Uma das minhas “Peregrinações” aconteceu já no dia 14 de Novembro de 2010. O destino foi a capela de Nossa Senhora do Rosário, em Seixo de Manhoses. A escolha do destino deveu-se a dois factores: nos anos que levo a percorrer o concelho nunca tinha entrado na referida capela; a partida de Vila Flor aconteceu bastante tarde, não dando para fazer grandes distâncias.
Apesar da indecisão quanto ao estado do tempo, a manhã revelou-se lavada, cheia de sol, o que me permitiu admirar toda a cor que o sumagre que ladeia o caminho que conduz à Barragem Camilo Mendonça.
As folhas ganham tonalidades flamejantes, que não me canso de olhar, a cada Outono que passa. Mas não foram apenas as cores do sumagre que pude admirar, as vinhas da Quinta de S. Domingos também ofereciam uma bela imagem de Outono.
À passagem pela albufeira no sítio do Peneireiro, fui brindado com a visão de alguns corvos marinhos que procuravam afincadamente o seu alimento. Trata-se de aves marinhas, de porte considerável, que vêm do Norte da Europa. Alimentam-se de peixe e deslocam-se quase sempre em grupos.
Uma imagem interessante é quando se põem com as asas esticadas ao sol, depois de uma sessão de pescaria. Embora já os tenha visto várias vezes na Barragem de Fontelonga (Carrazeda de Ansiães), foi a primeira vez que os vi nesta barragem. O nome científico destas aves é Phalacrocorax carbo.
O caminho que segui foi o mesmo que já utilizei por diversas vezes principalmente nos meus passeios de bicicleta. Entrei no Seixo, exactamente junto à Fonte Sangrinho, uma das curiosidades da aldeia.
Como o meu objectivo era visitar a capela, procurei uma pessoa que tem a chave para me abrir a porta. Fiz-me acompanhar por uma pessoa da aldeia, minha conhecida, minha conhecida, o que facilitou as coisas e me poupou a grandes explicações sobre o meu interesse em visitar a capela.
É uma capela barroca, com um altar em talha dourada do séc. XVII. A talha é muito bela mas está bastante deteriorada. O tecto, o chão, mesmo o exterior foi tudo intervencionado há relativamente pouco tempo, só o altar, parte mais importante mas também a mais onerosa se mantém à espera de melhores dias. O interior estava muito limpo e com flores frescas naturais. A capela, nos meses em que se reza o terço, é utilizada para esse fim.
Há quem afirme que esta capela foi a primeira igreja da aldeia.
De regresso a casa, procurei um caminho alternativo. Parti de novo de junto da Fonte Sangrinho mas segui pelo fundo do vale, acompanhando o ribeiro com o mesmo nome, em direcção a Norte. Há alguns caminhos curiosos, muito estreitos, com as rochas desgastadas pelo tempo e pelas ferraduras dos animais que por ali devem ter passado durante séculos.
Já perto da barragem da barragem acabei por regressa ao caminho de ida depois de rilhar algumas castanhas que rebusquei num souto jovem, onde havia bastantes. Nos arredores da barragem, quase sem querer, apanhei bastantes sanchas, e só não apanhei mais, porque já estava atrasado para o almoço.
1 comentário:
Aníbal, bom dia!
Depois de uma ausência forçada, regressou com uma bela descrição de um passeio e, não menos belas, fotos!
Os meus parabéns!!!
Desejo-lhe a si e toda a família, UM ANO NOVO CHEIO DE SAÚDE, ALEGRIA E AMOR!!!
Um abraço
Anita
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