Continuação de: Gala Cantar os Reis (1)
O segundo grupo a actuar, foi o “Grupo de Cantares de Vale Frechoso”. Também esta aldeia tem presença assídua nestes eventos. Chegaram com os seus cestos cheios de produtos da terra, com os seus trajes tradicionais e alguns artefactos da vida quotidiana.
Cantaram “A Barca Portuguesa” e “Cantar os Reis ao Menino”. É de salientar que quase todas as quadras são criação de Amparo Azevedo e Casimiro Azevedo, membros do grupo.
A Barca Portuguesa
Olha a Barca Portuguesa
À Praia vai a chegar
Chegamos ao Ano Novo
Os Reis vos vimos cantar
II
Os Reis vos vimos cantar
Toda a noite e todo o dia
Os Anjos também os cantam
Ao coração de Maria
III
Ó meu Menino Jesus
Que estás nas palhas deitado
Não tens leira nem beira
Por todos nós adorado
IV
Nós viemos de tão longe
Com grande satisfação
Não queremos que se perca
Esta nossa tradição
V
É neste mês de Janeiro
Que se cantam os Reis
Cantai-os enquanto novos
Que de velhos não podereis
VI
Com paz amor e alegria
Vimos pedir-vos os Reis
Da gente de Vale Frechoso
Em troca o mesmo tereis
VII
Também se fazem pedidos
P’rás obras paroquiais
Todos vão contribuindo
Uns menos e outros mais
VIII
No fim de cantar os Reis
Reúnem-se os presentes
Repartem-se entre todos
Ficamos todos contentes
IX
E no final desta Festa
Acaba-se a brincadeira
Adeus até para o ano
Vamos todos p’rá fogueira
X
Se a saúde não faltar
Pró ano cá estaremos
Eu vos digo meus Senhores I
Os Reis nós vos cantaremos.
XI
Vamos dar a despedida
Desta casa sem igual
É com prazer que cantamos
Neste Centro Cultural.
Cantar os Reis ao Menino
I
Os três Reis do Oriente
Tiveram um sonho profundo
Sonharam que tinha nascido
O salvador deste mundo
II
Correram a procurá-lo
Logo que acordaram
De caminho em caminho
No deserto caminharam
III
Perdidos pelos caminhos
Andaram noite e dia
Os santos Reis já cansados
Sem encontrarem um guia
IV
Fartos de tanto andar
Mas nunca desanimaram
Encontraram o Rei Herodes
Por Ele lhe perguntaram
V
Herodes como malvado
Como perverso maligno
Às avessas ensinou
Aos santos Reis o caminho
VI
Mas eles não desistiram
Continuaram à sorte
Apareceu uma Estrela
Que lhes indicou o Norte
VII
E por eles serem Santos
A estrela os guiou
Ao chegarem à cabana
A Estrela se pousou
VIII
Ouro, incenso e mirra
Traziam-lhe mais presentes
Para darem ao Menino
Ficaram todos contentes
IX
A vaquinha e a burrinha
Com a sua respiração
Aqueceram o Menino
Fizeram a obrigação
X
Viemos cantar os reis
E não nos levem a mal
Cantamo-los ao menino
E a toda a gente em geral
XI
Entre pedras e atoleiros
Andamos na escuridão
Cantamos os Reis antigos
Mantendo a tradição
XII
Senhores que estais lá dentro
Num soalho de algodão
Deitai a mão ao fumeiro
Dai-nos cá um salpicão
XIII
Se o presunto está teso
E a faca não quer cortar
Faça-lhe ferrum-fum-fum
Nas beiças dum alguidar
XIV
Se nos querem dar os Reis
Não se estejam demorar
Nós somos de muito longe
Temos jornada p’rá andar.
Continuará...
Continuação: Gala Cantar os Reis (3)
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