É um marco diferente de todos os outros do concelho, maior, de maior diâmetro e de forma completamente diferente, não possuindo a base de maior diâmetro que quase todos os outros têm. Está meio desfeito no topo e não dá para ver bem como seria, mas pode ser que o que dele resta hoje seja exatamente a base. Esta afirmação deves-se essencialmente ao facto de ter a nascente umas escadinhas metálicas, podendo o verdadeiro cone ter estado colocado sobre esta estrutura.
A ida até lá não é fácil. Alguns dos que se aventuram serra acima deixaram pintadas no marco recordações da sua presença, a par de alguns símbolos nazistas.
Embora o marco esteja no topo da serra, no termo de Vilarinho das Azenhas, a melhor forma de lá chegar talvez seja partindo de Vilas Boas, de junto da estátua de S. Cristóvão, junto à queijaria. O caminho sobe encosta acima, sem grande esforço, passando junto às ruínas da antiga capela de S. Cristóvão e terminando a algumas centenas de metros do topo do monte. Este percurso é alternativo a outro que sobe pela encosta mais lentamente, mas é mais longo, por onde subi, mesmo em BTT, nas primeiras vezes em que fui ao Faro. A serra foi reflorestada há pouco tempo e parece que foi aberta uma saída para a vertente da serra virada para o Vilarinho, mas não posso confirmar.
Em janeiro estava um lindo sol, mas como é habitual nesta época do ano, o nevoeiro cobria todas as partes mais baixas da paisagem. O nível atingido pelo nevoeiro seria a quota dos 550 metros de altitude o que deixava a descoberto o Cabeço de Nossa Senhora da Assunção, o Cabeço de S. Cristóvão, e a maior distância o Reboredo (Moncorvo) a serra de Bornes (Alfândega da Fé) e a serra dos Paços, lá para os lados de Mirandela. mesmo para um transmontano habituado a muitos invernos por montes e vales a paisagem é surpreendente.
As últimas centenas de metros antes de atingir o março geodésico têm que ser feitos em corta mato. Apesar de já lá ter subido perto de meia dúzia de vezes nunca consigo seguir o mesmo trilho. Botas de montanha e calças fortes são recomendadas por há muito mato, algumas silvas e muitas pedras cortantes e escorregadias.
Depois de se atingir o cume da serra do Faro quase se conseguem ver 360º de maravilhamento. Só em direção ao Cachão, como a cordilheira se prolonga até se precipitar no Tua, é que não é possível avistar a paisagem a muitos quilómetros de distância.
Não apetece sair deste ponto de observação. Não admira que os humanos primitivos aqui tivessem vindo erguer um castro, com muralha, para se protegeram de outras tribos hostis. Ainda há alguns vestígios da muralha.
Os javalis também gostam de aqui vir, porque está sempre tudo fossado, em busca de raízes ou de pequenos animais.
Fazendo o percurso mais longo para voltar ao ponto de partida, pela vertente virada a Meireles, são algumas centenas de metro mais. Tudo, ou seja, partindo da estátua de S. Cristóvão e voltando ao mesmo lugar, são perto de seis quilómetros. O caminho mais curto é mais íngreme e exige algumas paragens para repor a respiração. O mais longo é mais descansado, permitindo apreciar a vegetação composta essencialmente por estevas, carquejas e medronheiros. Aos sobreiros que foram plantados não foi dada muita atenção. A maior parte secou, outros foram arrancados pelos javalis. Estou curioso para verificar se sobreviveu algum.
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