19 fevereiro 2007

Perdido no Vale da Vilariça


No dia 17 de Fevereiro parti à descoberta do Vale da Vilariça. O dia não estava muito convidativo, ainda mais depois da tempestade que assolou Vila Flor no dia 16 à tarde. Decidi arriscar e desci em direcção a Sampaio. Entrei na aldeia. Não se via ninguém pelas ruas. Dirigi-me ao Largo do Pelourinho, passei pelo Posto do Turismo, um bonito edifício recuperado, parei junto à Capela do Santíssimo. Desviei-me para a esquerda de encontro à Igreja Matriz. Não encontrei nenhum ângulo agradável para fotografar a aldeia, por isso, continuei a descer. Passei pela capela e cheguei à estrada N102. Ali perto erguem-se grandes armazéns das águas Frize. Segui a indicação que aponta existirem em direcção à Ribeira da Vilariça uma Anta e uma Capela Barroca.
Fiz um pequeno desvio para recordar o local onde eram exploradas as Águas de Bem Saúde. Está tudo em ruínas. Recordo o local há 15 anos atrás, estava bem mais agradável!
Não encontrei qualquer indicação e continuei a descer por entre terrenos férteis e lamacentos, com caminhos cheios de água e sem direcção definida. Estava perdido, não havia dúvida. Estava tão próximo da Junqueira que decidi mesmo dirigir-me a essa aldeia, mas, de repente, o caminho termina na Ribeira da Vilariça que ainda tem um bom caudal. Não consegui passar. Desanimado com o caminho seguido, com a lama, com o sol que não queria aparecer, com a chuva que ameaçava, empreendi o regresso a Sampaio.
Mais uma vez decidi arriscar. Abandonei de novo o caminho e segui em direcção à Serra de Bornes pelo vale dentro.

A certa altura o céu abriu-se e um raio de sol bateu numa parede caiada. Era a capela. Larguei a bicicleta e corri para aproveitar aquele momento de luz que evidenciava a pequena capela branca perdida naquele vale bastante escuro. Começaram a cair algumas gotas de água e o arco-íris mostrou-se timidamente. O céu apresentada grandes contrastes com partes de um azul claro, nuvens brancas e outras negras que ameaçavam tempestade.
Segui, agora mais satisfeito, em direcção a Sampaio. Subi a uma estrutura de cimento de onde saem tubos de rega e aproveitei para fazer algumas (muitas) fotografias. Um tripé dava imenso jeito. As fotografias dariam uma boa panorâmica do vale.
Cheguei a Sampaio já o sol se escondia por detrás do monte repleto de eucaliptos. Sabia que ainda era cedo mas estava a anoitecer rapidamente. Dirigi-me para Lodões e comecei a subir em direcção a Roios.
De repente, começou a chover. Hesitei em continuar ou recolher-me numa cabana que encontrei. Como chovia pouco continuei. Mas, um azar nunca vem só… antes de chegar a Roios a roda traseira começou a escorregar, não tinha ar, tinha um furo!
Peguei no telemóvel, havia rede! Telefonei para casa para me irem buscar a Roios e continuei a subida com a bicicleta à mão. Felizmente que já estava perto.
Foi um passeio atribulado. Salvaram-se as fotografias que fiz no centro do vale, em 20 minutos de sol com chuva à mistura. As antas, não as encontrei. Vou informar-me melhor da sua localização e voltarei a Sampaio num dia mais favorável.

Quilómetros percorridos neste percurso: 23
Total de quilómetros de bicicleta: 562
Total de fotografias: 8740

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá
Bem!!!! Que postais mais bonitos!!!
Que inveja: o cimento impera cá por esta capital...Mas, verdade seja dita, sempre que quiser, lançar os olhos sobre o rio Tejo na sua enorme largura e a ponte de dezassete quilómetros que o atravessa (iluminada de noite quer pela postes quer pelos faróis dos carros a dirigirem-se para Lisboa), também é bastante agradável...Eu sei, não há comparação...
A foto da Eulália e do António em "Zedes" está linda!
Abraço
El