Foi já no longínquo Janeiro que partimos em mais uma "Peregrinação" à Descoberta do concelho.
O destino estava muito próximo: Roios, mesmo por detrás da serra. Na selecção deste destino pesou o estado do tempo, muito inconstante a tender para o chuvoso e a hora adiantada da partida, não permitindo grandes distâncias. Como habitualmente escolhemos como destino uma local religioso, neste caso a capela de Nossa Senhora das Graças.
Para ir de Vila Flor a Roios, sem ser pela estrada normal, há várias alternativas, todas elas atravessando a serra, terreno que me faz lembrar histórias de encantar, onde os lobos são presença quase obrigatória. Os tempos mudaram e, cada vez que percorro este espaço agreste sonho encontrar-me com algum desta ser desta espécie, mas nunca aconteceu.
Escolhemos para chegar a Roios um caminho muito interessante, contornando a serra por Norte. É um caminho muitas vezes utilizado que parte das traseiras do Ecomarché e vai sair à zona industrial, no Barracão. De junto das instalações que actualmente ocupam os bombeiros voluntários parte um caminho que contorna o Facho, passando junto ao depósito de aterro que existia atrás da serra.
Verificámos que o espaço estava fechado e vedado mas, infelizmente, os efeitos verificavam-se ao longo dos caminhos. Com o aterro fechado o linho foi despejado noutros locais não muito distantes, mostrando a falta de civismo que ainda é apanágio de muitas pessoas que por aqui habitam. Não há interesse nas autoridades em identificar e punir os culpados, porque o que não faltavam eram facturas e outros documentos que permitiriam facilmente chegar à origem dos lixos.
Como a descer todos os santos ajudam, rapidamente chegámos ao centro de Roios. Questionámos algumas pessoas sobre quem nos poderia facultar o acesso à capela de Nossa Senhora das Graças. Batemos às portas certas mas, por má vontade, ou por desconfiança acabámos por não ter acesso ao interior da capela. Trata-se de uma capela do início do século XVIII. Segundo Cristiano Morais a antiga capela estava junto ao ribeiro e foi mudada e ampliada porque a ela acorriam muitos romeiros. A água da fonte junto da capela era considerada miraculoso. Ainda hoje existe uma fonte de mergulho situada por debaixo do recinto da capela, a que se tem acesso descendo por degraus em pedra ao leito do ribeiro. Em cima, por detrás da capela, está uma fonte mais recente.
Não conseguimos ter acesso à capela mas facultaram-nos o acesso à igreja matriz. Já estive no interior desta igreja por várias vezes e já a considerei uma das mais bonitas do concelho.
Os altares em talha dourada e o tecto da capela-mor são aspectos dignos de serem admirados. Há um altar já no corpo da igreja que não parece ser contemporâneo dos restantes.
De volta zona da capela, entrámos no café para saciarmos a sede. O dono do estabelecimento já se encontrava a almoçar. Um prato bem típico da nossa região nesta época: batatas cozidas, com grelos e alheira (não faltando o vinho e o azeite).
Foi com água na boca que iniciámos o caminho de regresso a Vila Flor. Subir de Roios às Caplinhas é um bom exercício físico e obriga a várias paragens para recuperar o fôlego. Depois de atingirmos o santuário ainda parámos mais um pouco para restaurar o ritmo cardíaco. Restou-nos descer, calmamente à vila para o almoço, quem sabe se uma bela alheira grelhada.
Percurso (11,5 km, realizado no dia 15 de Janeiro de 2011)
1 comentário:
Olha o meu avô a comer uma deliciosa alheira!!
Ass: MIGUEL BARRADAS
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