No dia 26 de maio saí de Vila Flor para mais uma caminhada da série Pontos Altos. Escolhi como destino um marco geodésico que me permitisse explorar essa área coberta de flores amarelas. Não há muitas alternativas mas o marco geodésico do Concieiro está nessa área, não muito distante do santuário de Santa Cecília.
Pelos registos que normalmente uso para saber a delimitação das freguesias, este marco está no termo de Carvalho de Egas, mas quase todo o percurso que fiz foi no termo de Samões.
Saí em direção ao Barracão, mas depois desviei para o Marco. O caminho já habitual levou-me junto do campo de futebol de Samões. Aí decidi abandonar o caminho e seguir pelo meio das giestas subindo aos pontos mais altos, procurando uma visão o mais alargada possível.
Encontrei formas rochosas bastante curiosas, duas delas com grandes buraços por baixo. Há muitas no concelho, mas cada vez que decido explorar um pouco mais vão aparecendo novas formações, cada uma mais curiosa do que a anterior.
A linha que decidi seguir, paralelamente ao traçado do IC5 coincide também com uma crista quartizítica, com seixos enormes que se conseguem ver do IC5 ou mesmo da Nacional 214, um pouco mais distante. A progressão foi lenta, com giestas altas a barrarem-me o caminho mas também muitas silvas, ou árvores queimadas. Subir ao rochedos também não foi fácil e durante quase toda a manhã pouco avancei no terreno.
Quando cheguei próximo da aldeia de Carvalho de Egas alterei o rumo para me dirigir ao ponto mais elevado da zona, onde se situa o marco geodésico do Concieiro. É o marco geodésico que mais vezes visitei no concelho por está situado perto de vários caminhos que muito uso, quem em caminhadas quer em BTT.
Próximo do marco há um deposito de água, as famosas fragas onde as crianças de Carvalho de Egas costumavam escorregar sentados em ramos de giesta e a pedreira, que está em plena laboração. Também ali próximo esteve um gigantesco estaleiro da Mota Engil, enquanto duraram as obras do IC5, mas de que já nada resta.
O marco geodésico está sobre um conjunto de formações rochosas de granito, parcialmente destruídas. Foram cortadas há algum tempo atrás, quando ali funcionou uma pedreira, que agora está situada a algumas centenas de metros. Eleva-se a pouco mais de 732 metros de altitude e tem a mesma forma dos restantes. Era de 3.ª categoria. Do alto do rochedo não se avistam grandes paisagens, embora a visão de 360º de terreno é bastante interessante. Já por diversas vezes apreciei o por do sol neste local e foram momentos muito agradáveis.
É dos poucos marcos geodésicos que tem acesso fácil mesmo de carro ligeiro.
Regressei a Vila Flor passando pela barragem do Peneireiro. O céu continuou a brindar-me com bonitos tons de azul, para acompanhar o verde e o amarelo da terra. Dez vens em quando algumas papoilas juntavam-se ao quadro emprestando a sua cor de vida ao conjunto.
Os caminhos apresentavam um colorido tão interessante e diversificado que a vontade de regressar a casa não era nenhuma, mesmo com a hora já bastante adiantada.
O percurso não foi muito extenso, circular e com pouco mais de 11 km. Não o recomendo a ninguém tal qual como o fiz, seguindo pelo meio dos montes. No entanto é possível fazê-lo, muito próximo, sempre por caminhos. É dos mais fáceis e bonitos de fazer, partindo de Vila Flor.
1 comentário:
É com muito gosto que visito amiúde este blog para ler a descrição (e ver as imagens) desses seus belos passeios pelos trilhos da natureza, dessa região que eu conheço +/- bem. Só tenho pena de não poder participar.
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