Nesta explosão telúrica me atomizo
e atinjo o coração de invisíveis astros.
Vai-se esbatendo a linha divisória
entre os vivos e os mortos.
Um tremor de castanheiros .
apressa-se a despegar-me do corpo
o grude das leitosas pálpebras da inocência.
Que eu encontre uma sarça dos cumes da montanha,
a que bebeu tanto vento e luz
que se transformou em íman ou mastro.
Talvez seja uma hipótese de atingir
um ignoto clarão perdido nos espaços
desvendando a cerrada névoa
que antecede o poema.
Poema do mais recente livro do Dr. João de Sá, Cantos da Montanha (Canto III, 6).
Fotografia: alto do Facho, Vila Flor, hoje à tarde, durante um passeio de BTT.
1 comentário:
Viva, Aníbal!
O poema é um pouco difícil para mim, que de poetisa nada tenho, mas a foto, ainda fresquinha, encheu-me a alma para o dia todo, tamanha é a sua beleza!!!
Parabéns por tudo o que faz pela nossa terra e suas gentes!!!
Muito obrigada!
Anita
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