23 agosto 2011
e de repente é noite (XXXII)
Já ninguém lembra o que sobrou de nós.
E tanto foi, do tamanho dos sonhos.
Já poucos sabem onde ficava a casa.
Os que ainda a recordam, hoje,
chamam-lhe campo-santo ou terra de ninguém.
O sol passa de longe, e mais aviva
as arestas do grito sitiado.
O peso dos destroços avalia-se
com a balança do silêncio.
Resta-nos, em segredo, instalar
o nosso desespero. Dar a sua cor
às aéreas paredes.
A alegria exige múltiplas palavras.
E a nós já nem nos resta um nome completo.
Poemas de João de Sá, do livro "E de repente é noite", 2008.
Fotografia: algures, no Alto da Caroça em Vila Flor.
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1 comentário:
Olá, bom dia!
Passei para vos desejar umas festas alegres e com muita saúde!
Um abraço amigo
Anita
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