27 agosto 2007

Rescaldo


O balanço dos acontecimentos dos últimos dias em Vila Flor é bastante negro.
O incêndio que devastou uma grande área de pinhal entre Meireles e o Santuário de Nossa Senhora da Assunção, na freguesia de Vilas Boas, queimou também alguma vinha, aproximou-se de casas junto ao santuário e provocou estragos na capelinha. As chamas laboravam na encosta virada a Nordeste e o vento empurrava as chamas, fumo e faúlhas em direcção à capela, no alto do cabeço. O helicóptero fez algumas descargas de água sobre o telhado controlando a propagação das chamas que apenas danificaram a parte do telhado equivalente à área de uma pequena sacristia que existe atrás do altar-mor.
As imagens foram retiradas e colocadas na Casa dos Milagres, que embora mais próxima das chamas, oferecia mais segurança porque, contrariamente à capela, o telhado foi recentemente revisto.
Durante a tempestade que se fez sentir no dia 25 à tarde, não foi possível proceder à cobertura provisória da área danificada, por causa dos fortes ventos que se fizeram sentir.
Ao início da tarde, a imagem de Nossa Senhora da Assunção regressava à capelinha, depois de ter sido possível proceder à colocação provisória de chapas de zinco no telhado.
Muitas foram as pessoas que se deslocaram ao Santuário, algumas vindas de concelhos vizinhos, ver pelos seus próprios olhos a devastação provocada pelo incêndio. Fruto da intervenção do homem (e quem sabe da divina), a capela, aparentemente, pouco sofreu. A preocupação do Sr. Pe Delfim Gomes, Arcipreste na paróquia de Vilas Boas e presente no local, prendia-se com o efeito que poderá produzir a água que entretanto escorreu e penetrou nas madeiras. A talha foi restaurada há pouco tempo.
Em muitos automóveis que se deslocavam para o Cabeço (incluindo no meu), eram visíveis os efeitos do granizo caído na manhã do dia 26. No tejadilho e capot apresentavam depressões com a forma das enormes bolas de gelo que sobre eles se abateram. Apesar do que presenciei em Vila Flor já ser suficientemente assustador e devastador, a faixa do concelho que vai de Samões ao Arco, passando pelo Parque de Campismo e Seixo de Manhoses parece ser a mais afectada. O calibre a a força do granizo quebrou mesmo os vidros dos automóveis e outras estruturas nas habitações. As árvores ficaram sem folhas, ou com elas transformadas em crivos. Os frutos também foram praticamente todos destruídos. Está comprometida a produção de vinho, azeite e amêndoa, principais produções e fonte de rendimento dos agricultores do concelho.
Muitos dos turistas que se encontravam no parque de campismo municipal também acabaram por abandoná-lo.

2 comentários:

Pedro Morgado disse...

É pena... Ainda há poucos dias tinha estado no cabeço da Senhora da Assunção, numa incursão que fiz pelo Nordeste.

Anónimo disse...

Ola
Que pena pelo fogo; que pena pela imtemperie.
Abraço.
Esmeralda