20 maio 2011

Coração na fala

Qualquer relevo ao sol é um altar.
Toda a curva de serra é um regaço.
O que nos vê tem júbilo de abraço.
Tempos e modos de alma, o verbo amar!

Ressuma ausência o acto de chegar.
Somos o centro e queremos mais espaço:
Acaso um outro mês antes de Março,
A fim de a Primavera antecipar.

Meu zénite de anjos verdadeiros,
Minha Vila Flor, alvares primeiros
De uma alba quase comungada!

Quero dizer-te mais, e fico mudo.
Não te descrevo, sinto-te - e é tudo.
Não te amo, adoro-te - mais nada!

Soneto de João de Sá, do livro Vila À Flor dos Montes (2008).
Fotografia: Pinheiros; próximo de Roios.

2 comentários:

Transmontana disse...

Bom dia, Aníbal!

É tão raro, agora, aparecer, que bem se lhe pode perguntar pela saúde!

Traz-nos hoje um lindo soneto de um vilaflorense apaixonado pela sua terra, mas ilustrou-o com uma não menos bela foto!!! Parabéns e obrigada pela partilha!!!

Um abraço a toda a família

Anita

AG disse...

Olá D. Anita

Estou sempre presente, apenas me mostro menos.

Também gostei muito do soneto, aliás gosto de muitos, praticamente tudo o que o Dr. João de Sá escreve. Simplesmente não quero saturar os visitantes do Blogue com muita poesia, porque acredito que nem todos gostem.
Quanto às fotografias... Março, Abril e Maio são muito coloridos , cheios de flores, para alindar o concelho Flor. E as árvores são irresistíveis, têm que estar quase sempre presentes.

Cumprimentos meus e da família.

Aníbal