Ergue as palmas de um saber feito
de resíduos de inimagináveis séculos
a este séquito de dúvidas.
Mas continua atenta aos queixumes dos choupos,
sinais da tragédia da água
a querer tornar-se seiva.
Sustenta nossas ténues certezas
com os fios do êxtase das rosas.
Não pertencemos àqueles a quem mais damos,
como os frutos silvestres.
Medem-se as oferendas pelos segredos
que revestem, não pelo que, aos sentidos,
em nudez entregam.
Cada coisa tem uma medida que completa,
perto ou longe,
o seu invisível contrário.
Poemas do Dr. João de Sá, retirada do livro "E de repente é noite". Edição do autor; 2008.
Fotografia: frutos silvestres em carvalhos; Roios.
1 comentário:
Bom dia, Aníbal!
Lindas, a poesia e a foto!
Parabéns e, obrigada pela partilha!
Um abraço que abranja toda a família.
Anita
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