24 maio 2012

Pendão - Valtorno/Mourão

Após alguns passeios de preparação para a série de caminhadas a que decidi chamar Pontos Altos, de que falei no dia 17 de abril foi já no mês de março que foi feita a primeira caminhada a sério, tendo como objetivo o marco geodésico Pendão, situado na fronteira das freguesias de Valtorno e Mourão. Entretanto andei a ler algumas coisas sobre o assunto de forma a aprender alguma coisa e a não cometer muitas calinadas no que disser sobre os marcos. Embora nós lhe chamemos talefes ou marcos, encontrei a designação vértices geodésicos, que decidi adotar, uma vez que me parece mais ligada à função para que foram criados.
Não foi a primeira vez que estive no local, mas procurei traçar um percurso com alguma novidade. Entre Samões e Carvalho de Egas há uma caminho rural que acompanha o IC5. Infelizmente não começa junto à estrada que vai de Samões para a Barragem do Peneireiro, o que dava bastante jeito, começando algumas centenas de metros mais à frente e acompanhando o IC5 durante alguns quilómetros. Está asfaltada e tem um perfil muito engraçado com subidas e descidas constantes, pelo Urreiro e Serra de Candoso, mais parecendo uma montanha russa.
Encontrada a estrada EM609 (Carvalho de Egas - Santa Cecília) virámos à esquerda para depois apanharmos um caminho que vai pela crista da montanha até ao Ribeiro dos Moinhos, em Valtorno, perto da igreja de Nossa Senhora do Castanheiro.

Decorria por essa altura a iniciativa "Let's do It! World Cleanup 2012", semelhante à Limpar Portugal, de 2010, mas agora à escala mundial. Aproveitámos para verificar alguns dos locais que foram limpos em 2010 e verificámos que alguns ainda se mantêm limpos noutros já que acumula uma montanha de monstros. Tenho-me cansado de dizer que é muito feito, mas algumas pessoas só aprenderiam se o lixo fosse carregado e despejado à porta de casa de quem ali o foi deitar. E não era difícil saber a proveniência, acreditem.
Perto da igreja ainda havia algumas amendoeiras em flor! Valtorno e Candoso  são das últimas aldeias a gozarem deste espetáculo.
Contornada a igreja, onde um jovem castanheiro desponta timidamente junto ao seu avô centenário, voltámos à estrada EM626 (Valtorno - Mourão) para nos aproximarmos mais do marco geodésico.
No fundo do vale a barragem Mourão/Valtorno mostrada as suas margem de terra ressequida, saudosa das águas de inverno que não chegaram a vir. Junto do caminho algum podador esqueceu uma garrafa de tinto encostada ao tronco de uma amendoeira. Saberia que nós viríamos?!! Não creio, não nos atrevemos a provar.
A distância da estrada ao marco geodésico é pouca, mas sempre a subir. 
Do alto dos mais de 700 metros de altitude domina-se a paisagem em redor, principalmente em direção ao Vale da Vilariça. è um bom miradouro para Valtorno, mas o Mourão não é visível na totalidade. Para poente eleva-se ainda mais alto o cabeço com a capela de Nossa Senhora de Lurdes, em Alagoa, com 852 metros de altitude, e, mais distante o pinocro de Fontelonga, vértice geodésico de 1.ª Categoria, a uma altitude de 883 metros.
Depois de alguns momentos de repouso, o suficiente para rilharmos uma maçã, descemos a Valtorno onde nos foram buscar de automóvel.

2 comentários:

Transmontana disse...

Bom dia, Aníbal!

Que belo passeio! Com tantas caminhadas, feitas a pé, não deve saber o que é ter os valores de colesterol ou glicemia elevados, nem, tão pouco, a hipertensão... Continue a caminhar enquanto pode porque só lhe traz saúde física e espiritual!

Muita graça encontrei aos termos usados: "Pinocro" e "rilhar"!!! Mesmo das nossas terras transmontanas...

Um abraço amigo para si e família.

Anónimo disse...

Também eu gostei muito dos termos rilhar, pinocro talefe etc. São mesmo nossos estes termos. Bem haja por nos lembrar estas coisas que tão bem fazem à nossa mente.
Alguém transmontano que muito gosta da sua terra.