Qualquer relevo ao sol é um altar.
Toda a curva de serra é um regaço.
O que nos vê tem júbilo de abraço.
Tempos e modos de alma, o verbo amar!
Ressuma ausência o acto de chegar.
Somos o centro e queremos mais espaço:
Acaso um outro mês antes de Março,
A fim de a Primavera antecipar.
Meu zénite de anjos verdadeiros,
Minha Vila Flor, alvares primeiros
De uma alba quase comungada!
Quero dizer-te mais, e fico mudo.
Não te descrevo, sinto-te - e é tudo.
Não te amo, adoro-te - mais nada!
Soneto de João de Sá, do livro Vila À Flor dos Montes (2008).
Fotografia: Pinheiros; próximo de Roios.
2 comentários:
Bom dia, Aníbal!
É tão raro, agora, aparecer, que bem se lhe pode perguntar pela saúde!
Traz-nos hoje um lindo soneto de um vilaflorense apaixonado pela sua terra, mas ilustrou-o com uma não menos bela foto!!! Parabéns e obrigada pela partilha!!!
Um abraço a toda a família
Anita
Olá D. Anita
Estou sempre presente, apenas me mostro menos.
Também gostei muito do soneto, aliás gosto de muitos, praticamente tudo o que o Dr. João de Sá escreve. Simplesmente não quero saturar os visitantes do Blogue com muita poesia, porque acredito que nem todos gostem.
Quanto às fotografias... Março, Abril e Maio são muito coloridos , cheios de flores, para alindar o concelho Flor. E as árvores são irresistíveis, têm que estar quase sempre presentes.
Cumprimentos meus e da família.
Aníbal
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