22 agosto 2007
Fernando Tordo nas festas de S. Bartolomeu
Iniciaram-se hoje, em Vila Flor, os festejos em honra de S. Bartolomeu. A vila encontra-se engalanada, com iluminação muito colorida e a Avenida de Marechal Carmona já fervilha de gente que se passeia entre as barraquinhas, comprando um brinquedo, bebendo uma cerveja ou simplesmente passeando ao longo da avenida.
Fiquei contente quando soube que o Fernando Tordo iria actuar no anfiteatro ao ar livre. Há 11 anos atrás estive presente numa comemoração nesse local, não sei se daí para cá foi muito utilizado mas é importante dar vida ao local.
Não sei porque é que a escolha de um artista para a festa, recaiu sobre o Fernando Tordo, mas, para mim, pareceu-me uma grande escolha. Ainda há bem pouco tempo andei a redescobrir as suas canções. São canções cheias de palavras, de significados. Algumas ficaram na história, marcaram uma época política, social e musical, outras, nem por isso menos bonitas, são excelentes poemas para ouvir com calma, num ambiente tranquilo.
Quando cheguei ao local a actuação já tinha começado. Foram muitos os que aproveitaram para ouvir o trovador. As bancadas estavam praticamente lotadas. O cenário, com a igreja matriz ao fundo, estava bonito e noite apesar de fresca, mantinha-se calma. Estavam reunidos todos os ingredientes. A plateia batia palmas, acompanhava o artista cantando o refrão e lançava títulos para o palco, sugerindo algumas canções.
O artista, com muita calma, cabelos bancos ao vento, foi acedendo aos pedidos proporcionando regressos ao passado a alguns dos presentes. Recordo-me de Adeus Tristeza, Cavalo à Solta, O Rato Roeu a Rolha e Tourada. A banda que o acompanhava, composta por quatro músicos, teclas, baixo, bateria e trompete, enchiam as músicas com bonitos floreados de jazz rivalizando com a beleza das palavras.
Foi uma hora fantástica. O artista começou a denotar algum cansaço e o espectáculo terminou. O público ainda gritou o título de alguns temas mas não houve mais música. Eu ficava ali mais algumas horas, recordando velhos temas que não apreciei muito na minha meninice e juventude, mas que vim a descobrir e a adorar mais tarde. Quem não recorda a Tourada, Portugal ressuscitado, Quando um homem quiser, Balada para nossos filhos, Chegam palavras, etc.
Desci ao palco, apertei a mão a Fernando Tordo e agradeci aquela hora de música. Aqui fica o autógrafo dado ao Blog.
Parabéns também à organização da Festa de S. Bartolomeu por este momento musical, esperamos que os restantes dias de festa corram igualmente bem.
Amanhã, 23 de Agosto, a noite será animada pelo grupo musical Arco-Iris.
Para os que ainda não descobriram a beleza das palavras de algumas das canções de Fernando Tordo, deixo uma:
Sou de Outras Coisas.
Sou de outras coisas
pertenço ao tempo que há-de vir sem ser futuro
e sou amante da profunda liberdade
sou parte inteira de uma vida vagabunda
sou evadido da tristeza e da ansiedade
Sou doutras coisas
fiz o meu barco com guitarras e com folhas
e com o vento fiz a vela que me leva
sou pescador de coisas belas, de emoções
sou a maré que sempre sobe e não sossega
Sou das pessoas que me querem e que eu amo
vivo com elas por saber quanto lhes quero
a minha casa é uma ilha é uma pedra
que me entregaram num abraço tão sincero
Sou doutras coisas
sou de pensar que a grandeza está no homem
porque é o homem o mais lindo continente
tanto me faz que a terra seja longa ou curta
tranco-me aqui por ser humano e por ser gente
Sou doutras coisas
sou de entender a dor alheia que é a minha
sou de quem parte com a mágoa de quem fica
mas também sou de querer sonhar o novo dia
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1 comentário:
Ola
Tambem gosto do Tordo.
Sem pretensoes ou referencias politicas, lembro que, curiosamente, ainda muito novinha, na escola (dos rapazes), em Freixiel, ter assistido a minha primeira "sessao de esclarecimento", cujo convidado era o nosso Fernando Tordo. Estive la... talvez a unica da minha idade... mas lembro-me tao bem...
Abraço para quem ja demonstrou ser doutras coisas.
Beijinho grande para a Eulalia e filhotes - compinchas.
Esmeralda
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