18 julho 2010

VIII TerraFlor - 17 de Julho

O terceiro dia da TerraFlor estava previsto para ser o must da feira, e foi. Costuma-se dizer que à terceira é de vez, e assim aconteceu.Foi a enchente total.
Só fui ao recinto da feira depois do jantar.Não tinha convite nem livre trânsito, por isso tive que desembolsar 3 € para o bilhete. As aparências à entrada não eram nada animadoras! Eram vinte e uma e trinta e o recinto estava bastante despido.
Os Gigantones de Valtorno já desfilavam pelo recinto da feira. Este grupo é presença habitual, bem como praticamente em todos os eventos organizados pela Câmara Municipal.
Pouco depois, num pequeno palco, num espaço alternativo actuaram algumas escolas musicais do concelho. Primeiramente exibiu-se um grupo de alunos de Freixiel. Primeiro os mais novos e depois os mais adultos. Encantaram o público, principalmente o de Freixiel que costuma deslocar-se em bloco para apoiar os seus grupos, quer seja o rancho folclórico ou outro. Actuaram posteriormente alunos de Vale Frechoso/Benlhevai. Interessou-me o facto de apenas existirem aulas de música nestas freguesias, mas as opiniões que recolhi não foram nada pacíficas e não interessa reproduzi-las aqui.
Todos os jovens (e menos jovens) praticantes se esforçaram e mostraram ter um longo e promissor futuro à sua frente, assim queiram eles continuar a frequentar aulas de música, e as mesmas lhe sejam proporcionadas.
Já antes destas actuações havia um pequeno grupo de jovens que marcava o lugar em frente ao palco principal para desfrutar de um lugar de qualidade no concerto dos Xutos.
Falaram-me de um desfile de moda em determinado local da feira. Percorri todo o recinto e não encontrei nada. Garantiram-me que aconteceu, mas não fazia parte do programa da feira e foi tão rápido que não o consegui localizar!
Já bastante depois das onze da noite é que se ouviram os primeiros acordes dos grandes reis do dia 17, os Xutos e Pontapés. Também eu me tinha aproximado da linha da frente, junto do palco, para melhor conseguir fazer algumas fotografias. Já me doíam os pés e não era o único impaciente porque já se tinham ouvido assobios por duas ou três vezes.
O som dos Xutos invadiu o espaço e as mentes pondo toda a gente a saltar. Confesso que não sou grande apaixonado pela sua música. Nem sei bem porquê, uma vez que acompanhei de perto o nascimento e desenvolvimento do rock em português e conheço bem praticamente todas as suas músicas (e quem não conhece?!). As músicas de que gostamos são aquelas que nos despertam emoções, independentemente de ser música clássica tocada pela mais famosa orquestra sinfónica ou um ritmo de baile tocado pelo organista da aldeia que se sentou connosco nos bancos da escola. Inexplicavelmente há sons que nos tocam, outros não. Mas a música que se fez ouvir tocava fundo a alma de muita gente que gritava, gesticulava e dançava a cada nova interpretação, pedindo sempre mais. A banda em palco, madura, profissional como poucas, correspondia, brincava, fazia parecer que tudo era fácil e  colocou a assistência ao rubro.
Só quando, já depois da meia noite, abandonei o local onde me encontrava deslocando-me para um local mais afastado do recinto, me apercebi que este estava completamente cheio. Havia muitos adolescentes, era o grupo mais numeroso e entusiasta. O seu espírito rebelde deve rever-se nas letras que os Xutos cantam.
A aposta neste grupo foi uma ganha (dizem que foram pagos a preço de ouro). Havia quem afirmasse que nunca nas oito edições da TerraFlor tinha visto tamanha enchente, mas outros comparavam-na à que aconteceu com o concerto do Tony Carreira. A maior que eu tenho memória aconteceu com o Quim Barreiros!
O grupo terminou a sua actuação à uma da madrugada, depois de ter voltado uma primeira e uma segunda vez ao palco. Mesmo assim, ainda se gritava - Contentores!
No final do espectáculo alguns resistentes não arredaram pé até conseguiram um muito desejado autógrafo. Pensei nos visitantes do blogue e, também eu me juntei aos caçadores de autógrafos. A minha admiração ao Zé Pedro pela paciência que teve com todos nós.
Depois da debandada geral a música continuou, noutro palco, com um Dj. Ainda se ouviu durante algumas horas, mas, à hora que vos escrevo, quase cinco da manhã, o silêncio é total. Também ontem houve animação até às quatro da madrugada. Pode haver crise mas o álcool tem sempre uma grande venda e ainda hoje foi necessário chamar a ambulância para levar alguns mais descuidados ao hospital!
Por hoje chega. Espero amanhã (Domingo) acordar a tempo de acompanhar os concursos de Cabra Serrana, Ovelha Churra e Cão de Gado Transmontano.
Amanhã à noite há folclore, da terra ... flor.

5 comentários:

Transmontana disse...

Aníbal!
Pouco depois de o Aníbal
terminar a descrição do 3ºdia da feira, já estou eu a lê-la e a comentar.
Obrigada por ter conseguido um autógrafo do Zé Pedro, em nome dos Xutos e Pontapés, para os visitantes do blog.
Apesar da minha idade um pouco pesada, gosto muito desse conjunto e, se estivesse aí, não deixaria de os ir ver actuar!!!
Mais uma vez, obrigada por nos mostrar, ao longe, o que se passa nessa terra tão amada por muitos que estão fora!!!
Um abraço amigo!
Anita

Anónimo disse...

Olá, não me diga que com tanta dedicação por essa terra que pelo que sei não é a sua, nem sequer teve direito a um convitezinho! Já não há vilaflorences como no meu tempo...

Sabe Quanto recebe a Local visão?......

J. A.
Mirandela

Anónimo disse...

Olá, não me diga que com tanta dedicação por essa terra que pelo que sei não é a sua, nem sequer teve direito a um convitezinho! Já não há vilaflorences como no meu tempo...

Sabe Quanto recebe a Local visão?......

J. A.
Mirandela

PEREYRA disse...

Também eu há um ano vibrei com os Xutos em Alijó mas não tive a tua sorte ou proeza de lhes arrancar um autógrafo!

PEREYRA disse...

Também eu há um ano vibrei com os Xutos em Alijó mas não tive a tua sorte ou proeza de lhes arrancar um autógrafo!