da ferida
Que ainda me lacera. E as cerejas,
Em folhas de videira, em que tu estejas
Mesmo em cor e aroma resumida...
E um copo de resina e os dedos
- Os mais hábeis no jogo das sementes -
Afeitos à tormenta, à dor, aos medos.
Manda-me o que puderes e me desperte
Para um novo incêndio de poentes
Que com a minha terra me concerte!
Poema de João de Sá, Vila à Flor dos Montes, 2008.
Fotografia: Vila Flor, do alto da serra.
2 comentários:
Olá, Aníbal!
Mais um belo poema ilustrado por uma linda fotografia!
Obrigada por partilhar estas belezas connosco!
Tenha um bom dia!
Anita
Olá
Temos o dever de - mesmo perante a nossa pequenez - nos pronunciarmos àcerca de quem tão bem faz as coisas e no-las faz chegar numa simbiose tão perfeita: OBRIGADA e PARABÉNS, a ambos.
Abraço-vos reconhecida.
Esmeralda
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