A ti, tudo o que em mim é ainda espaço
De fonte oculta em musgos de pureza;
A lâmpada de barro sobre a mesa,
A primeira andorinha em céu de Março.
A ti, a amplidão do fumo esparso
Em raro brilho de manhã acesa;
A cambraia dos prados, a leveza
De tudo o que excesso torna escasso.
A ti, Vila Flor, o meu estar longe,
Velho soldado transformado em monge
Num castelo em ruínas, sem bandeira.
A ti, do exílio, o anseio do possível:
Que minha dor se torne perceptível
Num branco ciciar de amendoeira...
Soneto de João de Sá, do livro "Flores para Vila Flor", 1996.
A fotografia foi tirada no dia 28 de Fevereiro de 2008, no Arco.
Outros poemas de João de Sá: Flor-poema, Maravilhamento, Absoluto visível, Serra e A pergunta.
1 comentário:
Olá
Lindo!!! Obrigada!!
Abraço
Esmeralda
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