Realizou-se em Vila Flor, no dia 25 de Abril, a V Rota da Liberdade em BTT, organizada pelo Clube de Ciclismo de Vila Flor (CCVF). Trata-se de uma prova que, ano após ano, tem trazido cada vez mais praticantes de BTT ao concelho. Preparada para dar resposta a diferentes graus de praticantes e de dificuldade, realizaram-se em simultâneo três provas: a Maratona, com 60 Km, a Meia-maratona, com 40 km e a Mini-maratona, com 14 km. Realizou-se também um passeio pedestre destinado essencialmente a acompanhantes. Ao contrário de anos anteriores, a minha participação ficou limitada à função de repórter, que tentei cumprir da melhor maneira.
Estiveram presentes as mais importantes equipas da região mas também outras que se deslocaram centenas de quilómetros para poderem participar na prova. Participaram perto de 180 atletas, sendo a Meia-maratona a que teve maior adesão (102 participantes).
A Rota da Liberdade é apreciada pelos bons trilhos seleccionados, mas também pelas paisagens fantásticas e vegetação luxuriante nesta época. Este ano foram percorridos trilhos nos termos das freguesias de Vila Flor, Seixo de Manhoses, Carvalho de Egas, Samões e Roios, com uma subida acumulada de 1184 metros (Meia-maratona), alternando troços com graus de dificuldade variada. Como me desloquei de automóvel entre vários pontos escolhidos ao longo do percurso, não me pude aperceber de tudo, mas posso afirmar que os diferentes percursos eram magníficos. A par do colorido das flores, sempre presente, houve também o factor água, com os atletas a cruzarem vários ribeiros, com bastante caudal, refrescando e trazendo mais beleza ao traçado.
Embora se pense que 70 quilómetros são muita pedaladas, o primeiro classificado demorou menos de 3 horas a percorre-los, o que me obrigou a saltar alguns pontos de reportagem para poder fazer algumas fotografias dos mais rápidos.
O reforço aconteceu em Roios, na sede da Junta de Freguesia. Entre outras coisas, os atletas (e eu) puderam saborear um bom presunto e folar de Vila Flor que era de comer e chorar por mais.
O almoço foi servido no refeitório da Escola EB2,3/ S de Vila Flor. O grande número de atletas quase inviabiliza a realização do almoço num restaurante. No refeitório cada um é servido no momento que chega, havendo sempre espaço. Cada vez mais me apercebo que, também nas provas de BTT, há atletas com objectivos completamente diferentes: há os que participam pela competição, e lutam afincadamente pelos primeiros lugares; mas também os que participam pelo convívio. Para estes últimos a refeição é tão importante para a prova. A convivência destes dois grupos nem sempre é fácil, não em termos das relações, mas na exigência da organização. A prova tem que ser competitiva mas não demasiado, tem que ser extensa, mas não demasiado, a refeição tem que ser boa, mas não pesada ou cara, etc.
Tive a acompanhar-me ao almoço o amigo Rui Guerra, que, mais uma vez, serviu de cicerone aos participantes no Percurso Pedestre. Bem me custou não os acompanhar. Fizeram um percurso da Barragem do Peneireiro ao Gavião, com passagem pela quinta de Valtorinho, onde provaram um “licor” de videira só comparável ao folar que eu comi em Roios.
A logística da prova obrigou o CCVF a uma grande mobilização. Estiveram envolvidas perto de 40 pessoas, entre sócios do clube, escuteiros, bombeiros, enfermeiros e elementos da GNR.
Depois de terminada a prova a organização mostrava-se muito satisfeita com a forma como decorreu. Nuno Palmeirão, presidente da direcção do CCVF, manifestou o seu contentamento pelo facto de ninguém se ter magoado (na IV edição houve alguns acidentes) e com o feedback dos participantes, que prometeram não perder as próximas edições da Rota da Liberdade.
Eu faço um balanço muito positivo desta iniciativa. É bom que coisas destas se repitam no concelho. São centenas de pessoas que nos visitam, algumas comem e dormem cá, e, sobretudo, partem com uma ideia muito positiva das potencialidades desta região sendo potenciais turistas, em eventos desportivos e não só.
Não pedalei na V Rota da Liberdade. Senti alguma tristeza por não o ter feito. Quem gosta destas coisas sabe do que eu estou a falar. Quando vi partir os atletas, novos e menos novos, masculinos e femininos, magros e outros nem tanto, apeteceu-me muito seguir com eles. Por outro lado, sem o cansaço das subidas e descidas, tive paciência (e tempo) para me preocupar com questões técnicas da fotografia, experimentando, tentando fazer algo pessoal numa área que não é o que faço ou gosto de fazer, a fotografia de eventos desportivos. Foi esta a minha contribuição no Clube de Ciclismo, de que sou sócio.
Parabéns ao CCVL.
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