12 fevereiro 2013

Pessegueiro - Freixiel/Vilas Boas

Não tenho atualizado o Blogue com as reportagens das minhas últimas caminhadas , mas elas têm acontecido, não com a frequência desejada mas com alguma regularidade.
O ano tem estado anormalmente frio e húmido, pelo menos quando comparado com os últimos anos de Descoberta do concelho. A chuva, o frio e alguma falta de coragem têm sido os principais causas da diminuição da frequência das caminhadas. Isto a somar a um "desastre" informático que me limpou as fotografias de alguns meses de 2012.
Marco Geodésico do Pessegueiro (622 metros de altitude)
A série de caminhadas Pontos Altos, tendo como destino os marcos geodésicos teve mais alguns desenvolvimentos.
No dia quinze de dezembro parti para mais uma etapa. O destino era mais um marco geodésico próximo de Freixiel. No dia anterior tinha chovido copiosamente e foi com satisfação que verifiquei que o dia estava agradável, com algumas nuvens, mas bastante sol.

Estrada de Vieiro (N214) enfim composta
 Decidi explorar um percurso novo, nunca percorrido, mesmo sem saber se existiria um caminho. Das traseiras do edifício da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães C.R.L. procurei um caminho para chegar às Olgas. de perto da pedreira sai um caminho que acompanha de perto o ribeiro dos Brunhais, e segui por ele. Tudo corria bem, apesar do muito lixo que existe por todo o lado. É impressionante mas a cada ano que passa a quantidade de lixo espalhado ao longo dos caminhos é maior.
Vale com Freixiel à esquerda e a serra à direita
O caminho que segui não tinha continuação e fiquei no meio de nada, sem grande vontade de voltar para trás. felizmente só foi necessário percorrer algumas dezenas de metros para encontrar alguns lameiros e descer por eles até encontrar um caminho no fundo do vale, ali pelo Borralho.
Carvalhos ainda com as cores outonais
A água corria abundantemente pelo meio do lameiros e entretive-me a fotografá-la. Pouco depois encontrei um caminho, e um ribeiro ao lado dele. Acompanhei o curso de água até que, a certo momento a água desapareceu! Pareciam artes mágicas, uma enorme quantidade de água desaparecia como que por magia! Voltei para trás para investigar o que se passava e decifrei o enigma: o ribeiro estava seco para jusante, a água estava agora a chegar, preenchendo, pouco a pouco o leito do ribeiro fazendo-o correr. Nunca tinha apreciado este fenómeno.
Cogumelo num sobreiro
No fundo do vale o ribeiro dos Brunhais encontra-se com outro que passa junto à aldeia de Samões, e um pouco mais abaixo com um terceiro, que começa a formar-se junto a Carvalho de Egas, com o nome de Ribeira do Vimieiro. Os três cursos de água formam a Ribeira da Redonda que ainda recebe mais um curso de água vindo do Pelão, já mais próximo da Aldeia de Freixiel.
Não eram os cursos de água que me interessavam. Encontrei alguns cogumelos, uns desconhecidos outros comestíveis, mas já bastante deteriorados pelas águas da chuva.
Ribeira dos Brunhais a começar a correr
Subi à estrada N314, perto do cruzamento de Freixiel. Para subir ao cume do monte à direita (622 metros de altitude), tinha três hipóteses: contornar o monte e subir por norte; percorrer a estrada até à pedreira e subir ao longo dos seus limites vedados ou tentar a subida direta, procurando aproveitar algum acesso a algumas oliveiras que se veem a meio da encosta. Claro que escolhi a terceira alternativa. Tratou-se de mais um percurso novo para mim, sem saber se me levaria ao cume do monte ou não. Sei que existe perto da estrada um conjunto de insculturas rupestres, mas não conheço a sua localização, sendo muito difícil encontrá-las nestas condições.
Estrada do Vieiro, impecável, mas com uma lixeira à esquerda
O caminho de acesso às oliveiras sobe terrivelmente, mas era isso que eu pretendia. Já perto do topo o caminho acabou num espaço ocupado com oliveiras e vinha. Estava próximo do topo e segui pelo meio das giestas, encontrando algumas formações rochosas dignas de serem fotografadas.
No topo do monte caminha-se facilmente. O local já era meu conhecido. Uma das vezes que por ali passei foi em fevereiro de 2007, nessa altura em BTT.
Mais uma rocha curiosa das muitas que encontrei
O marco geodésico  do Pessegueiro está partido a dois terços. Em 2007 parecia pintado de fresco, embora já partido, mas agora tinha um completo aspeto de abandono (tal como todos os outros). Estes vértices deixaram de ser utilizados e, por isso, vão acabar por ser todos abandonados não sendo mais do que recordações, dentro de uns anos. 
É complicado subir à rocha que serve de base ao marco, tanto mais que está rodeada de silvas. A paisagem em redor é admirável, conseguindo avistar-se termo de vários concelhos vizinhos a norte do rio Tua. Mais próximo é a aldeia de Freixiel que chama a atenção, aninhada no fundo do vale que se estende em várias direções.
Charco numa rocha, com a aldeia de Freixiel ao fundo
A manhã já ia longa e estava na altura de pensar no regresso. Não dispunha de tempo para regressar a pé a Vila Flor. Pedi pelo telefone que me viessem buscar  junto da entrada pedreira, que é também o início do caminho que dá acesso à Quinta do Reboredo, unidade de turismo rural.  Enquanto me deslocava para o local de encontro "esbarrei" com uma cobra na berma do caminho! Estava frio, mas o tímido sol foi suficiente para fazer com o que o animal de sangue frio se arrastasse para fora do seu buraco na ânsia de aproveitar o pouco calor que dele irradiava.  Parecia bastante "dormente" mas também não a importunei muito.
Cobra a apanhar banhos de sol
Este percurso teve extensão de perto de 11 km. Foi interessante por que deu para verificar in loco o estado da natureza em pleno inverno. Os cogumelos, as pastagens, os cursos de água, a vegetação, todo um conjunto de elementos que ganham características bem diferentes ao longo das estações.Não avistei o melro-azul, ave que sei que habita o terreno rochoso por onde passei. Foi também um percurso que bastante exploração porque segui um trajeto nunca por mim explorado (talvez 50% do trajeto).





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