Que todos os caminhos que descubro
Me descubram também, e neles encontre
Uma fimbria longínqua de horizonte
Desenhando, a névoa, um céu de Outubro.
Das auroras de Agosto o gesto rubro
Se torne voz, me acalente e conte
A odisseia dessa velha fonte
Que emudeceu e nunca disse tudo!
Buscai-me nos caminhos. Sou o monge
Que vem não sabe donde, mas de longe...
Trago textos no olhar, parai e lede.
Eu sou o viajante e a viagem,
Latejo de seara e a própria aragem,
A frescura da água e o ardor da sede!
Poema de João de Sá, do livro "Vila à Flor dos Montes", 2008.
Fotografia: Caminho para o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, em Vilarinho das Azenhas
Sem comentários:
Enviar um comentário