

O Vieiro pertence actualmente à freguesia de Freixiel mas a sua história divide-se entre Freixiel e Vilas Boas. No século XII pertencia ao concelho de Freixiel mas no século XIV pertenceu a Vilas Boas. A sua história perde-se no tempo mas há ruínas de um habitat romano.

Situa-se a 270 metros de altitude, na estrada N314 que ligava Moncorvo ao Porto e que ainda é bastante utilizada como acesso ao IP4.
Parti sem grande motivação. O dia estava o que se pode chamar horrível: frio e com muito nevoeiro. Acreditei na minha estrelinha da sorte, coloquei um garruço por baixo do capacete e segui viagem.

A minha primeira paragem foi antes de chegar à aldeia. Um habitante andava a podar a vinha e aproveitei para dois dedos de conversa.

A receber os visitantes, logo à entrada, junto ao cemitério, está um bonito conjunto com um nicho a Nossa Senhora, uma fonte e um jardim por trás. Continuei a descer e surpreendeu-me o primeiro “quadro” da paixão de Cristo. Este foi só o primeiro, porque outros se encontram espalhados por toda a aldeia, permitindo rezar a Via Sacra. Não vi os 14 quadros, mas vi bastantes.


Voltei à estrada nacional e segui para a igreja, Igreja Nova de S. Tomé. De construção recente surpreendeu-me o facto de o campanário estar situado a cerca de 50 metros, nos rochedos. O interior é muito amplo e bonito, centrando a atenção numa grande imagem do Santo Cristo pregado na cruz, ladeado por Nossa Senhora das Dores e de S. João Evangelista.

Subi aos rochedos onde está o campanário. Daqui também se tem uma bonita vista.
Continuarei a descer a aldeia. Os estabelecimentos comerciais situam-se na estrada nacional. Contei dois cafés e um mini mercado.

Decidi descer ao Rio Tua, a Quinta do Carvalhilho chamou a minha atenção.
Aproveitei a ponte para fotografar a linha do comboio e o rio. Também procurei vestígios da venha Ponte do Diabo. A antiga ponte que integrava a estrada real Porto-Moncorvo caiu em 1909. É tema de lendas que afirmam que foi o Diabo que a construiu. A verdade é que foi uma cheia que a destruiu.
Desci à linha do comboio, estação de Abreiro. Para surpresa minha a estação está perfeitamente conservada! Tem portas e janelas e está caiadinha de branco! Bem que gostaria de ver assim as restantes estações e apeadeiros que tenho visitado!

Voltei ao Vieiro, e, desta vez, cortei à direita pela Rua de Baixo. Apercebi-me que havia uns rochedos com pequenas quedas de água no ribeiro. Passei pela capela velha de S. Tomé, onde gostaria de ver o altar e as imagens de S. Tomé e Santa Bárbara, mas estava fechada. Cortei para a Rua da Costeirinha para apreciar o ribeiro. Encontrei partes de um velho moinho. A água corria de uma cor estranha, muito estranha.

Encontrei um rosto sorridente numa varanda. Não pode ser só a Graça Morais a imortalizar os rostos femininos do Vieiro! Pedi licença e fiz um retrato.

Pelo que dizem, fazia muito frio!
Quilómetros percorridos de bicicleta: 32
Total de quilómetros de bicicleta: 425
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